sexta-feira, 24 de junho de 2011

Poema gauchesco de Ialmar Pio Tressino Schneider - Imagem: tela de Glaucia Scherer

Tela de Glaucia Scherer






PÁG. 16 - O TIMONEIRO - CANOAS, 23.9.83


TRADICIONALISMO


VERSO XUCRO II






E no próprio mate amigo


és consolo na saudade,


lembrança doce que invade


este peito de índio macho,


os recuerdos de muchacho


que não voltam nunca mais,


o convívio com meus pais,


com minhas manas e manos


e os meus tristes desenganos


que já ficaram pra trás.






Da boiada o berro xucro,


dos passarinhos o canto,


da china o suave encanto,


do pago inteiro a beleza,


o esplendor da natureza


de tudo que nos pertence,


velha trova riograndense


és um motivo de glória


já remarcado na história


de um povo que luta e vence !






Nasces livre na Campanha,


lá na Serra ou nas Missões,


nem conservas os grilhões


de trovador erudito,


hás de ser sempre bendito


no estilo de quem te faz,


um peão ou capataz


pouco importa quem te faça,


espelho limpo da raça,


legado dos ancestrais !






Quem te escuta nas tertúlias


e nos saraus de galpão,


percebe com emoção


que trazes em tua essência


tal devoção à querência,


sentimento imenso e forte


capaz de vencer a morte


porque no pago do Além


sempre teremos Alguém


pra dirigir nossa sorte !






Ialmar Pio Schneider


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http://ialmarpioschneider.blogspot.com/

em 28.10.2010

http://ial123.blog.terra.com.br/

EM 04.07.2009

Um comentário:

  1. Eu gosto desses poemas gaúchos, fazia algum tempo que eu não lia um. Gostei muito. Um abraço, Yayá.

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