quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Crônica republicada, soneto e foto de Ialmar Pio Schneider
















PROMESSA DE ANO-NOVO

IALMAR PIO SCHNEIDER

Ao iniciar um novo ano voltam as promessas... que se as fazem sempre. Alguns prometem não mais fumar e outros que nem eu, invariavelmente, que vão emagrecer. Tenho adquirido os mais diversos livros neste sentido. Apenas para nomear alguns aqui: Só é Gordo Quem Quer, de João Uchôa Jr., Mantenha-se Saudável com o Dr. Minuzzi - obesidade - Programa de Emagrecimento Definitivo, de Antônio Carlos Minuzzi, Emagreça Comendo, Dr. Lair Ribeiro, e por último, um best-seller - (primeiro lugar na lista do The New York Times) - A Dieta de South Beach, de Arthur Agatston, M. D., e continuo obeso. Este ano, porém, faço um firme propósito de perder peso, não digo voltar aos meus 66 quilos, mas também não continuar com os meus 98 quilos, atualmente. Perguntar-se-ão: o que me faz explanar isto agora ? É um compromisso que me faço publicamente, diria eu, para conseguir meu intento há tanto tempo perseguido.
O que escreveu o Dr. Lair Ribeiro, já o vi gordo e depois magro, em programas de televisão, julguei de muito fundamento: “Se você pesa mais do que gostaria, está na hora de usar, corretamente, seu poder mental. Embora existam mais de 200 diferentes dietas no mercado, estudos americanos mostram que 95% das pessoas que “perdem peso” apenas através de dieta, num período de doze meses praticamente recuperam o peso perdido. Se você possui Estrutura Psicológica de gordo, não adianta torturar-se para emagrecer, porque o peso vai voltar. Algum dia você chegou a pensar que seu metabolismo pode ser modificado através de seu poder mental ?”(...) Na esteira desta informação vou procurar obter sucesso...
Sirvo-me de umas ideias que li e das quais compus o soneto abaixo, já faz alguns anos, e que é assim: Soneto da Libertação --- “Quero o caminho da libertação/ para seguir na vida mais confiante,/ se alimentava mórbida ilusão/ procurarei bani-la, doravante.// Preciso estar alerta a todo instante/ e suportar a humana condição,/ minha vigília deve ser constante/ neste mundo envolto em turbilhão...// Levo comigo a chama da esperança/ e apesar dos percalços da existência/ tenho fé, tenho amor, tenho confiança...// Não mais serei o náufrago perdido/ pelos mares da angústia e da impaciência,/ porque vencendo-me, terei vencido !” - Canoas - 29-01.85 - Consta de meu livro Poesias Esparsas Reunidas, pg. 133. Socorro-me deste pensamento para libertar-me da obesidade, ao menos com a força de vontade, ou melhor, boa vontade, digamos que deverei implementar para atingir meu objetivo, que de resto, não é mais do que para a minha saúde e bem-estar. Faço-o, repito, pra me impingir este compromisso comigo mesmo. Quantos já o fizeram ?
Mudando de assunto e como estamos em pleno verão e o mar se nos convida a visitá-lo, na minha condição de escrevinhador de versos desde sempre, me permito transcrever abaixo meu: Soneto ao Sol - “Nesta tarde sem chuva até parece/ que a claridade abraça nossa terra,/ o sol risonho aos poucos se descerra/ e alegremente brilha e resplandece...// Oh! Rei dos Astros, quanta luz encerra/ tua mensagem pura como a prece,/ minh’alma consternada te agradece/ a paz que trazes afastando a guerra !// Fugindo ao teu calor, buscando as águas,/ a Humanidade olvida suas mágoas/ e vai achar sossego à beira-mar...// Fazes crescer a planta com carinho/ que produz folha, flor e até o espinho;/ e as folhagens enfeitando o Lar.”- Canoas - 16 de fevereiro de 1984 - idem, idem cfe. acima. -pg. 86
Sobre o assunto principal destas linhas, não abdico de continuar meu empenho em consegui-lo,e desejar a todos um ano próspero e que as promessas que se fizerem sejam concretizadas.
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Poeta e cronista -
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em 5.8.2010

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EM 30.12.2009
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EM 30.12.2009

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Crônica republicada - Imagem da Internet




















CRÔNICA DE NATAL E ANO-NOVO

IALMAR PIO SCHNEIDER

Desde que me lembro, o Natal sempre foi o acontecimento festivo mais marcante para a Cristandade, notadamente, para as crianças e os poetas, incluindo os escritores em geral. Outrossim, basta olharmos as cidades enfeitadas e as casas com suas árvores de todas as espécies, naturais e artificiais, e a representação do nascimento de Jesus Cristo, com o presépio simples ou ao vivo que, diz-se, foi introduzido na Igreja por S. Francisco de Assis. Em nosso Estado, o Natal-Luz de Gramado tem sido importante evento turístico pela sua beleza e grandiosidade. Mas por outro lado, não podemos nos desviar dos lares pobres, onde há carência até de alimentos, e confiarmos no Governo que assume no dia 1º, com o fito de eliminar a fome de nosso País, fazendo com que todos tenham três refeições por dia. Não esqueçamos, entretanto, de fazermos a nossa parte, contribuindo com as campanhas de arrecadação de alimentos não perecíveis, a fim de minorar este problema crônico.
Sentimentalmente, nada mais emotivo do que o Soneto de Natal, de Machado de Assis: “Um homem, - era aquela noite amiga,/ Noite cristã, berço do Nazareno, -/ Ao relembrar os dias de pequeno,/ E a viva dança, e a lépida cantiga,// Quis transportar ao verso doce e ameno/ As sensações da sua idade antiga,/ Naquela mesma velha noite amiga,/ Noite cristã, berço do Nazareno.// Escolheu o soneto... A folha branca/ Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,/ A pena não acode ao gesto seu.// E, em vão lutando contra o metro adverso,/ Só lhe saiu este pequeno verso:/ “Mudaria o Natal ou mudei eu ?”’ Hoje, quando leio estes versos, surge-me à memória que houve em minha vida também - Um Natal Inesquecível: Lembro-me vagamente. Teria eu, de quatro para cinco anos, e isto faz muito tempo. Poder-se-ia dizer, com certeza, meio século. Meus irmãos Hugo (agora residindo em outra dimensão) e Elói já existiam e contavam três anos e dezoito meses, respectivamente. Era então noite de Natal. Nossos pais haviam, excepcionalmente, naquele ano, nos levado à casa de uma família da vizinhança, que era de classe média alta, e costumava montar o pinheirinho e esperar a chegada de Papai Noel.
Nós éramos pobres, ou por assim dizer, remediados; nunca tivemos uma árvore de Natal enfeitada. Na vila em que morávamos, havia, quiçá, uma meia dúzia de famílias que o fazia e nós não estávamos entre elas. Todavia, naquela ocasião, ignoro por que cargas d’água, nossos pais resolveram nos proporcionar a tradicional festa na casa de uma família amiga conhecida.
Após cantarmos a Noite Feliz, de repente surgiu no meio da sala, não sei vindo de onde, o Papai Noel com um saco de brinquedos às costas. Imediatamente, começou a distribuí-los e quando chegou a minha vez, entregou-me uma caixinha que abri, incontinenti. Era uma gaitinha de boca, bem pequenina. Logo comecei a soprá-la, tirando-lhe algumas notas musicais que eu nem sabia o que era. Aquele Natal de minha infância nunca mais esqueci !
Contudo, já que iniciei falando em poetas que fizeram versos para o Natal, apraz-me transcrever abaixo, de um dos nossos maiores literatos, Manuel Bandeira, os seguintes: “VERSOS DE NATAL - Espelho, amigo verdadeiro,/ Tu refletes as minhas rugas,/ Os meus cabelos brancos,/ Os meus olhos míopes e cansados./ Espelho, amigo verdadeiro,/ Mestre do realismo exato e minucioso,/ Obrigado, obrigado !// Mas se fosses mágico,/ Penetrarias até ao fundo desse homem triste,/ Descobririas o menino que sustenta esse homem,/ O menino que não quer morrer,/ Que não morrerá senão comigo,/ O menin
o que todos os anos na véspera do Natal/ Pensa ainda em por os seus chinelinhos atrás da porta.- 1939.”
Finalizando, aproveito o ensejo para desejar a todos os leitores, que a paz, a harmonia e a concórdia sejam o apanágio de um Feliz Natal e um Próspero Ano-Novo pleno de realizações.
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Cronista e poeta - E-mail: rs080254@via-rs.net
Publicado em 31 de dezembro de 2002 e 1º de janeiro de 2003 - no Diário de Canoas.
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EM 21.12.2008

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CRÔNICA - 15 de dezembro - Dia do Esperanto - Imagem da Internet

Ludwig Lejzer Zamenhof (1859-1917), "La Majstro"



















