quinta-feira, 30 de junho de 2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: musa na Internet

Musa



SONETO DA SAUDADE






Ialmar Pio Schneider






Sinto-a que chega quando a noite desce


e fala-me de ti com persistência;


uma incerteza os olhos me entristece


fazendo-me chorar a tua ausência.






Fito depois a estrela que aparece,


crendo até que por uma coincidência


talvez murmures também tua prece


por alguém que precisas na existência.






Se leres estes versos, olha os astros


que povoam ao longe o firmamento


e sonha que eles sejam quais os mastros






das naus alvissareiras da ventura;


e assim unidos pelo pensamento


consigamos juntar-nos lá na altura.






Canoas, 12-10-84






CANOAS, 19-10-84 - O TIMONEIRO - Pág. 19


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em 27.6.2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: musa na Internet

Musa




S O N E T O
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Ialmar Pio Schneider


De minha parte fora covardia


esconder estes versos que compus


inspirados somente em tua luz


quando te amava muito e te queria...






Nem sei onde o destino me conduz


mas estou mergulhado em nostalgia.


O tempo foi passando... eu te perdia


e tenho que levar a minha cruz.






Hei de querer-te sempre... não importa


que vivas, meu amor, fechando a porta


ao sentimento que nasceu comigo.






Eu não te esqueço mais; isto é fatal,


pois finalmente p’ra meu bem ou mal


nesta existência foste meu castigo...






Canoas 30.09.84






RADAR-Variedades - 11 de outubro de 1984 - página 9


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em 27.6.2011

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: musa na Internet

Musa

DOS CONTRASTES...







Ialmar Pio Schneider






Como saber se és anjo, se demônio ?!


e assim me quedo nesta conjuntura...


Vives total no verso que componho


com gosto de pecado e de candura.






Às vezes pesadelo, às vezes sonho,


no dia límpido ou na noite escura,


toda minha esperança em ti deponho


p’ra ter felicidade ou desventura...






Procuro te querer e te dispenso


com a mesma intensidade, todavia;


embora isto pareça um contra-senso.






Estejas num palácio ou espelunca,


és minha na tristeza e na alegria


e quem sabe te queira sempre... ou nunca.






Pág. 22 - O TIMONEIRO - CANOAS, 5.10.84




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Jornal de Novo Hamburgo

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em 25.6.2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: musa na Internet

Musa




DESILUSÃO






Ialmar Pio Schneider






Quantos anos passaram - nem sei quantos !


e continuei te amando sempre mais


como se não vivesse os desencantos


de ver murcharem flóreos ideais.






Na solidão, vivias em meus cantos,


quando ainda compunha madrigais,


tão fascinado pelos teus encantos


que hoje talvez não me fascinem mais.






Nunca soube por que nos separamos


sem razão aparente ao meu alcance,


e vejo com pesar que fracassamos






em nosso bem-querer, triste castigo;


um capítulo apenas do romance


que procuro olvidar mas não consigo.






Pág. 20 - O TIMONEIRO - CANOAS, 14.9.84


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em 25.6.2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: Tela de Glaucia Scherer

Tela de Glaucia Scherer



DILETANTE






Ialmar Pio Schneider






Escrever versos como diletante,


numa tarde de sol, nas horas vagas,


a recordar alguém que está distante,


talvez em outros braços, n’outras plagas...






Sentir na própria carne a dor das chagas


e sem coragem de seguir adiante,


comprometer-se em previsões aziagas


de quem por tanto amar sofreu bastante...






E não esmorecer porque é preciso


muita força, também muita esperança,


para afinal não se perder o juízo;






mas cantar sendo embora um amador


que não esquece os sonhos de criança


nem as doidices do primeiro amor...






Pág. 22 - O TIMONEIRO - CANOAS, 31.8.84

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em 26.6.2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: musa na Internet

Musa



A PORTA QUE SE ABRIR...






Ialmar Pio Schneider






Ouvindo a música suave e mansa


eu passo as minhas horas solitárias...


Que difícil manter uma esperança


quando as próprias idéias são contrárias !






Como desejo ter uma mudança,


nestas ocasiões, tão necessárias;


penso na estrela que jamais se alcança


e na desgraça que recai nos párias...






Entretanto, procuro não cair,


porque os espíritos, enfim, reagem


mesmo perante a mais feroz tristeza...






Espero pela porta que se abrir


em meu destino e assim me dê passagem


p’ra conviver com a tua beleza...






Canoas, 23 de agosto de 1984 - RADAR- Variedades


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em 25.6.2011

Poema de Ialmar Pio - Imagem: Aquarela de Ângela Ponsi

Aquarela de Ângela Ponsi




C Â N T I C O    T R I S T E


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Ialmar Pio Schneider


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“Vai devagar... não queiras muito; aos poucos


alcançarás as tuas pretensões...


Não te aventures em desejos loucos !”


Assim falei com meus botões...






“O caminho que segues não tem volta,


como também não voltam ocasiões;


aproveita o que podes, sem revolta...”


Assim falei com meus botões...






“Alimenta com muito amor teus sonhos


embora já não tenhas ilusões,


que eles te ajudam, mesmo que tardonhos...”


Assim falei com meus botões...






“Depois desconsolado estava triste


a compor meus poemas e canções,


lembrando alguém que não me quer e existe...”


E me calei com meus botões...






Pág. 16 - O TIMONEIRO - CANOAS, 10.8.84


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EM 26.09.2009

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em 27.6.2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: retrato de Camões na Internet

Camões



SONETO A CAMÕES



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Ialmar Pio Schneider


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Majestoso Camões, o teu engenho


aliado ao teu amor e à tua arte,


há de ficar cantando em toda parte


onde ao luso idioma houver empenho !






