domingo, 31 de outubro de 2010

SONETO DE ANIVERSÁRIO DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - 31.10.1902 - IMAGEM DA INTERNET

Carlos Drummond de Andrade











SONETO A CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


- Nascimento em 31.10.1902 - In Memoriam


Carlos Drummond de Andrade e a ´´pedra do caminho´´...

por isso compreendi que tudo dá poesia,

quando se tem amor, quando se tem carinho,

e as ideias triviais surjam da fantasia...


Porém, ´´e agora José´´, seguindo sozinho

no escuro, amedrontado e sem a luz do dia,

procurando encontrar um mero cantinho

para viver feliz e ´´não veio a utopia´´...


Eu também encontrei muitas pedras na estrada

e me achei qual José, caminhando no escuro,

mas não tinha ninguém, pois a mulher amada


não havia surgido em minha triste vida...

No entanto, acreditei nos sonhos do futuro

e nos versos que fiz buscava uma saída...





sexta-feira, 29 de outubro de 2010

CRÔNICA - DIA NACIONAL DO LIVRO - 29 de outubro - Imagem da Interneet









DIA NACIONAL DO LIVRO

Ialmar Pio Schneider


Por ter ocorrido em 29 de outubro de 1810 a fundação da Biblioteca Nacional, esta data é comemorada como o Dia Nacional do Livro.
Ocorreu-me escrever algo a respeito do livro, este amigo mudo mas sábio que me acompanha desde que me conheço por gente. O pouco que sei nesta vida pacata que levo, além dos mestres que me ensinaram, estão os livros como fonte de conhecimentos onde procurei sempre a aprendizagem e o lazer, apesar da mortificante televisão cuja tentação não tenho resistido.
Também não posso deixar de referir-me ao leitor para o qual compus um soneto: Ao leitor - Quando escrevo me assalta um pensamento/ indeciso de não saber a quem/ possa atingir meu louco sentimento/ e duvidar assim não me faz bem...// Espero apenas que o meu sofrimento/ não vá prejudicar... ferir ninguém.../ Ponho aqui realidade e fingimento/ para a escolha daqueles que me lêem.// Segue junto comigo se te apraz/ conhecer solidão e fantasia,/ às vezes desespero, às vezes paz:/ meus “Sonetos e Cânticos Dispersos”,/ dizendo que no mundo da poesia/ cada qual é o poeta dos seus versos...
Pode parecer estranho que quase sempre me socorro da poesia para escrever o meu texto aqui, buscando divulgar os autores, os mais diversos. É uma maneira de despertar o interesse para a arte poética pois sempre vejo nela uma tábua de salvação à realidade cruel que presenciamos no dia-a-dia. Nunca é demais lembrar: “Um país se faz com homens e livros”. Monteiro Lobato (1882-1948). Então, façamos deles os nossos fiéis e constantes companheiros para enfrentar a vida.


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

NASCIMENTO DE VIANNA MOOG - 28.10.1906 - FOTO e IMAGEM da INTERNET

Vianna Moog

















DUAS REALIDADES E UM CAMINHO

Ialmar Pio Schneider

Cerca de duas décadas atrás, li com grande interesse o livro Bandeirantes e Pioneiros, de Vianna Moog, que considero um clássico sobre os princípios da formação brasileira e da norte-americana. O autor traça um paralelo entre as duas nações, demonstrando que enquanto nós fomos povoados por degredados e aventureiros a serviço da Coroa Portuguesa e a si próprios, cujo enriquecimento visavam, lá no hemisfério norte, o país ianque era colonizado por pioneiros que se fixavam à terra com ânimo definitivo, onde firmavam domicílio e construíram uma nova pátria. E assim foi durante alguns anos; basta notar que logo instituíram uma república, enquanto aqui continuava colônia e, posteriormente, transformando-se em império, só atingindo o regime republicano em fins de 1889, o que resultou em tremendo atraso.
Houve também o fato muito explicitado pelo autor, de termos adotado uma formação quase exclusivamente acadêmica e os Estados Unidos terem preferido o caminho científico da tecnologia. Consta ainda que enquanto as casas daqui possuíam uma biblioteca, tratando de assuntos de Literatura, os colonizadores norte-americanos se voltavam para a indústria, tendo em cada moradia uma oficina destinada a pesquisas e invenções, não excluindo a parte literária, o estudo da Bíblia, a aceitação do Calvinismo que muito contribuiu na conceituação da mentalidade que iria influir no destino daquela nação.
Desta forma, pode-se avaliar o que se passou desde o início, quanto à constituição do nosso país e que perdura até hoje, não obstante o trabalho árduo que todos enfrentamos no dia-a-dia, rumo ao progresso que virá, certamente, com o desenvolvimento industrial que teremos. Para que isto aconteça, entretanto, é necessário que acreditemos em futuro promissor, ainda que se insira em lugar-comum, pois as riquezas naturais que possuímos são as maiores do Mundo.
Por estes dias assisti na televisão, a uma palestra do escritor e cientista J. W. Bautista Vidal, autor do livro Poder dos Trópicos, discorrendo por longo tempo a respeito das energias alternativas que poderemos dispor, quer solar, quer vegetal perfeitamente renovável (álcool), e apesar da acentuada ênfase que imprimiu ao assunto, não encontrou solução para tal implemento, só possível com a aplicação de elevados recursos financeiros. Pode ser um caminho... mas quem o enfrentará?!
_____________________
Cronista

Publicado em 4 de janeiro de 1999 - no Diário de Canoas.






POESIA GAUCHESCA de IALMAR PIO - TELA de GLAUCIA SCHERER

Tela de Glaucia Scherer











PÁG. 16 - O TIMONEIRO - CANOAS, 23.9.83
TRADICIONALISMO
VERSO XUCRO II

E no próprio mate amigo
és consolo na saudade,
lembrança doce que invade
este peito de índio macho,
os recuerdos de muchacho
que não voltam nunca mais,
o convívio com meus pais,
com minhas manas e manos
e os meus tristes desenganos
que já ficaram pra trás.

Da boiada o berro xucro,
dos passarinhos o canto,
da china o suave encanto,
do pago inteiro a beleza,
o esplendor da natureza
de tudo que nos pertence,
velha trova riograndense
és um motivo de glória
já remarcado na história
de um povo que luta e vence !

Nasces livre na Campanha,
lá na Serra ou nas Missões,
nem conservas os grilhões
de trovador erudito,
hás de ser sempre bendito
no estilo de quem te faz,
um peão ou capataz
pouco importa quem te faça,
espelho limpo da raça,
legado dos ancestrais !

Quem te escuta nas tertúlias
e nos saraus de galpão,
percebe com emoção
que trazes em tua essência
tal devoção à querência,
sentimento imenso e forte
capaz de vencer a morte
porque no pago do Além
sempre teremos Alguém
pra dirigir nossa sorte !



Ialmar Pio Schneider_______________________________________________________________________


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Nascimento de Gracialiano Ramos - em 27.10.1892 - Imagem da Internet

Gracialiano Ramos












AUSÊNCIA DE AMOR

IALMAR PIO SCHNEIDER

Tenho procurado retirar subsídios nos livros que leio com alguma assiduidade, para escrever as páginas dos meus relatos e observações pessoais, como o faço aqui e agora. Creio na literatura em geral, pois representando o pensamento de seus autores, vem suprir meu ideal de compreensão nos destinos da existência. Nada foi escrito em vão, desde os primórdios da humanidade até os nossos dias e continuará sendo, certamente, no futuro. A lógica confirma isto, uma vez que a comunicação entre os seres humanos se faz por meio da escrita, embora o grande avanço da tecnologia neste setor. O assunto a ser abordado, a meu ver e de muitos outros, é universal e palpitante. Quantos dramas não acontecem em conseqüência deste motivo que não é banal ?! Serve de reflexão para uma vida menos árdua e mais amena, senão satisfatória e feliz. Dir-se-ia que o amor deverá ser o leitmotiv presente no coração de todos os mortais, para atingir a plenitude do espírito inquieto.
No romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, vamos encontrar uma significativa falta de amor, notadamente por parte do principal personagem e narrador da história: Paulo Honório. Podemos entender este seu comportamento devido às agruras da vida, que já desde a infância miserável, teve que passar. Quando jovem matou uma pessoa, tendo ficado alguns anos na cadeia. Depois, trabalhou no eito e foi se recalcando. Assim transcorrem as primeiras páginas do livro.
Passados alguns anos, Paulo Honório resolve se apossar da fazenda “São Bernardo” onde trabalhara tempos atrás. Para fazê-lo trama uma armadilha ao herdeiro da propriedade, o Padilha Filho, que é bêbado e jogador inveterado de bilhar. Empresta-lhe dinheiro para o jogo, que o Padilha vai queimando, até chegar à hipoteca do imóvel. Daí até chegar à posse foi um tapa; e a escritura foi assinada sem mais delongas.
Paulo Honório, agora já proprietário da fazenda, começa a desenvolver uma administração satisfatória, conseguindo bons resultados em seus empreendimentos. Vai de vento em popa. Adquire prestígio e dinheiro lhe sobra.
Dada à situação em que se encontra, resolve casar, não tanto por amor, mas para deixar um herdeiro. Encontra Madalena, jovem professora, loira e bonita e em breve está casado. Sua consorte, que é humanitária e meiga, dedica muita afeição às pessoas humildes da fazenda, o que causa em Paulo Honório, um terrível ciúme doentio. Começam as desavenças do casal e Madalena suicida-se, deixando-lhe um filho.
Já então quase no final do romance, Paulo Honório está sozinho e resolve escrever sua história. Seu desabafo não poderia ser mais dramático:
“- Estraguei a minha vida, estraguei-a estupidamente”.
____________________________________
Poeta e cronista
Publicado em 31 de março de 2000 - no Diário de Canoas.





segunda-feira, 25 de outubro de 2010

POESIA GAUCHESCA de IALMAR PIO - TELA de GLAUCIA SCHERER

Tela de Glaucia Scherer














V E R S O X U C R O

Verso xucro do meu pago,
mensageiro redomão,
símbolo da tradição
do Rio Grande em qualquer era,
tu traduzes a tapera
e também a estância rica,
tanto a bota de pelica
como a de garrão de potro
e que algum peão que outro
com destreza inda fabrica !

Eu te conheço, meu verso
que já trago como herança
desde o tempo de criança
nos pagos onde nasci;
muitas coisas aprendi
em tua filosofia,
na luta do dia-a-dia
que o pobre campeiro enfrenta
pela estrada erma e poeirenta
na tristeza ou na alegria !...

Se vou cruzando gaudério
por este mundo de Deus,
representas meu adeus
na chegada e despedida;
e quanta prenda querida
suspira com teu calor
quando tu falas de amor
numa linguagem sonora
cantando como quem chora
ao repontar uma dor !



Ialmar Pio Schneider


CANOAS, 16.9.83 - O TIMONEIRO - PÁG. 17





sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi



O POEMA DA VITÓRIA E A SOCIOLOGIA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Quando iniciamos o Curso de Direito no longínquo, mas nem tanto, agosto de 1980, recebemos por cortesia das Faculdades Integradas do Instituto Ritter dos Reis, um poema que poderia nortear nosso destino daí para a frente, o qual transcrevo abaixo: “ A Vitória na Vida - Bastos Tigre - ‘I - Pobre de ti se pensas ser vencido:/ Tua derrota é caso decidido!/ Queres vencer, mas se em Deus e em ti não crês/ Tua descrença esmaga-te de vez./ Se imaginas perder, perdido estás;/ Quem não confia em si marcha para trás./ A força que te impele para a frente/ É a decisão firmada em tua mente.// II - Muita empresa esboroa-se em fracasso/ Antes, mesmo, do primeiro passo./ Muito covarde tem capitulado/ Antes de haver a luta começado./ Forte é aquele que forte se imagina!/ Olha o alto - o que ao alto se destina!/ O querer é poder arquipotente/ E a decisão firmada em tua mente.// III - Nem sempre quem mais corre a meta alcança,/ Nem mais longe o mais forte o disco lança./ Vence aquele que vai firme de si e em frente/ Com a decisão firmada em sua mente./ Pensa em grande - e teus feitos crescerão!/ Pensa em pequeno - e irás depressa ao chão!/ A confiança em Deus e em ti mesmo é a trajetória/ Que te conduzirá ao alto cimo da VITÓRIA!’”
Logo iniciamos o estudo da Sociologia Geral e o professor Dr. Almiro Petry, traria à baila o tema seguinte, conforme ensinamentos do sociólogo norte-americano William Isaac Thomas (1863-1947): Explique o desejo de novas experiências como fator psicológico da vida social. Ao que responderia: - Podem ser as formas de estímulo que o indivíduo sente ao descobrir o mundo que o cerca. Pode se manifestar diretamente através de uma viagem perigosa, exploração de regiões inacessíveis ou até por disputas esportivas, por uma conquista amorosa, etc. De uma forma geral temos que a reação social pode ser depreciativa, reticente ou apreciativa. Neste último caso poderá levar o sujeito ou um grupo a modificar sua maneira de agir na sociedade. Como exemplos temos o de George Sand que era mulher, e vestia-se como homem, provocando a reação da sociedade, mas ao mesmo tempo seria considerada pelas obras que escrevia. Em nossa sociedade vamos encontrar a Semana da Arte Moderna em São Paulo, em 1922 (fazendo, portanto, 80 anos) que provocou grande celeuma nos moldes da Literatura Brasileira.
De modo indireto as novas experiências podem ser dirigidas à literatura (leitura de um livro sensacional), ao cinema (assistir a filmes de aventura e/ou fantásticos), disputas esportivas, etc.
De como fator psicológico podemos colocar qual uma fuga ao cotidiano rotineiro com seus conseqüentes aborrecimentos, que leva o indivíduo em busca do desconhecido. Geralmente, ou quase sempre, se manifesta na juventude em contraposição à velhice que deseja a segurança.
Outrossim, ainda antes, referir-se-ia frente ao crescimento da população mundial, invocando a teoria do Rvdo. Thomas Roberto Malthus (1766-1834), inglês, como segue: 1. - A provisão de víveres alimentícios limita sempre a população; 2. - Haverá um equilíbrio do aumento da população devido à limitação natural ocasionada pelas guerras, principalmente, fome decorrente de falta de alimentos, pestes, etc.; 3. - O controle da natalidade e a continência poderão, digo, o controle da natalidade, continência e casamento em idade tardia poderão levar a um certo equilíbrio.
Por outro lado, Malthus enunciou que os meios de subsistência aumentam em progressão aritmética enquanto que o aumento da população aumenta em progressão geométrica e se não fossem as limitações naturais (guerras principalmente, fome e pestes) estaria ameaçada a permanência do ser humano na face da Terra.
Por aí começaríamos nosso estudo antes de entrarmos no Direito propriamente dito, uma vez que a Sociologia nos traz conhecimentos sempre válidos para visualizarmos novos horizontes por nós desconhecidos até então (no meu caso). Espero ter contribuído com uma pequena parcela para início de conversa em assunto tão importante.
________________________________
Bacharel em Direito e cronista
Publicado em 3 de abril de 2002 - no Diário de Canoas.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET - MUSA

Fada


















S O N E T O

Ialmar Pio Schneider

O tempo há de trazer a nostalgia
e quando, sem consolo, velha fores,
repassarás a página de amores
da vida que será demais tardia.

Então recordarás quando existia
em teu destino cheio de esplendores
um homem que por versos sonhadores
cantava tua beleza noite e dia.

E na mente cansada e insatisfeita
não terás o sossego que deleita
os derradeiros passos dos velhinhos,

pela simples razão que não se olvida
as benfazejas impressões da vida
e a falta que nos fez certos carinhos.

Publicado na pág. 10 de O TIMONEIRO de 26-3-82 de CANOAS (RS).




quarta-feira, 20 de outubro de 2010

POEMA de IALMAR PIO - 20 de Outubro: Dia do Poeta - Aquarela de Ângela Ponsi

Aquarela de Ângela Ponsi


















Mensagem
ao poeta

Vai em frente, segue a estrada
sem muito esperar da glória,
vida simples, devotada...
Se alguém ouvir tua estória
nostálgica e merencória,
canta sempre, até por nada !...

Faze como o passarinho
que saúda a natureza,
enquanto busca um raminho,
com afã e singeleza,
pra construir o seu ninho:
- maior prova de beleza !

Sejam teus versos cantigas
que a gente escuta na rua,
pobres canções, mas amigas
como as estrelas e a lua;
pois a terra será tua
longe de dor e fadigas...

Não temas crítica austera
e nem te afastes do tema,
sempre alcança quem espera;
prosseguir seja teu lema
e verás a primavera
coroar-te com seu diadema !

IALMAR PIO SCHNEIDER






***

terça-feira, 19 de outubro de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM FOTO da INTERNET














ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE VINÍCIUS DE MORAES - 19 de outubro

***


SONETO PÓSTUMO PARA VINICIUS DE MORAES - 9.7.1980


Quando partiu naquela madrugada,

Vinícius de Moraes, poeta ardente,

deixou-nos a poesia apaixonada

de alguém que tanto amou, infindamente...




Poemas e sonetos, obra alada

voando aos corações de toda a gente,

que do cupido sente uma flechada

para viver apaixonadamente...




Em todos os momentos convividos

com suas musas, escreveu os versos

que todo sempre permanecerão...




Porque jamais hão de ser esquecidos

estes cânticos belos e diversos

que entoou o Poeta da Paixão !



IALMAR PIO SCHNEIDER



***

domingo, 17 de outubro de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET

Angellier_Carícias

















S O N E T O I

Ialmar Pio Schneider

Quando leres meus versos, na calada
da noite escura e não te contiveres,
ao relembrar que foste minha amada
e eu poderei estar com outras mulheres...

Ao te sentires só e abandonada,
de minha companhia não dispuseres,
mas sem dormir em alta madrugada
conciliar o sono não puderes...

Quando em teus olhos rebentar o pranto
com amargura que te roube a paz,
perdida em solidão e desencanto,

de me esquecer não fores já capaz,
minha presença vai pesar-te tanto
que fatalmente te arrependerás!

pág. 14 - “O TIMONEIRO” - 18.9.81 - CANOAS (RS)
_________________________________________________________________________

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - IMAGENS da INTERNET

Pelicano



Alfred de Musset










O POETA E O PELICANO

IALMAR PIO SCHNEIDER

Estava eu a matutar no que iria escrever nestas horas monótonas de minha vida, quando me deparei com uma poesia da época romântica francesa que traduzimos na adolescência, ao cursarmos o Científico. Lembro-me que o professor de francês no Colégio Nossa Senhora da Conceição de Passo Fundo - RS, era o irmão marista Érico, cujo apelido carinhoso era “Foquinha”, e que ao ler as poesias em voz alta ele se empolgava transmitindo uma emoção ímpar e que todos ouvíamos em silêncio, no original desta língua tão melódica quanto sonora, no meu mero entendimento. O livro em que estudávamos era o Cours de Français, de Augusto R. Rainha e José A. Gonçalves, e nas páginas 35, 36 e 37, constava a minibiografia do autor e a poesia a que me refiro, como segue: “Época Romântica - A Poesia - MUSSET (1810-1957) - 1 - Alfred de Musset nasceu em Paris, onde após excelentes estudos, partiu do Cenáculo e se engajou no romantismo. Entretanto, não tardou a retomar uma independência da qual era cioso (ciumento). Levou, durante algum tempo, uma vida licenciosa que lhe não deixa senão remorso e desencantamento. Tornou-se então um poeta apaixonado. É o período de sua grande poesia.
Este poeta tão grande e tão maravilhoso, é Enfant du siècle (Filho do século), como ele gostava de se chamar a si mesmo, e morreu na idade de quarenta e sete anos.
2 - Suas Obras Líricas estão reunidas em dois volumes: Primeiras Poesias (Contos da Espanha e da Itália); Novas Poesias (as Noites), a melhor parte da obra do poeta. - 3 - Musset é antes de tudo o “poeta do amor”. É seu princípio que “toda a obra literária consiste em abrir seu coração e a penetrar no coração do leitor”. “Ah ! bate de encontro ao teu coração: é lá que está o gênio” - escreveu. É um poeta todo pessoal (original), não gostava de imitar: “Mon verre n’est pas grand, mais je bois dans mon verre.” (Meu copo não é grande, mas eu bebo no meu copo).”
Após este prólogo tão interessante quanto necessário, a meu ver, em tradução minha adaptada, vamos à poesia: “O PELICANO - Qualquer preocupação que sofras em tua vida,/ Oh! deixa dilatar-se, esta santa ferida/ Que os negros serafins têm cavado em teu peito/ Nada nos faz tão grandes como um sofrer perfeito./ Mas, por estar atento, não creias, ó poeta,/ Que no Mundo a tua voz deva ficar quieta !/ Os mais pungentes são os cânticos mais belos,/ E eu conheço imortais que são tristes anelos./ Quando o pelicano, em longa viagem solta,/ Nas brumas da tardinha aos seus caniços volta,/ Famintos filhos seus caminham sobre a praia,/ Vendo-o esbater-se ao longe em cima às plúmbeas águas/ Já crendo em apanhar e repartir a presa/ Eles correm ao pai com gritos de alegrias/ Erguendo os bicos sobre as gargantas frias./ Ele, galgando a passos lentos uma rocha elevada,/ Em sua asa pendente abrigando a ninhada,/ Pescador melancólico, ele olha os céus./ O sangue corre em golfadas em seu peito aberto;/ Em vão dos mares escavou a profundeza:/ O Oceano estava vazio e a praia deserta;/ Por todo alimento ele traz seu coração./ Sombrio e silencioso, estendido sobre a pedra,/ Repartindo aos seus filhos suas entranhas de pai,/ No seu amor sublime embala a sua dor,/ E, olhando escorrer seu peito a sangrar,/ Sobre seu festim de morte ele se prostra e cambaleia,/ Ébrio de volúpia, de ternura e de horror./ Mas às vezes, no meio do divino sacrifício,/ Fatigado de morrer em tão longo suplício,/ Ele acredita que os filhos o deixem vivendo;/ Então soergue-se, abre sua asa ao vento,/ E, ferindo-se o coração com um grito selvagem,/ Solta dentro da noite um tão fúnebre adeus,/ Que os pássaros dos mares desertam a beira-mar,/ E que o viajor demorado na praia,/ Sentindo passar a morte, se recomenda a Deus.” (La Nuit de Mai (1835).
Ao findar este mês de maio em pleno outono, quis prestar uma homenagem in memoriam a este inigualável poeta romântico francês que com seu poema( inserido em Noites de Maio), demonstrou até onde vai o amor paterno e materno, sacrificando sua própria vida para que seus filhotes continuem a viver. É uma lição divina da natureza.
_______________________________________________
Poeta e cronista - E-mail: rs080254@via-rs.net
Publicado em 28 de maio de 2003 - no Diário de Canoas.

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quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET

Fada



















S O N E T O A F L I T O

Ialmar Pio Schneider

Quisera aqui deixar escrito de passagem
aquele enlevo que nos uniu num momento;
depois tomaste um rumo e seguiste viagem
como quem parte, assim levada pelo vento...

Hoje procuro ouvir na tênue voz da aragem
um suspiro talvez; ou quem sabe um lamento
emitido por ti, tal qual uma mensagem
que me permita, enfim, lograr o meu intento...

Mas vão-se as estações: inverno, primavera,
verão e outono; e ainda estou sozinho e triste,
na aflição infernal de quem sofrendo espera...

Se ouvires, por acaso, um pássaro canoro
entoar uma canção que tu jamais ouviste,
recorda-te que ao te lembrar ainda imploro !

PÁG.11 - O TIMONEIRO - CANOAS, 4.3.83
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http://ialmar.pio.schneider.zip.net/
EM 15.04.2009
http://ial123.blog.terra.com.br/
EM 09.06.2009

