quarta-feira, 29 de julho de 2015


Eu e a Helena na piscina do Oceano Hotel Copacabana em julho de 2000


UMA VIAGEM INOLVIDÁVEL I

IALMAR PIO SCHNEIDER

         Pedem-me que escreva algumas considerações a respeito da excursão de ônibus por dez dias que fizemos ao Rio de Janeiro, permanecendo  em Curitiba, para visitação aos principais pontos turísticos da cidade. Começamos pela viagem de trem até Morretes, através de túneis e viadutos, apreciando paisagens panorâmicas deslumbrantes. Acontece que nada anotei, mas ocorre-me no momento, que ao retornarmos, iniciamos  pelo Jardim Botânico, indo após ao Ópera de Arame, à Pedreira Paulo Leminski Filho, onde já cantou, entre outros, o grande tenor José Carreras; e mais dois outros parques, construídos sobre pedreiras desativadas que é uma maneira que fazem para aproveitá-las.
         No dia seguinte prosseguimos viagem rumo ao Rio, com uma parada no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida do Norte, onde tivemos a oportunidade de adquirir alguns souvenirs e rezarmos à Padroeira do Brasil, pedindo sua bênção e proteção.
         Chegamos ao Rio à noite e nos hospedamos em hotel junto à praia de Copacabana. Na manhã seguinte iniciamos o city-tour indo ao Morro do Corcovado, onde subimos de trem e após a pé os degraus que levam à estátua do Cristo Redentor, de braços abertos abençoando a todos. A vista lá de cima é maravilhosa, assim como a própria cidade, que já detém esse epíteto que nenhuma outra possui, com justiça.
         Depois nos dirigimos ao maior estádio do mundo, o Maracanã, onde vimos o Romário que havia ido colocar os pés na calçada da fama. Tivemos uma palestra do velho zelador há 52 anos, o sr. Izaías Ambrósio (assim se chama, se não me falha a memória, hoje com 74 anos de idade),


terça-feira, 28 de julho de 2015

Imagem da Internet - A Formiga e a Cigarra



CIGARRAS E FORMIGAS

IALMAR PIO SCHNEIDER

            Nos primeiros anos de escola primária, se não me falha a memória, no terceiro, aprendíamos a fábula  “A cigarra e a formiga”, de La Fontaine, traduzida pelo poeta português Belchior M. Curvo Semedo, expressa com as seguintes estrofes: Tendo a cigarra em cantigas / Folgado todo o verão, / Achou-se em penúria extrema / Na tormentosa estação. // Não lhe restando migalha / Que trincasse, a tagarela / Foi valer-se da formiga, / Que morava perto dela. // Rogou-lhe que lhe emprestasse, / Pois tinha riqueza e brio, / Algum grão com que manter-se / Té voltar o aceso estio. // “Amiga, (diz a cigarra) / Prometo, a fé d’animal, / Pagar-vos antes de agosto / Os juros e o principal.” // A formiga nunca empresta, / Nunca dá, por isso ajunta... / - No verão em que lidavas? “/ À pedinte ela pergunta.// Responde a outra: “Eu cantava / Noite e dia, a toda a hora.” / “Oh! Bravo! (torna a formiga) / Cantavas? pois dança agora!”
             Ensinavam-nos que se não fizéssemos nosso pé de meia no verão, quando chegasse o inverno iríamos ter dificuldades insuperáveis para nossa sobrevivência. De fato, aquela filosofia ficou impregnada em meu subconsciente por diversos anos até que, bem mais tarde, conheci os sonetos de Olegário Mariano, entre os quais o “Conselho de amigo”, que assim se expressa: Cigarra! Levo a ouvir-te o dia inteiro, / Gosto da tua frívola cantiga, / Mas vou dar-te um conselho, rapariga: / Trata de abastecer o teu celeiro. // Trabalha, segue o exemplo da formiga, / Aí vem o inverno, as chuvas, o nevoeiro, / E tu, não tendo um pouso hospitaleiro, / Pedirás... e é bem triste ser mendiga! // E ela, ouvindo os conselhos que eu lhe dava / (Quem dá conselhos sempre se consome...) / Continuava cantando... continuava...// Parece que no canto ela dizia: / - Se eu deixar de cantar morro de fome... / Que a cantiga é o meu pão de cada dia.   
            Foi deste modo que a literatura explicava-me por dois prismas como deveria ser encarada a existência das cigarras e das formigas. Comecei a aceitar que Deus as fez para que cumprissem seus destinos já traçados. Nem por isso julguei transpor ao homem esta fatalidade, pois este é dono do livre-arbítrio, o que o leva a diferenciar o certo de o errado, ou melhor dizendo, escolher o caminho que deverá trilhar para seu bem-estar e o de sua família. Estamos aqui de passagem, mas podemos discernir as coisas existentes ao nosso redor, sem fugir da responsabilidade que nos pesa.
            Se não conseguir realizar tudo o que desejava, por que me frustrar? Posso, contudo, desenvolver as atividades por mim exequíveis de acordo com as minhas forças. Dizem por aí que, nos dias atuais, empatando já é a conta.; outros falam em não deixar cair a peteca; e assim por diante. São expressões populares que despertam um sentimento de aceitação. Quero crer que é a maneira mais adequada de enfrentar a vida.
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   Poeta e cronista
   Publicado em 26 de julho de 2000 - no Diário de Canoas.
em 10.06.2010
EM 31.07.2009
em 14.8.2010
EM 14.8.2010




