quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Dia do Pajador no Rio Grande do Sul (Brasil), em homenagem ao poeta e pajador Jayme Caetano Braun.- Nascimento do poeta em 30.01.1924 - Imagem: foto na Internet

Jayme Caetano Braun



Dia do Pajador no Rio Grande do Sul (Brasil), em homenagem ao poeta e pajador Jayme Caetano Braun.




Nascimento do poeta em 30.01.1924



SONETO PARA JAYME CAETANO BRAUN (In Memoriam)



... Jayme Caetano Braun quando tu cantas,

eu me quedo silente a te escutar;

em teus poemas de belezas tantas,

encontro o Rio Grande a me falar.



Não posso compreender quem não encantas

no teu nobre e gauchesco linguajar;

sobre as coxilhas quando te levantas

eu vejo um farroupilha em teu lugar.



Primoroso cantor, valente e forte,

sem temor de lutar, de altivo porte

tal qual o lutador galo de rinha



que morre de tortura e não se entrega

e agüenta firme a ríspida refrega,

pois morre sem deixar dobrar a espinha.



IALMAR PIO SCHNEIDER



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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Soneto-oração de Ialmar Pio - Imagem da Internet

Cristo Redentor



SONETO-ORAÇÃO - Aos familiares dos entes queridos falecidos na tragédia de Santa Maria - RS - 29.01.2013 - . -




Transcorrem dias tristes, enlutados,

e as pessoas se voltam à oração;

que Deus conforte os pais desesperados,

porque só n´Ele existe a salvação.



Nós somos seres, filhos bem-amados

do Pai Maior que paira na amplidão,

por Quem sempre seremos resgatados

e a retornarmos à ideal mansão.



É difícil viver, tenhamos fé,

embora atravessemos maus momentos

em que podemos vacilar até...



Possamos enfrentar os sofrimentos

nesta terrena vida, de viagem,

pois estamos aqui só de passagem...



IALMAR PIO SCHNEIDER ‘


***

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Falecimento do poeta gaúcho Ramiro Barcelos em 28.01.1916 - Imagem da Internet


Ramiro Barcelos



VERSO GAÚCHO




Ialmar Pio Schneider



I

Traduzes no teu estilo,

verso guasca do Rio Grande,

todo o calor que se expande

do xucro peito gaudério,

nas trovas de Tio Lautério

quando Amaro Juvenal

em seu vasto cabedal

como quem floreia um tango

escreveu sobre o Chimango

uma história colossal.

II

Mas as musas campechanas

não pararam de existir,

se o Ramiro nos fez rir,

Aureliano também surge,

quanto mais o tempo urge

os versos feitos por mestre

na soledade campestre

da campanha gigantesca

vem nos trazer água fresca

sob uma sombra silvestre.

III

Apparício Silva Rillo,

grande cantor da querência,

compondo com muita ciência

a poesia da tradição

quando no tosco “Galpão”

coberto de santa-fé

se transforma no pajé

que reúne a peonada

e a própria madrugada

o encontra ainda de pé.

IV

O Jayme Caetano Braun

assim no mais não se encontra

leva uma cinta de lontra

ajoujada na bombacha,

mais parecendo uma faixa

lustrosa e de pêlo fino

que já traz desde menino

como traste de valor,

andando por onde for

que nem guacho teatino.

V

E quatro vates do pago

sintetizo no meu verso,

pois não há neste Universo

quem cante com tanta fibra,

quer na viola quando vibra,

no bandônio, na cordeona

ou no violão que ressona

em fandango e serenata

aos ouvidos de uma ingrata

mui lindaça e querendona.

VI

Ao fechar esta porteira,

dou de rédeas ao gateado

e recordando o passado

também lembro do presente;

ao futuro, indiferente,

eu me largo campo a fora.

Se a sorte não for caipora

na encruzilhada da vida

quero ter por despedida

um verso xucro que chora.



Canoas (RS), 16 de setembro de l972.



