quarta-feira, 30 de junho de 2010

SONETO de IALMAR PIO - TELA de GLAUCIA SCHERER

Tela de Glaucia Scherer


TROVA (inspiração para o soneto)

Nos lençóis em desalinho,
Jamais o tempo apagou,
Aquelas gotas de vinho,
Que a imprudência derramou.

(Lisete Johnson)



SONETO PARA LISETE JOHNSON – exímia trovadora

Ialmar Pio Schneider

Ao ler as tuas trovas na calada
Da noite, ou mesmo na manhã de sol,
Sinto que escreves, sempre apaixonada,
Os lindos versos mágicos de escol...

Na poesia a surgir purificada
Pelo filtro de límpido crisol,
Essas gotas de vinho não são nada,
Se a imprudência derrama no lençol.

Pois este é o charme que traduz beleza
E apesar de trazer-nos incerteza,
Vem suscitar o fogo da paixão.

Assim são os momentos de saudade
Que a gente desfrutou com ansiedade,
E nunca... nunca mais se apagarão !

Porto Alegre, RS, Tristeza – 29.05.2010


terça-feira, 29 de junho de 2010

DIA DE SÂO PEDRO - PROTETOR DOS PESCADORES - IMAGEM DA INTERNET


SONETO A SÃO PEDRO – Patrono dos pescadores

Ialmar Pio Schneider

São Pedro, Protetor dos pescadores,
Ouvi a prece de todos que lutam,
Lançando as redes às águas, labutam
Desde o nascer do sol em seus albores...

Em busca de alimentos, só escutam
O marulhar constante e sonhadores
Vogam no mar... são os trabalhadores
Que apenas com a natureza disputam...

Voltam à casa, após a longa viagem,
Em que enfrentaram ondas com a coragem,
Que Deus lhes dá e o santo os protegeu...

Trazem os peixes que alimentam lares,
Por que trabalham percorrendo os mares...
Foi para isto que o pescador nasceu !

Porto Alegre, RS, 29 de junho de 2010-06-28



sábado, 26 de junho de 2010

SONETO PELO ANIVERSÁRIO DE CANOAS - IMAGEM DA INTERNET - IGREJA MATRIZ SÃO LUIS

Igreja Matriz de Canoas - RS



SONETO A CANOAS
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Ialmar Pio Schneider
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Altaneira cidade do progresso
rumo ao destino imenso te projetas;
das indústrias, fenomenal complexo,
exemplo de trabalho em tuas metas !

E irás rompendo curvas pelas retas
do amanhã promissor e do sucesso,
a fim de proclamarem os poetas
que em teu avanço não terás regresso...

Jovem ainda, contas com o vigor
de teus filhos natos e adotivos,
cada qual dedicado ao seu labor

para te verem mais engrandecida
em teus empreendimentos e atrativos;
e onde transcorra normalmente a vida.
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Publicado na Pág. 22 de O TIMONEIRO - 25.6.82 de CANOAS (RS)___________________________________________________________________


sexta-feira, 25 de junho de 2010

CRÔNICA PELO ANIVERSÁRIO DO MUNICÍPIO DE CANOAS - RS - EM 27 DE JUNHO

CANOAS - RS - FUNDAÇÃO CASA DA CULTURA

ANIVERSÁRIO DE CANOAS

IALMAR PIO SCHNEIDER

Estamos em plena semana da comemoração do 71º aniversário da criação do município de Canoas, ocorrida em 27 de junho de 1939, conforme Decreto nº 7839 (Pequena História de Canoas - João Palmas da Silva - pág. 93), e a par deste evento foi realizada a 26ª Feira do Livro, promovida pelo Departamento de Cultura da SMDCJ. Lembro-me de quando cheguei em Canoas no distante ano de 1967 houve em frente aos Correios, duas bancas que vendiam livros, sendo, talvez, o embrião do nascimento da Feira. Adquiri diversos livros, um dos quais, Panorama da Poesia Brasileira - volume V - O Pré-Modernismo, organizado por Fernando Góes e nele encontrei uma pequena biografia e alguns poemas do escritor paulista de Cubatão (considerada a cidade mais poluída de São Paulo), em que constatei que ele nasceu em 29 de junho de 1890, aniversariando, portanto, neste mês, não obstante, tenha falecido em 1964. Consta que ele levou uma vida aventureira, tendo viajado clandestinamente para a Europa em um vapor que zarpava para lá, vagabundeando por Portugal e Espanha. Voltou ao Brasil e pouco tempo depois tornou a repetir a mesma aventura, dessa vez, indo para a Itália e chegando em Paris, onde exerceu estranhas profissões e só regressou a São Paulo, após jornadas de trabalho duro, graças ao auxílio do príncipe D. Luís de Bragança.
De sua autoria, transcrevo abaixo, um poema, que traduz sua preocupação ao pequeno lavrador sem terra, cujo drama já vem desde longa data e que assim o descreveu: “Ao Bater das Enxadas - Afonso Schmidt - Revolve a terra, lavrador,/ Que anda por tudo o sol esparso/ Nessa explosão de vida e amor/ Que aos campos traz o mês de março !/ Florido enterro da semente/ No seio amigo de uma cova/ Para que surja viridente/ A planta e dê semente nova...// Mas, ai! Quando a Mãe Terra estremecer no parto/ E este húmus palpitar em fibra, em folha, em flor,/ Um outro colherá o que plantaste e farto/ Há de correr contigo, ó pobre lavrador !// Depois ao longo dos caminhos/ Órfão de amor, judeu sem lar,/ Errante como os passarinhos/ Que Junho-Mau faz emigrar,/ Verás o fruto abrindo em haste/ De um rubro sol ao doce banho.../ Fome terás, tu que plantaste/ E enriqueceste a algum estranho !// Não vás te revoltar contra essa dor suprema/ De ver teus filhos nus e ricos os ladrões;/ Dirão - “O mundo é assim, há quem cante e quem gema”/ Para os pobres somente ergueram-se as prisões !” (Janelas Abertas. Tip. A. Carvalho & Cia., S. Paulo, Dezembro, 1911, págs. 90-91.)
E escreve Fernando Góes, na biografia do poeta: “Esse gosto pela aventura não o largará para o resto da vida, na ânsia de não se prender a nada, de em nada se fixar a não ser em suas preocupações com a arte, que compreende e exerce em função do povo. “Não sou um intelectual que serve ao povo - disse um dia - mas um homem do povo mesmo, que tem a faculdade de se exprimir em arte”. E sua poesia é bem o reflexo dessa confissão. Poesia onde revela intensa preocupação social, seu amor aos humildes, aos párias, aos deserdados, e que o leva a apontar - sem revolta, antes com lírica melancolia - desigualdades e injustiças sociais”.
Por isto, aqui presto esta humilde e justa homenagem ao literato do povo que foi Afonso Schmidt, quando se comemora a data de aniversário do seu nascimento em 29 de junho de 1890, portanto, há 120 anos.
***
Publicado anteriormente no Diário de Canoas.

DIA DO IMIGRANTE - 25 DE JUNHO - HOMENAGEM - IMAGEM DA INTERNET

Igreja Matriz de São Leopoldo - RS

Homenagem ao Dia do Imigrante - 25 de junho - Imagem da Internet


SONETO À CIDADE DE SÃO LEOPOLDO

(em 22.02.2010)


Bem sei que ali chegaram os Schneider,

que vieram da Alemanha para amar

um magno Novo-Mundo a desvendar,

onde encontrassem a prosperidade...


Trouxeram seu amor e na saudade

ficou a Velha Pátria de Além-Mar,

e todos construiram novo lar

aqui no solo da felicidade...


Tenhamos para sempre em nossa vida,

juntamente com os outros imigrantes,

a doce paz que invade os corações.


A todos a coragem na subida

que leva aos píncaros mais inebriantes,

e vencendo, cultuar as tradições !...




quarta-feira, 23 de junho de 2010

FESTAS JUNINAS - IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET

Imagem da Internet

COMEMORAÇÕES DE JUNHO


IALMAR PIO SCHNEIDER


Por ocasião das Festas Juninas penso escrever algumas linhas sobre o assunto. De fato, constituem tradições arraigadas em nosso povo que as cultuam com muita dedicação. Há poucos dias comemoramos o dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, tão estimado de todos. Lembro-me que em minha terra, alguns acendiam-lhe fogueiras, mas é sempre consagrado à distribuição de pãezinhos. Amanhã é celebrado o dia de São João - data do aniversário de minha filha Ana Cristina, à qual envio um carinhoso abraço, desejando-lhe muitas felicidades - que realmente é o santo das fogueiras e festanças caipiras.
Ainda temos a data de 29 do corrente, em que celebramos São Pedro e São Paulo e em algumas localidades, como era o caso de minha aldeia natal, também com fogueiras. Ocorre-me lembrar que São Pedro é o Padroeiro de nosso Estado e vamos pedir seu olhar benigno para estas plagas.
Festejemos com muita dança, pinhão, amendoim, quentão, mas cuidemos pra não nos lastimarmos, quero dizer, ferirmos com queimaduras de fogos de artifícios, notadamente os traiçoeiros foguetes. Que a alegria e a paz permaneçam em nossa querência como verdadeiro apanágio de um futuro promissor. Tenhamos confiança ! ____________________________________________________


terça-feira, 22 de junho de 2010

POEMA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi


POEMA ROMÂNTICO

Ialmar Pio Schneider

Para todos os momentos
vivemos nós,
sem saber dos sofrimentos
que virão após.

A própria ingratidão
que amarga nossos destinos,
merece o perdão,
sem rancor o desatinos.

Podemos sonhar um amor ausente
apenas na lembrança
como quem sente
uma esperança...

Veremos surgir depois
dentro da noite escura
uma luz para dois
que será nossa ventura.

Seguiremos assim
pela senda iluminada
até que raie por fim
o sol na alvorada.


segunda-feira, 21 de junho de 2010

CRÔNICA EM HOMENAGEM - Nascimento de Machado de Assis em 21.06.1839

Machado de Assis - nascido em 21.06.1839


MULHERES NOS ROMANCES DE MACHADO DE ASSIS

IALMAR PIO SCHNEIDER

Quando permaneço, por instantes, analisando os trinta e um volumes da coleção dos livros do mestre do Cosme Velho, um sobressai entre os demais. É dele que me aventuro a discorrer, ou melhor, de onde retirei motivos para alguns versos de minha lavra. Acrescento que foram impressões de leitura que já me proporcionaram escrever algumas modestas poesias.
Há muito anos, li pela primeira vez, o romance Quincas Borba, de Machado de Assis, para o qual compus dois sonetos, sendo que um aproveitando o seu final, e que é assim: “Eia! lamenta dos dois recentes mortos,/ se lágrimas tiveres pra chorar,/ se só tiveres risos a lhes dar/ pois ri nem que sejam risos tortos.”// Só quem amou assim deveras, sabe/ que se pode morrer também de amar,/ e o afeto que às vezes não nos cabe/ é uma desgraça que nos vai matar.// “O Cruzeiro que a divinal Sofia/ não quis fitar, como Rubião pedia,/ está tão alto pra não discernir/ os risos e as lágrimas dos vivos”,/ que sofrem cá no mundo por motivos/ alheios ao seu modo de existir.
Este soneto foi extraído, em parte, do maravilhoso romance de Machado de Assis, Quincas Borba, no enlevo final da leitura.
E o outro, descrevendo o tema romântico do livro, intitulei de Amor Proibido - Pobre Rubião que quis o amor proibido,/ o louco afeto que não era seu,/ e sem desabafar num só gemido/ nos mares da loucura pereceu.// Sofia há de lembrar o seu pedido/ que sem saber por que não atendeu,/ e o distante cruzeiro enaltecido/ continuará brilhando lá no céu,// como chamando a cativante bela/ que calma se aproxime da janela/ e que venha fazer-lhe companhia.// E o vento desfolhando as lindas flores/ há de chorar incompreensões de amores/ por uma voz pungente de elegia...
Pudera haver tanta imagem em páginas de romance de quem sofreu por amor ? Basta ler o Prólogo da 3ª Edição, escrita pelo próprio Machado de Assis: “A segunda edição deste livro acabou mais depressa que a primeira. Aqui sai ele em terceira, sem outra alteração além da emenda de alguns erros tipográficos, tais e tão poucos que, ainda conservados, não encobririam o sentido.
Um amigo e confrade ilustre tem teimado comigo para que dê a este livro o seguimento de outro. - “Com as Memórias Póstumas de Brás Cubas, donde este proveio, fará você uma trilogia, e a Sofia de Quincas Borba ocupará exclusivamente a terceira parte.” Algum tempo cuidei que podia ser, mas relendo agora estas páginas concluo que não. A Sofia está aqui toda. Continuá-la seria repeti-la, e acaso repetir o mesmo seria pecado. Creio que foi assim que me tacharam este e alguns outros dos livros que vim compondo pelo tempo fora no silêncio da minha vida. Vozes houve, generosas e fortes, que então me defenderam; já lhes agradeci em particular; agora o faço cordial e publicamente.” 1899. M. de A.
O perspicaz crítico literário Franklin de Oliveira, assim se expressou a respeito do romance, falando de algumas mulheres que povoam as obras de Machado de Assis: “Também aquela imagem do negativismo machadiano encontra contestação em suas figuras femininas. O único ser generoso, em Quincas Borba, é uma mulher: Fernanda. E generosas são as suas mulheres, mesmo quando nos parecem emaranhadas numa oculta lascívia, como Capitu, Fidélia, Flora, Virgília e a Sofia, que passeia o seu mistério nas páginas deste romance.”
Nenhum outro escritor brasileiro perscrutou tanto a alma feminina quanto Machado de Assis, fazendo com que as personagens fossem atraentes e misteriosas. A leitura dos seus livros sempre vale a pena, considerando o estilo elegante e a escrita escorreita. E por isto mesmo é sempre atual e exigível para os vestibulares. Leiam-no !
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Poeta e cronista - E-mail: menestrel@brturbo.com
Publicado em 12 de maio de 2004 - no Diário de Canoas.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

SONETO DE IALMAR PIO - PARA JOSÉ SARAMAGO - hoje falecido

Foto de José Saramago na Internet

SONETO A JOSÉ SARAMAGO – Faleceu em 18.06.2010, ouvi a notícia pela televisão no intervalo do jogo da Alemanha e Sérvia, às 9h27min., desta data.


Nobre escritor, poeta e romancista,
Em cujas páginas busquei seguir,
Seu ideal de enfático humanista,
Pelo qual labutava a refletir...

Com o Chico Buarque, na entrevista
Que dava ao Jô Soares, fez sentir
A sua indignação de socialista,
Ao perguntar: Por quê? Ao assistir

Os acampados da Reforma Agrária,
Que sob à lona preta sem conforto,
Sonhavam com um pedaço deste chão

Pra formar uma gleba societária.
E assim, permanecendo mais absorto,
Era o retrato da desilusão !


Porto Alegre, RS, Tristeza –
Às 10h12min de 18 de junho de 2010-06-18





quinta-feira, 17 de junho de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - HOMENAGEM AO MESTRE MASAHARU TANIGUCHI (FUNDADOR DA SEICHO-N0-IE - No Mundo Espiritual desde 17 de junho de 1985)




Com a crônica abaixo que versa sobre a leitura e os livros quero prestar uma justa homenagem ao grande mestre Masaharu Taniguchi, fundador da Seicho-No-Ie, doutrina da qual sou adepto e que partiu para o Mundo Espiritual após 91 anos e meio na vida terrena. Nasceu em Kobe, Japão, em 22 de novembro de 1893 e faleceu em Nagasaki, Japão, em 17 de junho de 1985. Escreveu muitos livros de Doutrina do Poder Infinito da Mente, de uma Vida Quotidiana Feliz, isenta de pecados, de doenças e da morte (mudança para o Mundo Espiritual). Sua obra, entre outras de muita filosofia, que um colega afirmou ser o maior filósofo que já leu, A Verdade, A Verdade da Vida, O Livro dos Jovens, etc.). Se alguém estiver abatido, deprimido ou pensar ter doença, experimente conhecer esta Doutrina maravilhosa. É a minha pequena parcela de contribuição para com o abnegado Mestre, construtor de um Mundo de muita Paz e Iluminação Divina.


***




A LEITURA E OS LIVROS

IALMAR PIO SCHNEIDER

Quase deveria escrever “como nasce um cronista”, não fossem as páginas anteriores ao conselho abaixo, do ilustre literato paulista. Devo confessar que o mesmo muito me ajudou a superar certa indecisão neste sentido. Se mais não fiz até o momento, não me faltaram boa vontade nem aplicação. É claro que dei continuidade a leituras diversas de todo o gênero literário, quer em poesia, quer em prosa, levando em conta o tempo disponível e a disposição de ânimo.
Lanço mão de um opúsculo Sonhando com o Demônio, crônicas de Ignácio de Loyola Brandão - edição da Mercado Aberto (Pequenas Grandes Obras), na prateleira de uma estante, e me deparo com o autógrafo do autor, como segue: “Ialmar. A poesia também está na crônica. Abraço do companheiro de letras. Ass. - 7.11.98”.
De fato, sabedor de que eu escrevia versos, apesar de iniciante na crônica, quis incentivar-me ou confirmar que era possível continuar nesta última sem abandonar a arte poética. Vindo de quem veio estas palavras tão gentis e amenas, senti-me na obrigação de prosseguir tentando alcançar meu objetivo de modesto escriba de aldeia. Já vai para dois anos e não parei mais. Às vezes os assuntos se tornam escassos e a inspiração tarda. Mas daí vem o velho ditado me sacudir: “comer e coçar, é questão de começar”. Assim é também para escrever.
A par disso, a leitura é fundamental para o conhecimento deste ofício de transmitir o que pensamos e sentimos. Com acerto se tem afirmado que são os livros os nossos melhores amigos. Estão sempre prontos a nos dar a resposta que necessitamos. Acrescentam algo ao espírito que anseia o infinito, apesar de “... tu és pó e ao pó tornarás.” Gênese, 3.19. Eles nos transportam aos lugares mais fascinantes e longínquos da terra e despertam nossa imaginação até para o que não existe. É o milagre da literatura e da contemplação.
Há poucos dias, percorrendo as barracas da 16ª Feira do Livro de Canoas, pensava na quantidade de ensinamentos que continham todos aqueles volumes ali expostos, até que uma senhorita que atendia a uma das bancas, querendo ser gentil, começou a oferecer-me diversos livros, ressaltando suas qualidades e preços. Disse-lhe, então, que estava apreciando-os e sentia certa ansiedade de não conseguir ler todos eles, mesmo que vivesse mil anos. Mas não é por isso que se deva deixar de fazê-lo aos poucos, à medida do possível. Afinal, uma boa leitura diária só poderá nos trazer os melhores benefícios, tanto no aperfeiçoamento profissional, quanto num salutar passatempo na existência fugaz. Desta maneira a considero, sinceramente.
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Poeta e cronista Publicado em 05 de julho de 2000 - no Diário de Canoas








quarta-feira, 16 de junho de 2010

DIA DA UNIDADE NACIONAL - CRÔNICA DE IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET



BRASIL: UM PAÍS VIÁVEL

Ialmar Pio Schneider


Há certas expressões que se tornam desgastantes e tanto serem usadas. Poder-se-ia até dizer “use mas não abuse”. É o caso que se tem verificado ultimamente quando falam sobre a crise atual e a situação de nosso país, afirmando a toda hora, os economistas, repórteres, políticos, etc. que o Brasil pode ser “a bola da vez”. Tanto repetem e martelam, repisam o assunto, que nós aqui neste vale de lágrimas, sentimos que poderemos estar participando de um jogo de sinuca e somos a bola prestes a cair na caçapa, sem ao menos podermos nos defender. Às vezes dizem que estamos numa sinuca de bico. Que sabem disto, por exemplo, as donas de casa que lutam com dificuldades para ficar dentro do orçamento familiar ?
No meu entender, s.m.j., literariamente, tenho as impressão que se trata de uma metáfora, uma comparação, mas que só entende quem conhece o jogo a que se referem os doutos comentaristas e os que o praticam, os aficionados. Como tudo nesta vida é passageiro, espero que mais alguns dias e tudo volte ao normal para o bem dos simples mortais esperançosos de dias melhores. Com mais estudo e trabalho organizado, creio que poderemos atingir o desenvolvimento de que tanto necessitamos.
Afinal de contas, o Brasil é um país de extensão continental, terras férteis, clima invejável, sem os furacões que assolam outras terras; ou terremotos traiçoeiros e vulcões. É preciso direcionar os recursos disponíveis para a produção e, primordialmente, melhor produtividade agrícola e pecuária, ou seja, rural. Também a indústria terá que ser incentivada para consumo interno. O resultado dessas atividades, no entanto, deverá ser destinado, sobretudo, para exportação, uma vez que é necessário nos afirmarmos no concerto das nações como exportadores. Só assim evitaremos as dificuldades financeiras que pesam sobre os países subdesenvolvidos, porque estamos em pleno desenvolvimento em todos os setores da economia, quer na agricultura, hoje acentuadamente mecanizada, quer na pecuária que se aprimora com a criação de novas raças de gado de corte e leiteiro, bem como relativo incremento na formação de pastagens artificiais. A indústria se amplia com o emprego de máquinas modernas que possibilitam a produção de manufaturados em grande escala, inclusive para exportação.
Quanto aos meios de comunicação, tivemos um avanço espetacular nos últimos trinta anos. Contamos com os mais modernos sistemas de telecomunicações que nos permitem o contato direto com o mundo inteiro em qualquer hora.
Eis um modesto esboço, sem a mínima pretensão de esgotar o assunto, que nos leva a admitir o Brasil como um país viável.