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

CRÔNICA DE IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET




















OS DESPREOCUPADOS SÃO MAIS FELIZES

Ialmar Pio Schneider

Por que acontece isto? Pela maneira com que encaram o dia-a-dia, levando tudo de roldão. Pouco se lhes dá se estão certos ou errados; “e a vida continua”, costumam dizer. Deste modo vão rompendo barreiras e conseguindo audiências inexplicáveis.
Eles não se preocupam com o que os outros possam pensar. São incapazes de exercer a autocrítica e continuam em suas atividades, principalmente intelectuais ou de comunicação, sem se dar conta do ridículo. Consideram-se os donos da verdade e não só isto, mas também emitem suas opiniões sem conhecimento de causa como se dominassem o assunto com sapiência. Quem os ouve ou vê, tanto no rádio como na televisão, tem que engolir suas falsas afirmativas, sem podê-las contestar de imediato e que passam como se fossem verdadeiras, atingindo em cheio os ingênuos.
Não é difícil notar a mediocridade do seu pensamento quando abordam certos temas de que se julgam a cavaleiro.
Todavia, é melhor que seja assim do que ficarmos tolhidos de manifestar nossas opiniões, como já aconteceu não faz muito tempo, de triste memória e que deixou resquícios de opressão. Para que haja uma mudança no entendimento do povo só existe um caminho: educação e cultura, estudo e trabalho.
Ao que parece, atualmente, estamos livres da censura, ou melhor, usufruímos da liberdade de expressão que por mais de 20 anos não tivemos. Diz-se que por este motivo há carência de líderes políticos e a nossa democracia é incipiente. Não há dúvida que deveremos exercitar por um longo tempo o direito de cidadania para aperfeiçoá-la cada vez mais.
Enquanto isto, adotemos o célebre princípio do grande mestre Voltaire: “Não concordo com nenhuma palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo.” Grande lição da liberdade contra a prepotência !
Por que do título? Impressão do escriba, admitindo que neste mundo vencem os afoitos, embora parvos, pois arrebatam os espaços que se lhes apresentam e, displicentemente, vão enfrentando a situação na maior indiferença. Até parece que a sorte os acompanha, qual suas próprias sombras, e demonstram viver mergulhados na fantasia, mas venturosos. São aqueles que não se importam com o que os outros pensam a seu respeito e desta forma tudo é fácil, tudo é exeqüível. Conseguem manter-se durante anos a fio em seus postos, apesar das incongruências que praticam, por assim dizer, inadvertidamente.
Quando alguém os contesta em suas opiniões, consideram-se vencedores com o aval do público humilde que os aceita e simplesmente respondem: “Quem não tem competência não se estabelece !” E não deixam de ter razão.
_______________________
Cronista
NO DIÁRIO DE CANOAS – EM 9.12.09
Publicado em 18 de novembro de 1998 - no Jornal do Comércio - P.Alegre.
Publicado em 17 de março de 1999 - no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/ - 16.10.2008

terça-feira, 12 de outubro de 2010

DIA DE NOSSA SENHORA APARECIDA - PADROEIRA DO BRASIL - IMAGEM DA INTERNET






ORAÇÃO A NOSSA SENHORA - em 1959 - Getúlio Vargas - RS


Virgem Maria, no meio destas flores,

como sois bela, como sois querida,

eu sinto de Vós irradiar-me a vida,

não de sofrimentos, mas de amores !



POrque sois Vós a mãe das flores,

porque sois Vós a mãe da vida,

porque sois Vós a mãe querida,

porque sois Vós a mãe de amores;



ouvi a prece que eu repito

como ladainha para Vós

e dai ao vosso filho mais coragem



de prosseguir na busca do infinito,

inda mesmo que o sonho seja algoz,

que não passe realmente de miragem...



IALMAR PIO SCHNEIDER

domingo, 10 de outubro de 2010

POEMA de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET





Do Bric-à-Brac da Vida
NILO TAPECOARA
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Publicada na página 22 em 7.7.1982 do CORREIO DO POVO DE
PORTO ALEGRE (RS)
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Elegia a Romy Schneider

Ialmar Pio Schneider

Por que partiste assim ?
Quem o saberá ?!...

Oh! minha adolescência - ai de mim -
que tão cedo se foi !

Te lembro ainda: Sissi, a Imperatriz:
a série romântica também do meu existir...

Te foste na solidão da madrugada
levando o que ? Um buquê de amarguras ?!
ou uma rosa nos lábios e duas safiras nos olhos
num semblante triste ?...

30.05.82

http://ialmar.pio.schneider.zip.net/
EM 20.04.2009__________________________________________________
http://ial123.blog.terra.com.br/poesias_esparsas_reunidas_2


sábado, 9 de outubro de 2010

CONTO/CRÔNICA DE IALMAR PIO - TELA DE GLAUCIA SCHERER

Telas de Glaucia Scherer


















ACONTECEU NA 1ª BIENAL

Ialmar Pio Schneider

Quando da realização do evento da 1ª BIENAL que ocorreu em Porto Alegre - RS, de 2 de outubro a 30 de novembro de 1997, compareceram pessoas de muitas cidades do estado, do país e do exterior, a fim de apreciar as obras de artes plásticas expostas em vários locais da capital gaúcha. Foram muitos os dias de intensa atividade artística, em que até um ônibus especial ficava à disposição dos interessados, em frente ao Mercado Público, de onde partia transportando-os aos diversos lugares da exposição. Nessa ocasião alguns flertes floresceram e houve romances que frutificaram. É o caso da história abaixo e de outras tantas que não foram registradas, como de fato geralmente sói acontecer nesses momentos em que se misturam a realidade com a fantasia.
Despertara-lhe a curiosidade de saber quem era aquela mulher que avistara em certa tarde na Exposição da Bienal. Aparentava beirar os trinta anos e era morena clara. Tinha um corpo bem feito, torneado, e caminhava com certa esbeltez, olhando os quadros, admirando-os. Parecia andar solta dentro de um vestido de seda que a abrigava, deixando-a, assim, muito atraente. Olhava-a, de vez em quando, disfarçadamente, e ela parecia, mais ou menos, corresponder-lhe com discrição. E o flerte prosseguia inconseqüente, até que Menandro, criando coragem, aproximou-se dela, vencendo a timidez , e disse-lhe:
- Interessantes estes quadros... Estás apreciando?
- É... realmente, são muito sugestivos - respondeu-lhe Lívia.
- És daqui mesmo de Porto Alegre?
- Não, sou de Caxias do Sul. E tu?
- Eu sou de Passo Fundo e estou passeando por aqui. Vim ontem. Mas, vamos tomar alguma coisa no barzinho?
- Pois não; podemos ir.
Saíram e foram caminhando, a conversar, pela rua Sete de Setembro e entraram na lancheria em frente à Praça Montevidéu, no largo da Prefeitura Municipal. Pediram refrigerantes e foram bebendo-os, enquanto escutavam a música ambiental.
- O que vais fazer hoje à noite?
- Não sei ainda... mas talvez volte a Caxias.
- Se eu te convidar, aceitas?
- Depende para o que seja.
- Vamos assistir ao filme “Navalha na Carne”, com a Vera Fischer. Está passando ali no cinema Vitória.
Ela concordou e após lancharem dirigiram-se ao cinema. Tinham muito que conversar ainda, pois ambos não se conheciam e vieram de cidades diferentes. Menandro pensava que tudo se encaminhava bem e Lívia da mesma forma. É bem provável que nascera aí um amor à primeira vista para preencher o vazio da existência de duas pessoas solitárias que se encontraram casualmente.
________________________
Poeta e contista
Publicado em 03 de agosto de 1999 - no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/2007/12/
EM 08.12.2007