Para a ESTÂNCIA DA POESIA CRIOULA por ocasião do

CENTENÁRIO de AURELIANO DE FIGUEIREDO PINTO.

no SALÃO MOURISCO DA BIBLIOTECA PÚBLICA



Porto Alegre (RS), 6 de agosto de 1998.



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Ialmar Pio Schneider

 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Crônica de Ialmar Pio - Falecimento do escritor Alfredo d'Escragnolle Taunay em 25.1.1899 - Imagem - foto da Internet





DOIS LIVROS EXEMPLARES DE VISCONDE DE TAUNAY



IALMAR PIO SCHNEIDER



Terminei de ler esses dias o livro impressionante A Retirada da Laguna, de Visconde de Taunay, de cujo autor já o havia feito de Inocência, há muitos anos. Trata-se de um episódio da Guerra do Paraguai, de passagens trágicas, e por demais cruéis, que aconteceram naquele conflito bélico. De fato, o escritor assim inicia no Capitulo IV, seu relato da Marcha sobre a fronteira paraguaia. Conselho de guerra. “Arrancou a coluna a 25 de fevereiro de 1867, indo acampar a uma légua da vila, à margem do rio Nioac. Logo que pudemos, visitamos o comandante. Tinha a barraca sobre um montículo pedregoso, a meio abrigado por palmeiras que tornavam aprazível aquele local. Estava agitado: já para o rancho da tarde faltava gado. A 26 estávamos no Canindé; a 27 no Desbarrancado.”

Como existe diferença entre os dois livros! No Retirada da Laguna, os horrores da guerra e a epidemia da cólera dizimando o Exército, tendo entre suas vítimas o filho e depois o próprio guia Lopes da Laguna, e por último o tenente-coronel Juvêncio e o coronel Camisão. O desespero dos soldados enfrentando as maiores vicissitudes, quase que indescritíveis e conforme relata o autor: “Quanta idéia lúgubre evoca um campo de batalha! Sobretudo nestas solidões imensas, onde o próprio gênio do mal parecia ter penosamente convocado e reunido alguns milhares de homens para que mutuamente se exterminassem, como se terra lhes faltara para viverem em paz do fruto do seu labor.”



E não existe final mais comovente e doloroso do que se transcreve abaixo: “A 12 de junho baixou uma ordem do dia do nosso valente chefe José Tomás Gonçalves, em poucas palavras resumindo os acontecimentos desta terrível campanha: “A retirada, soldados, que acabais de efetuar, fez-se em boa ordem, ainda que no meio das circunstâncias as mais difíceis. Sem cavalaria contra o inimigo audaz que a possuía formidável, em campos onde o incêndio da macega, continuamente aceso, ameaçava devorar-vos e vos disputava o ar respirável, extenuados pela fome, dizimados pela cólera que vos roubou em dois dias o vosso comandante, o seu substituto e ambos os vossos guias, todos estes males, todos estes desastres vós os suportastes numa inversão de estações sem exemplo, debaixo de chuvas torrenciais, no meio de tormentas de imensas inundações, em tal desorganização da natureza que parecia contra vós conspirar. Soldados! Honra à nossa constância, que conservou ao Império os nossos canhões e as nossas bandeiras”. Este livro me foi recomendado pelo professor de português e de história do Brasil, quando cursava o antigo ginásio, e só agora, dei-me a prioridade de o ler.

Já o outro livro, Inocência, como o próprio nome está a indicar, é uma história de amor das mais românticas que existem em nossa literatura dessa Escola. Assim se refere Ivan Cavalcanti Proença, ao apresentá-lo: “Este Inocência vem sendo reeditado sucessivamente e é livro único, na literatura brasileira, traduzido para quase todas as línguas”. Confesso que o li duas vezes e estou pretendendo relê-lo.





Aqui com certeza fala mais alto meu saudosismo de que me não liberto por mais que o procure fazê-lo.

