terça-feira, 31 de agosto de 2010

DIA DO BLOG - 31 de Agosto - IMAGEM da INTERNET






Hoje 31 de agosto é o Dia do Blog.



POEMA - SEXTILHA

Ialmar Pio Schneider

Aos amigos blogueiros, saudações !
Em trinta e um de agosto, Dia do Blog,
façamos nossas comemorações,
divulgando as felizes criações,
quer seja, em crônicas ou poesias,
o gênero real e fantasias...

Porto Alegre, RS, 31 de agosto de 2010-08-30


domingo, 29 de agosto de 2010

CRÔNICA DE IALMAR PIO - RELEITURA - IMAGEM DA INTERNET

Jardim Botânico de Curitiba - PR


UMA VIAGEM INOLVIDÁVEL I

=======IALMAR PIO SCHNEIDER=========

Pedem-me que escreva algumas considerações a respeito da excursão de ônibus por dez dias que fizemos ao Rio de Janeiro, permanecendo em Curitiba, para visitação aos principais pontos turísticos da cidade. Começamos pela viagem de trem até Morretes, através de túneis e viadutos, apreciando paisagens panorâmicas deslumbrantes. Acontece que nada anotei, mas ocorre-me no momento, que ao retornarmos, iniciamos pelo Jardim Botânico, indo após ao Ópera de Arame, à Pedreira Paulo Leminski Filho, onde já cantou, entre outros, o grande tenor José Carreras; e mais dois outros parques, construídos sobre pedreiras desativadas que é uma maneira que fazem para aproveitá-las.
No dia seguinte prosseguimos viagem rumo ao Rio, com uma parada no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, onde tivemos a oportunidade de adquirir alguns souvenirs e rezarmos à Padroeira do Brasil, pedindo sua bênção e proteção.
Chegamos ao Rio à noite e nos hospedamos em hotel junto à praia de Copacabana. Na manhã seguinte iniciamos o city-tour indo ao Morro do Corcovado, onde subimos de trem e após a pé os degraus que levam à estátua do Cristo Redentor, de braços abertos abençoando a todos. A vista lá de cima é maravilhosa, assim como a própria cidade, que já detém esse epíteto que nenhuma outra possui, com justiça.
Depois nos dirigimos ao maior estádio do mundo, o Maracanã, onde vimos o Romário que havia ido colocar os pés na calçada da fama. Tivemos uma palestra do velho zelador há 52 anos, o sr. Izaías Ambrósio (assim se chama, se não me falha a memória, hoje com 74 anos de idade), que nos falou da construção do estádio e da derrota da seleção brasileira para os uruguaios em 1950, por ocasião da Copa do Mundo daquele ano. Prosseguimos pela Av. Niemayer, Leblon, Ipanema, Copacabana e fomos ao Morro da Urca, onde subimos pelo bondinho até o Pão de Açúcar, onde mais uma vez nos deslumbramos com a vista inigualável e fantástica da Cidade Maravilhosa. Acrescento que vimos a extensão da lagoa Rodrigo de Freitas e o Hipódramo da Gávea, além do Cemitério São João Batista onde estão enterrados os grandes vultos do Rio de Janeiro.
No dia seguinte fomos à cidade imperial de Petrópolis, onde existia o Cassino Quitandinha, desativado por ocasião do governo do Presidente Dutra, que proibiu o jogo no país, cujos apartamentos foram vendidos a particulares, hoje aberto à visitação pública, através de ingresso; e depois podemos conhecer o Palácio de Cristal, a Catedral São Pedro de Alcântara, o Museu Imperial e a Casa de Santos Dumont, que também cobram ingressos, excluindo a Catedral e o Palácio de Cristal. Lembrei-me que nessa cidade nasceu o insuperável poeta Raul de Leôni, mas não tive oportunidade de procurar se havia alguma casa que reverenciasse o seu nome. Nem o guia local soube me explicar a respeito, restringindo-se a dizer-me que existe uma rua com o nome do grande literato da cidade.
Pretendo continuar na próxima crônica, se Deus quiser; e vai querer; e os santos ajudarem. Até lá.
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Poeta e cronista
Publicado em 09 de agosto de 2000 - no Diário de Canoas.

sábado, 28 de agosto de 2010

DIA DO BANCÁRIO - 28 de Agosto - Soneto de Ialmar Pio - Imagem da Internet




SONETO AO BANCÁRIO – 28.08

Ialmar Pio Schneider

Hoje quero saudar o bom bancário,
Que se dedica, quase a vida inteira,
Atendendo a população ordeira,
Cumprindo sempre rigoroso horário...

Pouco importa se fez ou não, carreira,
Pois faz parte do gênero operário,
E por isto recebe o seu salário,
Pra sustentar os filhos e a parceira.

Bem sei o quanto é nobre o seu trabalho,
Enfrentando por mais de trinta anos,
Tão incessantemente, sem atalho,

As horas das manhãs e longas tardes,
Os mesmos afazeres sem enganos,
Queixas, desilusões, mágoas e alardes...

Tristeza, Porto Alegre, RS, 25.05.2010
Às 16h55min.


sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Dia do Psicólogo - 27 de Agosto - Crônica de Ialmar Pio - Imagem da Internet




VICISSITUDES DE SIGMUNDO FREUD

Ialmar Pio Schneider

O dia 6 de maio de l856, portanto, há 154 anos, é a data de nascimento do médico austríaco, criador da Psicanálise, a que chamam também de “ciência da alma”, Sigmundo Freud, na cidade de Freiberg, Morávia. Seus estudos a respeito do comportamento humano vieram revolucionar a psicologia até então existente. Nesta área pode-se dizer que é antes e depois de Freud. Iniciou sua aprendizagem em Viena, no Spert-Gymnasium, obtendo as melhores notas da classe. Admirava as personalidades de Aníbal e de Napoleão, o que, conforme algumas opiniões, deu-lhe um temperamento forte ao caráter. Escreveu, mais tarde, sobre a sua admiração infantil por Aníbal e Roma, dizendo que ambos “simbolizavam a oposição entre a tenacidade do judaísmo e a organização da Igreja Católica. Compreendi as conseqüências de pertencer a uma raça alheia ao país, e fui forçado, diante do sentimento anti-semítico reinante entre meus condiscípulos, a assumir posição resoluta, como a do caudilho semita.”
Quando ingressou na Universidade de Viena, onde viria a se formar em medicina em 1881, passou alguns vexames devido à sua condição de judeu pobre. Entretanto, sobressaiu-se pelo seu talento excepcional. Conseguiu distinguir-se em matéria de investigação fisiológica, com demonstrações notáveis, junto com seu mestre Ernesto von Brücke.
Concluído o curso médico, tendo trabalhado algum tempo no Hospital Geral de Viena, resolveu em 1885, empreender uma viagem a Paris a fim de estudar com Jean-Martin Charcot, eminente professor e famoso por suas contribuições em matéria de doenças nervosas, que realizava experiências através do emprego do hipnotismo, demonstrando que as enfermidades corporais tinham origem no espírito da pessoa. Regressou a Viena e expôs as teorias de Charcot à Sociedade Médica local, mas foi recebido com chacota pela maioria dos médicos presentes. Um deles, porém, admitiu sua explanação. Tratava-se do seu velho amigo José Breuer, que já havia empregado com êxito a hipnose num tratamento de caso de histeria. Ambos, então, Freud e Breuer, se envolveram durante 9 anos no mesmo objetivo. Durante este período Freud realizou uma segunda viagem a Paris, para verificar “in loco”, aplicações realizadas com sucesso por Hipólito Bernheim. Contudo, depois disso, Freud abandonou o método hipnótico no tratamento das neuroses e resolveu seguir seu próprio caminho. Havia publicado, conjuntamente com seu mestre e colaborador Breuer, a obra “Estudos sobre a histeria”, no ano de 1895.
Dispensa a colaboração de Breuer, naquele mesmo ano, e voltado para a concepção dos impulsos sexuais, publica um estudo intitulado “Neurose da angústia”, em que lançou ao mundo incrédulo as bases da doutrina da psinanálise, ou psicologia abissal, das “profundidades”. Consta que a psicanálise foi recebida com hostilidade e repugnância, e o próprio Freud com todo o desprezo. Mas ele não se deixou vencer pelo preconceito e continuou a labutar em seus objetivos, apesar das vicissitudes, e publicou incontinenti, as obras: “Interpretação dos sonhos” e a “Psicopatologia da vida cotidiana”, em que estabeleceu os conflitos criados pela “alma” humana. Estavam lançadas as bases da sua doutrina. Observe-se que em “Conceitos Básicos da Psicanálise – Um diálogo”, Freud escreve: “Não se esqueça do que disse certa vez o poeta-filósofo Schiller: “Enquanto a filosofia sublime/ Rege, supremamente, o curso do tempo/ O Mundo, seguindo o velho costume,/ Se move pela fome e pela paixão.” Fome e Paixão – são dois agentes poderosos ! Às necessidades do nosso corpo que estimulam o espírito à ação, chamamos impulsos instintivos.””
Finalizo o presente esboço modesto, com o simples intuito de atentar para o que Freud explica, não obstante a expressão corrente de surpresa, por vezes empregada: nem Freud explica.
Até outra oportunidade...
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Cronista colaborador
Publicado em 11 de maio de 2005 – no Diário de Canoas. – RS