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET - MUSA

Ronsard_Soneto_Helena

















SONETO

Ialmar Pio Schneider

Se às vezes não consigo me conter
Perante teus olhares sedutores,
Permaneço sonhando nos amores
Que nunca conseguiram florescer...

Foste a presença, neste meu viver,
Que me trouxe, bem sei, alívio às dores,
Nos momentos de tantos dissabores,
Em dias longos, longe do prazer.

No entanto, não quiseste nada sério,
E me deixaste na desilusão
De amar-te tanto assim sem ser amado...

Minha vida precisa um refrigério
Para enfrentar a triste solidão
Que atinge agora um homem desprezado...

Porto Alegre – RS, 27.04.2010

Às 20h18min.
- Tristeza




quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CRÔNICA DE IALMAR PIO - FOTO DE LIMA BARRETO - INTERNET

Lima Barreto


















O AUTOR DE “O HOMEM QUE SABIA JAVANÊS”


Ialmar Pio Schneider


Nunca um escritor brasileiro me despertou tanto a emoção e o sentimento quanto esse de o Triste Fim de Policarpo Quaresma. Lembro-me que adquiri alguns de seus livros na Livraria Americana de Passo Fundo, RS, editados pela Editora Brasiliense, no ano de 1965, e que eram Recordações do Escrivão Isaías Caminha, cujo prefácio de Alceu Amoroso Lima (Tristão de Ataíde) é um panegírico dos mais eloqüentes dos que já conheci; Triste Fim de Policarpo Quaresma, Numa e a Ninfa, Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, Diário Íntimo e o Cemitério dos Vivos. Posteriormente, comprei outros livros desse literato inigualável de nosso céu literário, pois nos seus apenas quarenta e um anos de idade nos legou uma obra, que pela contingência de sua vida de pobre solitário e qual nosso Mário Quintana, sofreu o revés de não ser eleito para a Academia Brasileira de Letras, compõe-se de dezessete volumes, entre romances, contos, crônicas, impressões de leitura, memórias e correspondência. Tomei conhecimento, isto já faz muitos anos, de sua literatura através de uma revista em quadrinhos e que narrava a história sucinta de Recordações do Escrivão Isaías Caminha, que me ficou na memória. Mais tarde foi publicada pela Editora Civilização Brasileira S.A. , do Rio de Janeiro, em 1964 a 3ª edição de sua biografia magistralmente escrita, através de pesquisas exaustivas, do grande entusiasta de sua obra, o acadêmico imortal Francisco de Assis Barbosa, A Vida de Lima Barreto (1881-1922), Prêmio Fábio Prado,1952, que adquiri também naquele ano e que faz parte de minha modesta biblioteca até hoje.

N H
em 6.10.2010
Mas ele foi também um contundente jornalista crítico de costumes e em seu livro Os Bruzundangas, de suas crônicas publicadas em jornais da época, deixou páginas e mais páginas de sátiras até agora sempre válidas para a atualidade. Em o conto A Nova Califórnia, expõe uma descoberta inusitada que não vou aqui dizer para não tirar ao leitor a surpresa. E o final de o Clara dos Anjos é de uma resignação comovente ! Este é o desabafo, por assim dizer conformado, de quem teve uma vida carente das coisas mais simples e nem por isto deixou de ser um dos escritores mais importante da Literatura Brasileira. Hoje em dia todos o reverenciam. E para finalizar esta crônica, quero fazer minhas as palavras de nosso ínclito crítico literário, no prefácio que fez à obra Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, como segue: “A gloria de Lima Barreto cresce de ano para ano. Seus livros possuem tal marca de sinceridade, de humanidade, de verdade, de dramaticidade silenciosa e honesta, que as gerações se sucedem, as modas passam, os cabotinos aparecem e morrem, os tempos mudam, os acontecimentos mais patéticos enchem os anais dos tempos modernos, dentro e fora do Brasil, e no entanto o Pobre do Subúrbio, o burocrata do Ministério da Guerra, o homem que não tinha dinheiro nem prestígio para publicar seus livros, o homem que fugia de casa e refugiava-se no álcool para não assistir ao drama pungente da loucura paterna, o homem que tinha mais talento literário do que qualquer dos seus contemporâneos e no entanto viveu e morreu quase na indigência, esse homem Bom para quem a vida foi tão má é hoje uma das glórias mais puras do firmamento literário brasileiro e americano, que amanhã será “descoberto” pelo norte-americano ou pelos europeus, como só há pouco o foi Machado de Assis. Sua vida, sua morte e sua obra nos confirmam, uma vez mais, que só por exceção deixa o sofrimento de ser o preço amargo da glória. – Fazenda São Lourenço, 16-VII-1954 – Alceu Amoroso Lima (Tristão de Ataíde)”. Esta é uma simples e modesta homenagem que pretendo prestar ao escritor do meu despertar para a Literatura, que já vai longe.