Eu que versejo humildemente, tenho


em teus sonetos mágico estandarte,


representando o nobre baluarte


que consagrou o teu excelso gênio.






Hoje o verso sem métrica e sem rima


já não levanta da epopéia o mastro,


nem pela forma e suavidade prima;






mas “Os Lusíadas” canta heróico e forte,


o episódio fatal de Inês de Castro:


- a Rainha coroada após a morte !






PÁG. 21 - O TIMONEIRO - CANOAS, 3.8.84


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04.01.2009

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EM 08.10.2009

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: foto de Nelson Fachinelli

Nelson Fachinelli



SONETO À CASA



DO POETA RIOGRANDENSE






Para o Nelson Fachinelli






São Vinte Anos que a CASA DO POETA


RIOGRANDENSE festeja e comemora.


e será, dia a dia, mais concreta


congregando a Irmandade tempo afora...






Seja a Luz do Ideal a sua meta,


tal como o foi na Fundação outrora,


e que leve a mensagem predileta


ao coração que sofre... ou ama... ou chora...






Vinte e Quatro de Julho marca o início


de uma nova seara da Cultura


cuja semente achou solo propício...






Portanto, levantemos estandartes


p’ra saudar a Entidade que perdura:


A CASA DO POETA em prol das Artes...






Autor: Ialmar Pio Schneider






Canoas, 19 de julho de 1984 - Pág. 11 - R A D A R - Variedades


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Soneto de Ialmar Pio - Imagem: Musa na Internet - Angellier-carícias

Angellier-carícias


D O C E    C O N F I D E N T E



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Ialmar Pio Schneider


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Tu vens me visitar serenamente


e te recebo emocionado e mudo,


se soubesse que vinhas de repente


eu teria arrumado a casa... tudo.






Vieste assim tão tarde mas contente


do âmago de minh’alma te saúdo,


preciso de uma doce confidente


e tens na voz a maciez do veludo...






Nem outra houvera de querer agora,


nestas noites românticas do outono,


cheias de estrelas e que as leva a aurora.






Bem podes ver... eu vivo no abandono


e o desespero que meu ser devora


tudo me arranca, enfim... até o sono.






(Do livro “Sonetos e Cânticos Dispersos”, em preparo).






PÁG. 16 - O TIMONEIRO - CANOAS, 13.7.84


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26.6.2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: Capa do livro do poeta Clóvis Soares Siedler




SONETO PARA CLÓVIS SOARES SIEDLER



(Autor de: “Diante do Espelho”)


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Ialmar Pio Schneider


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Noite adentro estou lendo teus sonetos


que me falam do espelho em que te fitas,


e as imagens nascendo dos quartetos


vão se abrindo a composições aflitas...






Como fazendo súplicas contritas,


tuas páginas lembram amuletos


que demandam o além, quais infinitas


evocações clamando nos tercetos.






O teu verso a preencher-me as horas mortas,


o mesmo que em compondo te confortas,


também me encanta madrugada afora.






És um poeta cuja voz sentida


fala de amor...de solidão... da vida...


e quando cantas a tua alma chora !






PÁG. 18 - O TIMONEIRO - CANOAS, 15.6.84


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em 9.10.2010

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: folhagem na Internet

Folhagem



S O N E T O







Ialmar Pio Schneider






Silêncio... apenas ouve-se da brisa


o leve sussurrar brandindo as folhas


das verdes árvores que a flor matiza


e as águas a correr formando bolhas.






A calma é necessária a quem precisa


pensar em tantas coisas vãs e tolas


de conceber a vida mais concisa


porque já lhe fugiram as escolhas.






“Nem tudo está perdido”, diz-me o sonho


“e aquilo que julgamos enfadonho


às vezes nos reduz o sofrimento;






pois quem aceita a vida de bom grado,


embora só, prossegue apaixonado


e menos infeliz no amor violento”.






R A D A R - Canoas, 14 de junho de 1984 - Página 7


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EM 05.10.2009

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em 27.6.2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: musa na Internet

Musa



PARA A ELEITA


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Ialmar Pio Schneider


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Quando nasci, chorei... mas vim ao mundo


para depois cantar o nosso amor...


São cânticos que arranco bem ao fundo


deste meu coração de sonhador.






Escuta-os, pois... expressam todo o ardor


da minha vida e tanto me aprofundo


neste mister - romântico labor


que não posso esquecer nenhum segundo...






Se em toda parte a sombra me acompanha,


tu vais comigo, sem saber talvez...


És qual a flor no topo da montanha






que procuro galgar - pobre menino


sofrendo sem chorar e como vês


te dedicando todo o seu destino.






(Do livro em preparo: “Sonetos e Cânticos Dispersos”).






PÁG. 24 - O TIMONEIRO - CANOAS, 8.6.84


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em 25.6.2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: Pavilhão do Centenário de Soledade - RS - na Internet

Vista parcial com o Pavilhão do Centenário de Soledade - RS



SONETO A SOLEDADE







Ialmar Pio Schneider






Terra bendita dos meus verdes madrigais,


lugar em que vivi parte da mocidade,


hoje ao te recordar, sinto imensa saudade


daquele tempo bom que não retorna mais !...






Terra gloriosa dos heróicos ancestrais,


oh! bela e sobranceira e nobre Soledade,


berço de amor, de sol e de hospitalidade,


surgem do teu regaço os mais ricos cristais !






Cidade acolhedora, o bem-querer impera


em tuas praças e ruas p’ra quem chegou


ao teu aconchego onde a ingratidão não cresce...






Teu clima será sempre eterna primavera,


e quem te conheceu e depois não voltou,


por certo sofrerá, pois nunca mais te esquece !






O BOTUCARAÍ - SÁBADO - 02.06.84 - PÁGINA 05 - SOLEDADE(RS)


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em 29.03.2011