domingo, 23 de dezembro de 2012

FELIZ ANO NOVO DE 2013 - IMAGEM DA INTERNET





SONETO PARA O ANO-NOVO




Há quanto tempo não escrevo um verso,

De amor ardente ou de filosofia...

Quem me dera, fazê-lo neste dia

De Ano-Novo no esplêndido Universo !



Vede a luz que dos céus tanto irradia

Raios difusos quando me disperso

Em pensamentos e me vejo imerso

No mar azul da linda fantasia !...



E quem sinto povoar-me a solidão,

nessas horas em que o sol vai se pôr ?!

- Posso dizer que é uma grande paixão !



E aquela que a causou não vou falar,

Talvez nem saiba compreender o ardor

De minh alma... Terá que adivinhar !



IALMAR PIO SCHNEIDER   *** VOTE NO SONETO. AGRADEÇO-LHE. CLIQUE EM   http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=9445    

sábado, 22 de dezembro de 2012

Soneto de Natal de Ialmar Pio - Imagem: na Internet




SONETO DE NATAL  - Porto Alegre – RS, 23 de dezembro de 2011,às 16h37min. – olhando as águas do Guaíba – Bairro Tristeza. -




Quando chega o Natal as almas creem;

e lembram do Menino que nasceu

na manjedoura pobre de Belém,

pois eu penso que não existe ateu...



O ser humano neste mundo vem

para seguir a estrada que escolheu,

porquanto não se sabe de ninguém

que por aqui passou e não sofreu...



Que a Paz se estenda a toda a Humanidade

para que aprenda o exemplo de bondade

da Sagrada Família de Jesus...



Que os corações de todas as pessoas

se irmanem a viver só coisas boas,

iluminados por Divina Luz !



IALMAR PIO SCHNEIDER   ***   VOTE NO SONETO. AGRADEÇO-LHE. CLIQUE EM     http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=19927    

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

ESTÂNCIA DA POESIA CRIOULA - AGRACIADOS EM 15.12.2012 - NO CONCURSO DE POESIAS



Agraciados com os troféus e medalhas no Concurso de Poesias da Estância da Poesia Crioula antes descrito.


domingo, 16 de dezembro de 2012

O Jogador de Bocha - Ialmar Pio Schneider - Poesia premiada em 2º Lugar pela Estância da Poesia Crioula - Imagem da Internet






A Estância da Poesia Crioula tem a honra de apresentar o resultado final dos


Concursos Literários do 2º Semestre de 2012,

que contou com a participação de poetas de vários municípios gaúchos

e estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Santa Catarina,

Pará, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Piauí, além dos países

Argentina, Portugal, Japão, Chile e Estados Unidos.


A solenidade de premiação ocorrerá em Porto Alegre, RS,

dia 15 de dezembro de 2012, em local a ser definido e

previamente comunicado.


RESULTADOS CONCURSOS LITERÁRIOS


2º SEMESTRE 2012


3º CONCURSO LITERÁRIO DE POESIA


EXALTANDO O RIO GRANDE – 2012


1º Lugar
Progresso dos tempos
Autor: Darci Éverton Dárgen
Porto Alegre - RS


2º Lugar


O jogador de bocha
Autor: Ialmar Pio Schneider


Porto Alegre - RS



3º Lugar


Levando a vida


Autor: Marco Aurélio Vasconcellos


Porto Alegre - RS


4º Lugar


Laus Sus Cris


Autor: Mário Amaral


Eldorado do Sul - RS


5º Lugar


Ferreiro de campanha


Autor: Jorge Moreira



Encantado – RS



Comissão Avaliadora:



Cristiano Ferreira, Sidnei Azambuja e Norberto Castro



***   O JOGADOR DE BOCHA



Ialmar Pio Schneider



Cancha do jogo de bocha

transformada em tradição,

onde encontro a diversão

para as horas de lazer,

eu não posso te esquecer

e te trago na lembrança

desde quando fui criança

e começava a entender.