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

MENSAGEM DE ANIVERSÁRIO E FOTO DO AUTOR


Oi, tudo bem ? Meu aniversário é Quinta-feira – dia 26 de agosto - Gostaria de receber uma mensagem – obrigado - Ialmar Pio

DA CONDIÇÃO HUMANA

Jamais eu te direi que estou feliz
e me reservo agora este direito
de sofrer por aquilo que não fiz,
pois este é o meu destino e assim o aceito.

Não quero que me julgues satisfeito
e nem tampouco um mísero infeliz,
o meu caminho embora seja estreito
tem amplitudes que sonhei e quis.

Se desejarmos merecer a vida
profundamente além da concebida
iremos naufragar em dissabores...

Por isso aonde eu for e aonde fores
não é preciso conseguir extremos:
sejamos o que somos e seremos...


SONETO DA LIBERTAÇÃO

Quero o caminho da libertação
para seguir na vida mais confiante,
se alimentava mórbida ilusão
procurarei bani-la, doravante.

Preciso estar alerta a todo instante
e suportar a humana condição,
minha vigília deve ser constante
neste universo envolto em turbilhão...

Levo comigo a chama da esperança
e apesar dos percalços da existência
tenho fé, tenho amor, tenho confiança...

Não mais serei o náufrago perdido
pelos mares da angústia e da impaciência,
porque vencendo-me, terei vencido !

terça-feira, 24 de agosto de 2010

RELEITURA DE UMA CRÔNICA DE IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET - PUBLICADA EM 1º.9.2004



À MEMÓRIA DE GETÚLIO VARGAS – O PAI DOS POBRES

IALMAR PIO SCHNEIDER

No ano em que transcorre o cinqüentenário do passamento do nosso mais celebrado e importante Presidente da República, Dr. Getúlio Dornelles Vargas, tive a oportunidade de assistir a uma palestra proferida pelo insigne escritor Alcy Cheuiche, no Salão Mourisco, da Biblioteca Pública, às 17 h. do dia 12 de agosto p.p. Há tempos li o livro O Mestiço de São Borja, do citado autor, agora relançado, que traz um relato literário do grande estadista de nossa pátria. Devo dizer que tenho que tirar o chapéu para a riqueza de detalhes e fatos com que o palestrante discorreu sobre o assunto. Literatos do porte do Alcy constituem o acervo vivo da história riograndense. E como se trata de um inspirado poeta, também escreveu o poema, transcrito na capa do livro, como segue: “A Paz seja conosco – Que a paz seja conosco/ a cada dia a cada hora/ Misturando-se à lágrima/ que chora/ o sorriso da certeza/ deste amor.// Que nossos sonhos/ de igualdade e de justiça/ encham nossas mãos/ como sementes/ a ser lançadas à terra/ e aos corações.// Que nossa vida/ sirva como exemplo/ aos que não tem fé/ na humanidade/ Fazendo inclinar-se/ ante à bondade/ a ganância infernal/ pelo dinheiro// Que seja eu/ um amigo um companheiro/ Quando doer teu frágil coração/ E sejas tu/ a luz que me ilumine/ e me faça mais homem/ mais poeta/ sem pensar/ em ganhar retribuição// Que a vida se apague/ ao mesmo tempo/ para nós dois/ quando chegar a hora/ E que a paz seja conosco/ novamente/ onde estivermos/ sempre juntos/ como agora”.
Recordo-me, ainda que, tenuamente, daquele fatídico dia 24 de agosto de 1954, quando cursava o 5º ano do primário, e a professora que era uma irmã nos dispensou, dizendo que fôssemos para casa, pois acabava de falecer o Presidente da República e que nossos pais iriam nos esclarecer a respeito. Tinha eu meus 11 anos, faltando, precisamente, dois dias pra completar 12. Ela não quis nos dar mais detalhes...
Meu pai que havia sido cabo do exército em Santana do Livramento, na década dos anos 20, e tinha acompanhado a trajetória política e revolucionária de Getúlio Vargas, disse-me que preferia que ele não voltasse ao poder em 1950, pois já cumprira sua missão nos 15 anos em que comandou e teve as rédeas da Nação. Deveria ter permanecido em sua fazenda, usufruindo merecida aposentadoria e dedicando-se às lides agropecuárias que tanto apreciava. De fato, em seu primeiro governo, havia posto ordem na casa. Mas, enfim, a tragédia acontecera e era de todo lamentável a situação.
Segue como foi divulgada a notícia, conforme a coleção Nosso Século – Brasil, l945/1960, Vol. 7, pg. 9: ano 1954 - * “24 de agosto: Getúlio Vargas recebe um ultimato das Forças Armadas. Às 8 horas da manhã o velho presidente suicida-se com um tiro no coração. Os dias subseqüentes são marcados por violentas manifestações populares. Café Filho assume a presidência da República e afirma que manterá o calendário eleitoral previsto na Constituição.”
No ensejo da passagem desta trágica história, quero prestar esta simples homenagem ao verdadeiro redentor do povo trabalhador brasileiro, que implantou as leis trabalhistas da CLT, para fazer justiça e aliviar o peso ao hipossuficiente proletário. Finalizo com o slogan: “Getúlio Vargas do Brasil – da Vida para a História”. Respeitemos sua memória para sempre !
Cronista e poeta –
E-mail: menestrel@brturbo.com

Publicado em 1º de setembro de 2004 – no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Dia 23 de Agosto - dia da Infância - releitura de uma crônica - imagem da internet




DIREITOS DA CRIANÇA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Muito se tem falado sobre os direitos da criança, ultimamente. Também não é para menos, em vista dos acontecimentos trágicos que envolveram a FEBEM, tanto em Porto Alegre como em São Paulo. Até houve quem escreveu, defendendo que se o Governo destinasse as verbas vultosas que despende neste setor, aos religiosos em geral para educarem os jovens infratores ou não, é provável que se conseguissem resultados mais eficazes e duradouros. No entanto, tudo é polêmico e discutível, pois o problema requer uma solução correta e não paliativos sem consistência.
Outros opinam no sentido de que os adolescentes devam trabalhar mais cedo e não permanecerem pelas ruas, abandonados e expostos aos riscos inevitáveis de convívio marginal. Aqui verifica-se que a causa fundamental desse perigo é a desintegração da família e a falta de perspectivas de milhares de desempregados entregues à doença do alcoolismo e que transferem aos filhos seus desequilíbrios. Enquanto não houver uma educação de base, alicerçando a cultura dessas pessoas, continuará existindo um círculo vicioso qual um moto-contínuo funcionando indefinidamente. Há que se cortar a corrente; e o caminho para isto, acreditamos, é a educação e o trabalho adequados.
Ao procurarmos escrever sobre tema tão importante, sentimo-nos sob uma carga de responsabilidade das mais acentuadas. Se por um lado não é fácil discorrer a respeito do assunto, de outro, encontramos ânimo para fazê-lo, em vista de que fomos crianças e do que deveremos legar a nossos filhos.
Como principal direito da criança podemos colocar o da vida, sem o qual os outros não poderão existir. Sem dúvida, ao nascer, ela deverá ter todas as condições de sobrevivência a fim de que se desenvolva naturalmente.
Em seguida, passemos ao direito de alimentação sadia, incluindo agasalho e abrigo satisfatórios, para que não venha a carecer destes elementos, e, por falta deles, até a perecer na tenra idade como é o caso da mortalidade infantil que ocorre em certas regiões do mundo.
Depois, chegamos à recreação da primeira infância, acompanhada do carinho dos pais e familiares. Aí, então, a criança aprende a amar, o que é deveras salutar na formação do ser humano.
Por último, dentro dos limites destas notas, colocaremos o direito à educação. É necessário que a criança se prepare para enfrentar o mundo que a espera.
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Poeta e cronista
Publicado em 15 de janeiro de 2000 - no Diário de Canoas.


domingo, 22 de agosto de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET


MUSA


S O N E T O

Ialmar Pio Schneider

Eu te recordo em minha fantasia
plena do belo sobrenatural,
pois hoje representas a magia
dentro do meu viver sentimental.

Após a noite insone, surge o dia
primaveril e sempre tão banal,
quando me abate a triste nostalgia
de tua ausência, oh! mulher fatal.

Fora melhor, talvez, não ter amado
quem tanto quis, sem ser correspondido,
num momento qualquer do meu passado...

E quando me reporto à juventude,
lamento em vão o tempo despendido
em ter amado alguém mais do que pude.

CANOAS (RS) - 28./09./93


CRÔNICA - DIA DO FOLCLORE 22 de agosto - TELA de GLAUCIA SCHERER

Tela Carreira de Glaucia Scherer


O FOLCLORE GAÚCHO

Ialmar Pio Schneider

Aqui no Rio Grande do Sul, o folclore, considerado como ciência do povo, termo que foi pela primeira vez empregado pelo arqueólogo inglês G. J. Thoms, originando-se de Folk, povo, e lore, ciência, em 22 de agosto de 1846, portanto, há cento e cinqüenta e dois anos passados, é sobremaneira cultuado, notadamente nos Centros de Tradições Gaúchas, já difundidos, segundo me consta, por vários estados do país e até no exterior. O que mais impressiona é o amor ao torrão natal, ao pingo, à china, que o gaúcho demonstra onde quer que se encontre, e deixa extravasar através de versos e toadas nas tertúlias e fandangos galponeiros. Seja no pontear de um violão, cantando uma milonga, ou no toque de uma cordeona ou bandônio, num xote bem largado, é que o gaudério se diverte e procura esquecer os reveses da vida nos braços de uma chinoca querendona. Também mostra sua destreza na dança da chula.
Mas o folclore gaúcho é deveras portentoso e abrange, além do lazer, os costumes, crendices populares, superstições e até práticas médicas de curandeiros, velhos pajés, parteiras de campanha, benzedeiras de cobreiros, costura de rendidura (hérnia), etc. São herança dos nativos, e povoadores açorianos e castelhanos que se mesclaram para formar a estirpe gaúcha.
Bem acentuados e conhecidos temos os mitos e lendas, tais como as do Negrinho do Pastoreio, A Salamanca do Jarau e A Mboitatá e muitos outros. Discorrendo sobre as Lendas do Sul, assim registra o ínclito mestre folclorista gaúcho Augusto Meyer, que foi membro da Academia Brasileira de Letras, em seu livro GUIA DO FOLCLORE GAÚCHO - Gráfica Editora Aurora, Ltda - RIO - 1951, pág. 96: “O único mito realmente popular, com raízes profundas na tradição gaúcha, é o do Negrinho do Pastoreio; é também o único de pura cepa rio-grandense, livre de qualquer influência gringa.” Mais recentemente, o erudito folclorista gaúcho Antonio Augusto Fagundes, em seu livro MITOS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL - Martins Livreiro-Editor - Porto Alegre - 1992, num trabalho muito bem elaborado, desenvolveu o assunto, abrangendo nosso Estado, externando de modo cabal o seu conhecimento e assim se expressando, magistralmente, no final do prefácio: “Há muito amor nestes estudos, amor pelo povo, que é uma forma de amarmos a nós mesmos. O Folclore é a ciência do amor, por isso eu me fiz folclorista.”
Muito expressiva é a colaboração afro-brasileira para com o folclore gaúcho, representada, principalmente, pelas Congadas que se realizavam próximo ao litoral, em Santo Antônio da Patrulha, abrangendo Conceição do Arroio (hoje Osório), Palmares e Morro Alto, como bem explica Augusto Meyer, em seu livro acima citado, à pág. 60.
Resta acrescentar as contribuições dos imigrantes ao folclore gaúcho e que não foram poucas. Os alemães trouxeram o Kerb, o jogo de bolão, as “bandinhas” e os italianos com as festas paroquiais nas igrejas católicas, a vindima, o jogo da móra, da bocha, e as suas maravilhosas melodias.
É oportuno lembrar que a riqueza de um povo também se mede pela cultura de suas tradições.

(Publicado no Diário de Canoas em 19-08-1998)
http://www.jornalnh.com.br/site/interativo/minhas_cronicas,canal-5,ed-90,ct-452.htm
em 21.8.2010


sábado, 21 de agosto de 2010

TROVAS de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET





TROVAS DIVERSAS

Ialmar Pio Schneider
1
Um verso pobre, uma trova,
merecem sempre acolhida,
pois o sonho se renova
a cada instante da vida.
2
O exemplo mais convincente
de minha triste existência,
foi só... quando inteligente,
paguei o mal com paciência...
3
Desce a noite devagar:
é o começo do verão...
As aves vão descansar
na calma da solidão.
4
Eu só fiz de minha vida
uma história mal escrita;
cavalgando a toda brida,
mas sem fugir da desdita.


http://ialmar.pio.schneider.zip.net/
EM 27.7.2010
http://www.jornalnh.com.br/site/interativo/interativo_blog,canal-5,ed-104,ct-107.htm
em 21.8.2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

RELEITURA DE UMA CRÔNICA DE IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET - DIA DO ARTISTA DE TEATRO - O ATOR - em 19 de agosto





