segunda-feira, 27 de junho de 2011

Poema de Ialmar Pio - Imagem: Coração de Cristo na Internet



Solilóquio quase caótico






Ialmar Pio Schneider






Eis-me enfim a sós comigo mesmo


Procuro as minhas coisas e me desencontro


Parece que tudo está tão longe


e no entanto faz tão pouco tempo que daqui


parti


Meus versos talvez não atinjam a sua


finalidade


Basta que os escreva de mim para mim só






Correm as águas que vêm me consolar


Choveu tanto por esses dias


Nasce uma esperança de um suposto fracasso


O momento é de pensar para frente


O presente não envolve o futuro


mas o passado ficou atrás


Venho de uma paragem que não é minha


A paz bucólica abrange os ares






A noite ainda me seduz


mas como outrora não é mais


Os vestígios ficaram como cicatrizes


que não perdoam


indeléveis - sem sentido - inapagáveis






Esquece o destino infausto


sem a lembrança de tristezas que passaram






Inicia teu poema bucólico quase caótico


num gesto inesperado quando a inspiração


ainda é tênue como as nuvens


que toldam um sol de estio


Não queiras muito nestes momentos insones


mas num breve enaltecer


lá longe onde se agrupam as ternuras


daqueles que sofreram inutilmente


sentirás atingir um pouco um fim justo


para o teu coração inconsolado.






Canoas - 2.1.84






Canoas, 05 de janeiro de l984 - R A D A R - Pág. 11


_______________________________________________________________________



http://ial123.blog.terra.com.br/

EM 16.06.2009

http://ialmar.blog.terra.com.br/

27.6.2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário