sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nascimento do poeta francês Théophile Gautier em 31.8.1811 - Imagem da Internet




SONETO A THÉOPHILE GAUTIER – Falecimento do poeta em 23.10.1872 – In Memoriam



Ialmar Pio Schneider



Poeta que saudou a Primavera,

ao chegar com seu primeiro sorriso,

por toda a parte a floração impera

como se próxima do paraíso...



No jardim, no pomar, também diviso

as mais lindas flores e o crescer da hera...

Quanta imaginação fora preciso

para desenvolver esta quimera !



No vergel, as pequenas margaridas;

no bosque, violetas e malmequeres;

tudo aparece viçoso a florir...



Enfim, para alegrar as nossas vidas,

e tornar mais bonitas as mulheres,

proclamo: “Primavera, podes vir!”





Porto Alegre – RS, 23.10.2011,

às 19h30min. – Bairro Tristeza.



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em 23.10.2011



quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dia Nacional de Combate ao Fumo - 29 de agosto - Imagem da Internet





A FUMICULTURA E O TABAGISMO



IALMAR PIO SCHNEIDER



Esses dias tive a oportunidade de assistir à Audiência Pública da Comissão e Defesa Nacional Convenção-Quadro sobre o Controle do Tabaco, gravado em 06/12/2004 pela Unisc TV, de Santa Cruz do Sul, retransmitida pela TV Senado, na tarde de 11/01/2005, a respeito do assunto acima, sob a presidência do Senador Eduardo Suplicy, e as falas dos representantes de várias classes foram contundentes. É uma decisão difícil, diria de sabedoria salomônica, posicionar-se de um lado ou de outro, principalmente quando abrange a parte econômico-financeira e a saúde dos homens. Julgo de bom alvitre ir-se desenvolvendo a transição gradativamente, apesar de que deixar de fumar exige uma ruptura radical do usuário, que, invariavelmente, se tornou dependente. Se a fumicultura representa um ganho de vida de cerca de R$ 28.000,00 (vinte e oito mil reais) por ano, para famílias de agricultores de pequeno porte, ou seja, com reduzidas áreas de terras, também o tabagismo é uma doença crônica que, fatalmente, reduz a vida humana e leva à morte prematura dos escravos do vício. As estatísticas médicas estão aí para serem comprovadas.

Eu não tenho a mínima pretensão de expor cientificamente os males do fumo, mas posso confirmar que pessoas de minhas relações, ou seja, meu próprio genitor, que lembro com carinho, sendo fumante por muitos anos e ainda sedentário, devido a cravos nas solas dos pés que o acometiam, faleceu de infarto fulminante do miocárdio, aos 63 anos de idade. Senti muito a sua ausência mas, apesar de tudo, fui também fumante por muito tempo e tive a graça de largar do cigarro, agora faz cerca de 10 anos, com sucesso até aqui. Deus queira que para sempre. Também não sou ninguém para dar conselhos, que só se os dá, dizem, a quem os pedem. Cada um deve sentir em sua própria carne o que o prejudica e usar do bom senso, ao conviver com as pessoas que os cercam, a fim de não afetá-las. Felizmente, hoje em dia já se tem mais informações da gravidade do uso e abuso do fumo, em qualquer de suas modalidades: cigarros, palheiros, charutos, cachimbos... e se utilização destes torna a boca torta não é nada, em face do que pode acarretar um câncer. Desculpem-me a crueza da exposição da matéria, mas é caso sério. Quanto a mim, se muito não me atingiu o tabagismo, tenho a dizer que, uma vez tendo ouvido do Dr. Edmundo Laranja da Silva, importante médico cirurgião, em um elevador do Hospital Mãe de Deus, afirmar que se alguém não deixar de fumar nunca vai conseguir curar uma úlcera, abri meu olho, pois já havia tido duas úlceras, sendo uma do duodeno e outra gástrica. Vivia, naquela época, às voltas com as endoscopias e remédios para cicatrizá-las (as úlceras), que até já me esqueci dos nomes, e com o Dr. Ênio Fialho Carpes, endocrinologista competente que as realizava seguidamente. Graças a Deus, depois que parei de fumar não as tive mais. Quero deixar este relato como depoimento para confirmar a importante decisão que tomei em minha vida, ao abandonar o tabagismo. Penso que fui inteligente...

Por último, desejo escrever meu soneto abaixo, publicado no jornal O Paladino, de Soledade - RS, em 1966, e constante do meu livro Poesias Esparsas Reunidas, pgs. 13, que fumar não leva a nada, mesmo que se esteja: Em Solidão --- Fumaça que nasceu do meu cigarro/ e morre pelo espaço na investida/ de ser alguém, de ter u’a longa vida:/ assim é o homem que nasceu do barro.// Oh! quantas vezes na saudade esbarro/ e a solidão a descansar convida;/ talvez não sinta que a fatal descida/ seja o fruto do sonho mais bizarro!// E procuro seguir o meu caminho,/ sem refletir, no entanto, que sozinho/ é mais árdua a jornada do infeliz;// e que se a morte o surpreender um dia,/ há de encontrá-lo na manhã vazia,/ sem nada ter de tudo quanto quis!

Eis a modesta contribuição, se assim a julgarem os leitores, de um ex-fumante... Reflitam neste sentido, amigos !

_________________________________________________

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em 21.07.2010

JORNAL DE NH em 21.7.2010

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em 31.5.2011


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Crônica republicada de Ialmar Pio - Imagem: aquarela o Circo de Ângela Ponsi

Aquarela Na Corda Bamba de Ângela Ponsi


SOBRE O “ PROJETO ARLEQUIM”



IALMAR PIO SCHNEIDER



Há alguns meses, estando em Capão da Canoa, tive a oportunidade de adquirir um livro de aventuras intitulado O CAPITÃO FRACASSO, de Théophile Gautier, tradução e adaptação de Myriam Campello, do original “Le Capitaine Fracasse”, cuja leitura muito me agradou, já em Porto Alegre, nos meados do mês de abril. Procurei depois saber da biografia do autor e encontrei-a na Enciclopédia Brasileira Mérito, e o mesmo ter sido poeta e escritor francês, nascido em Tarbes, em 31-8-1811; e falecido em Neuilly, em 23-12-1872. Consta haver estudado, desde a tenra idade, a Literatura Francesa dos séculos XVI e XVII, de que publicou inúmeros ensaios literários, muito apreciados na época. Embora tenha pertencido à Escola Romântica, devido à sua poesia de Esmaltes e Camafeus (1856), sempre revista até à sua morte, pode ser considerado um irrefutável precursor do Parnasianismo. A sua obra literária foi extensa, abrangendo ensaios, romances, poemas, crônicas de viagens, etc., que, reunida, certamente, atingiria mais de trezentos volumes, só de esparsas.

Entretanto, o que me leva a escrever estas considerações, é o fato de haver assistido ao filme A Viagem do Capitão Tornado (Il Viaggio Di Capitan Fracassa) - Direção: Ettore Scola - País: Itália, 1990 - Duração: 130 min. - Com: Massimo Troisi e Ornella Muti, dentro do programa Imagens da commedia dell’arte: o teatro e o cinema contemporâneos, na segunda temporada de eventos do Projeto Arlequim, no dia 30 de julho de 2002, na sala leste do Santander Cultural, rua Sete de Setembro, 1028 - P.Alegre.

Conforme as imagens e as cenas iam se sucedendo na tela, ocorria-me lembrar das passagens do romance e despertavam meu interesse as personagens histriônicas e as beldades femininas que fizeram parte do elenco. E quanto reclamavam de fome ! Não é por menos que o texto inicia com o capítulo O Castelo da Miséria e termina com O Castelo da Felicidade, tendo neste período intermediário sofrido diversas privações e acontecimentos inesperados... Bem se pode aquilatar as peripécias que enfrentava a troupe na viagem que estava fazendo para Paris. Foram mais de duas horas de entretenimento agradável em que a comicidade da peça - quase teatral, ou até teatral - despertava o riso nos espectadores. Tanto é que, no final, alguém, uma senhorita, disse: - De tanto ouvir reclamar de fome, vou ter que comer alguma coisa.

No segundo dia, ou seja, em 31 de julho, assisti ao filme Cyrano (Cyrano de Bergerac) - País: França, 1989 - Duração: 135 min. - Direção: Jean-Paul Poppeneou - Com: Gerard Depardieu e Anne Brochet. Trata-se da biografia do literato francês Saviniano Cirano de Bergerac, nascido em Paris, em 6-3-1620 e falecido em setembro de 1655, na mesma cidade. Apesar de uma curta existência de 35 anos, envolveu-se em alguns duelos, deixou uma obra relativamente extensa e bizarra; assim o Mestre-Escola Folgazão (1654), em que ridicularizava seu antigo professor João Grangier; e outras tragicomédias, além de poesias.

Por último, em 1º de agosto, foi apresentado o filme Arlequim, Servidor de Dois Patrões (Arlecchino, servitore di due padroni) - Direção: Giorgio Strehler - País: Itália, 1970 - Duração: 120 min. - Com: elenco do Piccolo Teatro di Milano. É uma peça do comediógrafo, considerado o fundador do moderno teatro italiano Carlos Goldoni; nascido em Veneza em 15-2-1707 e falecido em Paris, em 6-2-1793. Levou uma vida cheia de altos e baixos, e sendo privado, pela Revolução Francesa, de uma modesta pensão que percebia, terminou seus dias na miséria.

Resta-me agradecer e elogiar programas desta natureza que acontecem, gratuitamente, em horário bem razoável, às 19 h., em nossa Capital. Parabéns aos organizadores !

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Cronista e poeta

Publicado em 21 de agosto de 2002 - no Diário de Canoas.



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em 23.10.2011

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em 2.12.2011



domingo, 26 de agosto de 2012

Aniversário - hoje é o meu. Foto do arquivo pessoal




Bom Dia ! Amigas e amigos. Hoje estou de aniversário. Abraço a todos e agradeço sua amizade. Ótimo fim de semana e sempre.




***

AUTO-RETRATO



Preciso confessar que não a quero

por simples desabafo ou desagrado;

e procurando ao menos ser sincero

comigo mesmo o coração magoado.



Se nada tive e tudo ainda espero,

mais infeliz fora não ter cantado

o amor inatingível que venero

num misto de virtude e de pecado.



Alguém irá dizer, é bem provável,

que sou um sonhador, que vivo abstrato

no mundo da ilusão desagradável...



porquanto transformei a minha vida

num esboço qualquer, o auto-retrato

de uma pessoa a mim desconhecida.