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Publicado no Diário de Canoas, anteriormente.


segunda-feira, 14 de junho de 2010

S O N E T O de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PON

Aquarela Tucano de Ângela Ponsi



SONETO


Ialmar Pio Schneider

Labuta enquanto é tempo pela vida,
nunca lastimes teu destino bruto
e segue em frente, firme e resoluto,
sem pensar numa grave recaída.

É possível que encontres na subida
dificuldades p’ra colher o fruto;
teu coração é jovem e impoluto
e assim terás a tua missão cumprida.

Não te constranjam simples empecilhos
que às vezes atravancam nossos trilhos
quando buscamos atingir a glória;

mas leva em tua mente este ditado
sempre eficaz o quanto mais lembrado:
“Só o sofrimento é o preço da vitória” !...

Canoas (RS), 31 de maio de 2000.


domingo, 13 de junho de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - Imagem da Internet - DIA DE SANTO ANTÔNIO 13.06

Santo Antônio


SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA, MEDIADOR DE GRAÇAS

IALMAR PIO SCHNEIDER

Pela comemoração de Santo Antônio, no dia 13 do corrente, ocorreu-me lembrar que fui batizado em uma capela da qual o santo era o padroeiro. Vem daí uma grande devoção que sempre lhe dediquei ao longo dos anos, sendo que lá na distante adolescência, numa inspiração juvenil de fé e esperança, compus os seguintes versos, em forma de soneto em redondilha maior: Santo Antônio sois o santo/ Que eu venero com amor.../ Me cobri com vosso manto,/ Oh! Meu meigo protetor !// Se hoje cai o meu pranto,/ Por eu ser um pecador,/ Inspirai meu pobre canto,/ Com delícias do Senhor.// Sejais vós o meu fanal,/ Para a minha salvação./ Me livrai de todo o mal.// Me dai o vosso perdão/ Oh! Meu santo celestial/ Sois a minha devoção...
Acrescento que muitas metas que projetei tiveram sucesso pelos pedidos que lhe fiz. Sou-lhe muito grato por isto. Tenho em mãos um livro intitulado Antônio de Pádua – Um santo também para você, de Giovanni M. Colasanti - franciscano conventual, cujo prefácio encerra assim: “Mino Milani escreve: “Giuseppe Ungaretti, jovem poeta, durante a primeira guerra mundial era soldado nas trincheiras da linha de frente. Suspenso entre a vida e a morte, estava imerso em tristeza, dúvidas, sofrimentos, e não sabia a quem recorrer. Mas um companheiro, camponês, estava sempre sereno, confiante. Certo Dia, Ungaretti descobriu o motivo daquela confiança e, então, escreveu numa poesia: Aquele camponês/ carregava uma medalha/ de Santo Antônio e prosseguia tranqüilo. Alguém pode ter ou não a medalha de Santo Antônio; no pescoço mas se possui no íntimo do coração a consciência de que santo Antônio olha lá de cima protegendo-o, então sim ! Como aquele soldado camponês prosseguirá seguro.” Eis porque santo Antônio é, ou poderá ser, um santo também para você. – Frei Giovanni M. Colasanti – franciscano conventual – Pádua, 4 de outubro de 1984.”” Estou a reler e que descreve a vida deste servo do Senhor com muita sabedoria. Já de início da leitura encontro a seguinte oração: “A Difícil Escolha de um Caminho – Não ! Não quero ser militar/ como alguns de meus amigos,/ e menos ainda/ pretendo viver protegendo e aumentando/ o patrimônio de meu pai !/ Mas quero lutar por um ideal maior,/ que preencha plenamente/ meu coração e minha mente: quero ser monge ! Quem, há séculos falava assim com um amigo, num dia qualquer de final de setembro, era um jovem chamado Fernando de Bulhões, nascido em Lisboa, Portugal, entre 1191 e 1195.” – pg. 7 do livro acima citado.
Quando ingressou na ordem dos franciscanos vindo dos agostinianos, foi que, digamos, atravessando uma crise de identidade, adotou o nome de frei Antônio, como ficaria sendo chamado pelo resto dos seus dias aqui na Terra. Muito culto, foi insuperável pregador da palavra de Deus, tendo percorrido diversas cidades da Europa e fixando-se, finalmente, em Pádua, na Itália, de onde originou-se o nome pelo qual ficou conhecido e venerado. Estava sempre ao lado dos pobres e falava-lhes, observando lições da natureza, como é o caso de – “Imitando os grous (aves pernaltas que voam em bando). Dizia-lhes: “tomem os grous como exemplo. Durante longas migrações de um lugar para outro, um deles coloca-se à frente do bando para cortar os ares e, assim, tornar menos fatigante o vôo dos demais. Quando um deles se cansa, outro toma seu lugar. Durante o vôo, para manter o bando unido e animar-se mutuamente, fazem grande alarido batendo os longos bicos. E se algum não consegue resistir ao longo vôo? Os companheiros que lhe estão próximos juntam-se mais, ombro a ombro, e voando bem perto uns dos outros o sustentam até que consiga recobrar as forças. Quando estão em terra, não são menos solidários e prestativos. Durante a noite, quando o bando inteiro dorme, um (sobre dez) vigia em rodízio para dar o alarme, se houver perigo à vista” – pg. 89 do citado livro.
Tem-se aí um exemplo de solidariedade e amor que as pessoas deveriam seguir para o bem de todos. Muitas outras passagens relatava em suas pregações, exortando aos ouvintes para se amarem uns aos outros assim como Cristo os amou. Abençoava os jovens e os doentes com uma pequena cruz, olhando para o céu e rezando: “O Senhor os proteja e livre de todo mal”. Obrigado e até mais...

Cronista e poeta - colaborador
Publicado em 22 de junho de 2005 – no Diário de Canoas.


sábado, 12 de junho de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET



FELIZ DIA DOS NAMORADOS !

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SONETO PARA O DIA DOS NAMORADOS

Ialmar Pio Schneider

Ó vós que namorais, tende cuidado
Para não ofenderem quem tanto ama
E mesmo conservando acesa a chama
De um grande amor se encontra desprezado...