Pois até sinto saudade

das façanhas que eu fazia,

quando no braço soerguia

uma bocha e arremessava

num estilo de tuxava

que desfere com certeza,

a boleadeira na presa

e uma clavada na tava.



E mesmo jogando a ponto

sempre fazia por mim,

pois colava no bolim

uma riga ou uma lisa

e como quem não precisa

de seguir por mão alheia,

não provocava peleia:

que briga não dá camisa.



Por estes pagos então,

neste jogo de campanha,

dono de muita façanha,

era muito respeitado,

porque dentro do tablado

que neste verso retrato

jogava até por barato,

nunca apostava fiado.



Outro princípio que trago

desde os tempos de piazote:

quem se atira de garrote

contra touro colmilhudo

e de chifre pontiagudo,

nunca consegue vantagem,

mesmo que tenha coragem

acaba perdendo tudo.



Mas até por passatempo

a bocha tem muita graça,

por um copo de cachaça

ou um maço de cigarro,

que o guasca feito de barro

nesta terra se apresilha

ao moirão de coronilha

do velho pago bizarro.



Hoje os recuerdos me trazem

grandes partidas de bocha

e como uma acesa tocha

certa doença me invade,

queimando barbaridade

no peito meu coração,

quero voltar ao rincão

onde me leva a saudade!



E numa sombra campeira

reviver meu jogo antigo;

e se outra coisa não digo

neste sentimento adverso,

para encerrar o meu verso

minh’alma xucra se plancha

junto ao mistério da cancha

que envolve todo o Universo!...



***   Troféu e medalha recebidos em 15 de dezembro de 2012 na Casa de Cultura Mario Quintana - Sala C2 - 2º andar - Centro de Porto Alegre - Rio Grande do Sul    

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

SONETO de IALMAR PIO - em Termas do Gravatal - SC - Imagem na Internet




SONETO - em Termas do Gravatal - SC - 30.11.2012 - às 15h50min. - . -




Quando num ecológico caminho

procurei encontrar a paz e o amor,

senti que se ficasse mais sozinho,

conseguiria ser um sonhador...



Mas, após percorrê-lo, com carinho,

nada sonhei, apenas no calor

do sol ardente, andei devagarinho,

quase cansado e triste, sem ardor...



Tentar viver melhor sempre é possível,

já me diziam velhos pensamentos

acumulados no viver de andejo.



Eu nunca imaginei inatingível,

embasado em fiéis ensinamentos,

essa felicidade de um desejo...



IALMAR PIO SCHNEIDER   ***   VOTE NO SONETO. AGRADEÇO-LHE. CLIQUE EM   http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=21759    

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Poema de Ialmar Pio - Aquarela de Ângela Ponsi





Aquarela de Ângela Ponsi






AMOR SEM FIM



Ialmar Pio Schneider



Quisera fazer-lhe carícias

do mais simples ao mais complexo

e usufruir as delícias

do sexo.



E quando a noite chegasse

envolvendo o mundo

beijando a sua face

e atingindo o clímax profundo...



Nem seriam horas perdidas

mas sempre aproveitadas

por duas vidas

hoje separadas...



Este meu íntimo pensamento

que agora externo

qual o tempo e o vento

seria eterno

nos poemas

sem dilemas...



sábado, 24 de novembro de 2012

POEMA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI












Aquarela de Ângela Ponsi







POEMA DA RECORDAÇÃO



Ialmar Pio Schneider



Quantas noites enluaradas

contemplamos distantes

um do outro, nas madrugadas

delirantes !....



Retornam agora

aos nossos corações,

como se fosse a aurora

das evocações...



Entretanto, não restam perdidas

aquelas horas passadas,

fazem parte de nossas vidas

deslumbradas...



E no livro do destino

sempre permanecerão,

qual um melodioso hino

de amor e de paixão...