O ESPERANTO: UMA LÍNGUA AUXILIAR

IALMAR PIO SCHNEIDER

Por que aprender Esperanto ? É uma boa pergunta. Entre os prós e os contras, de minha parte, posiciono-me a favor. Não que considere a solução para o entendimento generalizado de todas as nações, quanto à linguagem, mas porque poderá facilitar a comunicação universal dos seres humanos de boa vontade. Ainda mais agora com a difusão da Internet.
Já faz bastante tempo, mais de quarenta anos, que ouvi falar e sabia da existência do Esperanto, quando cursava o ginásio em Getúlio Vargas - RS, e iniciava o estudo das línguas: Latim, Francês (na primeira série) e Inglês a partir da (segunda série), além do Português, sempre o mais importante, não menosprezando as outras matérias. Devo dizer que os Trabalhos Manuais muito me ajudaram financeiramente naquela época, pois fabricava capelinhas que após coladas e lustradas, vendia aos meus conterrâneos da então Vila Sertão, distrito de Passo Fundo - RS, hoje município, para patrocinar minhas despesas extras (cinema, futebol, etc.). Mas até um sobretudo (casacão como se dizia) eu ajudei minha mãe a comprar com o produto destas tarefas, a fim de enfrentar o frio que era bastante intenso por aqueles tempos. Parece que a Terra esquentou de lá para cá, pois raramente se vê geada pelos campos (e eu que andava de pés descalços sobre ela, não tanto por necessidade, todavia por brincadeira, uma vez que possuía alpargatas). Desculpem-me essas reminiscências assaz particulares, que fogem um pouco da matéria, todavia, proporcionando-me uma certa nostalgia irremediável. Também em 1955, aos treze anos, havia me diplomado em datilografia no colégio das irmãs em Sertão, obtendo o 2º lugar em exame realizado pelo Ir. Cipriano, Marista de Getúlio Vargas, do Ginásio Cristo Rei daquela cidade, que seria meu professor de matemática depois, quando cursava o 6º ano primário, preparando-me pra o exame de admissão que existia naquela época. Outrossim, devo confessar que a datilografia em todo o tempo foi o que me amparou durante a vida, uma vez que trabalhava nas secretarias dos colégios em que estudava por ser bom datilógrafo e passei no lº concurso do Banco do Brasil S.A., aos dezoito anos, porque consegui 98 pontos na prova o que elevou minha média sobremaneira. Ainda tenho a dizer que era a informática de então, pois para qualquer emprego em escritório era exigida e até havia uma matéria no Curso Técnico em Contabilidade, que se chamava Mecanografia e que depois cursei em Soledade - RS, e o professor foi o Sr. Gilberto Arthur Brockstedt, funcionário da Receita Estadual, que depois viria a ser meu concunhado, pois eu me casaria com a Helena, irmã de sua esposa Glaura, e compadre deles, tendo batizado seu filho Glauberto, hoje médico em Caxias do Sul - RS. Vejo que a história se alongou para esse lado, fugindo do foco que era o Esperanto.
Esta língua, não obstante artificial, uma vez que foi lançada em 1887 pelo médico e poliglota polonês Dr. Lazar Ludwig Zamenhof, pode ser considerada viva e completa. Há poucos dias, aventurei-me a enfrentá-la e adquiri um manual: Esperanto Conversacional - Curso Básico - Prof. Jair Salles, - Regras Gramaticais do Esperanto - A Língua Internacional Neutra, A. Flores e V. P. Werneck, dois dicionários, e estou dando os primeiros passos rumo ao seu conhecimento. Pretendo fazer o que posso sem muita euforia, mas pelo que pude aquilatar até agora, não é difícil aprendê-la, uma vez que a maioria de suas palavras tem origem em línguas por mim um pouco já estudadas, tais como latim, francês, inglês, italiano, alemão, muito de português, inclusive. O que me causa uma certa surpresa é que tenho conversado com alguns amigos e conhecidos, até detentores de curso superior, que me dizem desconhecer e nem saber da existência do Esperanto. Esquisito, tal afirmação, pois segundo me consta, transcrevo abaixo um parágrafo de nº 9 de folheto que recebi de membro da Assoc. Gaúcha de Esperanto - Rua dos Andradas, 1251/103 - Porto Alegre - RS - E-mail: esperanto.gea@plug-in.com.br - que diz o seguinte: “A UNESCO, ao longo de sua existência, já aprovou duas resoluções favoráveis ao ESPERANTO. Em 1993 o PEN Clube Internacional reconheceu o ESPERANTO como língua literária. UMBERTO ECO, o renomado escritor e linguista italiano, tem se pronunciado publicamente a favor da adoção do ESPERANTO como instrumento de comunicação internacional”.
Encerro a presente crônica, desejando a todos os leitores que reflitam a respeito do assunto. Se lhes convier, procurem o endereço acima, pela Internet ou pessoalmente. Até à vista ! ou como diz o Esperanto: “^Gis Revido!”
_______________________________
Cronista colaborador

Fone: 3212-3364
Publicado em 29 de maio de 2002 - no Diário de Canoas.


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EM 19.04.08
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EM 22.08.09
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em 10.11.2010

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

SONETO de IALMAR PIO - TELA de GLAUCIA SCHERER

Tela de Glaucia Scherer















SONETO


Não quero o verso dos amores impossíveis
que nos fazem sofrer nas longas madrugadas,
nem quero o verso das formas indefiníveis
para esconder a dor das ilusões passadas.

Na minha solidão há fúrias invisíveis
despertando em meu ser canções desesperadas,
hão de compreendê-las as almas mais sensíveis
e aquelas que também forem abandonadas.

Quero o verso levando um pouco de consolo
ao coração que sofre a sangrenta ferida
de sentir-se sozinho andando pela vida...

ou tem um grande amor, ou chora de saudade;
se é na tristeza que permaneço a compô-lo
não pretendo que lhe falte felicidade...

Ialmar Pio Schneider






***

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

SONETO de IALMAR PIO - DIA DO PALHAÇO - 10 de dezembro - Aquarela PALHAÇO de ÂNGELA PONSI

Aquarela Palhaço de Ângela Ponsi















SONETO (em 5.12.08)


Vem-me à lembrança às vezes teu sorriso

e então decresço e, enfim, me despedaço,

pois será que banquei o teu palhaço

ou só fui simplesmente um indeciso.


Não sonharei contigo, nem preciso

enfrentar com tamanho estardalhaço,

alguém que apenas pensa em mim se traço

detalhes de um perdido paraíso...


Desfruta tua vida, sê feliz

com tudo que te aguarda no futuro,

já que o destino ingrato assim o quis...


Eu vou viver momentos de saudade

uma vez que hoje tudo o que procuro

é descansar... dormir... sonhar... quem há-de?!








quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM de Florbela Espanca na Internet

Violetas








SONETO à Florbela Espanca – Data de aniversário e morte da divina poetisa portuguesa, *8.12.1894 - +8.12.1930

Foi amando teus versos que aprendi
a soluçar também o mal do amor,
nos desencontros e no frenesi
que envolveram meu estro sonhador...

Soubeste extravasar todo o calor
que sentias, assim como senti,
das paixões que me fazem ser cantor
dos mesmos temas que provêm de ti.

Ó divina poetisa, os teus tormentos
expressos na poesia e nos lamentos,
que soluçaste, fazem-te imortal...

Ninguém foi tão sincera e tão brilhante,
fazendo versos de mulher e amante,
enaltecendo sempre Portugal !

Porto Alegre, RS, Tristeza,
em 28.6.2010 às 13h10min.

IALMAR PIO SCHNEIDER






terça-feira, 7 de dezembro de 2010

POEMA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi














ANTES E AGORA

Ialmar Pio Schneider


Nós fomos e seremos sempre assim:

à procura de um paraíso perdido

onde éramos felizes mas sozinhos.

Desfrutávamos de um jardim

que nos proporcionava o amor

[e não despertava a libido,

nem o ciúme, a paixão, os carinhos...




Tivemos que enfrentar horas aflitas

depois de termos transgredido as regras

que nos foram impostas.

Vencerás, porém, se acreditas

no teu desempenho, no valor

[do sonho descontraído

de fazeres o que mais gostas !