Estas são duas obras, cujo autor Alfredo d’Escragnolle Taunay, Visconde de Taunay, foi Oficial Superior do Exército Brasileiro, Senador do Império do Brasil e membro da Academia Brasileira de Letras, tendo nascido no Rio de Janeiro a 22 de fevereiro de 1843 e falecido na mesma cidade em 25 de janeiro de 1899.

Resta-me acrescentar que são duas obras de leitura atraente, não obstante as cenas dantescas que povoam as páginas de A Retirada da Laguna, contrastando com a amenidade das de Inocência, que ainda persistem em meu subconsciente quais amáveis lembranças...



Cronista e poeta –

Publicado no Diário de Canoas - RS  

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Dia dos Aposentados em 24 de janeiro - Imagem da Internet

Imagem do

http://www.recadopop.com/imagens_dia-do-aposentado.html




O IDOSO APAIXONADO



Ialmar Pio Schneider



Quem se dispõe a passar algumas horas sentado num banco da praça da Alfândega em frente aos cines Guarany e Imperial, de repente pode assistir a um instantâneo, no mínimo burlesco, qual se descreve abaixo. Faz parte das cenas urbanas que não deixam de ser até certo ponto apreciadas, não obstante, às vezes jocosas e risíveis. Isto não aconteceu ao nosso herói, mas ele as presenciou em diversas oportunidades, conservando-se, no entanto, timidamente, na solidão recôndita, apenas curtindo o sentimento de foro íntimo que o acompanha qual a própria sombra.

Contudo, agora sentira na carne o que representava uma paixão tardia, ainda mais alimentada por certos conselhos ou insinuações de colegas que o faziam para instigar-lhe o interesse por alguém mais jovem. Ainda não queria se considerar coroa, apesar de já estar na terceira idade. Sempre ouvira dizer que vale o espírito mais que a matéria.

Sua vontade era esquecer aquela moçoila que vira num certo dia, atravessando a rua em frente à praça, seguindo rumo ao shopping da Rua da Praia. No auge dos seus sessenta anos, Rodrigues achava ridículo apaixonar-se por alguém de vinte, que poderia ser-lhe neta; e sentado num banco, junto com outros companheiros aposentados, ficava imaginando no que lhe dissera o Torres, num entardecer de outubro: - “Cavalo velho, pasto novo !” De fato, a idade chegara, quase sem que se desse conta, mas ele nunca deixou de apreciar a estética feminina, e aquela moça parecia uma estátua de Fídias, uma Amazona. Sentia-se, entretanto, retraído, pois já presenciara, ali mesmo, certos velhos que mexiam com as meninas serem escorraçados com as seguintes expressões: “Vai conhecer o teu lugar, coroa !” “Te fraga, velho caduco !” “Não te conhece ?” - e outras mais.

Entretanto, desta vez, não iria desistir. Estudava uma maneira de aproximar-se do fruto do seu bem-querer, ainda, que para tanto, fosse necessário sacrifício e dedicação. Nesta quadra da vida, a pessoa se torna mais afável quanto ao estímulo do amor, embora haja quem diga que o velho seja ranzinza. Isto depende de cada sujeito. Todos têm o seu temperamento e Rodrigues é um romântico-melancólico. Chega em seu quarto de pensão e liga o rádio. Casualmente, na Rádio Liberdade, escuta o Sérgio Reis cantando - “panela velha é que faz comida boa” de Moraesinho e fica satisfeito. Existe alguém que o compreende.



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Poeta e contista

Publicado em 05 de julho de 1999 - no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/?m=200804&page=2

 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Crônica de Ialmar Pio Schneider - Foto de Capão da Canoa - RS na Internet - vista parcial