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Soneto de Ialmar Pio - Nascimento de Masaharu Taniguchi, fundador da filosofia Seicho-No-Ie em 22.11.1893 - Imagem: foto do escritor e poeta na Internet

masaharu_taniguchi





SONETO A MASAHARU TANIGUCHI – Fundador da Seicho-No-Ie - *1893-+17.6.1985 -.-


Ialmar Pio Schneider


Masaharu Taniguchi, Grande Mestre,
que me levou com seus ensinamentos,

a palmilhar este viver terrestre,

à luz de divinais convencimentos…







Eu que vivia como um bom pedestre,

mas sem os especiais conhecimentos,

agora a cultuar meu ramo ancestre,

não tenho tantos aborrecimentos…




Se houvesse o conhecido antes ainda,

é provável que fosse mais feliz,

sem ter passado, às vezes, sem a luz



que deixa a vida muito mais infinda;

porquanto creditei tudo o que fiz

à sorte de levar a minha cruz…




Porto Alegre – RS, 8 de maio de 2011 –



http://ial123.blog.terra.com.br/



em 9.5.2011




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***



CRÔNICA de IALMAR PIO - HOMENAGEM AO MESTRE MASAHARU TANIGUCHI (FUNDADOR DA SEICHO-N0-IE - No Mundo Espiritual desde 17 de junho de 1985)


Com a crônica abaixo que versa sobre a leitura e os livros quero prestar uma justa homenagem ao grande mestre Masaharu Taniguchi, fundador da Seicho-No-Ie, doutrina da qual sou adepto e que partiu para o Mundo Espiritual após 91 anos e meio na vida terrena. Nasceu em Kobe, Japão, em 22 de novembro de 1893 e faleceu em Nagasaki, Japão, em 17 de junho de 1985. Escreveu muitos livros de Doutrina do Poder Infinito da Mente, de uma Vida Quotidiana Feliz, isenta de pecados, de doenças e da morte (mudança para o Mundo Espiritual). Sua obra, entre outras de muita filosofia, que um colega afirmou ser o maior filósofo que já leu, A Verdade, A Verdade da Vida, O Livro dos Jovens, etc.). Se alguém estiver abatido, deprimido ou pensar ter doença, experimente conhecer esta Doutrina maravilhosa. É a minha pequena parcela de contribuição para com o abnegado Mestre, construtor de um Mundo de muita Paz e Iluminação Divina.



quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Dia da Proclamação da República do Brasil - Feriado Nacional - Imagem na Internet

Platão


FORMA DE GOVERNO NA ANTIGÜIDADE; ATENAS E PLATÃO...




IALMAR PIO SCHNEIDER



Ao que parece o homem surgiu na face da terra há cerca de 100.000 anos atrás, mas só se conhecem seus vestígios de civilização de uns 4.000 anos para cá. Realmente, os primeiros aglomerados humanos, segundo tudo indica, nasceram na Baixa-Mesopotâmia irrigada pelos Rios Tigre e Eufrates e no Egito irrigado pelo Rio Nilo. O primeiro código de que se teve notícia foi o de Hamurábi que data de 1.800 A.C., aproximadamente. No início, os homens eram nômades; todavia, aos poucos, foram se fixando à terra através da agricultura e domesticação dos animais. De fato, as terras que eram arenosas foram sendo irrigadas pelo Rio Nilo, que é uma dádiva de Deus para o Egito e possui até ½ m. de fertilidade.

Depois os homens foram se agrupando e surgia o chefe do bando com características superiores de liderança. Mais tarde, do chefe veio o rei que detinha todo poder, considerado como Deus ou até, digo, senão filho de Deus.

A primeira forma de governo foi a monarquia existente então no Egito, Babilônia, Impérios Babilônicos, Assírios, Caldeus, etc.

No Egito o soberano era o Faraó, (senhor de duas casas, uma no Mediterrâneo e outra na África Setentrional). Segundo se sabe através dos hieróglifos, escrita egípcia decifrada por Champollion, o faraó que uniu as dinastias foi Menés I. O faraó era considerado um Deus no Egipto, ou filho de Deus. Os egípcios tinham diversos deuses: O Rio Nilo, era deus; Osíres, era deus; o boi Ápis era deus; o gato era deus, etc.