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI - THEMIS

Temis - A Deusa da Justiça - Aquarela de Ângela Ponsi
















SOBRE LÓGICA E HERMENÊUTICA JURÍDICA (I)

IALMAR PIO SCHNEIDER

Ocorre-me escrever algo a respeito da matéria acima, que foi assunto de estudo em setembro de 1980, no curso de Direito, por considerá-la ainda pertinente, considerando que me trouxe algumas luzes para o conhecimento das relações humanas. Após decorridos tantos anos, volta-me à mente a turma do segundo semestre das Faculdades Integradas do Instituto Ritter dos Reis, Curso de Direito, quando funcionava na rua 15 de janeiro, 500, no Colégio La Salle. Lembro-me que o professor da matéria em pauta dizia que em Direito tudo é discutível, por ser uma ciência elástica.
Inicialmente perguntava-se: O homem pode ser objeto de direito ? Por quê ? Não pode; pois o objeto de direito é a razão pela qual se estabelece a relação jurídica e esta razão pode ser classificada como objeto de direito, não abrangendo o homem. Porque está conceituado no Direito que o homem não pode ser objeto de direito, já foi muito discutido o assunto quando houve a Escravidão no Brasil. O que é interação ? Interação significa a troca de experiências e influências do indivíduo com o seu grupo social e vice-versa. É a ação recíproca. Como é exercido o controle social cfe. Renné Maunier ? Segundo esse autor, o controle social pode ser exercido através de sanções difusas que são: satírica, ética e mística; ou sanções organizadas: jurídicas. A satírica é exercida através da zombaria, da ironia, do ridículo. É a mais atenuada. A ética é exercida através da deslealdade ética com um colega. Já é mais acentuada. A mística, parece absurdo, mas é a mais acentuada das sanções, pois envolve o pecado e a conseqüente e terrível expiação.

Jornal de NH
em 5.12.2010

É o caso do jejum e de outras penitências impostas ao pecado. No judaísmo a abstenção de comer carne de porco, etc. As jurídicas, por fim, são as leis e estas, sim, se impondo na sociedade com força total através do Estado.
Qual a definição de Direito, segundo Carlos Cossio ? De acordo com esse autor, o Direito é a regra de conduta humana em inferência intersubjetiva. O Direito existe quando há choque entre pessoas ou em outras palavras, quando a conduta de uma pessoa importa à outra pessoa.
O que entendemos por pensamento jurídico ? “Entendemos por pensamento jurídico a atividade intelectual do jurista. É o complexo de atos gnósicos dimanados do jurista, informados pela cultura científica e técnica especial deste. Relacionados com o fenômeno jurídico, esses atos podem ser considerados sob dois aspectos distintos, aos quais correspondem duas outras dimensões do conhecimento jurídico, que se pode denominar dogmática e lógica, respectivamente.
Há a possibilidade de, no pensamento jurídico, separarmos a dimensão dogmática da dimensão lógica ? Justifique, exemplificando. Não há possibilidade de separarmos a dimensão dogmática da dimensão lógica no pensamento jurídico, porque ambas se completam. A tarefa científica do jurista - na dimensão dogmática - é de autêntica criação; o jurista cria o direito, na medida em que o descobre. A compreensão do fenômeno jurídico consiste, pois, nessa criação, no equilíbrio que o jurista estabelece entre os vários ingredientes desse fenômeno; um desses ingredientes é justamente o conjunto de atos de raciocínio que o jurista realiza para o conhecimento das normas, dos fatos e para relacioná-los, entre si e entre os seus próprios ideais de justiça; o conhecimento que se depreende desses raciocínios situa-se em outra dimensão, qual seja, a dimensão lógica”.
Cfe. Luiz Fernando Coelho: “Assim como a dimensão científica envolve a dogmática, no sentido de que esta constitui um tipo especial de ciência jurídica, esta absorve o conhecimento que se processa no plano lógico”.
Ao expor estes simples conceitos iniciais de matéria assaz complexa, faço-o no intento de apenas manifestá-los, sem outra pretensão, do que transmiti-los sob a ótica dos meus conhecimentos. Se acrescentar, terá valido a pena.
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Bacharel em Direito e cronista
Publicado em 05 de setembro de 2001 - no Diário de Canoas.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

TROVAS de IALMAR PIO - TELA de GLAUCIA SCHERER

Tela de Glaucia Scherer






OT REVISTA
TROVAS Ialmar Pio Schneider

I
A trova é o verso que nasce
de um coração sonhador;
fica estampada na face
de quem vive um grande amor.
II
Nunca digas que não gostas
de música e de poesia,
pois ambas foram compostas
na tristeza ou na alegria.
III
Que bom seria se eu pudesse
em quatro linhas apenas,
dar consolo a quem padece
as amarguras terrenas.
IV
Versos de amor, quando os faço,
me causam tanta emoção;
cada palavra é um pedaço
que arranco do coração.

Publicado na Pág. 14 de O TIMONEIRO de 21.5.82 de CANOAS (RS)


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - IMAGEM - Foto de OLAVO BILAC da INTERNET

Olavo Bilac














O POETA E O DINHEIRO

IALMAR PIO SCHNEIDER

Dizem que “o dinheiro é a mola do mundo”; e disto não discordo. Terminei de ler um ensaio de Olavo Bilac, intitulado O Dinheiro, que foi tema de uma conferência proferida no Instituto de Música do Rio de Janeiro, pelo ínclito vate, considerado o mais ardoroso, espontâneo e natural dos representantes do Parnasianismo brasileiro. No texto em que discorre sobre o assunto, às vezes acusa e em outras defende o dinheiro, sempre referindo diversos autores que já se ocuparam do mesmo. É uma leitura muito agradável que abrange os vários aspectos, prós e contras do uso do numerário que tanto pode ser “ o grande corruptor, o grande envenenador das almas, o grande prostituidor das consciências”, assim como diz: “Camões escreveu Os Lusíadas com fome? Mas escrevê-los-ia do mesmo modo com o estômago farto. E já não há poeta que se atreva a dizer que detesta o dinheiro. Chateaubriand, o lírico Chateaubriand, o ideólogo dos ideólogos , o meigo René, o criador da vaporosa Cimodocéia e da suave Atala, sempre teve pelo dinheiro um respeito que se compreende bem; foi ele quem escreveu: Ó dinheiro ! Com dinheiro, as pessoas são belas, jovens, amáveis; obtém consideração, honra, posição, virtude; sem dinheiro, ficam na dependência de todas as coisas e de todo mundo.” Digamos, nem tanto ao mar nem tanto à terra... Escreveu, nosso poeta gaúcho maior: “O dinheiro não traz venturas, certamente./ Mas dá algum consolo... Em verdade te digo: / Sempre é melhor chorar junto à lareira quente/ Do que na rua, ao desabrigo”. - Mário Quintana, em O Espelho Mágico.
Conhecia o poeta e não o prosador. Até lhe dediquei um dos meus sonetos, tempos atrás: Soneto a Olavo Bilac (In memoriam) – Jamais se extingue o mágico talento/ que ao verso devotava o gênio culto/ e lendo teus poemas eu exulto/ ao ver tamanho amor e tanto alento.// Ourives da poesia, nunca o insulto/ de abandonar a forma ou o sofrimento/ de sentir relegada ao esquecimento/ tua Profissão de Fé, sublime culto !// Enquanto nossa Língua tão sonora/ tiver o gosto amargo da saudade,/ no peito de quem ama ou de quem chora/ não morrerá a música do verso,/ a quem deste um sabor de eternidade/ na infinita amplidão deste Universo ! – Canoas, 21.10.83.
No entanto, mesmo como conferencista, ele afirma: “Não! Nem filosofia, nem economia política, nem ciência prática de ganhar dinheiro encontrareis aqui. O que me tentou e seduziu neste assunto foi a possibilidade de instaurar-se aqui, com um pouco de poesia e um pouco de bom humor, o processo do Dinheiro”. Por isto mesmo, a sua escrita me envolveu, e de um fôlego li seu opúsculo, em que se encontram pérolas de valor inconfundível, tais como esta de Ramalho Ortigão, corrigindo a fábula clássica - Jeová perguntou à cigarra e à formiga: “Que fizeste vós em vida?” “Eu cantei !” disse a cigarra. E disse a formiga: “Eu guardei !” E o Senhor disse, apontando a segunda: “Abram-me uma cova na terra e ponham-me lá dentro esta gorda capitalista !” E, apontando a primeira: “Dêem umas asas e ponham rutilante ao sol, na copa de uma olaia, esta pálida cantadeira !”
Quero parabenizar ao Nelson Fachinelli, pela passagem do seu aniversário nesta data.
Finalmente, uma estória do texto, pg. 53 do livro: “Ocorre-me aqui uma palavra, a um tempo alegre e amarga, com que um velho de meu conhecimento castigou certa fez a ingratidão de uma mulher amada e má. Toda a gente do Rio conheceu esse homem que chegou à velhice extrema conservando uma alegria de moço e uma serena filosofia, e apaixonadamente amando o amor. Um dia, houve uma briga entre ele e alguém que lhe consolava, ou lhe amargurava a velhice. Era ao fim do jantar; e disse-lhe a cruel: “És um velho repugnante ! Bem sabes que só te suporto pelo teu dinheiro !” Ele, que nesse momento descascava um figo, murmurou apenas: “Se gosto desse figo, e se posso pagá-lo, que me importa que ele goste ou não goste de mim?” E comeu o figo...” Sem maiores comentários... e até uma próxima oportunidade !