IALMAR PIO SCHNEIDER



***

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Falecimento do Presidente brasileiro Getúlio Vargas em 24.8.1954 - Imagem da Internet




À MEMÓRIA DE GETÚLIO VARGAS – O PAI DOS POBRES



IALMAR PIO SCHNEIDER



No ano em que transcorreu o cinqüentenário do passamento do nosso mais celebrado e importante Presidente da República, Dr. Getúlio Dornelles Vargas, tive a oportunidade de assistir a uma palestra proferida pelo insigne escritor Alcy Cheuiche, no Salão Mourisco, da Biblioteca Pública, às 17 h. do dia 12 de agosto p.p. Há tempos li o livro O Mestiço de São Borja, do citado autor, agora relançado, que traz um relato literário do grande estadista de nossa pátria. Devo dizer que tenho que tirar o chapéu para a riqueza de detalhes e fatos com que o palestrante discorreu sobre o assunto. Literatos do porte do Alcy constituem o acervo vivo da história riograndense. E como se trata de um inspirado poeta, também escreveu o poema, transcrito na capa do livro, como segue: “A Paz seja conosco – Que a paz seja conosco/ a cada dia a cada hora/ Misturando-se à lágrima/ que chora/ o sorriso da certeza/ deste amor.// Que nossos sonhos/ de igualdade e de justiça/ encham nossas mãos/ como sementes/ a ser lançadas à terra/ e aos corações.// Que nossa vida/ sirva como exemplo/ aos que não tem fé/ na humanidade/ Fazendo inclinar-se/ ante à bondade/ a ganância infernal/ pelo dinheiro// Que seja eu/ um amigo um companheiro/ Quando doer teu frágil coração/ E sejas tu/ a luz que me ilumine/ e me faça mais homem/ mais poeta/ sem pensar/ em ganhar retribuição// Que a vida se apague/ ao mesmo tempo/ para nós dois/ quando chegar a hora/ E que a paz seja conosco/ novamente/ onde estivermos/ sempre juntos/ como agora”.

Recordo-me, ainda que, tenuamente, daquele fatídico dia 24 de agosto de 1954, quando cursava o 5º ano do primário, e a professora que era uma irmã nos dispensou, dizendo que fôssemos para casa, pois acabava de falecer o Presidente da República e que nossos pais iriam nos esclarecer a respeito. Tinha eu meus 11 anos, faltando, precisamente, dois dias pra completar 12. Ela não quis nos dar mais detalhes...

Meu pai que havia sido cabo do exército em Santana do Livramento, na década dos anos 20, e tinha acompanhado a trajetória política e revolucionária de Getúlio Vargas, disse-me que preferia que ele não voltasse ao poder em 1950, pois já cumprira sua missão nos 15 anos em que comandou e teve as rédeas da Nação. Deveria ter permanecido em sua fazenda, usufruindo merecida aposentadoria e dedicando-se às lides agropecuárias que tanto apreciava. De fato, em seu primeiro governo, havia posto ordem na casa. Mas, enfim, a tragédia acontecera e era de todo lamentável a situação.

Segue como foi divulgada a notícia, conforme a coleção Nosso Século – Brasil, l945/1960, Vol. 7, pg. 9: ano 1954 - * “24 de agosto: Getúlio Vargas recebe um ultimato das Forças Armadas. Às 8 horas da manhã o velho presidente suicida-se com um tiro no coração. Os dias subseqüentes são marcados por violentas manifestações populares. Café Filho assume a presidência da República e afirma que manterá o calendário eleitoral previsto na Constituição.”

No ensejo da passagem desta trágica história, quero prestar esta simples homenagem ao verdadeiro redentor do povo trabalhador brasileiro, que implantou as leis trabalhistas da CLT, para fazer justiça e aliviar o peso ao hipossuficiente proletário. Finalizo com o slogan: “Getúlio Vargas do Brasil – da Vida para a História”. Respeitemos sua memória para sempre !

Cronista e poeta – E-mail: menestrel@brturbo.com



Publicado em 1º de setembro de 2004 – no Diário de Canoas.



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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Crônica - Dia do Folclore - 22 de agosto - Tela de Glaucia Scherer

Tela Carreira de Glaucia Scherer






O FOLCLORE GAÚCHO



Ialmar Pio Schneider



Aqui no Rio Grande do Sul, o folclore, considerado como ciência do povo, termo que foi pela primeira vez empregado pelo arqueólogo inglês G. J. Thoms, originando-se de Folk, povo, e lore, ciência, em 22 de agosto de 1846, portanto, há cento e cinqüenta e dois anos passados, é sobremaneira cultuado, notadamente nos Centros de Tradições Gaúchas, já difundidos, segundo me consta, por vários estados do país e até no exterior. O que mais impressiona é o amor ao torrão natal, ao pingo, à china, que o gaúcho demonstra onde quer que se encontre, e deixa extravasar através de versos e toadas nas tertúlias e fandangos galponeiros. Seja no pontear de um violão, cantando uma milonga, ou no toque de uma cordeona ou bandônio, num xote bem largado, é que o gaudério se diverte e procura esquecer os reveses da vida nos braços de uma chinoca querendona. Também mostra sua destreza na dança da chula.

Mas o folclore gaúcho é deveras portentoso e abrange, além do lazer, os costumes, crendices populares, superstições e até práticas médicas de curandeiros, velhos pajés, parteiras de campanha, benzedeiras de cobreiros, costura de rendidura (hérnia), etc. São herança dos nativos, e povoadores açorianos e castelhanos que se mesclaram para formar a estirpe gaúcha.

Bem acentuados e conhecidos temos os mitos e lendas, tais como as do Negrinho do Pastoreio, A Salamanca do Jarau e A Mboitatá e muitos outros. Discorrendo sobre as Lendas do Sul, assim registra o ínclito mestre folclorista gaúcho Augusto Meyer, que foi membro da Academia Brasileira de Letras, em seu livro GUIA DO FOLCLORE GAÚCHO - Gráfica Editora Aurora, Ltda - RIO - 1951, pág. 96: “O único mito realmente popular, com raízes profundas na tradição gaúcha, é o do Negrinho do Pastoreio; é também o único de pura cepa rio-grandense, livre de qualquer influência gringa.” Mais recentemente, o erudito folclorista gaúcho Antonio Augusto Fagundes, em seu livro MITOS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL - Martins Livreiro-Editor - Porto Alegre - 1992, num trabalho muito bem elaborado, desenvolveu o assunto, abrangendo nosso Estado, externando de modo cabal o seu conhecimento e assim se expressando, magistralmente, no final do prefácio: “Há muito amor nestes estudos, amor pelo povo, que é uma forma de amarmos a nós mesmos. O Folclore é a ciência do amor, por isso eu me fiz folclorista.”