O TEATRO

Ialmar Pio Schneider

Dentre as artes literárias a que mais impressiona, quiçá seja o teatro, não só por ser tão antiga, mas também devido ao calor humano transmitido diretamente ao espectador. Talvez por isto mesmo se conserve sempre atual no contexto da literatura de todas as nações e apesar de ter sido precursora do cinema, não poder-se-á dizer que foi por ele superada, não obstante o avanço da tecnologia, abrangendo também a televisão.
Sábado à noite, precisamente no dia 18 de julho de 1998, às 21 h. fomos ao Theatro São Pedro, onde assistimos à uma peça muito sugestiva e interessante denominada Duas Mãos, com as inigualáveis atrizes Ingrid Guimarães e Carol Machado, fazendo os papéis de avós e netas, encarnando as personagens Mithése e Ássima (avós), e Sônia e Regina (netas), ao mesmo tempo.
Estávamos: a Helena, a Ana Cristina, o André e o autor desta, apreciando o desempenho e a interpretação impecáveis das atrizes em pauta, do alto de um camarote do teatro completamente lotado, quando tocou-me o espírito o sentimento da arte dramática; e dizer que ela vem desde os primórdios da História da Humanidade! Entretanto, sabe-se que realmente se afirmou na época dos gregos antigos, nas formas de comédia ou de tragédia, de acordo com um final feliz ou infeliz.
A peça a que assistimos apresentou problemas existenciais de idosas e jovens, tendendo para a comédia, não obstante, consideravelmente realista em muitos pontos. Os 80 minutos de duração passaram que nem vi. Os aplausos eram constantes, mas moderados. No término foram intensos. Mais uma vez fica comprovado que o sucesso e a aceitação do público estão ligados à vida real das personagens, que se mistura à ficção. Penso que deveríamos ter em nossa cidade uma casa de espetáculos apta a receber artistas teatrais que aqui pudessem apresentar suas peças, uma vez que reclamam da falta de espaço. É provável que no Canoas Shopping Center, s.m.j., alguém possa construí-la e fazendo parte da Praça de Eventos, traga aos canoenses cultura e lazer tão apregoados, não só para valorização de talentos locais, mas também de outros municípios e estados; enfim aos bons cultores da arte dramática. Vai aqui mais esta sugestão que espero ainda ver concretizada, se bem que tantos outros já a tenham feito. Afinal, sempre é válido o provérbio: “água mole em pedra dura, tanto dá até que fura”.
Outrossim, é de notar-se como toda a obra dramática traz uma mensagem positiva, incentivando a criação, influindo no pensamento dos indivíduos, não só qual um passatempo, mas também tal uma fonte de conhecimento para a vida.
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

SONETO de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi




SONETO

Ialmar Pio Schneider

Como posso saber se tu me queres
quando me encontro assim... de ti distante ?...
Elejo-te a mais bela das mulheres
e concebo que sejas minha amante.

Quando sonho contigo deslumbrante,
nada me turva a mente e se tiveres
um pensamento alegre, não obstante
o verdadeiro amor não mais esperes...

Lembra-te do poeta que te quis
no decorrer da tua mocidade,
a quem nada ofertaste, mas apenas

fizeste com que fosse outro infeliz,
perdido pelos antros da cidade,
maldizendo das lástimas terrenas...

Canoas - RS, 17 de outubro de 2000

terça-feira, 17 de agosto de 2010

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

RELEITURA DE UMA CRÔNICA DE IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET



FRUSTRAÇÃO

Ialmar Pio Schneider

Casos como o que se descreve abaixo acontem amiúde, tanto nas cidades grandes e médias, quanto nas vilas o interior. É possível que o leitor já tenha convivido com uma estória destas ou ao menos presenciado alguma. Geralmente, para não dizer sempre, as pessoas que encarnam o tipo de personagem focado, agem assim por ter bom coração, diz o povo. Quem sabe mergulhando-se na psicologia humana, encontre-se uma explicação plausível e até aceitável, a fim de conseguir-se penetrar num comportamento ou atitude dessa natureza.
Outrossim, quando existe uma possibilidade alternativa de sair da situação angustiante, pode-se dar graças a Deus e seguir em frente de cabeça erguida. Foi o que houve no relato ficção-realidade aqui desenvolvido, mais ou menos de maneira sucinta.
Nada poderia ter sido pior do que enfrentar aquela situação que se apresentava neste momento em sua vida. Passara todo o tempo, ganhando e esbanjando dinheiro, sem se preocupar com o futuro. Agora, no entanto, sentia o quanto havia errado, mas era tarde para evitar a decadência, ou melhor, a derrocada total de sua micro-empresa. Sempre ouvira dizer que quando a água atinge a cintura, aprende-se a nadar e levara o barco da existência na flauta, despreocupadamente, como se nada estivesse acontecendo. Aprendera a lição a posteriori. Não adiantou a placa pendurada na parede, em seu armazém de secos e molhados e armarinhos, que rezava: FIADO SÓ AMANHÃ ! Fidêncio Sapopema, prorpietárkio da casa “A BARRATEIRA”, nem atentara para os dizeres da frase, como quem não compreendesse o significado da mesma, nem se lembrara do ditado que diz: Fazer o bem, sem saber a quem, seus perigos tem. Dera de comer a tanta gente, vestira outros e hoje estava quebrado. Para competir com os concorrentes tivera que vender fiado, a fim de angariar fregueses. Fora um péssimo negócio. Olhava para as prateleiras quase que vazias e finalmente, caindo na realidade, vivia um drama que lhe causava profundo abatimento. Entretanto, não se deixaria esmorecer perante o fracasso. Tinha fé e esperança. Afinal de contas, a profissão que exercera desde o início de sua juventude e de quanto se vangloriava, poderia salvá-lo. Foram três anos de médio comércio, para não dizer pequeno, que o frustraram sem atingir seu objetivo que era crescer. Também, apesar de tudo, não ficara devendo a ninguém, pois tinha verdadeira fobia de fazer dívidas, e falira, porque comprava a vista e vendia a prazo, ou melhor, a perder de vista, como se diz vulgarmente.
Finalmente, sem se lamentar, guardando a mágoa para si mesmo e a lição tardia na memória, retorna à sua antiga ocupação. Era barbeiro.
_________________________
Poeta e contista
Publicado em 1º de fevereiro de 1999 - no Diário de Canoas.



domingo, 15 de agosto de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET

Flor
















S O N E T O

Ialmar Pio Schneider

A inspiração existe, sim; é quando
eu me quedo perante o mar e sonho
que tu, mulher eleita, vens chegando
nas ondas espumantes e tristonho

não posso te alcançar, pois desprezando
os cânticos sinceros que componho
vais aos poucos, enfim, te transformando
em pesadelo lúgubre, medonho...

Rogo, então, sem saber o que acontece,
para que as Musas não me deixem nunca
nestes momentos de esplendor do transe.

Se tudo fosse apenas uma prece
o próprio devaneio que se trunca
houvera de formar nosso romance...

Capão da Canoa, RS, 13-2-98


sábado, 14 de agosto de 2010

RELEITURA DE UMA CRÔNICA DE IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET


CIGARRAS E FORMIGAS

IALMAR PIO SCHNEIDER

Nos primeiros anos de escola primária, se não me falha a memória, no terceiro, aprendíamos a fábula “A cigarra e a formiga”, de La Fontaine, traduzida pelo poeta português Belchior M. Curvo Semedo, expressa com as seguintes estrofes: Tendo a cigarra em cantigas / Folgado todo o verão, / Achou-se em penúria extrema / Na tormentosa estação. // Não lhe restando migalha / Que trincasse, a tagarela / Foi valer-se da formiga, / Que morava perto dela. // Rogou-lhe que lhe emprestasse, / Pois tinha riqueza e brio, / Algum grão com que manter-se / Té voltar o aceso estio. // “Amiga, (diz a cigarra) / Prometo, a fé d’animal, / Pagar-vos antes de agosto / Os juros e o principal.” // A formiga nunca empresta, / Nunca dá, por isso ajunta... / - No verão em que lidavas? “/ À pedinte ela pergunta.// Responde a outra: “Eu cantava / Noite e dia, a toda a hora.” / “Oh! Bravo! (torna a formiga) / Cantavas? pois dança agora!”
Ensinavam-nos que se não fizéssemos nosso pé de meia no verão, quando chegasse o inverno iríamos ter dificuldades insuperáveis para nossa sobrevivência. De fato, aquela filosofia ficou impregnada em meu subconsciente por diversos anos até que, bem mais tarde, conheci os sonetos de Olegário Mariano, entre os quais o “Conselho de amigo”, que assim se expressa: Cigarra! Levo a ouvir-te o dia inteiro, / Gosto da tua frívola cantiga, / Mas vou dar-te um conselho, rapariga: / Trata de abastecer o teu celeiro. // Trabalha, segue o exemplo da formiga, / Aí vem o inverno, as chuvas, o nevoeiro, / E tu, não tendo um pouso hospitaleiro, / Pedirás... e é bem triste ser mendiga! // E ela, ouvindo os conselhos que eu lhe dava / (Quem dá conselhos sempre se consome...) / Continuava cantando... continuava...// Parece que no canto ela dizia: / - Se eu deixar de cantar morro de fome... / Que a cantiga é o meu pão de cada dia.
Foi deste modo que a literatura explicava-me por dois prismas como deveria ser encarada a existência das cigarras e das formigas. Comecei a aceitar que Deus as fez para que cumprissem seus destinos já traçados. Nem por isso julguei transpor ao homem esta fatalidade, pois este é dono do livre-arbítrio, o que o leva a diferenciar o certo de o errado, ou melhor dizendo, escolher o caminho que deverá trilhar para seu bem-estar e o de sua família. Estamos aqui de passagem, mas podemos discernir as coisas existentes ao nosso redor, sem fugir da responsabilidade que nos pesa.
Se não conseguir realizar tudo o que desejava, por que me frustrar? Posso, contudo, desenvolver as atividades por mim exequíveis de acordo com as minhas forças. Dizem por aí que, nos dias atuais, empatando já é a conta.; outros falam em não deixar cair a peteca; e assim por diante. São expressões populares que despertam um sentimento de aceitação. Quero crer que é a maneira mais adequada de enfrentar a vida.
____________________________
Poeta e cronista
Publicado em 26 de julho de 2000 - no Diário de Canoas.