Vista parcial de Capão da Canoa - RS -




FALSA HEURECA... E ALGUM SAUDOSISMO



IALMAR PIO SCHNEIDER



Nos meses de veraneio em que permaneço alguns meses em Capão da Canoa, costumo fazer caminhadas dentro d’água da praia, entre Capão e a plataforma de Atlântida, quando às vezes encontro o meu amigo cronista, historiador e procurador de justiça aposentado, Dr. Sérgio da Costa Franco, que também o faz, e com quem mantenho alguma prosa passageira de intelectual para intelectual. Certa manhã, encontrei-o e resolvi abordá-lo a respeito da situação atual do país. Disse-lhe que somente havia uma maneira de conseguir-se sanar a corrupção, a grande corrupção, fazendo-se uma devassa geral nos notórios enriquecimentos ilícitos. Respondeu-me, então, que isso não era possível, pois todos tinham telhados de vidro e não iriam permitir investigar os outros porquanto poderia cair-lhes o raio em suas próprias cabeças. Lembrei-lhe que muitas pessoas eram honestas e seria viável que o pudessem realizar. Voltou-me ao diálogo, entendendo que essas não detinham o poder. Ao que me recolhi à minha insignificância, a casmurrar, que tinha sido uma falsa heureca.

* * *

A propósito, o Dr. Sérgio em sua crônica, diríamos saudosista, Geografia Sentimental, de 21/08/79, fala de uma Porto Alegre de 30 anos atrás, ou seja, de 1949, quando era uma cidade pacata, mas não muito, porque sendo a Capital do Estado já detinha o maior movimento por aqui registrado. Conserve o mapa daquela época; é uma lembrança que não deve ser posta no lixo, pois nunca mais voltará a ser o que era !

Quando aportei em Canoas, vindo de Soledade, onde havia completado meus 21 anos de idade, cá chegando com 24, esta cidade, onde não havia um edifício com elevador, mas já bem desenvolvida, era considerada satélite da Capital. Hoje, apesar da carência na área da saúde, detém duas universidades e uma de faculdades integradas, é servida pelo metrô de superfície, além dos ônibus e lotações que circulam regularmente, tornando o transporte a Porto Alegre, satisfatório, não obstante a inexistência de uma Estação Rodoviária, o que causa transtornos a quem queira se deslocar para outras cidades, inclusive para as praias no verão. Contudo dispõe de comércio invejável, pois quase todas as lojas que existem na Capital estão também aqui estabelecidas, contando com um shopping center moderno com onze salas de cinema do cinemark, quando já possuía um centro comercial pioneiro no Estado com três salas de cinema hoje ociosas (segundo me consta) e a Biblioteca Pública Municipal João Palma da Silva em pleno funcionamento, apesar do restrito horário de atendimento ao público que poderia ser estendido se houvesse verba para tal e boa vontade dos responsáveis pela cultura do município. Mas esta já é outra crônica... enfim, dos males o menor.

* * *

Voltando à crônica do Dr. Sérgio, onde descreve a Porto Alegre de 1949, com seu “hipódromo nos Moinhos de Vento e o estádio do Grêmio na baixada da Mostardeiro”... os velhos bondes que ainda cheguei a utilizar lá por 1967 a 1971, ainda que eu já estivesse motorizado fazia alguns anos e na época dispusesse de uma simca chambord preta, estofamento vermelho, 3 andorinhas que havia recebido em permuta num jeep willis, ambos do ano de l963, que me servira quando fiscal da Carteira Agrícola do Banco do Brasil em Soledade, onde completara meus vinte e um anos de idade. E agora quero transcrever o fecho de ouro do texto, por assim dizer, saudosista do Dr. Sérgio, como segue: “Se era bom? Claro que sim: eu tinha 21 anos...”

Não tem muito mais o que dizer. Quando se é jovem e saudável tudo é maravilhoso qual o soneto de Raul de Leôni: Adolescência - “Eu era uma alma fácil e macia,/ Claro e sereno espelho matinal / Que a paisagem das cousas refletia,/ Com a lucidez cantante do cristal.// Tendo os instintos por filosofia,/ Era um ser mansamente natural,/ Em cuja meiga ingenuidade havia / Uma alegre intuição universal.// Entretinham-se as ricas tessituras / Das lendas de ouro, cheias de horizontes / E de imaginações maravilhosas.// E eu passava entre as cousas e as criaturas,/ Simples como a água lírica das fontes / E puro como o espírito das rosas...”