Muito expressiva é a colaboração afro-brasileira para com o folclore gaúcho, representada, principalmente, pelas Congadas que se realizavam próximo ao litoral, em Santo Antônio da Patrulha, abrangendo Conceição do Arroio (hoje Osório), Palmares e Morro Alto, como bem explica Augusto Meyer, em seu livro acima citado, à pág. 60.

Resta acrescentar as contribuições dos imigrantes ao folclore gaúcho e que não foram poucas. Os alemães trouxeram o Kerb, o jogo de bolão, as “bandinhas” e os italianos com as festas paroquiais nas igrejas católicas, a vindima, o jogo da móra, da bocha, e as suas maravilhosas melodias.

É oportuno lembrar que a riqueza de um povo também se mede pela cultura de suas tradições.



(Publicado no Diário de Canoas em 19-08-1998)

http://www.jornalnh.com.br/site/interativo/minhas_cronicas,canal-5,ed-90,ct-452.htm

em 21.8.2010







Postado por ialmar pio às domingo, agosto 22, 2010    

sábado, 18 de agosto de 2012

Conto de Ialmar Pio Schneider - Imagem da Internet





ESTÓRIA DO PERDIGÃO



IALMAR PIO SCHNEIDER



Surgem da sabedoria popular, no campo ou na cidade, estórias que ficam registradas e se tornam, por assim dizer, folclóricas. Esta que procurarei relatar a seguir, tendo-a adaptado a circunstâncias reais, em parte, já persiste há muito tempo. Foi-me contada em certa ocasião, se não me falha a memória, por um peão de estância, sentado ao redor de um fogo de chão, tomando mate, lá na minha terra.

Espero que a anedota, mais do que tudo um chiste, possa trazer ao leitor um toque de humor nestes dias tão sérios que atravessamos, não obstante tenha nascido aleatoriamente da imaginação. Ainda quero pensar que é válido investir na tragicomédia da vida para não enlouquecer, ou como falava um velho colega: “não ficar mais louco”...

Durante a nossa infância lá na Vila Sertão, àquela época, tínhamos que ajudar na manutenção da família. Meu irmão Remi, após ter estudado no pré-seminário de Tapera, voltara para casa e fora trabalhar em uma olaria a uns 4 quilômetros. Todas as manhãs seguia cedo para o local, a pé, e ao passar por uma sanga, avistava uma coxilhazinha onde sempre pastava um perdigão.

Levando um farnelzinho com o alimento para o meio-dia dentro de uma sacola feita de riscado, pendurada no ombro, fazia de contas que o bastão que tinha para se defender de algum cachorro era uma espingarda e apontando-o contra a ave puxava o gatilho e dava um tiro: “Paááá”.

O perdigão saía voando, batendo as asas. E assim passaram-se muitos dias, talvez um mês, e sempre a mesma cena. Mas um belo dia não voou e caiu na grama. Meu irmão correu e pegou-o; como estava já perto da olaria, levou-o para o serviço, dizendo ao patrão que não havia atirado, pois nem arma tinha e o mesmo parecia estar morto. Então o oleiro, embarcando no jipe, resolveu consultar o veterinário que residia a uns dois quilômetros dali, para saber o que havia acontecido. Este, examinando a ave por fora, afastando as penas, não encontrou ferimento algum e disse que para saber-se só abrindo. Foi consentido que assim o fizesse, já que seria a única maneira de elucidar a causa da morte. De imediato, o veterinário, usando de toda a perícia, cortou o perdigão ao meio. Começou a examiná-lo por dentro e sem mais nem menos disse: - Aconteceu uma coisa incrível com este perdigão!

Pediram para dizer-lhes o que havia sucedido. Nunca tinha visto coisa igual.

- Estourou o saco do perdigão! - respondeu o perito.

Tinha acontecido o óbvio ululante, pois meu irmão todos os dias só ameaçava e nunca o matava, até que estourou o saco do perdigão, de tanto assustá-lo.

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Poeta e contista -

Publicado em 13 de setembro de 1999 - no Diário de Canoas.

 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Falecimento do confrade em poesia Arlette Alves do Sacramento em 10.8.2012 - Imagem: capa do livro de poesias da Internet




HOMENAGEM PÓSTUMA




Ialmar Pio Schneider



Falecimento do bancário, escritor, poeta e trovador Arlette Alves do Sacramento em 10 de agosto de 2012, sexta-feira, aos 82 anos, cujo nascimento foi em 4 de janeiro de 1930, na cidade de Valença, RJ, porém viveu a maior parte da vida em Porto Alegre, RS.

Conheci-o em um Cafezinho Poético da Casa do Poeta Riograndense, presidida pelo saudoso confrade Nelson Fachinelli, “O Operário das letras”, no Restaurante Dona Maria, no centro de Porto Alegre, quando adquiri um livro de sua autoria Poemas em Seleção, em 6 de março de 1982, cujo autógrafo foi o seguinte: “Ao ilustre poeta, amigo e colega, Ialmar Pio Schneider, entrego estes versos com grande abraço. Cordialmente, o autor – Ass. – O Poeta da Rosa Vermelha”.