Pois dentro de sua alma vive o drama
De haver outrora, louco, muito amado,
A quem não deveria e hoje, coitado,
Lembra, sofrendo, aquela ingrata dama.

Eu mesmo já gostei de uma senhora
Que me fez procurar por outro alguém,
A fim de conviver com mais ardor;

E quero recordar somente agora,
O que passei assim, de mal ou bem,
Ao não sentir firmeza nesse amor.

Tristeza, Porto Alegre, RS,
10-06-2010


sexta-feira, 11 de junho de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi


ONTEM E HOJE

IALMAR PIO SCHNEIDER

Algumas vezes, de tardezinha, sentado à sacada do apartamento, quando o sol vai declinando, fico a contemplar os pássaros que voltam aos seus ninhos, após a jornada rotineira. Lembro-me, então, do soneto de Raimundo Correia, “As Pombas”, que decorei faz tanto tempo, como segue: “Vai-se a primeira pomba despertada.../ Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas / De pombas vão-se dos pombais, apenas / Raia sangüínea e fresca a madrugada...// E à tarde, quando a rígida nortada / Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, / Ruflando as asas, sacudindo as penas, / Voltam todas em bando e em revoada...// Também dos corações onde abotoam, / Os sonhos, um por um, céleres voam, / Como voam as pombas dos pombais; // No azul da adolescência as asas soltam, / Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, / E eles aos corações não voltam mais...”
Então, permaneço a meditar nos dias de outrora, na juventude que já vai longe, mesmo quando aportei aqui em Canoas, nos idos de 1967, e a cidade, desenvolvendo-se vertiginosamente, era considerada a que mais crescia. Se não me falha a memória, não existiam ainda edifícios com elevadores, sendo o primeiro de que me recordo o Ed. Damaso Rocha, na esquina das ruas XV de Janeiro com Fioravante Milanez, onde começou a funcionar a Caixa Econômica Federal, e outros apartamentos residenciais. O Banco do Brasil funcionava no pavimento térreo do clube Caça e Pesca, onde trabalhei por algum tempo, tendo mais tarde exercido também minhas funções no prédio da rua XV de Janeiro, e depois, no da esquina da mesma rua com a Frei Orlando. Assim o Banco contribuiu com dois prédios para o progresso da cidade. No meu entender, como acontece em Porto Alegre, deveríamos ter mais agências espraiadas por aí, facilitando para os clientes.
Na rua Tiradentes, hoje o calçadão, havia calçamento por onde transitavam os carros que não eram muitos. Lembro-me da minha Simca Chambord - “três andorinhas”, preta, estofamento vermelho, que estacionava em frente à casa do antigo dentista que me alugava um quarto que, certa noite, quase queimou devido a um “boa-noite” que havia acendido para espantar os mosquitos, e no qual caíram as cobertas. Bem defronte ficava um cinema que muito freqüentei.
Naquele ano longínquo ocorreu uma enchente que alagou o bairro Harmonia, vindo água até próximo ao Bazar Natal, lembro-me que a fábrica dos Móveis Esplêndidos estava submersa. Também foram atingidos os bairros Rio Branco e Niterói, onde vi pessoas transportando móveis em canoas, vindo para a federal que é como chamavam a Av. Getúlio Vargas. Observando por estes dias as chuvas que alagaram diversos locais da grande Porto Alegre, despertou-me a lembrança daquela época. Pode ser que não era melhor que agora, mas éramos mais jovens e quem sabe mais felizes...
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Poeta e cronista
Publicado em 22 de junho de 1999 - no Diário de Canoas.



quinta-feira, 10 de junho de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET

CAMÕES

Por transcorrer hoje o Dia da Língua Portuguesa e sendo a data de falecimento do maior poeta português de todos os tempos, insuperável em seus sonetos maravilhosos, publico abaixo o soneto que compus à sua memória. Ei-lo:


SONETO A CAMÕES


Majestoso Camões, o teu engenho

aliado ao teu amor e à tua arte,

há de ficar cantando em toda parte

onde ao luso idioma houver empenho !


Eu que versejo humildemente, tenho

em teus sonetos mágico estandarte,

representando o nobre baluarte

que consagrou o teu excelso gênio.


Hoje o verso sem métrica e sem rima

já não levanta da epopéia o mastro,

nem pela forma e suavidade prima;


mas Os Lusíadas canta heróico e forte,

o episódio fatal de Inês de Castro:-

a Rainha coroada após a morte !


IALMAR PIO SCHNEIDER


quarta-feira, 9 de junho de 2010

SONETO PÓSTUMO PARA VINICIUS DE MORAES - retificação

Prezados (as) leitores(as),

Quero desculpar-me pelo equívoco de haver publicado o SONETO PÓSTUMO PARA VINÍCIUS DE MORAES, em data errada, pois a sua morte ocorreu, de fato, em 9 de julho de 1980, e não em 9 de junho de 1980, como escrevi. É lamentável, mas o erro é humano e eu peço mil desculpas por isto. Em todo o caso o soneto ficará uma vez que representa um sentimento para com o nosso grande Poeta da Paixão. Desculpem-me.

Ialmar Pio Schneider

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET



SONETO PÓSTUMO PARA VINÍCIUS DE MORAES
(data de aniversário do seu falecimento – 9.6.1980)

Ialmar Pio Schneider

Quando partiu naquela madrugada,
Vinícius de Moraes, poeta ardente,
Deixou-nos a poesia apaixonada
De alguém que tanto amou, infindamente...

Poemas e sonetos, obra alada
Voando aos corações de toda a gente,
Que do cupido sente uma flechada
Para viver apaixonadamente...

Em todos os momentos convividos
Com suas musas, escreveu os versos
Que todo sempre permanecerão...

Porque jamais hão de ser esquecidos
Estes cânticos belos e diversos
Que entoou o Poeta da Paixão !

Tristeza, Porto Alegre, RS, 9 de julho de 2010-06-09


terça-feira, 8 de junho de 2010

CRÔNICA DE IALMAR PIO SCHNEIDER - RETRATO DA INTERNET

Marcelino Champagnat.