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

CRÔNICA/CONTO DE IALMAR PIO - TELAS DE GLAUCIA SCHERER

Telas de Glaucia Scherer


ACONTECEU NA 1ª BIENAL

Ialmar Pio Schneider

Quando da realização do evento da 1ª BIENAL que ocorreu em Porto Alegre - RS, de 2 de outubro a 30 de novembro de 1997, compareceram pessoas de muitas cidades do estado, do país e do exterior, a fim de apreciar as obras de artes plásticas expostas em vários locais da capital gaúcha. Foram muitos os dias de intensa atividade artística, em que até um ônibus especial ficava à disposição dos interessados, em frente ao Mercado Público, de onde partia transportando-os aos diversos lugares da exposição. Nessa ocasião alguns flertes floresceram e houve romances que frutificaram. É o caso da história abaixo e de outras tantas que não foram registradas, como de fato geralmente sói acontecer nesses momentos em que se misturam a realidade com a fantasia.
Despertara-lhe a curiosidade de saber quem era aquela mulher que avistara em certa tarde na Exposição da Bienal. Aparentava beirar os trinta anos e era morena clara. Tinha um corpo bem feito, torneado, e caminhava com certa esbeltez, olhando os quadros, admirando-os. Parecia andar solta dentro de um vestido de seda que a abrigava, deixando-a, assim, muito atraente. Olhava-a, de vez em quando, disfarçadamente, e ela parecia, mais ou menos, corresponder-lhe com discrição. E o flerte prosseguia inconseqüente, até que Menandro, criando coragem, aproximou-se dela, vencendo a timidez , e disse-lhe:
- Interessantes estes quadros... Estás apreciando?
- É... realmente, são muito sugestivos - respondeu-lhe Lívia.
- És daqui mesmo de Porto Alegre?
- Não, sou de Caxias do Sul. E tu?
- Eu sou de Passo Fundo e estou passeando por aqui. Vim ontem. Mas, vamos tomar alguma coisa no barzinho?
- Pois não; podemos ir.
Saíram e foram caminhando, a conversar, pela rua Sete de Setembro e entraram na lancheria em frente à Praça Montevidéu, no largo da Prefeitura Municipal. Pediram refrigerantes e foram bebendo-os, enquanto escutavam a música ambiental.
- O que vais fazer hoje à noite?
- Não sei ainda... mas talvez volte a Caxias.
- Se eu te convidar, aceitas?
- Depende para o que seja.
- Vamos assistir ao filme “Navalha na Carne”, com a Vera Fischer. Está passando ali no cinema Vitória.
Ela concordou e após lancharem dirigiram-se ao cinema. Tinham muito que conversar ainda, pois ambos não se conheciam e vieram de cidades diferentes. Menandro pensava que tudo se encaminhava bem e Lívia da mesma forma. É bem provável que nascera aí um amor à primeira vista para preencher o vazio da existência de duas pessoas solitárias que se encontraram casualmente.
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Poeta e contista
Publicado em 03 de agosto de 1999 - no Diário de Canoas.

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em 23.05.2010
DIÁRIO DE NOVO HAMBURGO EM 23.04.10


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

CRÔNICA - Dia Nacional da Juventude (Lei nº 10.515, de 11 de Julho de 2002)



MENSAGEM AOS JOVENS


Ialmar Pio Schneider


“Apresentaram-lhe umas crianças para que as tocasse, porém os discípulos os repreendiam. Vendo-o Jesus, indignou-se e lhes disse: Deixai vir a mim as criancinhas, e não as estorveis, porque delas é o reino de Deus. Em verdade vos digo, quem não receber o reino de Deus como uma criança, não entrará nele. E abraçando-as, abençoou-as, impondo-lhes as mãos”. Marcos 10-13 a 16

De minhas leituras da adolescência, uma me ficou ao longo do tempo na memória. Trata-se da história de um menino, que após haver sido enjeitado pelos pais, foi entregue a um apresentador de espetáculos públicos e passou a viver as mais difíceis situações para sobrevivência. Levavam com eles três cachorros e um macaquinho com que divertiam os assistentes. O titulo do livro é Sem Família, cujo autor Heitor Henrique Malot, foi premiado pela Academia Francesa, 1878. Estou agora relendo-o e descobrindo passagens que já permaneciam esquecidas, mas não de todo, pois relatos deste jaez sempre ficam. Quantas crianças andam por aí abandonadas pelas ruas, se perdendo no consumo das drogas, sem perspectivas favoráveis de uma vida digna, em total abandono ! Todavia, temos visto algumas pessoas altruístas que também surgindo da pobreza, como é o caso daquela gari da Restinga, que está abrigando inúmeras crianças e ainda continua a construir mais acomodações para proporcionar estudo aos carentes necessitados. Todavia, considerando a carga de impostos que recai sobre todo o povo brasileiro, esperava-se que o Governo exercesse uma assistência mais abrangente às crianças e adolescentes pobres de nossa grandiosa Nação. Nesta data desejo transcrever meus versos Mensagem ao poeta, que escrevi no ano de 1981 e publiquei no livro Poesias Esparsas Reunidas, antes, porém, no O Timoneiro de 20.11.81, que assim dizem: Vai em frente, segue a estrada/ sem muito esperar da glória,/ vida simples, devotada.../ Se alguém ouvir tua estória/ nostálgica e merencória,/ canta sempre, até por nada !...// Faze como o passarinho/ que saúda a natureza,/ enquanto busca um raminho,/ com afã e singeleza,/ pra construir o seu ninho:/ - maior prova de beleza !// Sejam teus versos cantigas/ que a gente escuta na rua,/ pobres canções, mas amigas/ como as estrelas e a lua;/ pois a terra será tua/ longe de dor e fadigas...// Não temas crítica austera/ e nem te afastes do tema,/ sempre alcança quem espera;/ prosseguir seja teu lema/ e verás a primavera/ coroar-te com seu diadema ! Esta é uma simples homenagem que dedico às crianças com o poema e à primavera que estamos vivendo. Outrossim, desejo registrar que li com muito proveito o livro cheio de dinamismo, altruísmo e humanismo, da consagrada preletora da Seicho-No-Ie, Norma Maria Varani, cujo título Uma Vida Dedicada a Servir, já por si diz tudo o que contém de trabalho à uma causa nobre, quais sejam à APAE, ao Asilo Padre Cacique, e outras atividades filantrópicas ao bem-estar da coletividade. Por fim, com nostalgia dos meus jovens tempos, quero transcrever este soneto antológico de Júlio Salusse, poeta romântico do Rio: “VISÃO – Vi passar num corcel a toda brida,/ Nuvens de poeira erguendo pela estrada,/ Um gigante, impassível como o nada,/ Indiferente a tudo – à morte e à vida !// Tinha nos braços, como adormecida,/ Deusa de olhos azuis, Quimera ou Fada:/ Seria, acaso, uma ilusão dourada,/ Ou, porventura, uma ilusão perdida?// Assombrado, gritei para o Gigante:/ - Quem és tu? Essa deusa é tua amante?/ E o cavaleiro – o Tempo – respondeu:// - Eu sou tudo e sou nada nos espaços/ E a Quimera, que levo nos meus braços,/ É a tua mocidade, que morreu...” – Rio 27-9-926 ( De “O Cruzeiro”) – Revista. Lendo-o, atualmente, deixo um recado à juventude, que aproveitem esta quadra da vida para sua formação intelectual e ética a fim de realizarem as obras necessárias ao desenvolvimento deste imenso País, com mais paz e justiça social. Até mais e obrigado pela atenção...