Cronista colaborador
Publicado em 9 de novembro de 2005 – no Diário de Canoas – RS.
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EM 13.05.2009

terça-feira, 30 de novembro de 2010

DATA DE FALECIMENTO de FERNANDO PESSOA - 30 de novembro de 1935 - Imagem foto da Internet

Fernando Pessoa















QUADRAS de IALMAR PIO

Nobre Fernando Pessoa,
Tão ilustre fingidor,
Ó poeta de alma boa,
Foste também trovador !...

No entanto, dou meu conceito,
sempiterno sonhador,
porque deve ser perfeito,
nunca se finja no Amor !

Aqui modulo meu canto,
E ouço o sabiá cantor,
Em seu mavioso acalanto,
Para eu fingir minha dor...

Porto Alegre – RS, 29.11.2008

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EM 30.11.2008

CRÔNICA REPUBLICADA - DIA DA REFORMA AGRÁRIA - 30 de novembro - Tela de Glaucia Scherer

Tela de Glaucia Scherer














QUESTÃO DE REFORMA AGRÁRIA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Desde que me conheço por gente ouço falar em Reforma Agrária, já faz mais de cinqüenta anos, e a mesma lengalenga continua. De duas décadas para cá, porém, tem se intensificado o Movimento dos sem Terras, pois a população rural foi aumentando e os filhos de pequenos agricultores, sem espaço físico para trabalhar e produzir, começaram a formar acampamentos à beira de estradas, visando a conseguir um pedaço de terras para se colocar e viver com suas famílias. Tenho lido também que se deixarmos tudo para o Governo não há perspectivas de acontecer; fala-se que se os militares não o fizeram, uma vez que tinham toda a força, inclusive editando o Estatuto da Terra, a Lei nº 4.504 de 30/11/1964, que dispõe em seu artigo 1.º, como sendo a reforma agrária “o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade”; quem o fará?!
Agora está acontecendo a polêmica quanto ao que seja área produtiva, estando de um lado o INCRA e de outro a FARSUL, para que se realizem, ou não, as vistorias nas propriedades rurais, visando o índice de produtividade. Sempre existe um motivo, ocasionando a protelação das medidas necessárias a fim de que se chegue a um bom termo. Quando se fala tanto em solidariedade humana, espera-se que os responsáveis pela Reforma Agrária se conscientizem e a concretizem a contento, uma vez que a primeira lei do direito natural é a vida, que, conforme se vê, está sendo ameaçada contra os excluídos e necessitados que pleiteiam o mínimo...
Verifica-se uma simpatia quase geral quanto à sua realização, pois, além de tudo, solucionaria grande parte do desemprego, problema social que vem corroendo a classe mais carente da sociedade e deixando ao desamparo milhares de nossos irmãos brasileiros. Não é admissível que num país de extensão continental, seus habitantes não tenham onde desenvolver suas atividades vocacionais, ou seja, o cultivo da terra, aos filhos de agricultores que por contingência do destino não a têm, pois os primeiros lotes que foram destinados aos imigrantes se fragmentaram tanto que finalmente se diluíram, por assim dizer. Ouvem-se as desculpas demasiadamente estapafúrdias por aqueles a quem não interessa a reforma agrária tão esperada quão necessária. Todavia, nada justifica o quadro dantesco dos acampamentos precários que presenciamos há tanto tempo, sem que as providências devidas sejam tomadas no tocante a mitigar um pouco aos que sofrem por sede de justiça social.
________________________
Poeta e cronista
Publicado em 12 de outubro de 1999 - no Diário de Canoas.
Publicado em 12 de janeiro de 2000 - no Jornal do Comércio de P.Alegre.
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EM 30.11.2008

domingo, 28 de novembro de 2010

CRÔNICA REPUBLICADA PELO TRANSCURSO DA DATA DE FALECIMENTO DE ÉRICO VERÍSSIMO - IMAGEM DA INTERNET

Érico Veríssimo













CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE ÉRICO VERÍSSIMO

IALMAR PIO SCHNEIDER

Tendo nascido em 17 de dezembro de 1905, em Cruz Alta, neste corrente ano acontece o centenário de nascimento do escritor gaúcho que tanto elevou o nome de nossa terra pelo mundo inteiro. O primeiro livro que tive a oportunidade de ler do renomado autor foi Clarissa, Editora Globo – 1960 – 3ª edição – 1ª impressão, que trata da história de uma jovem que desponta para transformar-se em uma linda mulher, em meio ao burburinho da cidade e a poesia dos jacarandás floridos. Depois fui lendo os outros livros que vieram na sucessão de sua obra em que já havia escrito um livro de contos intitulado Fantoches, bem como os romances Música ao Longe, Caminhos Cruzados, Um Lugar ao Sol e Olhai os Lírios do Campo, este último sendo o marco do início do seu sucesso, daí em diante mais e mais crescendo. Foi apresentado pela TV Globo em memorável novela. Um romance inesquecível foi O Resto é Silêncio, que trata de uma tragédia urbana que volta e meia tem acontecido em cidades de certo porte, ou seja, de elevado número de habitantes.
No ano de 1948 começou a lançar sua grande epopéia riograndense intitulada “O Tempo e o Vento”, (também apresentado pela TV Globo em uma minissérie) com os livros O Continente, O Retrato e Arquipélago, que formam a trilogia da história romanceada do Rio Grande do Sul, remontando, por assim dizer, às suas origens.
Por último apareceram os romances O Senhor Embaixador e o Incidente em Antares, que tanto sucesso fizeram junto ao público leitor, sendo que este foi apresentado como uma minissérie pela TV Globo.
Viriam ainda os dois volumes de sua autobiografia Solo de Clarineta – memórias – I e II, não conseguindo completar o segundo volume, pois faleceu em 28 de novembro de 1975, quando estava escrevendo a parte final, ou melhor, o texto ainda incompleto e vários dos originais em manuscrito. Foram concluídos pelo professor de Literatura Brasileira da UFRGS, Flávio Loureiro Chaves, conhecedor abalizado da obra de Érico Veríssimo e de acordo com o solicitado pela família do autor. Nestes livros o escritor narra toda sua luta para conseguir atingir os seus objetivos literários. Seu grande amor para com a cidade de Porto Alegre onde viveu e escreveu seus romances, transparecem pelas páginas fluentes e agradáveis de sua escrita. Isto despertou-me nem sei de onde um intento de compor um soneto, como segue:
SONETO PARA PORTO ALEGRE-

-Ao Érico Verríssimo (in memoriam)-

-Risonha Capital do meu Estado,
eu me orgulho de ti, desta pujança
de arranha-céus; do solo conquistado
do Guaíba que pra lagoa avança...

E quando a noite desce, reclinado
em meu leito de crença e de esperança,
amores que ficaram no passado
surgem saudosos, vivos na lembrança...

Hoje bem sei que não deixaram mágoas
nas páginas viradas desta vida,
e partiram levados pelas águas...

Canta, meu estro, um hino heróico e forte
à cidade que elejo a preferida
pra todo sempre, enfim até na morte !...

PORTO ALEGRE (RS), 29 de novembro de 2005-- Às 10h25min. na Siqueira Campos, próximo à Paineira.

Quero que este simples e modesto verso represente minha homenagem à cidade e ao genial escritor gaúcho, brasileiro e mundial que foi Érico Veríssimo, que quando indagado, no exterior, de que local estava vindo, respondeu: “Minha cidade tem uma orquestra sinfônica”.
A leitura dos seus livros sempre desperta o mundo que existe nas páginas que retratam a formação de nosso Estado e a nossa capital gaúcha de inúmeros atrativos e que amanhece sorrindo à margens do Guaíba, rio ou lago, pouco importa, é um cartão postal com seu pôr-do-sol maravilhoso, quiçá o mais lindo do planeta. Leiam-no e apreciem-no, que um centenário não é nada para um grandioso romancista e contador de histórias tal como o foi o nosso ilustre conterrâneo, o saudoso Érico Veríssimo. Até mais...

Cronista colaborador
Publicado em 07 de dezembro de 2005 – no Diário de Canoas.