Compus as seguintes trovas, após ler o livro acima:



“Poemas em Seleção”,

eu os li com toda a calma

e por isto ficarão

bem no fundo de minh´alma...



Permita o nobre Poeta

que os meus parabéns lhe mande

pela poesia seleta

que do seu livro se expande.



Se a Humanidade soubesse

o bem que a poesia encerra,

certamente não houvesse

tanta desgraça na Terra !



Ialmar Pio Schneider



***

Depois ele me presenteou com o livro “Depois... as Estrelas”, em outro cafezinho poético no Restaurante Dona Maria, quando me fez o seguinte autógrafo: “Para o amigo Ialmar Pio Schneider, com um grande abraço e minha admiração. Cordialmente, Ass.

em 08 de julho de 1986.

***

Algumas trovas do agora saudoso Arlette Sacramento:



Esperança



A minha doce ilusão

é ter a longa esperança,

mantendo no coração

teu rosto, grata lembrança.



Arlette Sacramento



(*) Trovas em agradecimento (...)

...



Quisera ser trovador

qual a Wilma ou Severino;

Um Flávio, mestre e doutor,

mas, sou ainda menino...

...

A todos muito obrigado,

estou muito comovido

ainda meio acanhado,

meu abraço agradecido.

...

(*) pág. 243 do livro “Poemas em Seleção”. (quando recebeu o Troféu “Cesar Torraca”, como trovador Revelação em 29.03.79, da UBT do Rio Grande do Sul.



Assim encerro a presente crônica in memoriam ao confrade Arlette, hoje fazendo trovas no Mundo Espiritual.



Porto Alegre – RS, 14 de agosto de 2012.


segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dia de São João Maria Batista Vianney ou Santo Cura de Ars - 4 de agosto - Imagem da Internet




O CURA D’ARS: UM EXEMPLO A SEGUIR...



IALMAR PIO SCHNEIDER



Já faz muitos anos, na minha pré-adolescência, lembro-me com certos resquícios de nostalgia, assisti a um filme que me impressionou deveras. Tratava-se da vida de São João Batista Maria Vianney, sacerdote francês, exemplo de fé, dedicação e altruísmo, conseguindo reunir milhares de pessoas que ouviam as suas pregações da palavra de Deus e acatavam seus ensinamentos com toda devoção.

Aquelas cenas ainda estão vivas em minha memória, e penso que seres dessa magnificência foram ungidos para que não percamos a Esperança... Desde então, eu o elegi como um dos meus guias espirituais, a quem recorro, e também por ser hoje a data de seu passamento para a Vida Eterna, dedico-lhe estas despretensiosas linhas.

Para ilustração, transcrevo abaixo, conforme a Enciclopédia Brasileira Mérito, Vol. 20 – pgs. 323, 324, sua minibiografia: “Sacerdote francês; n. em Dardilly, nas proximidades de Lião, em 8-5-1786; m. em Ars, em 4-8-1859. Ordenado em Grenoble em 1815, tornou-se pároco de Écully e depois de Ars, na diocese de Belley, em 1818. Promoveu um reavivamento religioso na região e fundou organizações filantrópicas, transformando a cidade num centro de peregrinações de fiéis ao qual acorriam cerca de 20.000 indivíduos por ano. Canonizado em 1925, recebeu o título de patrono dos párocos em 1929”.

Mas para conhecer melhor sua existência iluminada, li o livro João Maria Vianney – “O Cura d’Ars”, de Marc Joulin – 2ª Edição - Paulinas, de onde extraí estes tesouros de pensamentos: Palavras sobre o sacerdote: “O padre não é padre para si mesmo. Ele não se absolve, nem se administra sacramentos. Ele não existe para si mesmo, e sim para os outros.” – Palavras sobre o sofrimento: “Se amarmos a Deus, seremos felizes por sofrer por seu amor, Ele que tanto quis sofrer por nós.” - Palavras sobre a pobreza: “Você tem desejo de rezar ao bom Deus, de passar o dia na igreja; pense, porém, que seria mais útil trabalhar por alguns pobres que você conhece e que passam por grandes dificuldades; isso é bem mais agradável a Deus que o dia passado diante dos santos tabernáculos.” – Palavras sobre a oração: “Não são necessárias muitas palavras para rezar bem. Você sabe que o bom Deus lá está, no santo sacrário; abra a ele seu coração; alegre-se com sua santa presença. Eis a melhor oração”. Palavras sobre o amor de Deus: “Pobres pecadores, quando penso que há os que morrem sem haver saboreado, por uma hora que seja, a felicidade de amar a Deus...” - Palavras sobre o perdão: “O Bom Deus tudo sabe. Para começar, ele sabe que, depois de você se confessar, você pecará de novo e, mesmo assim, ele lhe perdoa. Que amor o de nosso Deus, que chega a esquecer o futuro para nos perdoar !”

Quanto aos pobres, assim se refere o seu biógrafo Marc Joulin: “Desde sua chegada a Ars, João Maria Vianney percebeu que algumas pessoas viviam na mais profunda miséria. Catarina Lassagne lembra: “Sua caridade jamais diminuía diante dos que vinham pedir-lhe esmolas; ele lhes levava, ou fazia chegar até eles, dinheiro, pão e trigo”.”

A fim de dirimir dúvida sobre seu nome completo, consta em uma gravura à pg. 88 de sua biografia, acima e abaixo, de seu retrato, escrito em francês: “Veritable portrait du Cure D’Ars – né à Dardilly en 1786. (Verdadeiro retrato do Cura D’Ars – nascido em Dardilly em 1786) – Jean-Marie-Baptiste-Viannay)”.