Pelo visto, a forma de governo característica dos antigos impérios foi a monarquia.

Atenas, cidade grega nascida mais ou menos no século IX A.C., possuía uma organização política e social peculiar. Inicialmente foi monarquia, passando depois a aristocracia, à república e até tirania, conhecendo assim todas as formas de governo. Um dos primeiros legisladores foi Dracon, cujas leis eram muito severas, pois puniam as mínimas faltas com os máximos castigos.

Surgiu depois Solon que foi o verdadeiro legislador de Atenas, abrandando as leis em todos os sentidos, dando uma característica de igualdade ao povo ateniense. Péricles foi o mais notável dirigente ateniense e o século IV A.C. ficou conhecido como o século de Péricles. Nessa época floresceram as mais brilhantes culturas do mundo grego antigo: Sócrates, Platão, Aristóteles, Fídias, etc.

As classes sociais eram divididas em: eupátridas, indivíduos da nobreza, filhos de bom berço, a quem eram dadas prerrogativas de mando; vinham depois os metecos, que eram estrangeiros ou filhos de outras partes da Grécia; dedicavam-se ao artesanato, pequena indústria e comércio; depois vinham os escravos que trabalhavam para seus senhores e eram a maioria.

Assim floresceu Atenas, que tantos ensinamentos nos trouxe através dos mais variados conhecimentos humanos.

Tendo sido um dos dois mais importantes escritores políticos da Grécia clássica, juntamente com Aristóteles, foi o primeiro dentre os autores da antigüidade que admitia a existência de um Deus único, criador do universo e pai da humanidade, o filósofo Platão em seus escritos: “O Político”; “A República”; e “As Leis”; concebia o ideal da sociedade política da seguinte forma: O Governo deveria ser exercido pelos sábios, filósofos, descendentes da classe nobre.

Dividia os homens em “os de alma de ouro”: os bem dotados capazes de governar; “os de alma de bronze”: os destinados a serem guardiães, soldados; e “os de alma de ferro”: os trabalhadores, os lavradores, etc.

O Governo poderia ser até uma monarquia, contudo que fosse exercido por um sábio. A propriedade seria do Estado, bem como as pessoas desde a mais tenra idade para não se apegarem aos pais. Defendia uma espécie de comunismo. No entanto, o que pretendia era inconcebível; foi, por assim dizer, um sonhador.

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Bacharel em Direito e cronista

Publicado em 25 de julho de 2001 - no Diário de Canoas.


terça-feira, 13 de novembro de 2012

Nascimento do Santo Agostinho de Hipona em 13.11.354 - Imagem da Internet



Nascimento do Santo Agostinho de Hipona em 13.11.354 -


SONETO A SANTO AGOSTINHO – “CONFISSÕES” – em 28 de agosto. - Porto Alegre – RS, 18 de agosto de 2011, às 11h55min. – Bairro Tristeza.- -




Meu pai me contou que lera as “Confissões”,

livro de Santo Agostinho e que o havia

emprestado seu padre amigo, dos sermões

dominicais, Ludovico Redin... Via



naqueles relatos, naquelas lições,

um exemplo para encontrar a harmonia,

se recolhendo agora em meditações,

e compreender uma vida ontem sombria.



E foi assim que encontrou o seu caminho,

lendo o livro culto de Santo Agostinho

e que lembrou pelo resto da existência...



Hoje sei, então, que por mais de vinte anos,

seguindo um ideal, corrigindo enganos,

meu genitor nos educou com paciência...



IALMAR PIO SCHNEIDER





***



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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Dia do Aposentado - 8 de novembro - Imagem da Internet





O IDOSO APAIXONADO



Ialmar Pio Schneider



Quem se dispõe a passar algumas horas sentado num banco da praça da Alfândega em frente aos cines Guarany e Imperial, de repente pode assistir a um instantâneo, no mínimo burlesco, qual se descreve abaixo. Faz parte das cenas urbanas que não deixam de ser até certo ponto apreciadas, não obstante, às vezes jocosas e risíveis. Isto não aconteceu ao nosso herói, mas ele as presenciou em diversas oportunidades, conservando-se, no entanto, timidamente, na solidão recôndita, apenas curtindo o sentimento de foro íntimo que o acompanha qual a própria sombra.