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EM 30.11.2007

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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

CRÔNICA DE IALMAR PIO - IMAGEM: INTERNET


Pedro Geraldo Escosteguy







“E HÁ POETAS QUE SÃO ARTISTAS”

IALMAR PIO SCHNEIDER

Ocorre-me escrever a respeito de um poeta-artista que conheci na praia do Pinhal em fevereiro de 1984, quando veraneávamos por lá, no Hotel Cassino que havia sido inaugurado naquele ano. Quero falar da mostra Pedro Geraldo Escosteguy – Poéticas Visuais, no MARGS, entre 15 de julho e 14 de setembro de 2003, sendo a primeira retrospectiva e uma homenagem a um dos maiores artistas plásticos do Rio Grande do Sul.
Estava sentado no alpendre do citado hotel do Balneário Pinhal e acabava de compor o seguinte soneto: À Beira-Mar – As árvores se agitam levemente.../(como são verdes estas casuarinas !) -/ dir-se-ia que respiram como a gente/ sob os raios solares e neblinas...// Às suas sombras passam as meninas/ que vão à praia, nesta tarde quente,/ refrescar-se nas águas cristalinas/ e deitar-se na areia reluzente.// Passam as horas, vai-se enfim o dia,/ a noite chega, aos poucos, de mansinho.../ e as moças voltam lânguidas, inquietas,/ enchendo todo o ambiente de poesia;/ depois andando ao longo do caminho/ vão pedalando em suas bicicletas.—(Praia do Pinhal, 14-2-84). Depois de entabularmos conversa, o Dr. Pedro Geraldo Escosteguy, disse-me que era médico e poeta e que participara como mentor do Grupo Quixote, do qual foi ativista cultural responsável por muitos eventos acontecidos em Porto Alegre e no Estado nos anos 1950. Depois já de volta a Canoas, escrevi um soneto que lhe dediquei e enviei e que diz assim: Soneto Quixotesco – É preciso escrever, eu quero um mote;/ pois assim desenvolvo meu talento/ e a investir contra os moinhos de vento/ serei o personagem Dom Quixote.// NO Rocinante vou seguindo a trote/ e o Sancho Pança me acompanha lento,/ porém p’ra terminar o meu tormento/ desejo Dulcinéia com seu dote.// Minha luta começa todo o dia/ e por sempre manter a fidalguia/ jamais irei parar à meia viagem.// P’ra tanto tenho força de vontade/ e embora encontre tanta adversidade,/ não me faltam bravura nem coragem.” – Canoas, 22.2.84. Não demorou muito recebi a resposta de minha carta e vinha como sói acontecer a poetas, de sua autoria: “Soneto Seguinte – Não te faltam bravura nem coragem,/ nem Dulcinéas para o teu tormento,/ mas o verso, - levado pelo vento,/ perdeu alento para tanta imagem.// Talvez o Rocinante, nesse evento/ sofreu o mesmo trauma da miragem,/ confundindo a leveza da bagagem/ ante a adversidade do momento.// Fora disso, fundiu-se metro e mote,/ rendendo o investimento no Quixote/ versos de relevante fidalguia.// Essa que louvo e que lembrar prometo/ se, - como o faz - , elaborar um dia/ no rastro bilaqueano do soneto.—Pedro Geraldo Escosteguy.- P.Alegre, 9 de março de 1984”. Respondo-lhe então, com estas palavras a sua gentil missiva, em 13 de março de 1984: Chega-me às mãos sua carta de 9 do corrente, e acompanhando-a o volante Quixote 1 – 1960 e a folha Adágio com a linda poesia Visita de Juana de América, pelo que sensibilizado lhe agradeço, justamente quando leio (e em parte releio) nosso imortal Castro Alves, cujo nascimento se comemora no dia 14 deste mês(...). Lendo-lhe os versos não resisto à tentação de “fazer outra barbaridade”, ou seja, aventurar-me, por assim dizer, a dirigir-lhe um dos meus inglórios sonetos, que transcrevo: Soneto a Castro Alves – Lírico das “Espumas Flutuantes”,/ tribuno de “Os Escravos”; defensor/ da liberdade, em ímpetos gigantes/ alçaste as asas qual feroz condor !...// Na “A Cachoeira de Paulo Afonso”, estuantes/ as águas rolam: “brado atroador”.../ Também de Eugênia Câmara, inconstantes/ ouviste as juras de violento amor...// À tua voz há de ficar clamando/ por justiça no mundo e lealdade,/ num tom impávido ou suspiro brando...// Passam os anos mas é sempre novo/ o teu legado p’ra posteridade,/ dizendo: “A praça ! A praça é do povo...”.
Por último, lembro que a Exposição continua até 14 de setembro no Margs. Vale a pena uma visita.
Poeta e cronista
Publicado em 20 de agosto de 2003 – no Diário de Canoas.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Data de nascimento de EÇA DE QUEIROZ - 25.11.1845 - IMAGEM DA INTERNET

Eça de Queiroz







APÓS LER CRIME DO PADRE AMARO DE EÇA DE QUEIROZ


Uma história de amor que nos surpreende,

libélulo ao celibato imposto,

lança no espírito feroz desgosto

que por maior esforço não se entende.


São os mistérios que jamais se aprende:

uma existência trágica ao sol-posto

penetra o cérebro e no próprio rosto

dá contrações de nervos e se estende.


O mundo estupefato ao Padre Amaro

lançará seu desprezo inconformado,

pois mesmo que procure achar amparo


na vã filosofia de um idílio,

surgirão tão fatal como o pecado

a pobre Amélia morta e morto o filho...



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

DATA DE NASCIMENTO DE CRUZ E SOUSA - 24.11.1862 - IMAGEM DA INTERNET








SONETO A CRUZ E SOUSA – In Memoriam –

Ialmar Pio Schneider


Poeta das Visões e dos Mistérios,
Evocando outros mundos de Quimera
Onde devem viver seres etéreos
Que por aqui passaram n´outra Era...

São espíritos cuja Vida austera
Atravessaram cá momentos sérios,
Sem conhecer a eterna Primavera,
Hoje ouvindo dos Anjos os saltérios...

São as almas que o Vate Cruz e Sousa
Evocava em seus versos: “ais perdidos
Das primitivas legiões humanas?!”

Lembramos que sua alma ora repousa
Por Mundos para nós desconhecidos,
Mas plenos de canções... louvor... hosanas...

Porto Alegre, RS, 23 de novembro de 2010-11-23

às 16h38min.






segunda-feira, 22 de novembro de 2010

DATA DE NASCIMENTO DE MASAHARU TANIGUCHI - 22.11.1893 - IMAGEM da INTERNET

Masaharu Taniguchi








CRÔNICA - DATA DE NASCIMENTO DO MESTRE MASAHARU TANIGUCHI - 22.11.1893

Ialmar Pio Schneider

Com a crônica abaixo que versa sobre a leitura e os livros quero prestar uma justa homenagem ao grande mestre Masaharu Taniguchi, fundador da Seicho-No-Ie, doutrina da qual sou adepto e que partiu para o Mundo Espiritual após 91 anos e meio na vida terrena. Nasceu em Kobe, Japão, em 22 de novembro de 1893 e faleceu em Nagasaki, Japão, em 17 de junho de 1985. Escreveu muitos livros de Doutrina do Poder Infinito da Mente, de uma Vida Quotidiana Feliz, isenta de pecados, de doenças e da morte (mudança para o Mundo Espiritual). Sua obra, entre outras de muita filosofia, que um colega afirmou ser o maior filósofo que já leu, A Verdade, A Verdade da Vida, O Livro dos Jovens, etc.). Se alguém estiver abatido, deprimido ou pensar ter doença, experimente conhecer esta Doutrina maravilhosa. É a minha pequena parcela de contribuição para com o abnegado Mestre, construtor de um Mundo de muita Paz e Iluminação Divina.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

56ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE - RS - 29.10 a 15.11.2010 - LANÇAMENTO DA COLETÂNEA DA CAPORI - 2010

Ialmar Pio Schneider, autografando a Coletânea da Casa do Poeta Rio-Grandense na 56ª Feira do Livro de Porto Alegre - RS, em 9.11.2010 no térreo do Memorial do Rio Grande do Sul.













Poema no livro pg. 82

SE EU TE DISSESSE...

Ialmar Pio Schneider

Se eu te dissesse que sinto a angústia de saber que existes
e não consigo te alcançar porque me pareces uma estrela distante...
Que os versos que componho se tornam cada vez mais tristes
e não posso te atingir como quisera e tenho que seguir adiante...

Se eu te dissesse que mesmo assim és a musa que me inspira
nos momentos de aflição, nas horas mais difíceis da vida...
Compreenderias talvez os soluços que magoada murmura a lira
do poeta que sou, maluco por tua presença inatingida ?!..

Se eu te dissesse também que representas o antes e o depois
de tudo que caminhei nas páginas de minha história...
que eu desejava, mesmo almejava, que fosse de nós dois
este feliz caminho, esta venturosa trajetória....

Se eu te dissesse que os dias custam a passar quando não estás
falando comigo e permaneço ouvindo tuas palavras ardentes...
Que em lugar nenhum consigo ficar, por assim dizer, em paz
e faço parte do rol nada agradável dos descontentes...

Sentirias a saudade que chega sem avisar, na hora
em que talvez estejas a fazer solitária, a tua prece
de amor por quem sentes bater o coração agora
pulsando ingovernável e bravio... Se eu te dissesse ....