Eis algumas idéias expostas com tanta clarividência e honestidade pelo humilde servo de Deus, que pregou a solidariedade e a misericórdia entre os seres humanos. Nesta data em que se comemora o Dia do Pároco, invoquemos-lhe a memória para que surjam vocações sacerdotais a se espelharem em sua obra exemplar e humanitária.



Cronista colaborador – publicado no DIÁRIO DE CANOAS – RS===========



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4.8.2010

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EM 4.8.2010



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EM 03.08.2009

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EM 03.08.2009

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em 4.8.2011


domingo, 12 de agosto de 2012

Dia das Artes - 12 de agosto

12/08/2011




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TROVA de IALMAR PIO - FOTO do ATELIER DO BONDE





Foto do ATELIER DO BONDE







DIA NACIONAL DAS ARTES - 12 de agosto



Trova



Oh! Salve o Dia das Artes

Que hoje a gente comemora!

Surjam de todas as partes

Para quem ri... Ou quem chora...



Ialmar Pio



Obs.: Fiz neste momento, Não sei se ficou boa..

Vc. Pode me dizer? Acho que tem um pouco de sentimento.







Escrito por IALMAR PIO às 01h59

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sábado, 11 de agosto de 2012

Dia do Advogado - 11 de agosto - Aquarela de Ângela Ponsi





SONETO - DIA DO ADVOGADO - 11 de agosto - . -




Se o ser humano cai na desventura

e perante à Justiça é indiciado,

quem o socorre nesta conjuntura,

é o seu amigo então: um advogado.



Enquanto o tempo corre e a vida dura,

para ter seu direito assegurado,

já desde o berço até à sepultura,

tenha um causídico sempre ao seu lado.



Ninguém vive sozinho neste mundo,

pois todos temos a necessidade

de nunca prescindir dos outros seres...



Nosso conhecimento mais profundo,

iremos encontrar na real verdade

contida nos Direitos e Deveres...



IALMAR PIO SCHNEIDER



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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Crônica O Inverno de Ialmar Pio - Imagem da Internet





O INVERNO CHEGOU...



IALMAR PIO SCHNEIDER



Com a chegada do inverno o frio vem bater à nossa porta. Sentimos já os dias mais curtos e as noites mais longas. E todos os anos acontece a mesma coisa, não obstante o rigor de alguns. Este me parece que veio para valer. Tive que apelar para as roupas adequadas, geralmente de lã, assim como cobertores. Para permanecer até altas horas assistindo aos programas de televisão de melhor conteúdo que vão ao ar nesse horário, só é possível com estufa ou ar condicionado, de que tenho me valido. Não vou me queixar disto, pois nasci no Planalto Médio, onde a geada branqueava as coxilhas da minha infância e às vezes nevava e penso que não me acostumaria a viver num clima que sempre fosse o mesmo, tal como o Nordeste. Noto pelos turistas que aportam na região da Serra, esperando o espetáculo da neve, mas que mesmo que não aconteça, sentem-se recompensados pelo clima diferente e a paisagem que apreciam.

Por outro lado, não posso deixar de sentir por aqueles que carecem de roupas quentes e abrigos, pois sendo pobres têm que enfrentar estas dificuldades que os envolvem. Há que se preocupar com as campanhas do agasalho de todos os anos, sem, todavia, não lembrar que “não adianta dar o peixe e sim ensinar a pescar”. A mesma coisa acontece com as enchentes. Digamos que é uma questão de estrutura estatal e educação do povo que vive nas zonas ribeirinhas. Enquanto não existir condições para todos saírem da situação precária em que se encontram, é perda de tempo insistir para que abandonem esses locais inundáveis, pois é como fazer um furo na água. Paira no ar que algo está sendo feito a respeito do assunto. Se todos contribuírem é possível que a situação seja amenizada senão sanada de vez, o que seria uma solução definitiva. Aguardemos.

E por falar nisto, nunca é demais recordar que estamos em ano de eleições, que já se aproximam, e deveremos votar naqueles que demonstrem capacidade para realizar as mudanças necessárias. Se cada um fizer a sua parte é possível que haja mais justiça social.

Escrevendo esta crônica, vem-me à memória, o poema do incomparável Jorge de Lima, Inverno, que sendo nordestino assim o cantou em Novos Poemas: “INVERNO - Zefa, chegou o inverno ! / Formigas de asas e tanajuras ! / Chegou o inverno ! / Lama e mais lama, / chuva e mais chuva, Zefa ! / Vai nascer tudo, Zefa ! / Vai haver verde, / verde do bom, / verde nos galhos, / verde na terra, / verde em ti, Zefa, / que eu quero bem ! / Formigas de asas e tanajuras ! / O rio cheio, / barrigas cheias, / mulheres cheias, Zefa ! / Águas nas locas, /pitus gostosos, /carás, cabojes, / e chuva e mais chuva ! / Vai nascer tudo: / milho, feijão, / até de novo / teu coração, Zefa ! / Formigas de asas e tanajuras ! / Chegou o inverno ! / Chuva e mais chuva ! / Vai casar tudo, / moça e viúva ! / Chegou o inverno ! / Covas bem fundas / pra enterrar cana; / cana caiana e flor de Cuba ! // Terra tão mole / que as enxadas / nela se afundam / com olho e tudo ! / Leite e mais leite / pra requeijões ! / Cargas de imbu ! / Em junho o milho, / milho e canjica / pra São João ! / E tudo isto, Zefa... / E mais gostoso / que isso tudo: / noites de frio, / lá fora o escuro, / lá fora a chuva, / trovão, corisco, / terras caídas, / corgos gemendo, / os caburés gemendo, / os caburés piando, Zefa ! / Os cururus cantando, Zefa ! / Dentro da nossa / casa de palha: / carne de sol / chia nas brasas, / farinha d’água, / café, cigarro, / cachaça, Zefa... / ... rede gemendo... // Tempo gostoso ! / Vai nascer tudo ! / Lá fora chuva, / chuva e mais chuva, / trovão, corisco, / terras caídas / e vento e chuva, / chuva e mais chuva ! / Mas tudo isso, Zefa, / vamos dizer, / só com os poderes / de Jesus Cristo !”