Poeta e cronista – E-mail: menestrel@brturbo.com


Publicado em 6 de agosto de 2003 – no Diário de Canoas.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dia das Aves. 05 de outubro - Aquarela de Ângela Ponsi

Aquarela de Ângela Ponsi












SONETO MATUTINO

Ialmar Pio Schneider

Surge a manhã, os pássaros cantores
vêm despertar as nossas emoções...
Quem poderá viver sem ter amores
embora sejam sonhos e ilusões ?

O sol nascente esparge resplendores
que são quais ondas d’ouro aos borbotões;
o próprio orvalho que dá vida às flores
semelha pérolas em profusões...

Nesses momentos de êxtase e de enlevo
sinto quanto minh’alma está vazia
e lastimando tua ausência escrevo.

Se por acaso leres estas linhas
pensa na solidão e na poesia
que sempre foram companheiras minhas.

CANOAS, 28-12-84 - O TIMONEIRO - PÁG. 17
http://ialmar.pio.schneider.zip.net/
EM 31.10.2009
http://ial123.blog.terra.com.br/
EM 20.08.2009

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM do Arquivo do autor

Autografando na Feira do Livro de Porto Alegre - RS, em 2005



















A O L E I T O R
____________________________
Ialmar Pio Schneider



Quando escrevo me assalta um pensamento
indeciso de não saber a quem
possa atingir meu louco sentimento
e duvidar assim não me faz bem...

Espero apenas que o meu sofrimento
não vá prejudicar... ferir ninguém...
Ponho aqui realidade e fingimento
para a escolha daqueles que me leem.

Segue junto comigo se te apraz
conhecer solidão e fantasia,
às vezes desespero, às vezes paz:

meus "Sonetos e Cânticos Dispersos"
dizendo que no mundo da poesia
cada qual é o poeta dos seus versos...
***
Oi, tudo bem ? Obrigado pela sua atenção. Abaixo relaciono os blogs e sites onde se encontram minhas poesias e crônicas. Agradeço de coração a visita. Recebo críticas boas ou ruins. Despeço-me com Saudações Poéticas - Ialmar Pio

http://ialmarpioschneider.blogspot.com/

http://singrandohorizontes.wordpress.com/2010/10/02/ialmar-pio-schneider-bau-de-trovas-x/

http://www.jornalnh.com.br/site/interativo/interativo_blog,canal-5,ed-104,ct-107.htm


http://ial123.blog.terra.com.br/conto_1

http://www.sonetos.com.br/meulivro.php?a=44&x=5&y=8

http://ialmar.pio.schneider.zip.net/


http://www.humancats.com/Versos/deamor.htm

http://www.claudiapoesias.hpg.ig.com.br/menestrel_list.htm

http://menestrelobo.vilabol.uol.com.br/IALMAR.PIO.html


http://ial123.blog.terra.com.br/

EM 02.01.2009

sábado, 2 de outubro de 2010

POEMA de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET

MUSA

















Amor sem fim


(Ialmar Pio Schneider)


Quisera fazer-lhe carícias

do mais simples ao mais complexo

e usufruir as delícias

do sexo.



E quando a noite chegasse

envolvendo o mundo

beijando a sua face

e atingindo o clímax profundo...



Nem seriam horas perdidas

mas sempre aproveitadas

por duas vidas

hoje separadas...



Este meu íntimo pensamento

que agora externo

qual o tempo e o vento

seria eterno

nos poemas

sem dilemas...


Porto Alegre - RS, 29 de setembro de 2004 - às 17h19min.

http://ial123.blog.terra.com.br/

http://ialmar.pio.schneider.zip.net/
EM 03.06.2009

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

SONETO DE IALMAR PIO - AQUARELA DE ÂNGELA PONSI

Aquarela A Pensativa de Ângela Ponsi




















S O N E T O

Ialmar Pio Schneider

Amores passageiros desta vida
que já se foram sem deixar ventura,
permanecei em vossa sepultura
onde encontrastes, afinal, guarida!

Se uma tênue lembrança hoje perdura
tal qual a cicatriz de uma ferida,
cante o meu verso como despedida
o derradeiro réquiem de amargura!

E para reencontrar a paz que almejo
descansarei sozinho em meu retiro,
procurando esquecer toda saudade

daquele meu antigo e vão desejo;
pois aos sonhos pretéritos prefiro
essa atual e fria realidade!...

CANOAS (RS) - 23.09.93
http://ialmar.pio.schneider.zip.net/
em 22.8.2010