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em 23.7.2010
JORNAL N H EM 23.7.2010

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

TROVAS de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET

Samain_Cleópatra















TROVAS De IALMAR PIO SCHNEIDER

V
Seresteiro e trovador,
ambos têm equivalência:
porque os dois fazem do amor
o motivo da existência.
VI
O vento leva o meu verso
- afinal nada o detém -
pelos confins do Universo
e pra quem me queira bem.
VII
Eu era ainda criança
e sempre quis ser poeta,
nunca perdi a esperança
de atingir a minha meta.
VIII
De tantas trovas que fiz
uma foi a mais ardente:
ouvindo-a foste feliz,
cantando-a fiquei contente !

Publicado na pág. 16 de O TIMONEIRO - 28.5.82 - CANOAS (RS)
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EM 03.11.08
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

56ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE - RS - 29.10 a 15.11.2010 - LANÇAMENTO DA COLETÂNEA DA CAPORI - 2010

O poeta Ialmar Pio Schneider autografando na Feira do Livro de Porto Alegre - RS, em 9 de novembro de 2010 - o livro Coletânea da Casa do Poeta Rio-Grandense.















Poema publicado na Coletânea da Casa do Poeta Rio-Grandense - 46 Anos - 2010 - Prosa & Verso - em 9 de novembro de 2010.

FORAS CAPAZ....

Ialmar Pio Schneider

Deixarias que eu entrasse em tua vida assim sorrateiramente
como chega um ladrão para roubar teu coração ?
Quiseras que eu fosse alguém desconhecido de ti, diferente
dos demais, e viesse para tua aceitação ?!

Se assim o desejas e vives sem preconceitos,
eu me apresento agora à tua contemplação,
embora trazendo em meu ser mil defeitos
próprios dos que amam ardentemente com tanta emoção !

Foras capaz enfim de projetares uma aventura louca
que descortinasse um mundo que nem sonhas existir,
e tivesses que enfrentá-lo, saturada de beijos em tua boca,
e dos outros que falassem te pusesses a rir...

Nós transporíamos todos os obstáculos possíveis e imagináveis
e seriamos dois em um, como sói acontecer aos amantes,
por assim dizer, enamorados e amáveis,
que querem desfrutar juntos todos os instantes...

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em 01.08.2010

Coletânea pg. 81

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

SONETO DE IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET

Fada



















FADA SEM JUÍZO

Ialmar Pio Schneider

Nem tive tempo de pensar se havia
alguma coisa em ti que me tocasse,
apenas enxerguei em tua face
uns leves traços de melancolia...

Foste qual uma aparição que nasce
num momento de tênue fantasia;
agora já não sei o que faria
para que nosso encontro continuasse!

E não voltaste mais... só na lembrança,
de vez em quando surges sem aviso,
trazendo-me resquícios de esperança...

Então, procuro te agarrar, mas voas
rumo ao teu reino, fada sem juízo,
sem que de minha mágoa te condoas...

CANOAS(RS) - 14.04.84
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EM 01.06.2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

DATA DE NASCIMENTO DO POETA HOMENAGEADO NELSON FACHINELLI - IMAGEM DA INTERNET - FOTO









Pela data de nascimento do poeta homenageado, Nelson Fachinelli, em 9.11.1935 e falecido em 26.4.2006, sendo nossa Coletânea em homenagem aos 75 anos, se fosse vivo.


***


SONETO À CASA
DO POETA RIOGRANDENSE

Para o Nelson Fachinelli

São Vinte Anos que a CASA DO POETA
RIOGRANDENSE festeja e comemora.
e será, dia a dia, mais concreta
congregando a Irmandade tempo afora...

Seja a Luz do Ideal a sua meta,
tal como o foi na Fundação outrora,
e que leve a mensagem predileta
ao coração que sofre... ou ama... ou chora...

Vinte e Quatro de Julho marca o início
de uma nova seara da Cultura
cuja semente achou solo propício...

Portanto, levantemos estandartes
p’ra saudar a Entidade que perdura:
A CASA DO POETA em prol das Artes...

Autor: Ialmar Pio Schneider

Canoas, 19 de julho de 1984 - Pág. 11 - R A D A R - Variedades
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em 24.7.2010
JORNAL de NH em 24.7.2010

http://ialmar.pio.schneider.zip.net/
em 09.11.2008
http://ialmarpioschneider.blogspot.com/
EM 24.07.09

domingo, 7 de novembro de 2010

LANÇAMENTO DO LIVRO CEM CANTARES SEM QUIETUDE, de LISETE JOHNSON


Por ocasião do autógrafo na Feira do Livro em 2010 - 30 de outubro.















Lançamento do livro "Cem Cantares Sem Quietude", Editora Alcance, da amiga poetisa e trovadora Lisete Johnson, na 56ª Feira do Livro em Porto Alegre, RS, no dia 30 de outubro de 2010. O prefácio da obra foi por mim elaborado é o seguinte:

PREFÁCIO

Ialmar Pio Schneider

Engendrar um prefácio às lindas trovas da amiga e confreira Lisete Johnson, é uma tarefa prazerosa e, além do mais, um privilégio a um ex-escriba de aldeia que, por cerca de nove anos, publicou seus modestos escritos no Diário de Canoas, meu predileto jornal do Vale dos Sinos. Não obstante, expresso aqui e agora, a sincera estima pela criação poética, no gênero trovadoresco, tão romântico e filosófico, próprio das almas eleitas...
Teu nome, ó Lisete, lembra-me a flor-de-lis, com certeza, uma das mais nobres de todas quantas existem e as tuas trovas que apreciei com devoção, são flores variegadas de magníficos matizes !
Resta-me desejar aos teus Cantares sem Certeza, uma trajetória plena de sucesso e, em cada alguém que os lerem, o prazer de sentir a emoção da poesia que vivifica o espírito.
Agradeço a deferência de redigir estas palavras singelas mas honestas sobre a obra da cara amiga.
Parabéns, Lisete !

Porto Alegre – RS, 10 de dezembro de 2009.

****************************************


Ofereci-lhe um soneto, baseado em suas trovas, notadamente, uma, assim:

TROVA (inspiração para o soneto)

Nos lençóis em desalinho,
Jamais o tempo apagou,
Aquelas gotas de vinho,
Que a imprudência derramou.

(Lisete Johnson)



SONETO PARA LISETE JOHNSON – exímia trovadora

Ialmar Pio Schneider

Ao ler as tuas trovas na calada
Da noite, ou mesmo na manhã de sol,
Sinto que escreves, sempre apaixonada,
Os lindos versos mágicos de escol...

Na poesia a surgir purificada
Pelo filtro de límpido crisol,
Essas gotas de vinho não são nada,
Se a imprudência derrama no lençol.

Pois este é o charme que traduz beleza
E apesar de trazer-nos incerteza,
Vem suscitar o fogo da paixão.

Assim são os momentos de saudade
Que a gente desfrutou com ansiedade,
E nunca... nunca mais se apagarão !

Porto Alegre, RS, Tristeza – 29.05.2010

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em 30.06.2010

sábado, 6 de novembro de 2010

CONVITE - 56ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE - RS - de 29.10 a 15.11.2010 - IMAGEM DA INTERNET














Te convido para o lançamento do nosso livro de poesias na Feira do Livro de Porto Alegre, em 9 de novembro, como abaixo. Te aguardo. - Eis

De: IALMAR PIO


Data: 19/10/2010 15:18:48Para: undisclosed-recipientsAssunto: Fw: Sessão de Autógrafos Na Feira do Livro de Porto Alegre RGS Coletânea da Casa Do Poeta Rio-Grandense 46 anos/2010






CONVITE


Ialmar Pio Schneider tem o prazer do convidar você para a sessão de autógrafos do livro abaixo.




SESSÃO DE AUTÓGRAFOS


na


Terça-Feira - 09/11/10 -


dia dos 75 Anos de Nelson Fachinelli -


às 16 horas no Memorial do Rio Grande do Sul


Praça da Alfândega




CONTAMOS CONTIGO!




Nossos Autores Capa: Velas - aquarela de Marlene CafrunyCriação Gráfica: Neil JouyssancePoema: José Moreira a SilvaPrefácio Joaquim MoncksPoetas e Prosadores


Trova


Os versos que a gente escreve,


mesmo que sejam banais,


é um pouco da vida breve


que não volta nunca mais !