Contudo, agora sentira na carne o que representava uma paixão tardia, ainda mais alimentada por certos conselhos ou insinuações de colegas que o faziam para instigar-lhe o interesse por alguém mais jovem. Ainda não queria se considerar coroa, apesar de já estar na terceira idade. Sempre ouvira dizer que vale o espírito mais que a matéria.

Sua vontade era esquecer aquela moçoila que vira num certo dia, atravessando a rua em frente à praça, seguindo rumo ao shopping da Rua da Praia. No auge dos seus sessenta anos, Rodrigues achava ridículo apaixonar-se por alguém de vinte, que poderia ser-lhe neta; e sentado num banco, junto com outros companheiros aposentados, ficava imaginando no que lhe dissera o Torres, num entardecer de outubro: - “Cavalo velho, pasto novo !” De fato, a idade chegara, quase sem que se desse conta, mas ele nunca deixou de apreciar a estética feminina, e aquela moça parecia uma estátua de Fídias, uma Amazona. Sentia-se, entretanto, retraído, pois já presenciara, ali mesmo, certos velhos que mexiam com as meninas serem escorraçados com as seguintes expressões: “Vai conhecer o teu lugar, coroa !” “Te fraga, velho caduco !” “Não te conhece ?” - e outras mais.

Entretanto, desta vez, não iria desistir. Estudava uma maneira de aproximar-se do fruto do seu bem-querer, ainda, que para tanto, fosse necessário sacrifício e dedicação. Nesta quadra da vida, a pessoa se torna mais afável quanto ao estímulo do amor, embora haja quem diga que o velho seja ranzinza. Isto depende de cada sujeito. Todos têm o seu temperamento e Rodrigues é um romântico-melancólico. Chega em seu quarto de pensão e liga o rádio. Casualmente, na Rádio Liberdade, escuta o Sérgio Reis cantando - “panela velha é que faz comida boa” de Moraesinho e fica satisfeito. Existe alguém que o compreende.



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Poeta e contista

Publicado em 05 de julho de 1999 - no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/?m=200804&page=2

http://ialmarpioschneider.blogspot.com/

Em 1.10.2011



 

sábado, 3 de novembro de 2012

Soneto de Ialmar Pio - 03 de novembro - Dia do Cabeleireiro, do Barbeiro e Afins - Imagem da Internet




SONETO SAUDOSO AO MEU PAI !




Ialmar Pio Schneider



Hoje desejo te contar a história,

De um homem simples que bem conheci,

Jamais há de sair-me da memória,

Pois foi por seu caráter que vivi...



Deste mundo cumpriu a trajetória,

E trabalhando honestamente aqui,

Ele nunca aspirou dinheiro ou glória,

Foi meu exemplo desde que nasci...



Ora reside Além, na Eternidade,

Mas eu sempre o relembro com saudade,

E tanto tempo já tão longe vai...



Ainda o vejo lá na barbearia,

Me transmitindo com sabedoria,

Os seus ensinamentos, oh meu pai !



Tristeza, Porto Alegre, RS, 27.05.2010

Às 17h09min.

Jornal de Novo Hamburgo

em 6.9.2010

http://ialmar.pio.schneider.zip.net/

em 6.9.2010

http://ial123.blog.terra.com.br/

em 11.5.2011



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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Dia de Finados - 2 de novembro - Soneto de Ialmar Pio - Imagem: velas da Internet






S O N E T O D E F I N A D O S




Ialmar Pio Schneider



Lembramos nossos mortos neste dia

que consagramos tristes aos finados;

passaram para o além e a lájea fria

apenas guarda os corpos sepultados.



Hoje tudo é perpétua nostalgia...

Ouvem-se preces, prantos desolados,

um porquê inexplicável excrucia

até os corações mais resignados.