segunda-feira, 27 de julho de 2015


No Atelier do Bonde


SONETO

Ialmar Pio Schneider

Se às vezes não consigo me conter
Perante teus olhares sedutores,
Permaneço sonhando nos amores
Que nunca conseguiram florescer...

Foste a presença, neste meu viver,
Que me trouxe, bem sei, alívio às dores,
Nos momentos de tantos dissabores,
Em dias longos, longe do prazer.

No entanto, não quiseste nada sério,
E me deixaste na desilusão
De amar-te tanto assim sem ser amado...

Minha vida precisa um refrigério
Para enfrentar a triste solidão
Que atinge agora um homem desprezado...

Porto Alegre – RS, 27.04.2010

Às 20h18min.
- Tristeza

em 8.10.2010


terça-feira, 14 de julho de 2015

Na sala do ape da Siqueira Campos - Centro Porto Alegre - RS 


REINÍCIO

Ialmar Pio Schneider

         De quando em vez se punha a pensar nas grandes obras que os mestres da Literatura Universal haviam criado e sentia-se, por assim dizer, diminuído, perante aqueles monumentos excelsos do pensamento, inteligência, arte e engenho humanos; isto porque sabia que jamais atingiria os píncaros daquela glória inaudita. De fato, ao se dar conta, os anos tinham passado e Otávio não havia produzido quase nada, apesar de que, outrora, quisera ser um notável escritor. Entretanto, desde cedo tivera que enfrentar o mercado de trabalho para viver, e ao conseguir certa posição na sociedade, quase que esquecera seu propósito, mas agora uma semente surgia no fundo do seu cérebro e ele, aposentado, procurava fazê-la germinar sem maiores pretensões, a não ser a de cumprir, enfim, o seu destino. Estava ciente de que possuía o livre-arbítrio, não obstante soubesse de suas limitações. Todavia, não iria seguir aquele caminho de Marcel Proust em “À Procura do Tempo Perdido”, mesmo porque já o havia ultrapassado em idade, e não demonstrava toda aquela excentricidade. Considerava-se um homem comum.
         Apesar de não haver seguido a carreira literária, sempre obtivera boas notas e elogios dos professores, em suas redações, quando cursara o ginásio e o científico dos Irmãos Maristas. Lembra-se de que certa vez, ao escrever uma dissertação, empregou a palavra “majestosa” com “g”, e ao receber a nota de 9,5, foi alertado com a seguinte expressão: “Cuidado !  Erro que parece fio de cabelo em sopa gostosa”.
         Hoje, ao lembrar essa advertência, Otávio procura reiniciar sua jornada rumo à prosa de ficção, sentindo como que um impulso alentador a fim de enfrentar esta tarefa para o resto de seus dias. Sabe, entretanto, que o caminho é árduo e inúmeras dificuldades se apresentarão à sua frente, considerando que a vida são degraus a galgar em etapas. O ofício a que se propõe requer a paciência de um Jó e a pertinácia de um Moisés, resguardadas as proporções. Ainda ontem ouviu um velho poeta dizer: “Escrever difícil é fácil, mas escrever simples é difícil.” 
         Talvez, quem sabe, amanhã possa acrescentar algo ao acervo cultural e repetir com Thomas Carlyle: “Nenhum grande Homem vive em vão. A história da Humanidade não é mais do que a biografia dos grandes Homens.”
         Assim pensa Otávio em seu recanto, reorganizando suas memórias, reunindo seus antigos rascunhos e recolhendo o que sobrou da voracidade do tempo.