HOMENAGEM A MARCELINO CHAMPAGNAT

IALMAR PIO SCHNEIDER

No dia 6 de junho é a data de falecimento do fundador da Ordem Marista, Marcelino Champagnat. Devido a minha formação ginasial e parte colegial, ter sido nos colégios dos irmãos maristas – Cristo Rei de Getúlio Vargas e N. Sra. Conceição em Passo Fundo, no longínquo ano de 1959, naquela cidade, em que cursava a 4ª série ginasial, compus os versos a seguir, que intitulei – Homenagem a Champagnat – Champagnat vossa glória de expande/ Neste dia imortal para o mundo/ Pois vós fostes na terra tão grande/ Com espírito nobre e profundo.// O desejo que vos infundia/ Era abrir o brilhante porvir/ De levar para Deus por Maria/ E por ela ao Senhor se servir.// Vós abristes no mundo as escolas/ Para os pobres também estudar/ Para aqueles que pedem esmolas/ Aprender ao Senhor estimar.// Que prazer não sentíeis ao dar/ As instruções para aqueles meninos/ Que viviam neste mundo a chorar/ Seus atrozes e tristes destinos.// Vós fundastes a Ordem Marista/ Vós trouxestes ao Mundo o saber/ Vós deixastes na terra esta pista/ De viver pra cumprir o dever.// Lá do céu onde estais a gozar/ Os meus versos talvez inspirais/ E talvez vós estais a cantar/ Ao Senhor as canções triunfais.// Co’a coroa gloriosa dos santos/ O Senhor que coroe nossa fronte/ E que nasça de todos os prantos/ O saber que os céus nos aponte.// Oh! Maria, protetora dos vivos/ Oh! Maria, mãe de todos os santos/ Recolhei para vós os esquivos/ Que só vivem chorando seus prantos.// Champagnat, vossa mãe é Maria/ Nossa mãe também ela o é/ Nós queremos que todos os dias/ Nos guie pelo caminho da fé.// Champagnat, neste dia tão ditoso/ Desejamos lembrar vossa glória/ Oh! Beato no céu sois glorioso/ E queremos lembrar a memória.// Champagnat, nossos rogos olhai/ Champagnat, enviai-nos saber/ Champagnat, sois também nosso pai/ Ajudai-nos a cumprir o dever.
Naquela oportunidade declamei estes versos ingênuos que havia feito em tempos de fé juvenil, para os colegas e professores, no salão nobre do Ginásio Cristo Rei em Getúlio Vargas. Retirei no site
www.maristas.com.br, o seguinte trecho: “1840: No dia 6 de junho, Marcelino Champagnat morre no Eremitério. Desde 2 de janeiro de 1817, o Fundador tinha 421 Irmãos, professos ou noviços, dos quais 92 o tinham abandonado, 49 tinham morrido na Congregação. Quando morreu o Fundador havia, pois, 280 Irmãos; tinham-se fundado 53 escolas, das quais 5 foram fechadas, ficando 48; 180 Irmãos davam educação cristã a 7.000 alunos aproximadamente.” E mais o seguinte: “Aprovação Final da Canonização
Aos amigos(as) da Família Marista:
O "L’Osservatore Romano" de 2-3 janeiro de 1999 informou que o SantoPadre havia convocado, para o dia 9 de janeiro, às 11h30min, o Consistório Ordinário Público para o voto sobre as Causas de Canonização dos Beatos:
Marcelino José Bento Champagnat, sacerdote da Sociedade de Maria, fundador do Instituto dos Pequenos Irmãos de Maria (Irmãos Maristas);
Nesse mesmo dia foi oficialmente confirmada a data da Canonização: 18 de abril de 1999. O informativo "ÚLTIMAS NOTÍCIAS" transmitiu, diretamente de Roma, a notícia oficial e sublinhou que, "entre os convidados especiais para o Consistório cumpre destacar o irmão Benito Arbués, Superior Geral dos Irmãos Maristas; padre Joaquím Fernándes, Superior Geral dos Padres Maristas (ausente por causa de doença); irmão Gabriel Andreucci, postulador dos Irmãos Maristas, e o irmão José Contreras, membro da Equipe da Canonização. Com esse ato é colocado o ponto final em todos os tramites regulamentares. Resta somente a proclamação da santidade dos três Beatos, na Praça de São Pedro". Para a preparação da Canonização vale a convicção de Marcelino: "Se o Senhor não constrói a casa, em vão trabalham seus construtores".”
Quero prestar esta modesta homenagem a um dos santos de minha devoção, cuja obra proporcionou a minha aprendizagem. Agradeço-lhe.
Cronista colaborador
Publicado no Diário de Canoas.

sábado, 5 de junho de 2010

DIA MUNDIAL DA ECOLOGIA e DO MEIO AMBIENTE - SONETO DE IALMAR PIO - AQUARELA DE ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi

SONETO DO MEIO AMBIENTE

Para a Ângela Ponsi, arquiteta, aquarelista e ambientalista.

Vamos cuidar do Meio Ambiente, amigos !
É preciso deixar aos nossos filhos,
Um bom local, isento de perigos,
Onde possam seguir por lindos trilhos...

Outrossim, também nós, comendo figos,
Maçãs, laranjas, uvas...; quantos brilhos
Nas frutas nos livrando de castigos...,
Recordam-me românticos idílios...

Lembremo-nos que estamos de passagem
Por este mundo que nos foi legado
Pelo Eterno Arquiteto do Universo.

Tudo que abrange a esplêndida paisagem,
Deixa-me feliz, deixa-me encantado,
Porém não cabe aqui neste meu verso !

Tristeza, Porto Alegre, RS, 04/06/2010

IALMAR PIO SCHNEIDER

***************************************************

O VENDEDOR DE MUDAS DE FRUTAS

IALMAR PIO SCHNEIDER

Por muitos anos a fio era seu afã, num certo período, tirar pedidos para compradores de mudas de árvores frutíferas que os pequenos agricultores plantavam em suas propriedades, formando seus pomares. Eram laranjeiras (a maior parte de umbigo), bergamoteiras, limoeiros, pessegueiros, pereiras, macieiras, parreiras e outras espécies diversas, que chegavam acondicionadas em fardos de capim, pelo trem de carga que passava na localidade. Vinham das colônias velhas, como afirmava, (Estância Velha), e o destino era o Planalto Médio onde residia com sua família em uma casa grande de porão e frente para comércio que exercia em pequena escala. Essa atividade que desempenhava com muita dedicação poderia ser considerada um bico, mas que lhe dava muita satisfação. Ele mesmo formara seus arvoredos nas três ou quatro residências em que habitara e se orgulhava disso.
Quantas vezes, à tardinha, sentava-se na varanda toda envidraçada, e olhando ao longe aqueles pomares florescendo ou frutificando, se embevecia perante a paisagem! Se fosse pintor, quem sabe, não a transporia para a tela?! Entretanto, permanecia largos momentos contemplando-a e as árvores pareciam ser seus filhos adotivos a preencherem-lhe os dias da modesta existência. Considerava-se o responsável, ou melhor, um dos responsáveis pela difusão da fruticultura naquelas plagas e embora não representasse muito, tinha a certeza de que fizera algo para o bem-estar do próximo. Todos os anos quando chegava a época da colheita se lembravam dele, ao verem os galhos carregados de frutos saborosos. De fato, exercendo esse mister, unira o útil ao agradável, uma vez que sentia uma verdadeira atração para o ramo escolhido, ou seja, presenciar a natureza florescer e frutificar. À sua maneira era um naturalista no sentido mais prático da palavra naturalismo, i. e., “estado daquilo que é produzido pela natureza”. Assim pensava sem muita sofisticação. Tinha amor às plantas em geral, pois em seu íntimo sabia que elas eram necessárias e imprescindíveis para a vida.
Depois de muitos outonos, em certa madrugada, partira num final de primavera, deixando por aqui muitas árvores frutíferas espalhadas, florescendo e frutificando para os que ficaram. Em seu funeral viam-se diversos dos que foram seus fregueses, acompanhando-o à sua derradeira morada. Essa foi uma das múltiplas facetas do meu pai, hoje residindo nas plagas do Além, onde, quiçá, esteja tirando pedidos de venda de mudas de frutas, para os que, inexoravelmente, lá estejam em sua companhia. Que o Céu os abrigue na felicidade do Pomar Eterno!
_________________________________
Poeta e cronista
DIÁRO DE CANOAS – EM 10.12.09
Publicado em 09 de novembro de 1999 - no Diário de Canoas.