Dos páramos celestes desce a luz

iluminando a terra que se habita;

e a verdade mais crua se traduz



pela certeza natural e aflita

que fatalmente a todos nos conduz

à noite eterna... trágica... infinita...



(CANOAS, 2-11-82)



Publicado em O TIMONEIRO - Pág. 10 - de 5.11.82 - CANOAS (RS)

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terça-feira, 30 de outubro de 2012

BRIQUE DA REDENÇÃO - Crônica de Ialmar Pio - Imagem da Internet





BRIQUE DA REDENÇÃO




IALMAR PIO SCHNEIDER



Cada domingo é uma festa para os que têm o privilégio de freqüentá-lo. Pessoas de todas as idades e ideologias passeiam ao largo da avenida, conversando, paquerando, olhando as estantes e perscrutando as mil e uma bugigangas expostas. Tudo tem o seu valor, tudo tem o seu preço. Muitos são os objetos antigos em oferta: móveis, louças, panelas, caçarolas, livros, discos, etc.

Por outro lado, existem também as obras de arte (quadros de pinturas diversas, a óleo), aquarelas, e o artesanato (cuias, estojos, barricas para erva-mate), enfim, apetrechos para o chimarrão.

São tantas coisas, até imprevisíveis ou estapafúrdias, que aparecem para permuta ou venda - moedas antigas, selos velhos, fogareiros, ferros de passar a carvão, vitrolas... Há os colecionadores ávidos de encontrar antiqualhas originais que tanto apreciam.

Surgem também os criadores de cães e gatos, das mais variadas raças, que vendem os filhotes a quem os queira adquirir, e não são poucos os que os compram, pois um animalzinho de estimação sempre faz parte do cotidiano daqueles que os podem manter.

A banca do mel é muito freqüentada, já que a oferta de um produto puro desperta o interesse de quantos apreciam esse manjar saboroso e tão completo. Os que ali chegam recebem uma prova para sentirem sua essência (eucalipto, laranjeira, florada silvestre, etc.).

De repente, um aglomerado de gente: é uma apresentação musical. Alguém cantando na manhã ensolarada; e as frases da canção enchendo o ar - “Felicidade foi-se embora e a saudade ainda mora...”, a evocar Lupicínio Rodrigues, o poeta inesquecível.

Lá mais adiante estão os bugres vendendo seus balaios multicoloridos, eles que são os mais legítimos filhos desta terra brasileira, uma vez que aqui se encontravam quando da chegada dos descobridores lusos e espanhóis. Hoje tão escassos resistem à civilização imposta, sofrivelmente.

Também não é difícil imaginar quantos encontros amorosos ou de amigos que não se viam há tempo, aconteceram aqui, nesses 20 anos! E daqueles quantos não frutificaram?

Os pais que trazem seus filhos a fim de espairecerem, os casais de namorados que desfilam de braços dados, os idosos enfrentando a velhice com resignação, todos parecem seguir seus destinos de maneira salutar na esperança de novos dias.

Certamente que a vida seria mais triste se não houvesse um local tão aprazível para preencher as horas de lazer nas manhãs dos domingos porto-alegrenses.

Eis um simples esboço do Brique da Redenção, decantado em prosa e verso, que já se transformou em uma tradicional referência para nossa altaneira cidade que desperta ao sorriso das águas do Guaíba !

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Poeta e cronista

Publicado em 27 de outubro de 1998 - no Diário de Canoas.

http://ialmar.pio.schneider.zip.net/

EM 12.05.2009

http://www.jornalnh.com.br/site/interativo/minhas_cronicas,canal-5,ed-90,ct-452.htm

em 15.8.2010

http://ial123.blog.terra.com.br/

em 15.8.2010

http://ialmarpioschneider.blogspot.com/

em 27.8.2011

http://ialmar.blog.terra.com.br/

em 16.9.2011


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Dia Nacional do Livro no Brasil - 29 de outubro - Imagem da Internet





DIA NACIONAL DO LIVRO




Ialmar Pio Schneider





Por ter ocorrido em 29 de outubro de 1810 a fundação da Biblioteca Nacional, esta data é comemorada como o Dia Nacional do Livro.