Finalizo, no entanto, dizendo que no ano que chegava a Canoas, em 1967, estava terminando minha adolescência, pois completaria meus 25 anos. Entrementes, posso afirmar que já tinha viajado muito nesta vida, não na boa vida, pois trabalhava desde os 8 anos, ajudando minha mãe nas lides caseiras, com mais 5 irmãos pra cuidar e depois no internato dos irmãos maristas em Getúlio Vargas, trabalhando para poder estudar o ginásio, que não havia em minha terra Sertão, e posteriormente em Passo Fundo até o 2º Técnico em Contabilidade e Científico, quando com 18 anos, em concurso público ingressei no Banco do Brasil em Cruz Alta. Já vinha de uma longa caminhada de trabalho, portanto. Mesmo assim tudo era bom para o meu, hoje velho e saudosista coração !

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Cronista e poeta

Publicado em 26 de dezembro de 2001 - no Diário de Canoas.



segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Crônica de Ialmar Pio Schneider - Nascimento do padre e inventor Roberto Landell de Moura em 21.1.1861 -


Foto na Internet do Pe. Landell de Moura



PE. ROBERTO LANDELL DE MOURA, CIENTISTA E PENSADOR



IALMAR PIO SCHNEIDER



Faz parte de minha modesta biblioteca, um livro que considero uma preciosa obra, a respeito de um eminente inventor brasileiro, que foi muito incompreendido e, por que não dizer, injustiçado, em sua época que não faz muito tempo passou. Trata-se de O “Incrível” Padre Landell de Moura - história triste de um inventor brasileiro, de Ernani Fornari, consagrado poeta gaúcho. Esses dias, ainda passei por ali, onde nasceu em 21 de janeiro de 1861, no centro da cidade de Porto Alegre, “na então Rua de Bragança, hoje Marechal Floriano, numa casa que fazia esquina com a antiga Praça do Mercado. Consta que foi batizado, conjuntamente com sua irmã Rosa, a 19 de fevereiro de 1863, na Igreja do Rosário, de cuja freguesia, anos mais tarde, e até ao falecer, viria ser o vigário. Era ele o quarto de doze irmãos, sendo seus pais o Sr. Inácio José Ferreira de Moura e D. Sara Mariana Landell de Moura, ambos descendentes de tradicionais famílias sul-rio-grandenses”; conforme seu biógrafo à pg. 32.

Começou seus estudos no Colégio dos Jesuítas, em São Leopoldo, terminando o curso de humanidades, diz-se que “todo ele com excepcional brilhantismo”, por volta de 1879, quando transferiu-se para a Corte, “onde, segundo uns, se matriculou na Escola Politécnica, e, segundo outros, se empregou num armazém de secos e molhados, como caixeiro de balcão”. Há controvérsia a este respeito. Todavia, por influência de seu irmão Guilherme, que o visitou, no Rio de Janeiro, de passagem, e que ia seguir a carreira eclesiástica em Roma, despertou-lhe a vocação de seguir também o sacerdócio, o que, inclusive, era o sonho de seus pais. Como prossegue seu citado biógrafo, ipsis litteris : “Homem de resoluções prontas e firmes, Roberto segue imediatamente para Roma, em companhia do irmão. Ali ingressa no Colégio Pio Americano, e passa, concomitantemente, a freqüentar a Universidade Gregoriana, na qualidade de aluno de física e química, para o estudo de cujas matérias manifestara, desde criança, a mais pronunciada inclinação”. Foi o inicio do seu desiderato rumo às invenções que realizariam e que seriam patenteadas pelo nosso genial patrício pelo Governo dos EE. UU., no distante ano de 1904, em virtude de pedidos por ele apresentados em 1901.