                                            DC  (17-07-1998)


em 25.7.2010
JORNAL NH em 25.7.2010


DIÁRIO DE CANOAS EM 15.12.09

EM 23.04.08
EM 01.07.2009

em 19.6.2011
em 20.6.2011
em 28.7.2011






















segunda-feira, 6 de julho de 2015



Lendo no Atelier do Bonde e trovas autorais.


OT REVISTA
TROVAS Ialmar Pio Schneider
                           
                                               I
                            A trova é o verso que nasce
                            de um coração sonhador;
                            fica estampada na face
                            de quem vive um grande amor.
                                               II
                            Nunca digas que não gostas
                            de música e de poesia,
                            pois ambas foram compostas
                            na tristeza ou na alegria.
                                               III
                            Que bom seria se eu pudesse
                            em quatro linhas apenas,
                            dar consolo a quem padece
                            as amarguras terrenas.
                                               IV
                            Versos de amor, quando os faço,
                            me causam tanta emoção;
                            cada palavra é um pedaço
                            que arranco do coração.

Publicado na Pág. 14 de O TIMONEIRO de 21.5.82 de CANOAS (RS)

em 31.10.2010
EM 17.04.2009
     EM 01.11.2008
EM 29.09.2009
EM 3.12.2010
em 27.5.2011



quarta-feira, 1 de julho de 2015


Hotel em que nos hospedamos no RIO em 2000

UMA VIAGEM INOLVIDÁVEL IV

IALMAR PIO SCHNEIDER

         Finalmente chegara a hora de retornar, mas em nosso roteiro ainda teríamos uma visita à Usina Eletronuclear Angra 2, onde assistimos a um vídeo, expondo os benefícios que a energia nuclear proporciona à humanidade, bem como os cuidados que tiveram na construção e instalação das referidas usinas.
         Prosseguimos rumo à cidade histórica de Paraty, com seus prédios antigos e ruas calçadas com pedras brutas e arredondadas, construídas pelos escravos. Conhecemos a velha igreja Sta. Rita transformada em museu de arte sacra e também a igreja matriz N. Sra. dos Remédios. Tudo nos transporta ao passado, contrastando com o parágrafo anterior.
         Por último teríamos agora que atingir a cidade de Itajaí, onde chegamos de manhã cedo e permanecemos para pernoite. Trata-se de uma cidade portuária de múltiplos encantos. Alguns excursionistas foram ao Balneário de Camboriú, onde andaram de teleférico, outros atravessaram de balsa o rio Itajaí-Açu para a cidade de Navegantes.
         No dia seguinte chegava a hora da última etapa da viagem que iniciáramos há dez dias. Houve uma parada em Criciúma para compra de malhas.  Tudo correu bem, graças a Deus, e no fim da tarde chegamos sãos e salvos à capital dos pampas, apesar da intensa neblina que enfrentamos em grande parte do trajeto. Valeu a pena.
Jornal de Novo Hamburgo
em 4.9.2010
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  Poeta e cronista
   Publicado em 23 de agosto de 2000 - no Diário de Canoas.
http://ial123.blog.terra.com.br/     em 09.11.2008
EM 1.9.2010