Ocorreu-me escrever algo a respeito do livro, este amigo mudo mas sábio que me acompanha desde que me conheço por gente. O pouco que sei nesta vida pacata que levo, além dos mestres que me ensinaram, estão os livros como fonte de conhecimentos onde procurei sempre a aprendizagem e o lazer, apesar da mortificante televisão cuja tentação não tenho resistido.

Também não posso deixar de referir-me ao leitor para o qual compus um soneto: Ao leitor - Quando escrevo me assalta um pensamento/ indeciso de não saber a quem/ possa atingir meu louco sentimento/ e duvidar assim não me faz bem...// Espero apenas que o meu sofrimento/ não vá prejudicar... ferir ninguém.../ Ponho aqui realidade e fingimento/ para a escolha daqueles que me lêem.// Segue junto comigo se te apraz/ conhecer solidão e fantasia,/ às vezes desespero, às vezes paz:/ meus “Sonetos e Cânticos Dispersos”,/ dizendo que no mundo da poesia/ cada qual é o poeta dos seus versos...

Pode parecer estranho que quase sempre me socorro da poesia para escrever o meu texto aqui, buscando divulgar os autores, os mais diversos. É uma maneira de despertar o interesse para a arte poética pois sempre vejo nela uma tábua de salvação à realidade cruel que presenciamos no dia-a-dia. Nunca é demais lembrar: “Um país se faz com homens e livros”. Monteiro Lobato (1882-1948). Então, façamos deles os nossos fiéis e constantes companheiros para enfrentar a vida.


Poeta e cronista



sábado, 27 de outubro de 2012

Nascimento do escritor Graciliano Ramos em 27.10.1892 - Imagem na Internet


Graciliano Ramos



AUSÊNCIA DE AMOR



IALMAR PIO SCHNEIDER



Tenho procurado retirar subsídios nos livros que leio com alguma assiduidade, para escrever as páginas dos meus relatos e observações pessoais, como o faço aqui e agora. Creio na literatura em geral, pois representando o pensamento de seus autores, vem suprir meu ideal de compreensão nos destinos da existência. Nada foi escrito em vão, desde os primórdios da humanidade até os nossos dias e continuará sendo, certamente, no futuro. A lógica confirma isto, uma vez que a comunicação entre os seres humanos se faz por meio da escrita, embora o grande avanço da tecnologia neste setor. O assunto a ser abordado, a meu ver e de muitos outros, é universal e palpitante. Quantos dramas não acontecem em conseqüência deste motivo que não é banal ?! Serve de reflexão para uma vida menos árdua e mais amena, senão satisfatória e feliz. Dir-se-ia que o amor deverá ser o leitmotiv presente no coração de todos os mortais, para atingir a plenitude do espírito inquieto.

No romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, vamos encontrar uma significativa falta de amor, notadamente por parte do principal personagem e narrador da história: Paulo Honório. Podemos entender este seu comportamento devido às agruras da vida, que já desde a infância miserável, teve que passar. Quando jovem matou uma pessoa, tendo ficado alguns anos na cadeia. Depois, trabalhou no eito e foi se recalcando. Assim transcorrem as primeiras páginas do livro.

Passados alguns anos, Paulo Honório resolve se apossar da fazenda “São Bernardo” onde trabalhara tempos atrás. Para fazê-lo trama uma armadilha ao herdeiro da propriedade, o Padilha Filho, que é bêbado e jogador inveterado de bilhar. Empresta-lhe dinheiro para o jogo, que o Padilha vai queimando, até chegar à hipoteca do imóvel. Daí até chegar à posse foi um tapa; e a escritura foi assinada sem mais delongas.

Paulo Honório, agora já proprietário da fazenda, começa a desenvolver uma administração satisfatória, conseguindo bons resultados em seus empreendimentos. Vai de vento em popa. Adquire prestígio e dinheiro lhe sobra.