Cronista colaborador


Publicado no Diário de Canoas.


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EM 29.08.08

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

TELA






TELA




























TELA

TELA




































TELA

SONETO DE IALMAR PIO - AQUARELA DE ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi


SONETO - em 27.6.2010 - Porto Alegre - RS


Será que ela virá? Onde estaria,

quando pensando nela, tristemente,

eu me deixo a ficar, no claro dia,

como se tudo fosse indiferente?!


Sem este pensamento o que seria

de minha vida agora inconsequente,

buscando procurar na fantasia

alguém que me conforte ternamente?


Por isto, vivo e sonho com saudade

do amor que alimentei na mocidade

que então me suscitava outrora alguém!


Preciso me livrar desta quimera,

pois a que amava já não sei quem era

e parece que não amei ninguém!




terça-feira, 10 de agosto de 2010

SONETO de IALMAR PIO para HELENA -

Águas Termais de Piratuba - SC


SONETO PARA A HELENA PELO ANIVERSÁRIO

DE NOSSO CASAMENTO EM 10 DE AGOSTO DE 2010,

SENDO 42 ANOS JUNTOS.


Quarenta e dois anos de convivência

nós já passamos juntos sem cessar;

tivemos que adotar muita paciência

pra manter a harmonia em nosso lar !


E Deus nos vai levando a abençoar

nosso caminho por esta existência;

e no verão passeamos lá no mar,

tendo das águas a benevolência...


Tenhamos, afinal, a compreensão

para aceitar as coisas como são,

sem lamentar algum inconveniente...


O nosso amor, de longe traz raízes,

e sempre há de fazer nós dois felizes,

porquanto temos muita vida em frente !


Porto Alegre, RS, 10 de agosto de 2010



Ialmar Pio Schneider

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

SONETO - DATA DE FALECIMENTO DO ESCRITOR HERMANN HESSE - em 9 de agosto de 1962 - IMAGEM DA INTERNET

Hermann Hesse (Calw, 2 de julho de 1877Montagnola, 9 de agosto de 1962) foi um escritor alemão, que em 1923 naturalizou-se suíço.
Wikipédia - A enciclopédia livre


SONETO LOBO DA ESTEPE

Ialmar Pio Schneider

Por que adotei o nickname Lobo da Estepe
Para escrever poemas na Internet?
Foi Hermann Hesse com seu livro ingente,
Que suscitou a fantasia ardente !

Também andei buscando pela noite
Alguém que compreendesse onde me acoite,
Para encontrar, enfim, felicidade
E conseguir a minha identidade.

Que mais quero, vivendo na ilusão,
Se tudo me parece um mundo louco
E tenho que amargar a solidão?!

São meus sonhos de receber um pouco
De esperança que traga a redenção
Para sair, então, desse sufoco !

Porto Alegre, RS, Tristeza, 24/06/2010
Às 12h38min. – Nova Trento


domingo, 8 de agosto de 2010

HOMENAGEM AO DIA DOS PAIS - IMAGEM DA INTERNET

Homenagem póstuma ao meu pai.


A FLAUTA QUE MEU PAI RACHOU


Meu pai me conta em noites hibernais

o seu passado nesta vida em fora,

e em torno de um fogão que chora e chora,

escuto histórias que não voltam mais...


Conserva na memória os seus anais

que nem o tempo com furor descora......

que a sina certa vez lhe foi caipora,

partindo seus desejos de cristais.


Em linda noite numa serenata,

tocou infindamente uma sonata

e a amada na janela não chegou...


E ele me narra, tristemente baixo,

que na sua euforia de muchacho,

rachou a flauta e nunca mais tocou!...





TEU FILHO, MEU PAI !...


Ah! teu filho, meu pai, foi diferente...

de a flauta destruir não teve a dita,

e andou cantando apaixonadamente

versos de amor a uma mulher bonita...


A noite é tão escura... O trem apita

e o seu lamento triste faz a gente

sonhar na infância que ficou escrita

no livro do destino descontente.


Horas noturnas de sentir saudade

de tudo o que se teve nesta vida...

Calar o peito, oh meu pai, quem há-de


se a meninice que ficou perdida

dentro de mim pungente e meiga invade

e por mais que se queira não se a olvida?!




***

Meu pai Henrique Schneider Filho, falecido em 1970, foi exímio flautista.


sábado, 7 de agosto de 2010

SONETO - ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE PASSO FUNDO - RS - IMAGEM DA INTERNET

Catedral Nossa Senhora Aparecida de Passo Fundo - RS


SONETO A PASSO FUNDO


Ialmar Pio Schneider


Capital do Planalto Médio - terra

de Fagundes dos Reis e de outros tantos

pioneiros de valor, os teus encantos

ostentam maravilhas lá na Serra !


Longe de ti as pragas ou quebrantos

à soja que nos salva de uma guerra;

teu futuro magnífico se descerra

para o mundo faminto com seus prantos.


Hás de seguir teu rumo inquebrantável

e sem nada barrar o teu progresso,

teus filhos te conduzem à vitória.


Torrão bendito, de clima invejável,

possuis contigo a chave do sucesso

com a qual abres a porta para a glória !

***
Imagem da Internet - Catedral Nossa Senhora Aparecida***Obs.: Sou grato a Passo Fundo, RS, por lá haver começado minha carreira de bancário. Foi o início de uma longa jornada de 30 anos e alguns dias. Conhecida nacionalmente como "Capital do Planalto Médio" e "Capital Nacional da Literatura".Fundação em 7 de agosto de 1857, portanto, há 153 anos.Estudava em 1961 no Colégio N.Sra. Conceição dos Irmãos Maristas, cursando o científico e o técnico em contabilidade, além de trabalhar para pagar os estudos. Foi um tempo de muito trabalho e estudos, mas, feliz, pois embora sendo pobre me considerava o estudante mais rico, pois fazia dois cursos ao mesmo tempo, trabalhando para estudar. É um pequeno trecho de minha existência de muita saudade,por sinal. Tudo passa nesta vida...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET


SÉRGIO JOCKYMANN: Romancista

Ialmar Pio Schneider

Sempre apreciei as crônicas do Sérgio Jockymann, que considero um dos melhores, senão o melhor de nossos cronistas. Não o conhecia como romancista, o que agora estou tendo a oportunidade de fazê-lo, ao ler o seu romance Clô Dias & Noites. Pelo que tenho observado, trata-se da história de Clotilde Dias Ramão, cujo, por assim dizer, alter ego, embora impropriamente por mim aqui empregado, seria Clô, que nascera já com dezenove anos, e que detinha diversos apelidos, conforme a situação onde se encontrasse: no útero de sua mãe, dando chutes, Tildezinha ou Tilde; das colegas do Colégio Sevigné, Tilda; das amigas de verão em Torres, mais tarde, Tite. “Clotilde só se tornou inteiramente Clotilde por um breve instante, quando seu marido, Pedro Ramão, anunciou para a criadagem da estância: - Esta aqui é minha mulher, dona Clotilde Dias Ramão.” Mas, mesmo assim, não ficaria livre de outros, tais como Titinha e Clotirde.
O livro está composto de capítulos pequenos e numerados com algarismos arábicos, sendo que no momento em que escrevo esta, estou na altura do 8. Julgo muito interessante a feitura neste sistema, pois nos dias atuais de tantas atribulações quotidianas, com a mídia televisiva, bem como revistas, as mais variadas, ainda o rádio e os jornais, invadindo nossos lares a todo o momento de todas as partes do mundo, o tempo de que dispomos para a literatura romântica fica muito reduzido, não nos proporcionando excursionarmos em capítulos intermináveis, muitas vezes enfadonhos e rebuscados, tornando-se até incompreensíveis. Pretendo viajar ao longo das 468 páginas do livro, dividido em 149 capítulos, saboreando, dia a dia, o estilo simples e jocoso do autor, cujo enredo me desperta certa curiosidade por conhecê-lo agora romancista.
Tenho lido diariamente suas crônicas no DC e as considero da melhor qualidade, tanto no sentido da abordagem dos temas, como pela inteligência com que discorre no assunto. Algumas pessoas de minhas relações com quem tenho falado ultimamente a respeito de colunistas de jornais e/ou cronistas, são unânimes em confirmar a opinião que ora externo, o que não deixa a menor dúvida sobre estas palavras.
Enquanto existirem escritores do jaez do Sérgio Jockymann, acredito que poderemos apreciar a leitura diária de crônicas e invariavelmente de romances, pois tenho certeza de que jamais nos decepcionaremos. “Vamos em frente que atrás vem gente”, dizem por aí; mas é necessário que meditemos antes de enfrentar este mundo de Deus, onde só vencem os afoitos, e os apressados, quase sempre, naufragam e morrem na praia. Resta-me, enfim, proclamar: Viva a Literatura e... o Humanismo !

DC (16-10-1998)


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

CRÔNICA - DIA NACIONAL DA SAÚDE - 5 DE AGOSTO - IMAGEM DA INTERNET ESPAÇO EDUCAR



TÓPICOS A RESPEITO DA SAÚDE INDIVIDUAL

IALMAR PIO SCHNEIDER

Se prevenir é um ato de saúde, deve-se ter em mente que um check-up por ano faz parte desta prevenção, pois só assim é possível atentar-se para o que terá que ser corrigido através de tratamento adequado. Conforme o tempo vai passando (ou é nós que passamos ?!), e a idade vem chegando, como se diz vulgarmente, surgem também os problemas. Já cantava o insuperável poeta popular Catullo da Paixão Cearense (que de fato era maranhense) em seu poema O TREM DE FERRO: Pois, afinal, todos nós nos enganamos, / quando, todos os dias, exclamamos: / - “Como é que o tempo passa tão ligeiro !” / E nós é que passamos !” - Do livro: Fábulas e Alegorias - 6ª ed. - pág. 91/92 - Coleção Caiçara - Editora A Noite - Rio.
Tudo converge para que se busque o bem-estar imprescindível à uma vida o mais possível feliz, uma vez que a perfeição aqui não se encontra, dada à nossa condição humana.
Embora sempre exista uma esperança, não se pode facilitar e dar chance ao azar. Quando o assunto é saúde, verificamos que tanto pode ser do corpo quanto do espírito. O velho brocardo latino nunca será descartado: “Mens sana in corpore sano.”; ou seja: “Convém rezar para ter um espírito são num corpo são.” Orandum est ut sit mens sana in corpore sano. Juvenal (60-140), Sátiras, X., pág. 616 do Dicionário Universal de CITAÇÕES de Paulo Rónai.
Caminhadas diárias regulares, durante semanas, meses e anos - está comprovado - diminuem, sensivelmente, os riscos de infartos do miocárdio e derrames cerebrais, além de dar mais consistência aos músculos, afastando o estresse e proporcionando o prazer da contemplação e prolongamento da vida.
O sedentarismo é o inimigo número um do homem moderno, pois além de ocasionar a obesidade, também dificulta a circulação do sangue e produz o aumento do colesterol. “É importante lembrar que tirar um cochilo, sentar-se à escrivaninha, deitar-se na poltrona, passear de carro ou de ônibus, trabalhar no computador, escrever ou ler, costurar, falar ao telefone sentado ou assistir televisão são algumas atividades sedentárias” (AE), cfe o jornal - ABC - domingo - Estilo de vida - Vida Saudável - pág. 4 de 22 de agosto de 1999.
Assim sendo, é importante que se disponha de mais ou menos uma hora por dia para a prática de exercícios físicos, dependendo da idade, moderados e regulares, a fim de gastar o excesso de calorias, inclusive. Pode ser em uma esteira elétrica ou melhor ainda, caminhar em parques, ao ar livre, que também é mais agradável. Mas não é só.
É necessário, por outro lado, adotar modos adequados quanto à alimentação, com emprego de frutas, legumes e verduras, ingerindo dois litros diários de água, evitando o uso do fumo e abuso do álcool, bem como de gorduras saturadas. Enfim, seguir a orientação de nutricionista competente sem descurar de suas prescrições.
Por último, a conscientização de cada um é o fator primordial eficaz para se atingir a meta de uma saúde prolongada e de uma vida longeva.
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Cronista colaborador
Publicado em 17 de fevereiro de 2000 - no Diário de Canoas.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CRÔNICA - DIA DO PADRE 4 DE AGOSTO - IMAGEM DA INTERNET

VIANNEY, São João Batista Maria

O CURA D’ARS: UM EXEMPLO A SEGUIR...

IALMAR PIO SCHNEIDER

Já faz muitos anos, na minha pré-adolescência, lembro-me com certos resquícios de nostalgia, assisti a um filme que me impressionou deveras. Tratava-se da vida de São João Batista Maria Vianney, sacerdote francês, exemplo de fé, dedicação e altruísmo, conseguindo reunir milhares de pessoas que ouviam as suas pregações da palavra de Deus e acatavam seus ensinamentos com toda devoção.
Aquelas cenas ainda estão vivas em minha memória, e penso que seres dessa magnificência foram ungidos para que não percamos a Esperança... Desde então, eu o elegi como um dos meus guias espirituais, a quem recorro, e também por ser hoje a data de seu passamento para a Vida Eterna, dedico-lhe estas despretensiosas linhas.
Para ilustração, transcrevo abaixo, conforme a Enciclopédia Brasileira Mérito, Vol. 20 – pgs. 323, 324, sua minibiografia: “Sacerdote francês; n. em Dardilly, nas proximidades de Lião, em 8-5-1786; m. em Ars, em 4-8-1859. Ordenado em Grenoble em 1815, tornou-se pároco de Écully e depois de Ars, na diocese de Belley, em 1818. Promoveu um reavivamento religioso na região e fundou organizações filantrópicas, transformando a cidade num centro de peregrinações de fiéis ao qual acorriam cerca de 20.000 indivíduos por ano. Canonizado em 1925, recebeu o título de patrono dos párocos em 1929”.
Mas para conhecer melhor sua existência iluminada, li o livro João Maria Vianney – “O Cura d’Ars”, de Marc Joulin – 2ª Edição - Paulinas, de onde extraí estes tesouros de pensamentos: Palavras sobre o sacerdote: “O padre não é padre para si mesmo. Ele não se absolve, nem se administra sacramentos. Ele não existe para si mesmo, e sim para os outros.” – Palavras sobre o sofrimento: “Se amarmos a Deus, seremos felizes por sofrer por seu amor, Ele que tanto quis sofrer por nós.” - Palavras sobre a pobreza: “Você tem desejo de rezar ao bom Deus, de passar o dia na igreja; pense, porém, que seria mais útil trabalhar por alguns pobres que você conhece e que passam por grandes dificuldades; isso é bem mais agradável a Deus que o dia passado diante dos santos tabernáculos.” – Palavras sobre a oração: “Não são necessárias muitas palavras para rezar bem. Você sabe que o bom Deus lá está, no santo sacrário; abra a ele seu coração; alegre-se com sua santa presença. Eis a melhor oração”. Palavras sobre o amor de Deus: “Pobres pecadores, quando penso que há os que morrem sem haver saboreado, por uma hora que seja, a felicidade de amar a Deus...” - Palavras sobre o perdão: “O Bom Deus tudo sabe. Para começar, ele sabe que, depois de você se confessar, você pecará de novo e, mesmo assim, ele lhe perdoa. Que amor o de nosso Deus, que chega a esquecer o futuro para nos perdoar !”
Quanto aos pobres, assim se refere o seu biógrafo Marc Joulin: “Desde sua chegada a Ars, João Maria Vianney percebeu que algumas pessoas viviam na mais profunda miséria. Catarina Lassagne lembra: “Sua caridade jamais diminuía diante dos que vinham pedir-lhe esmolas; ele lhes levava, ou fazia chegar até eles, dinheiro pão e trigo”.”
A fim de dirimir dúvida sobre seu nome completo, consta em uma gravura à pg. 88 de sua biografia, acima e abaixo, de seu retrato, escrito em francês: “Veritable portrait du Cure D’Ars – né à Dardilly en 1786. (Verdadeiro retrato do Cura D’Ars – nascido em Dardilly em 1786) – Jean-Marie-Baptiste-Viannay)”.
Eis algumas idéias expostas com tanta clarividência e honestidade pelo humilde servo de Deus, que pregou a solidariedade e a misericórdia entre os seres humanos. Nesta data em que se comemora o Dia do Pároco, invoquemos-lhe a memória para que surjam vocações sacerdotais a se espelharem em sua obra exemplar e humanitária.