quinta-feira, 3 de junho de 2010

CORPUS CHRISTI - SONETO E POEMA

Igreja Matriz de Sertão - RS





O dia de Corpus Christi, que se realiza nesta data, faz-me lembrar de meu torrão natal quando na infância lá passava. Na véspera, levávamos serragem para as meninas fazerem os tapetes, inclusive com flores e folhas por onde iria passar a procissão. Bons tempos que não voltam mais. Eis o soneto que compus...

SONETO A SERTÃO
(Minha terra natal)

Oh! terra onde nasci, berço de minha infância,
que sempre levarei dentro do coração,
batendo com ardor, em serena constância,
lembrando os tempos bons que já bem longe vão !...

Teu nome a recordar saudades e distância,
flores silvestres e quem sabe solidão,
há de permanecer tal suave fragrância
cá dentro de minh’alma, oh! saudosa Sertão !

Se assim Deus o quiser, em teu solo bendito
reviverei um dia o passado aos pedaços,
como o filho que volta ao lar: cansado, aflito...

Porém que, em retornando ao seu torrão natal,
lugar onde ensaiou os seus primeiros passos,
consegue um elixir pra curar o seu mal...
___________________________
IALMAR PIO SCHNEIDER

___________________________

PÁG. 16 - O TIMONEIRO - CANOAS, 3.6.83
_______________________________________________________________________

Antes, já havia composto o seguinte poema, num momento de tristeza.

MINHA ALDEIA

Ialmar Pio Schneider

Eu lembro agora a minha pobre aldeia
e o pensamento para lá se vai...
Nas noites de verão a lua cheia
tinge de prata a tumba de meu pai.

Tal qual o filho pródigo que volta,
após tanta aventura pelo mundo,
dos amigos desfez-se toda escolta...
sentiu-se só e um triste vagamundo.

É péssima a descida quando a gente
quer retornar e não encontra alguém
que a mesma sorte e a mesma mágoa sente
porque no mar da angústia foi também.

PASSO FUNDO (RS) - 24.01.76

quarta-feira, 2 de junho de 2010

SONETO de IALMAR PIO - Imagem da Internet

MUSA


SONETO MATUTINO

Ialmar Pio Schneider

Olho a manhã de sol cheia de luz
e sinto penetrar em minha vida
a nova sensação que me conduz
aos sonhos da mulher apetecida...

Pode ser a ilusão que me seduz
quando tento galgar esta subida,
mas ficará nos versos que compus
qual a musa feliz e enaltecida.

E viverei lembrando seu sorriso,
embora seja apenas fantasia
que não me deixa nunca e que preciso...

Não posso dispensá-la nem que queira,
pois sem ela talvez eu morreria
pela falta da eterna companheira.

terça-feira, 1 de junho de 2010

DIA NACIONAL DA IMPRENSA - 1º.06 - Retrato de Hipólito José da Costa - patrono

Hipólito José da Costa - Patrono da Imprensa Brasileira

HOMENAGEM AOS JORNAIS MAIS ANTIGOS DO ESTADO,
SIMPÓSIO DE ARQUEOLOGIA e o filme CARANDIRU


Ialmar Pio Schneider


Estive visitando a exposição dos jornais mais antigos de nosso Estado no Memorial Histórico do Rio Grande do Sul, e logo na entrada do saguão à esquerda encontrei o painel do Jornal NH - 1960, com os seguintes dizeres: "Criado em 1960, o "Jornal NH" é o líder do Grupo Editorial Sinos, que tem sede em Novo Hamburgo, e edita uma série de outros títulos. (E acrescento, entre os quais o nosso Diário de Canoas). Fundado por Paulo Sérgio Gusmão e Mário Alberto Gusmão - o primeiro deles já falecido - o jornal ocupa ponto de destaque na imprensa gaúcha, em especial na região do Vale dos Sinos. É dirigido hoje por Mário Alberto Gusmão". Li também um lema: "Uma comunidade é forte, quando o seu canal de comunicação se confunde com a sua própria identidade".
Esta é uma justa homenagem prestada à imprensa jornalística escrita que foi e sempre será, com certeza, o melhor e mais eficaz veículo de informação que existe.
E como estava acontecendo em Porto Alegre o Simpósio Internacional de Arqueologia, Patrimônio e Atualidade, de 03 a 06 de junho, realizado pelo MARS - Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul, aproveitei o ensejo para ouvir uma palestra sobre o "Patrimônio Arqueológico", sendo a Mesa Temática, composta por José Otávio Catafesto - NIT - URGS, Rosana Najjar - IPHAN/RJ, Vera Thadeu - Arqueóloga Autônoma, coordenador: Cláudio Carle -UERGS. O assunto versou sobre a importância de uma melhor fiscalização a respeito dos sítios onde existem elementos arqueológicos, e nos quais se constróem edificações civis e até barragens hidroelétricas, sem que a realizem convenientemente.
Depois, lembrei-me que ainda não havia assistido ao filme CARANDIRU e então me dirigi ao cine Guarany onde o fiz. Considerei que os relatos feitos pelo Dr. Dráuzio Varella, após conviver com os presidiários por longo tempo, mostram o lado deprimente e lastimável da massa carcerária. A degradação humana é posta ao olhar do público na maior crueza, envolvendo o uso inconseqüente das drogas e o homossexualismo sem critério. Poder-se-ia dizer que seria cômico se não fosse trágico. De fato, grande parte dos espectadores ria com as cenas que protagonizam o casamento do detento Sem Chance com o travesti Lady Di. Quando da chacina em que foram assassinados 111 apenados, houve uma cena risível em que os dois escapam da morte em que o detento diz - "Eles não nos mataram porque viram que havia mulher"; ao que ela respondeu - "É, meu bem, o amor nos salvou". Foi mais ou menos isso aí que me foi possível ouvir, se não me engano, sobre o filme em que o médico, representado por Luiz Carlos Vasconcelos, vai trabalhar em presídio paulista e escuta relatos sobre crimes, vinganças, amores e amizades dos presos, culminando com o massacre de 1992. Com direção de Hector Babenco e a participação do ator Rodrigo Santoro e da atriz Maria Luisa Mendonça. Digamos que seja uma obra cinematográfica satisfatória, no meu entender, em que os 146 min. de duração da mesma, nos toma a atenção.
Mas, mudando de assunto, e dando asas à imaginação, quero aqui deixar uns versos que escrevi aleatoriamente para alguém, sendo meu penúltimo poema, acredito, pois pretendo escrever outros. Nada tem a ver com os assuntos em foco, mas ocorreu-me publicá-los, como segue: Esse amor não foi tão forte assim/como supunha nossa vã filosofia;/ aqui no mundo tudo tem um fim/e com certeza ele chegou um dia...// Não me queira mal, nós somos tão carentes;/ sejamos compreensivos; é a vida/ que não pode tornar-nos indiferentes/ ao subirmos ou na descida.// Soubeste apreciar meus tristes versos/ e muito lhe agradeço, de coração;/eles andam por aí dispersos,/ afinal, formam a minha pobre canção...// Se não fomos felizes... O que importa ?/ Eu vivi... você viveu... Não negue ! Se ranzinzas/ momentos bateram à nossa porta,/ qual Fênix outros mais alegres renascerão das cinzas...
Pretendo-os inseridos no contexto do pensamento de nosso grande romancista Dyonelio Machado: "Os poetas são os intérpretes das emoções humanas, - suas e alheias..."
Desta maneira também pretendo considerá-los.
______________________________________________
Poeta e cronista - E-mail: rs080254@via-rs.net
Publicado em 11 de junho de 2003 – no Diário de Canoas.