Nota-se a euforia do poeta, cantando o fim da seca e a estação das chuvas a trazer uma certa fartura à sua terra nordestina tão castigada a longo tempo pela estiagem. Por fim o agradecimento...

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Poeta e cronista

Publicado em 10 de julho de 2002 - no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/

 

domingo, 5 de agosto de 2012

Dia Nacional da Saúde - 5 de agosto - Imagem da Internet






TÓPICOS A RESPEITO DA SAÚDE INDIVIDUAL



Ialmar Pio Schneider



Se prevenir é um ato de saúde, deve-se ter em mente que um check-up por ano faz parte desta prevenção, pois só assim é possível atentar-se para o que terá que ser corrigido através de tratamento adequado. Conforme o tempo vai passando (ou é nós que passamos ?!), e a idade vem chegando, como se diz vulgarmente, surgem também os problemas. Já cantava o insuperável poeta popular Catullo da Paixão Cearense (que de fato era maranhense) em seu poema O TREM DE FERRO: Pois, afinal, todos nós nos enganamos, / quando, todos os dias, exclamamos: / - “Como é que o tempo passa tão ligeiro !” / E nós é que passamos !” - Do livro: Fábulas e Alegorias - 6ª ed. - pág. 91/92 - Coleção Caiçara - Editora A Noite - Rio.

Tudo converge para que se busque o bem-estar imprescindível à uma vida o mais possível feliz, uma vez que a perfeição aqui não se encontra, dada à nossa condição humana.

Embora sempre exista uma esperança, não se pode facilitar e dar chance ao azar. Quando o assunto é saúde, verificamos que tanto pode ser do corpo quanto do espírito. O velho brocardo latino nunca será descartado: “Mens sana in corpore sano.”; ou seja: “Convém rezar para ter um espírito são num corpo são.” Orandum est ut sit mens sana in corpore sano. Juvenal (60-140), Sátiras, X., pág. 616 do Dicionário Universal de CITAÇÕES de Paulo Rónai.

Caminhadas diárias regulares, durante semanas, meses e anos - está comprovado - diminuem, sensivelmente, os riscos de infartos do miocárdio e derrames cerebrais, além de dar mais consistência aos músculos, afastando o estresse e proporcionando o prazer da contemplação e prolongamento da vida.

O sedentarismo é o inimigo número um do homem moderno, pois além de ocasionar a obesidade, também dificulta a circulação do sangue e produz o aumento do colesterol. “É importante lembrar que tirar um cochilo, sentar-se à escrivaninha, deitar-se na poltrona, passear de carro ou de ônibus, trabalhar no computador, escrever ou ler, costurar, falar ao telefone sentado ou assistir televisão são algumas atividades sedentárias” (AE), cfe o jornal - ABC - domingo - Estilo de vida - Vida Saudável - pág. 4 de 22 de agosto de 1999.

Assim sendo, é importante que se disponha de mais ou menos uma hora por dia para a prática de exercícios físicos, dependendo da idade, moderados e regulares, a fim de gastar o excesso de calorias, inclusive. Pode ser em uma esteira elétrica ou melhor ainda, caminhar em parques, ao ar livre, que também é mais agradável. Mas não é só.

É necessário, por outro lado, adotar modos adequados quanto à alimentação, com emprego de frutas, legumes e verduras, ingerindo dois litros diários de água, evitando o uso do fumo e abuso do álcool, bem como de gorduras saturadas. Enfim, seguir a orientação de nutricionista competente sem descurar de suas prescrições.

Por último, a conscientização de cada um é o fator primordial eficaz para se atingir a meta de uma saúde prolongada e de uma vida longeva.

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Cronista colaborador

Publicado em 17 de fevereiro de 2000 - no Diário de Canoas.


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Crônica de Ialmar Pio Schneider - Imagem da Internet






PE. ROBERTO LANDELL DE MOURA, CIENTISTA E PENSADOR



IALMAR PIO SCHNEIDER



Faz parte de minha modesta biblioteca, um livro que considero uma preciosa obra, a respeito de um eminente inventor brasileiro, que foi muito incompreendido e, por que não dizer, injustiçado, em sua época que não faz muito tempo passou. Trata-se de O “Incrível” Padre Landell de Moura - história triste de um inventor brasileiro, de Ernani Fornari, consagrado poeta gaúcho. Esses dias, ainda passei por ali, onde nasceu em 21 de janeiro de 1861, no centro da cidade de Porto Alegre, “na então Rua de Bragança, hoje Marechal Floriano, numa casa que fazia esquina com a antiga Praça do Mercado. Consta que foi batizado, conjuntamente com sua irmã Rosa, a 19 de fevereiro de 1863, na Igreja do Rosário, de cuja freguesia, anos mais tarde, e até ao falecer, viria ser o vigário. Era ele o quarto de doze irmãos, sendo seus pais o Sr. Inácio José Ferreira de Moura e D. Sara Mariana Landell de Moura, ambos descendentes de tradicionais famílias sul-rio-grandenses”; conforme seu biógrafo à pg. 32.