Cronista colaborador – publicado no DIÁRIO DE CANOAS – RS===========

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4.8.2010

terça-feira, 3 de agosto de 2010

CRÔNICA LITERÁRIA - IMAGEM DA INTERNET



DOIS LIVROS EXEMPLARES DE VISCONDE DE TAUNAY

IALMAR PIO SCHNEIDER

Terminei de ler esses dias o livro impressionante A Retirada da Laguna, de Visconde de Taunay, de cujo autor já o havia feito de Inocência, há muitos anos. Trata-se de um episódio da Guerra do Paraguai, de passagens trágicas, e por demais cruéis, que aconteceram naquele conflito bélico. De fato, o escritor assim inicia no Capitulo IV, seu relato da Marcha sobre a fronteira paraguaia. Conselho de guerra. “Arrancou a coluna a 25 de fevereiro de 1867, indo acampar a uma légua da vila, à margem do rio Nioac. Logo que pudemos, visitamos o comandante. Tinha a barraca sobre um montículo pedregoso, a meio abrigado por palmeiras que tornavam aprazível aquele local. Estava agitado: já para o rancho da tarde faltava gado. A 26 estávamos no Canindé; a 27 no Desbarrancado.”
Como existe diferença entre os dois livros! No Retirada da Laguna, os horrores da guerra e a epidemia da cólera dizimando o Exército, tendo entre suas vítimas o filho e depois o próprio guia Lopes da Laguna, e por último o tenente-coronel Juvêncio e o coronel Camisão. O desespero dos soldados enfrentando as maiores vicissitudes, quase que indescritíveis e conforme relata o autor: “Quanta idéia lúgubre evoca um campo de batalha! Sobretudo nestas solidões imensas, onde o próprio gênio do mal parecia ter penosamente convocado e reunido alguns milhares de homens para que mutuamente se exterminassem, como se terra lhes faltara para viverem em paz do fruto do seu labor.”
E não existe final mais comovente e doloroso do que se transcreve abaixo: “A 12 de junho baixou uma ordem do dia do nosso valente chefe José Tomás Gonçalves, em poucas palavras resumindo os acontecimentos desta terrível campanha: “A retirada, soldados, que acabais de efetuar, fez-se em boa ordem, ainda que no meio das circunstâncias as mais difíceis. Sem cavalaria contra o inimigo audaz que a possuía formidável, em campos onde o incêndio da macega, continuamente aceso, ameaçava devorar-vos e vos disputava o ar respirável, extenuados pela fome, dizimados pela cólera que vos roubou em dois dias o vosso comandante, o seu substituto e ambos os vossos guias, todos estes males, todos estes desastres vós os suportastes numa inversão de estações sem exemplo, debaixo de chuvas torrenciais, no meio de tormentas de imensas inundações, em tal desorganização da natureza que parecia contra vós conspirar. Soldados! Honra à nossa constância, que conservou ao Império os nossos canhões e as nossas bandeiras”. Este livro me foi recomendado pelo professor de português e de história do Brasil, quando cursava o antigo ginásio, e só agora, dei-me a prioridade de o ler.
Já o outro livro, Inocência, como o próprio nome está a indicar, é uma história de amor das mais românticas que existem em nossa literatura dessa Escola. Assim se refere Ivan Cavalcanti Proença, ao apresentá-lo: “Este Inocência vem sendo reeditado sucessivamente e é livro único, na literatura brasileira, traduzido para quase todas as línguas”. Confesso que o li duas vezes e estou pretendendo relê-lo. Aqui com certeza fala mais alto meu saudosismo de que me não liberto por mais que o procure fazê-lo.
Estas são duas obras, cujo autor Alfredo d’Escragnolle Taunay, Visconde de Taunay, foi Oficial Superior do Exército Brasileiro, Senador do Império do Brasil e membro da Academia Brasileira de Letras, tendo nascido no Rio de Janeiro a 22 de fevereiro de 1843 e falecido na mesma cidade em 25 de janeiro de 1899.
Resta-me acrescentar que são duas obras de leitura atraente, não obstante as cenas dantescas que povoam as páginas de A Retirada da Laguna, contrastando com a amenidade das de Inocência, que ainda persistem em meu subconsciente quais amáveis lembranças...

Cronista e poeta – E-mail: menestrel@brturbo.com

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EM 18.05.08
http://www.jornalnh.com.br/site/interativo/minhas_cronicas,canal-5,ed-90,ct-452.htm
em 2.8.2010

domingo, 1 de agosto de 2010

TROVAS de IALMAR PIO - TELA de GLAUCIA SCHERER

Releitura de Glaucia Scherer - Os Menestréis


T R O V A S

Ialmar Pio Schneider
1
Cai a chuva benfazeja
e corre lavando o chão,
mas não tem o que deseja
meu aflito coração...
2
Procuro esquecer alguém
que não vejo há tantos dias;
é possível que também
não leia minhas poesias...
3
Permaneço olhando o mar
por muitas horas a fio
e volto, sem te enxergar,
ao meu retiro sombrio...
4
Um amor que outrora tive
foi platônico demais;
meu coração hoje vive
sem esquecê-lo jamais !
5
Faço trovas, simplesmente,
porque não posso esquecê-la
e ocupando minha mente,
é mais alta que uma estrela...
6
A estrada que agora sigo
é qual o rumo das águas,
que em busca do mar antigo
vão chorando suas mágoas...
7
Trago uma dor em meu peito
que me tortura e maltrata,
resto de um sonho desfeito
por uma mulher ingrata.
8
Nós somos dois sofredores,
cada qual em seu degredo,
de todos os meus amores
foi o teu de mais segredo...
9
Não te esqueças que esta vida
está cheia de surpresas,
e um adeus de despedida
também traduz incertezas.
10
Sou pedreiro da ilusão,
aos sonhos vou dando asas,
e na trova em construção,
eu me ponho a erguer as casas...
11
Cada trova que componho
um tijolo representa,
na construção do meu sonho
que a olhos vistos aumenta.
12
Foste a mais cruel lembrança
dos momentos que vivi,
pois a última esperança
com teu desprezo perdi.
13
A glória do trovador,
dia a dia se renova,
quando consegue compor
a mais benfazeja trova...

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em 20.05.2010