DIA NACIONAL DA IMPRENSA - 1º.06 - Hipólito José da Costa - retrato

Retrato de Hipólito José da Costa, o patrono da imprensa brasileira
Mapa de 1803 mostra a casa do alferes Félix da Costa, pai de Hipólito, onde ele passou boa parte da infância e da adolescência após sua família ser expulsa da Colônia do Sacramento (atual Uruguai) quando foi tomada pelos espanhóis (mapa gentilmente cedido por Arthur Victória Silva)

O Duque de Sussex, que deu proteção a Hipólito na Inglaterra depois dele fugir da prisão. Ele foi preso acusado de ser Maçon e "livre pensador"

Prédio onde Hipólito viveu na Inglaterra entre 1809 e 1814. A construção foi demolida em 1809.
Fac-símile do Correio Braziliense, jornal editado por Hipólito na Inglaterra. A publicação ajudou a divulgar as idéias que ajudaram o Brasil a se tornar um país independente do Império PortuguêsHipólito José da Costa segura o Correio Braziliense
Clique aqui e conheça o atual município onde Hipólito José da Costa passou parte da infância e da adolescência: MEMÓRIAS LEONENSES personagens, lugares históricos e lendas de Capão do Leão/RS
Postado por Imagens Históricas às 21:13

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Ialmar Pio Schneider



Estive visitando a exposição dos jornais mais antigos de nosso Estado no Memorial Histórico do Rio Grande do Sul, e logo na entrada do saguão à esquerda encontrei o painel do Jornal NH - 1960, com os seguintes dizeres: "Criado em 1960, o "Jornal NH" é o líder do Grupo Editorial Sinos, que tem sede em Novo Hamburgo, e edita uma série de outros títulos. (E acrescento, entre os quais o nosso Diário de Canoas). Fundado por Paulo Sérgio Gusmão e Mário Alberto Gusmão - o primeiro deles já falecido - o jornal ocupa ponto de destaque na imprensa gaúcha, em especial na região do Vale dos Sinos. É dirigido hoje por Mário Alberto Gusmão". Li também um lema: "Uma comunidade é forte, quando o seu canal de comunicação se confunde com a sua própria identidade".
Esta é uma justa homenagem prestada à imprensa jornalística escrita que foi e sempre será, com certeza, o melhor e mais eficaz veículo de informação que existe.
E como estava acontecendo em Porto Alegre o Simpósio Internacional de Arqueologia, Patrimônio e Atualidade, de 03 a 06 de junho, realizado pelo MARS - Museu Arqueológico do Rio Grande do Sul, aproveitei o ensejo para ouvir uma palestra sobre o "Patrimônio Arqueológico", sendo a Mesa Temática, composta por José Otávio Catafesto - NIT - URGS, Rosana Najjar - IPHAN/RJ, Vera Thadeu - Arqueóloga Autônoma, coordenador: Cláudio Carle -UERGS. O assunto versou sobre a importância de uma melhor fiscalização a respeito dos sítios onde existem elementos arqueológicos, e nos quais se constróem edificações civis e até barragens hidroelétricas, sem que a realizem convenientemente.
Depois, lembrei-me que ainda não havia assistido ao filme CARANDIRU e então me dirigi ao cine Guarany onde o fiz. Considerei que os relatos feitos pelo Dr. Dráuzio Varella, após conviver com os presidiários por longo tempo, mostram o lado deprimente e lastimável da massa carcerária. A degradação humana é posta ao olhar do público na maior crueza, envolvendo o uso inconseqüente das drogas e o homossexualismo sem critério. Poder-se-ia dizer que seria cômico se não fosse trágico. De fato, grande parte dos espectadores ria com as cenas que protagonizam o casamento do detento Sem Chance com o travesti Lady Di. Quando da chacina em que foram assassinados 111 apenados, houve uma cena risível em que os dois escapam da morte em que o detento diz - "Eles não nos mataram porque viram que havia mulher"; ao que ela respondeu - "É, meu bem, o amor nos salvou". Foi mais ou menos isso aí que me foi possível ouvir, se não me engano, sobre o filme em que o médico, representado por Luiz Carlos Vasconcelos, vai trabalhar em presídio paulista e escuta relatos sobre crimes, vinganças, amores e amizades dos presos, culminando com o massacre de 1992. Com direção de Hector Babenco e a participação do ator Rodrigo Santoro e da atriz Maria Luisa Mendonça. Digamos que seja uma obra cinematográfica satisfatória, no meu entender, em que os 146 min. de duração da mesma, nos toma a atenção.
Mas, mudando de assunto, e dando asas à imaginação, quero aqui deixar uns versos que escrevi aleatoriamente para alguém, sendo meu penúltimo poema, acredito, pois pretendo escrever outros. Nada tem a ver com os assuntos em foco, mas ocorreu-me publicá-los, como segue: Esse amor não foi tão forte assim/como supunha nossa vã filosofia;/ aqui no mundo tudo tem um fim/e com certeza ele chegou um dia...// Não me queira mal, nós somos tão carentes;/ sejamos compreensivos; é a vida/ que não pode tornar-nos indiferentes/ ao subirmos ou na descida.// Soubeste apreciar meus tristes versos/ e muito lhe agradeço, de coração;/eles andam por aí dispersos,/ afinal, formam a minha pobre canção...// Se não fomos felizes... O que importa ?/ Eu vivi... você viveu... Não negue ! Se ranzinzas/ momentos bateram à nossa porta,/ qual Fênix outros mais alegres renascerão das cinzas...
Pretendo-os inseridos no contexto do pensamento de nosso grande romancista Dyonelio Machado: "Os poetas são os intérpretes das emoções humanas, - suas e alheias..."
Desta maneira também pretendo considerá-los.
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Poeta e cronista - E-mail: rs080254@via-rs.net


Publicado em 11 de junho de 2003 – no Diário de Canoas.