Começou seus estudos no Colégio dos Jesuítas, em São Leopoldo, terminando o curso de humanidades, diz-se que “todo ele com excepcional brilhantismo”, por volta de 1879, quando transferiu-se para a Corte, “onde, segundo uns, se matriculou na Escola Politécnica, e, segundo outros, se empregou num armazém de secos e molhados, como caixeiro de balcão”. Há controvérsia a este respeito. Todavia, por influência de seu irmão Guilherme, que o visitou, no Rio de Janeiro, de passagem, e que ia seguir a carreira eclesiástica em Roma, despertou-lhe a vocação de seguir também o sacerdócio, o que, inclusive, era o sonho de seus pais. Como prossegue seu citado biógrafo, ipsis litteris : “Homem de resoluções prontas e firmes, Roberto segue imediatamente para Roma, em companhia do irmão. Ali ingressa no Colégio Pio Americano, e passa, concomitantemente, a freqüentar a Universidade Gregoriana, na qualidade de aluno de física e química, para o estudo de cujas matérias manifestara, desde criança, a mais pronunciada inclinação”. Foi o inicio do seu desiderato rumo às invenções que realizariam e que seriam patenteadas pelo nosso genial patrício pelo Governo dos EE. UU., no distante ano de 1904, em virtude de pedidos por ele apresentados em 1901.

O primeiro foi o Telefone sem fio, cuja Patente, tem o n.º 775.337. Depois vem o Telégrafo sem fio, através das Especificações que formam parte da Carta Patente Nº 775.846. Finalmente, o Transmissor de ondas, com especificações que formam parte integrante da Carta Patente N.º 771.917, datada de 11 de outubro de 1904 – requerimento de 9 de fevereiro de 1903 – Série N.º 142.440. Tentei resumir o máximo, pois para conhecer-se as invenções, há que conhecer-se os relatos do seu biógrafo Ernani Fornari, que às pgs. 86 e 87 de sua obra, assim se expressa, com justa indignação:

“E Monsenhor Roberto Landell de Moura, o pioneiro escarnecido, o precursor negado, o esquecido inventor brasileiro, morreu anonimamente, aos 67 anos de idade, no dia 30 de junho de 1928, num modesto quarto da Beneficência Portuguesa, de Porto Alegre, cercado apenas por seus parentes e meia dúzia de amigos fiéis e devotados.

Quanto a seus inventos e descobertas, esses andam aí pelo mundo fora, a fazer a glória de uns e a prosperidade de outros.

Como pôde ser isso?

Responde a essa pergunta o próprio Monsenhor Roberto Landell de Moura, através da citada entrevista concedida, em 1924, ao jornal de Porto Alegre, Última Hora: “- Os americanos, decorridos aos 17 anos de prazo a lei das Patentes, puseram em execução prática as minhas teorias. Não sou menos feliz por isso. Eu vi sempre nas minhas descobertas uma dádiva de Deus. E como, além disso, sempre trabalhei para o bem da humanidade, tentando, ao mesmo tempo, provar que a religião não é incompatível com a ciência, folgo em ver hoje realizado, na prática utilitária, aquilo que foi o meu sonho de muitos dias, de muitos meses, de muitos anos.””

Isto posto, cabe-nos interpretar apenas com humildade a altivez dessa alma generosa de um dos nossos mais importantes inventores. E concluir com suas próprias palavras: “O concurso de Deus, pois, é a suprema lei que rege, governa e conserva o Universo.”

Cronista e poeta – E-mail: menestrel@brturbo.com



Publicado em 02 de março de 2005 – no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/

EM 30.06.2009

http://ial123.blog.terra.com.br/

EM 29.06.2010

http://ial123.blog.terra.com.br/

em 10.3.2011

JNHamburgo – idem


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N.B. Publicada agora em vista de o teatro gaúcho estar prestando uma homenagem com o título de A Saga de um Precursor, a respeito do padre inventor, com Camilo de Lélis e com estreia amanhã no Teatro Renascença da Capital.



Poema de Ialmar Pio - Imagem da Internet


Ronsard-Quando-fores-velhinha...


POEMA







Ialmar Pio Schneider






Longe de ti desejo como nunca


Dar-te o amparo deste meu conforto,


Mas eu pressinto que o destino adunca


Meu sonho deslumbrante, agora morto...






Desce em mim uma tristeza imensa


Chorando em meu destino como alguém


Cujo amor foi roubado em desavença


E nada mais por ele corra bem.






A natureza que me cerca, cheia


De luzes, de quimeras, num repente


Me transporta ao suspiro que gorjeia


No cântico de um pássaro dolente.






Perdi a ventura, mas não a mocidade,


Hoje sinto num poema visionário


A descrença que o âmago me invade


Ouvindo o pipilar desse canário.






Talvez longe do ninho, abandonado


Sinta sem tréguas o travor da mágoa.


Eu vivo da lembrança do passado.


Oh! Lembrança, que sem querer afago-a !






E tu longínqua e cativante musa


Nem sabes quanto quero junto aos meus


Os lábios doces de tua boca infusa


Advinda como um dom feliz de Deus.






O bardo que te lembra nessas horas


Quando a noite descamba sem perdão,


É só teu, mas por ele tu não choras,


Embora fossem lágrimas em vão.






No entanto, vou dormir... sonhar contigo,


Que em teus braços tivesse o céu que quis.


Oh! Talvez amanhã num doce abrigo


Eu viverei feliz... feliz... feliz...






Sertão – RS, 14-3-65






Postscriptum






Espero em ti


Como em menino,


Pensava ter


Um bom destino.






Idem.