(Ialmar Pio Schneider)




AGRADEÇO A SUA PRESENÇA.-------




Mensagem original-------De: Data: 10/10/2010 06:36:46Para: Assunto: Sessão de Autógrafos Na Feira do Livro de Porto Alegre RGS Coletânea da Casa Do Poeta Rio-Grandense 46 anos/2010Nossa Coletânea em Prosa e VersoCASA DO POETA RIO-GRANDENSE 46 ANOS /2010Organização : Ieda Cunha CavalheiroEditora Alternativa estará na56ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGREemSESSÃO DE AUTÓGRAFOSnaTerça-Feira - 09/11/10 - dia dos 75 Anos de Nelson Fachinelli - às 16 horas no Memorial do Rio Grande do SulPraça da AlfândegaCONTAMOS CONTIGO!Nossos Autores Capa: Velas - aquarela de Marlene CafrunyCriação Gráfica: Neil JouyssancePoema: José Moreira a SilvaPrefácio Joaquim MoncksPoetas e Prosadores
Adilar Signor Alba Pires FerreiraAlcione Sortica Alda MezeckAlencar Torres Porto Altayr VenzonAncila Dani MartinsAntonio Augusto BandeiraAntonio Filipe Sampaio Neiva SoaresAntônio Vilela PereiraBenedito da Costa PereiraCarlos Alberto Fontoura LuisCarlos da Silva Santos NetoCida ValadaresClair AlvesClarisa Rosa Ibarra ChavesClevane PessoaDalva Leal MartinsEdison da Silva BoeiraEloísa Rodrigues PorazzaFídias TellesIalmar Pio SchneiderIára Pacini Ieda Cunha CavalheiroIlda Maria Costa BrasilIlzoni Cunha de MenezesInalda Peters da Silva Isabelle Cavalheiro de Mello Joaquim MoncksJorge Duarte BarbosaJorge Ricardo PeixotoJosé AraújoJosé Moreira da SilvaKátia ChiappiniLígia Antunes LeivasMaira Vicenzi KnopMargarete Soares da SilvaMaria Clara Segóbia Maria da Glória Jesus de OliveiraMarísia de Jesus Ferreira VieiraMariza NonohayMilton José PantaleãoMoacir Índio da Costa Nara Regina LatorreNeida RochaNeil Jouyssance RibeiroOdone Antônio Silveira NevesRosângela Cunha de MenezesRozelia Scheifler Rasia Sonia Lucia de Souza GomesTati TellesVany CamposYeda Araújo PereiraMensagens Clevane Pessoa - Belo HorizonteÉdison Almeida - Ilha da Madeira - PortugalLuciana Carrero - Viamão






sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Aniversário de nascimento de Rui Barbosa - 5.11.1849 - Imagem da Internet








A RUI BARBOSA - em Getúlio Vargas - RS - Junho de 1959

Rui Barbosa
Literato
Foi de fato
Rei da Prosa.

Escritor
Mui correto
Tão dileto
Prosador.

Assombrou
C´o saber
Tão profundo...

Pois honrou
Seu dever
Neste mundo.

IALMAR PIO SCHNEIDER

***Imagem da Internet - foto

Aniversário do município de Sertão - RS - em 5.11.1963 - Imagem da Internet

Igreja São José - Matriz de Sertão - RS













SONETO A SERTÃO
(Minha terra natal)

Oh! terra onde nasci, berço de minha infância,
que sempre levarei dentro do coração
batendo com ardor, em serena constância,
lembrando os tempos bons que já bem longe vão !...

Teu nome a recordar saudades e distância
flores silvestres e quem sabe solidão,
há de permanecer tal suave fragrância
cá dentro de minh’alma, oh! saudosa Sertão !

Se assim Deus o quiser, em teu solo bendito
reviverei um dia o passado aos pedaços,
como o filho que volta ao lar: cansado, aflito...

Porém que, em retornando ao seu torrão natal,
lugar onde ensaiou os seus primeiros passos,
consegue um elixir pra curar o seu mal...
___________________________
IALMAR PIO SCHNEIDER
PÁG. 16 - O TIMONEIRO - CANOAS, 3.6.83_______________________________________________________________________

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

SONETO de IALMAR PIO - TELA de GLAUCIA SCHERER

Tela de Glaucia Scherer




















Bric-a-Brac da Vida
NILO TAPECOARA
CORREIO DO POVO 12.3.1983 - Página 23
________________________________________________________
R e n ú n c i a

Ialmar Pio Schneider

Viver sem teu carinho, sem teu beijo,
por receio de não ser compreendido;
e, ao mesmo tempo, louco de desejo
ao vivo amor não encontrar olvido.

Querer a fuga como um triste andejo
em busca de outros ares, aturdido,
mas por desgraça não achar ensejo
onde viver amado e ser querido.

Quanto amor te devoto e, todavia,
meu sentimento vago renuncia
tua presença meiga em minha vida...

E eu me contenho alheio ao teu sorriso,
como alguém reservado e indeciso
que não sabe se elege a preferida...



quarta-feira, 3 de novembro de 2010

CRÔNICA - 56ª FEIRA DO LIVRO de 29.10 a 15.11.2010 - IMAGEM da INTERNET

Vista da Feira do Livro de Porto Alegre - RS






OS LIVROS ESTÃO NA PRAÇA


Ialmar Pio Schneider


Não ouso afirmar que a leitura seja uma panaceia para a cura de todos os males, mas conheço depoimentos de várias pessoas que se realizam através de ensinamentos hauridos em livros os mais diversos. Já se disse, com muita propriedade, que todo o livro, por mais modesto que seja, é de auto-ajuda, apesar de a Lya Luft, não concordar com a afirmação para o seu best seller Perdas & Ganhos. É um direito dela e um dever que tenho de respeitá-la. Entretanto, penso que nem Guyau: “Le livre écrit, si imparfait qu’il soit, est encore une des expressions les plus hautes de l’éternel vouloir-vivre, et à ce titre il est toujours respectable”. Traduzindo: “O livro escrito, tão imperfeito que seja, é ainda uma das expressões mais altas da eterna vontade de viver, e a este título ele é sempre respeitável”. E o saudoso confrade Eno Teodoro Wanke, escreveu em sua obra Quando a Cadabra se Abriu, o seguinte achado, ele que foi um grande trovador literário: “Um livro pode ser nosso sem nos pertencer. Só um livro lido nos pertence realmente.”
Deixo aqui os versos de minha lavra: Soneto Matutino – Surge a manhã, os pássaros cantores/ vêm despertar as nossas emoções.../ Quem poderá viver sem ter amores/ embora sejam sonhos e ilusões? // O sol nascente esparge resplendores/ que são quais ondas d’ouro aos borbotões;/ o próprio orvalho que dá vida às flores/ semelha pérolas em profusões...// Nesses momentos de êxtase e de enlevo/ sinto quanto minh’alma está vazia/ e lastimando tua ausência escrevo.// Se por acaso leres estas linhas/ pensa na solidão e na poesia/ que sempre foram companheiras minhas. – Do livro: Poesias Esparsas Reunidas.
O incentivo à leitura deve ser permanente, a fim de que se adquira o hábito salutar de fazê-la sempre. Para tanto, há necessidade de os pais e professores exercerem esta atuação exemplar para com seus filhos e alunos. Com certeza, jamais haverá arrependimento se assim o fizerem. Os livros estão semeados por aí e amadurecidos, colham-nos !

Cronista e poeta – E-mail:
menestrel@brturbo.com
Publicado em 24 de novembro de 2004 – no Diário de Canoas.

CRÔNICA - 03 de Novembro - Dia do Barbeiro/Cabeleireiro - Imagem da Internet







FRUSTRAÇÃO

Ialmar Pio Schneider

Casos como o que se descreve abaixo acontecem amiúde, tanto nas cidades grandes e médias, quanto nas vilas do interior. É possível que o leitor já tenha convivido com uma estória destas ou ao menos presenciado alguma. Geralmente, para não dizer sempre, as pessoas que encarnam o tipo de personagem focado, agem assim por ter bom coração, diz o povo. Quem sabe mergulhando-se na psicologia humana, encontre-se uma explicação plausível e até aceitável, a fim de conseguir-se penetrar num comportamento ou atitude dessa natureza.
Outrossim, quando existe uma possibilidade alternativa de sair da situação angustiante, pode-se dar graças a Deus e seguir em frente de cabeça erguida. Foi o que houve no relato ficção-realidade aqui desenvolvido, mais ou menos de maneira sucinta.
Nada poderia ter sido pior do que enfrentar aquela situação que se apresentava neste momento em sua vida. Passara todo o tempo, ganhando e esbanjando dinheiro, sem se preocupar com o futuro. Agora, no entanto, sentia o quanto havia errado, mas era tarde para evitar a decadência, ou melhor, a derrocada total de sua micro-empresa. Sempre ouvira dizer que quando a água atinge a cintura, aprende-se a nadar e levara o barco da existência na flauta, despreocupadamente, como se nada estivesse acontecendo. Aprendera a lição a posteriori. Não adiantou a placa pendurada na parede, em seu armazém de secos e molhados e armarinhos, que rezava: FIADO SÓ AMANHÃ ! Fidêncio Sapopema, proprietário da casa “A BARATEIRA”, nem atentara para os dizeres da frase, como quem não compreendesse o significado da mesma, nem se lembrara do ditado que diz: Fazer o bem, sem saber a quem, seus perigos tem. Dera de comer a tanta gente, vestira outros e hoje estava quebrado. Para competir com os concorrentes tivera que vender fiado, a fim de angariar fregueses. Fora um péssimo negócio. Olhava para as prateleiras quase que vazias e finalmente, caindo na realidade, vivia um drama que lhe causava profundo abatimento. Entretanto, não se deixaria esmorecer perante o fracasso. Tinha fé e esperança. Afinal de contas, a profissão que exercera desde o início de sua juventude e de quanto se vangloriava, poderia salvá-lo. Foram três anos de médio comércio, para não dizer pequeno, que o frustraram sem atingir seu objetivo que era crescer. Também, apesar de tudo, não ficara devendo a ninguém, pois tinha verdadeira fobia de fazer dívidas, e falira, porque comprava a vista e vendia a prazo, ou melhor, a perder de vista, como se diz vulgarmente.
Finalmente, sem se lamentar, guardando a mágoa para si mesmo e a lição tardia na memória, retorna à sua antiga ocupação. Era barbeiro.
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Poeta e contista


Publicado no Diário de Canoas.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

DIA DE FINADOS - 2 de novembro - IMAGEM da INTERNET - velas









S O N E T O D E F I N A D O S

Ialmar Pio Schneider

Lembramos nossos mortos neste dia
que consagramos tristes aos finados;
passaram para o além e a lájea fria
apenas guarda os corpos sepultados.