O primeiro foi o Telefone sem fio, cuja Patente, tem o n.º 775.337. Depois vem o Telégrafo sem fio, através das Especificações que formam parte da Carta Patente Nº 775.846. Finalmente, o Transmissor de ondas, com especificações que formam parte integrante da Carta Patente N.º 771.917, datada de 11 de outubro de 1904 – requerimento de 9 de fevereiro de 1903 – Série N.º 142.440. Tentei resumir o máximo, pois para conhecer-se as invenções, há que conhecer-se os relatos do seu biógrafo Ernani Fornari, que às pgs. 86 e 87 de sua obra, assim se expressa, com justa indignação:

“E Monsenhor Roberto Landell de Moura, o pioneiro escarnecido, o precursor negado, o esquecido inventor brasileiro, morreu anonimamente, aos 67 anos de idade, no dia 30 de junho de 1928, num modesto quarto da Beneficência Portuguesa, de Porto Alegre, cercado apenas por seus parentes e meia dúzia de amigos fiéis e devotados.

Quanto a seus inventos e descobertas, esses andam aí pelo mundo fora, a fazer a glória de uns e a prosperidade de outros.

Como pôde ser isso?

Responde a essa pergunta o próprio Monsenhor Roberto Landell de Moura, através da citada entrevista concedida, em 1924, ao jornal de Porto Alegre, Última Hora: “- Os americanos, decorridos aos 17 anos de prazo a lei das Patentes, puseram em execução prática as minhas teorias. Não sou menos feliz por isso. Eu vi sempre nas minhas descobertas uma dádiva de Deus. E como, além disso, sempre trabalhei para o bem da humanidade, tentando, ao mesmo tempo, provar que a religião não é incompatível com a ciência, folgo em ver hoje realizado, na prática utilitária, aquilo que foi o meu sonho de muitos dias, de muitos meses, de muitos anos.””

Isto posto, cabe-nos interpretar apenas com humildade a altivez dessa alma generosa de um dos nossos mais importantes inventores. E concluir com suas próprias palavras: “O concurso de Deus, pois, é a suprema lei que rege, governa e conserva o Universo.”

Cronista e poeta – E-mail: menestrel@brturbo.com



Publicado em 02 de março de 2005 – no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/

EM 30.06.2009

http://ial123.blog.terra.com.br/

EM 29.06.2010

http://ial123.blog.terra.com.br/

em 10.3.2011

JNHamburgo – idem



 

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Soneto de Ialmar Pio - Imagem da Internet




SONETO PARA MENESTREL SEM JUIZO - em 24.6.2010




Eu tive que encontrar o Menestrel

sem Juizo, nascendo no meu imo

p´ra divulgar os versos sem tropel,

que metrifico, penso, canto e rimo.



Quero louvar também quem tanto estimo

e que se abrigam num caramanchel,

sob à sombra que lhes fornece arrimo,

os meus irmãos, poetas de cordel !



Enquanto nós cantarmos irmanados

pelos mesmos motivos e ideais,

seremos, com certeza, abençoados



em nossa caminhada na poesia,

por uma deusa afável que jamais

nos abandona, seja noite ou dia...



IALMAR PIO SCHNEIDER   ***   VOTE NO SONETO. AGRADEÇO-LHE. CLIQUE EM   http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=15654    

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Nascimento do poeta Oswald de Andrade em 11.1.1890 -

Foto na Internet




SONETO LIVRE A OSWALD DE ANDRADE – Falecimento do escritor em 22.10.1954 – In Memoriam - Porto Alegre – RS, 22.10.2011,às 3h38min. – Bairro Tristeza.- . -




Homenagear um poeta modernista

como o foi Oswald de Andrade, como seria?

se escrevo versos rimados de artista

nos modelos antigos da poesia?!



Mas minha verve faz com que eu insista

a prestar, já nem sei se é honraria,

este preito em palavras de anarquista,

num soneto livre de métrica, neste dia !



Entretanto, não prescindo da rima,

por ser ela que sempre me anima

quando qualquer poema componho...



Desculpe-me por este sacrilégio

de abandonar as normas do colégio

parnasiano ! Foi apenas um sonho...



IALMAR PIO SCHNEIDER   ***   VOTE NO SONETO. AGRADEÇO-LHE. CLIQUE EM   http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=19647