Hoje tudo é perpétua nostalgia...
Ouvem-se preces, prantos desolados,
um porquê inexplicável excrucia
até os corações mais resignados.

Dos páramos celestes desce a luz
iluminando a terra que se habita;
e a verdade mais crua se traduz

pela certeza natural e aflita
que fatalmente a todos nos conduz
à noite eterna... trágica... infinita...

(CANOAS, 2-11-82)

Publicado em O TIMONEIRO - Pág. 10 - de 5.11.82 - CANOAS (RS)
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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CRÔNICA - DATA DE FALECIMENTO DE LIMA BARRETO - 1º.11.1922 - IMAGEM da INTERNET - FOTO

Lima Barreto
















O AUTOR DE “O HOMEM QUE SABIA JAVANÊS”

Ialmar Pio Schneider

Nunca um escritor brasileiro me despertou tanto a emoção e o sentimento quanto esse de o Triste Fim de Policarpo Quaresma. Lembro-me que adquiri alguns de seus livros na Livraria Americana de Passo Fundo, RS, editados pela Editora Brasiliense, no ano de 1965, e que eram Recordações do Escrivão Isaías Caminha, cujo prefácio de Alceu Amoroso Lima (Tristão de Ataíde) é um panegírico dos mais eloqüentes dos que já conheci; Triste Fim de Policarpo Quaresma, Numa e a Ninfa, Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, Diário Íntimo e o Cemitério dos Vivos. Posteriormente, comprei outros livros desse literato inigualável de nosso céu literário, pois nos seus apenas quarenta e um anos de idade nos legou uma obra, que pela contingência de sua vida de pobre solitário e qual nosso Mário Quintana, sofreu o revés de não ser eleito para a Academia Brasileira de Letras, compõe-se de dezessete volumes, entre romances, contos, crônicas, impressões de leitura, memórias e correspondência.
Tomei conhecimento, isto já faz muitos anos, de sua literatura através de uma revista em quadrinhos e que narrava a história sucinta de Recordações do Escrivão Isaías Caminha, que me ficou na memória. Mais tarde foi publicada pela Editora Civilização Brasileira S.A. , do Rio de Janeiro, em 1964 a 3ª edição de sua biografia magistralmente escrita, através de pesquisas exaustivas, do grande entusiasta de sua obra, o acadêmico imortal Francisco de Assis Barbosa, A Vida de Lima Barreto (1881-1922), Prêmio Fábio Prado,1952, que adquiri também naquele ano e que faz parte de minha modesta biblioteca até hoje.
Mas ele foi também um contundente jornalista crítico de costumes e em seu livro Os Bruzundangas, de suas crônicas publicadas em jornais da época, deixou páginas e mais páginas de sátiras até agora sempre válidas para a atualidade. Em o conto A Nova Califórnia, expõe uma descoberta inusitada que não vou aqui dizer para não tirar ao leitor a surpresa. E o final de o Clara dos Anjos é de uma resignação comovente ! Este é o desabafo, por assim dizer conformado, de quem teve uma vida carente das coisas mais simples e nem por isto deixou de ser um dos escritores mais importante da Literatura Brasileira. Hoje em dia todos o reverenciam.
E para finalizar esta crônica, quero fazer minhas as palavras de nosso ínclito crítico literário, no prefácio que fez à obra Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá, como segue: “A gloria de Lima Barreto cresce de ano para ano. Seus livros possuem tal marca de sinceridade, de humanidade, de verdade, de dramaticidade silenciosa e honesta, que as gerações se sucedem, as modas passam, os cabotinos aparecem e morrem, os tempos mudam, os acontecimentos mais patéticos enchem os anais dos tempos modernos, dentro e fora do Brasil, e no entanto o Pobre do Subúrbio, o burocrata do Ministério da Guerra, o homem que não tinha dinheiro nem prestígio para publicar seus livros, o homem que fugia de casa e refugiava-se no álcool para não assistir ao drama pungente da loucura paterna, o homem que tinha mais talento literário do que qualquer dos seus contemporâneos e no entanto viveu e morreu quase na indigência, esse homem Bom para quem a vida foi tão má é hoje uma das glórias mais puras do firmamento literário brasileiro e americano, que amanhã será “descoberto” pelo norte-americano ou pelos europeus, como só há pouco o foi Machado de Assis. Sua vida, sua morte e sua obra nos confirmam, uma vez mais, que só por exceção deixa o sofrimento de ser o preço amargo da glória. – Fazenda São Lourenço, 16-VII-1954 – Alceu Amoroso Lima (Tristão de Ataíde)”.
Esta é uma simples e modesta homenagem que pretendo prestar ao escritor do meu despertar para a Literatura, que já vai longe.

Poeta e cronista – E-mail:
menestrel@brturbo.com
Publicado em 6 de agosto de 2003 – no Diário de Canoas.



domingo, 31 de outubro de 2010

SONETO DE ANIVERSÁRIO DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE - 31.10.1902 - IMAGEM DA INTERNET

Carlos Drummond de Andrade











SONETO A CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE


- Nascimento em 31.10.1902 - In Memoriam


Carlos Drummond de Andrade e a ´´pedra do caminho´´...

por isso compreendi que tudo dá poesia,

quando se tem amor, quando se tem carinho,

e as ideias triviais surjam da fantasia...


Porém, ´´e agora José´´, seguindo sozinho

no escuro, amedrontado e sem a luz do dia,

procurando encontrar um mero cantinho

para viver feliz e ´´não veio a utopia´´...


Eu também encontrei muitas pedras na estrada

e me achei qual José, caminhando no escuro,

mas não tinha ninguém, pois a mulher amada


não havia surgido em minha triste vida...

No entanto, acreditei nos sonhos do futuro

e nos versos que fiz buscava uma saída...





sexta-feira, 29 de outubro de 2010

CRÔNICA - DIA NACIONAL DO LIVRO - 29 de outubro - Imagem da Interneet









DIA NACIONAL DO LIVRO

Ialmar Pio Schneider


Por ter ocorrido em 29 de outubro de 1810 a fundação da Biblioteca Nacional, esta data é comemorada como o Dia Nacional do Livro.
Ocorreu-me escrever algo a respeito do livro, este amigo mudo mas sábio que me acompanha desde que me conheço por gente. O pouco que sei nesta vida pacata que levo, além dos mestres que me ensinaram, estão os livros como fonte de conhecimentos onde procurei sempre a aprendizagem e o lazer, apesar da mortificante televisão cuja tentação não tenho resistido.
Também não posso deixar de referir-me ao leitor para o qual compus um soneto: Ao leitor - Quando escrevo me assalta um pensamento/ indeciso de não saber a quem/ possa atingir meu louco sentimento/ e duvidar assim não me faz bem...// Espero apenas que o meu sofrimento/ não vá prejudicar... ferir ninguém.../ Ponho aqui realidade e fingimento/ para a escolha daqueles que me lêem.// Segue junto comigo se te apraz/ conhecer solidão e fantasia,/ às vezes desespero, às vezes paz:/ meus “Sonetos e Cânticos Dispersos”,/ dizendo que no mundo da poesia/ cada qual é o poeta dos seus versos...
Pode parecer estranho que quase sempre me socorro da poesia para escrever o meu texto aqui, buscando divulgar os autores, os mais diversos. É uma maneira de despertar o interesse para a arte poética pois sempre vejo nela uma tábua de salvação à realidade cruel que presenciamos no dia-a-dia. Nunca é demais lembrar: “Um país se faz com homens e livros”. Monteiro Lobato (1882-1948). Então, façamos deles os nossos fiéis e constantes companheiros para enfrentar a vida.