Dada à situação em que se encontra, resolve casar, não tanto por amor, mas para deixar um herdeiro. Encontra Madalena, jovem professora, loira e bonita e em breve está casado. Sua consorte, que é humanitária e meiga, dedica muita afeição às pessoas humildes da fazenda, o que causa em Paulo Honório, um terrível ciúme doentio. Começam as desavenças do casal e Madalena suicida-se, deixando-lhe um filho.

Já então quase no final do romance, Paulo Honório está sozinho e resolve escrever sua história. Seu desabafo não poderia ser mais dramático:

“- Estraguei a minha vida, estraguei-a estupidamente”.

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Poeta e cronista

Publicado em 31 de março de 2000 - no Diário de Canoas.




sexta-feira, 26 de outubro de 2012

‎58ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE - RS - de 26 de outubro a 11 de novembro de 2012 na Praça da Alfândega, no centro da cidade. - Patrono Luiz Coronel -

‎58ª FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE - RS - de 26 de outubro a 11 de novembro de 2012 na Praça da Alfândega, no centro da cidade. - Patrono Luiz Coronel -




Como sói acontecer lá estaremos freqüentando este evento maravilhoso que contribui tanto para o desenvolvimento e ao chamamento à leitura de todos: crianças, jovens, meia-idade, idosos... Nunca me esqueço de uma piada que ouvi faz algum tempo, dizem que real, quando o escritor Millôr Fernandes, falou a um seu amigo de alguma projeção na cultura pátria: - Você tem que ler um livro. Ao que o mesmo lhe respondeu: - Que livro, Millôr ? Responde-lhe o humorista: - Qualquer livro... Você tem que ler um livro. Seja piada ou não, o fato é que a leitura é pouco praticada em nosso país em comparação de outros. Mas sempre essas feiras de livro que se realizam por todos os municípios vêm trazer um incentivo que não pode ser considerado desprezível. Vamos aos livros para conhecermos mais e viajarmos pelo ...mundo no aconchego de nossos recantos preferidos !...



Cronista colaborador



Publicado no Diário de Canoas RS em 26.10.2005



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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Crônica de Ialmar Pio - Imagem da Internet

Caçador



SOBRE ‘PHOTOPLASMA’ DE CHARLES KIEFER




IALMAR PIO SCHNEIDER



O texto abaixo foi confeccionado em preleção ministrada pela professora Maria Luíza Bonorino Machado - Mestre em Literatura/UFRGS, na Oficina Literária - O conto gaúcho, em 10 de julho de 2002, no Centro Municipal de Cultura - Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães, à Av. Érico Veríssimo, 307 - P. Alegre, em cima do conto e autor à epígrafe.

Aparecera aquela fotografia em meio aos papéis antigos que ele guardara em seu arquivo. A pessoa que estava retratada nela ostentava um bigode largo. Apesar de ter praticado um crime medonho, aparentava uns traços fidalgos. Recordou-se que ao chegar ao paço, havia um preto de libré no conto de Machado de Assis. Por que ficar tantas tardes vazias a vasculhar esses papéis velhos ? Se não fosse por isto acreditaria que se tratava de uma casa de loucos.

Naquele tempo passavam-se as noites em saraus e bordados até altas horas. Lembrou-se de que o braço esquerdo havia sido destroncado e agora o tinha em uma tipóia. Pensou que fora um pequeno acidente e distante estava ainda o sarcasmo da morte. Por isso, apesar de certo temor, desatou num riso inconsciente. Desejou tomar algo e não o fez, pois teve receio de que havia veneno no leite que se encontrava num litro na cozinha.



A crônica de um conto



Solicitam-me que escreva um conto sobre um dos seguintes temas: Uma Estrada no Bosque ou Um Caçador contemplando uma fogueira. Ambos para minha verve são difíceis, apesar de já haver percorrido, num tempo remoto da minha infância, nas matas de minha terra natal, cujo nome diz tudo - Sertão - algumas trilhas, justamente na condição de caçador de passarinhos. Mas ficar contemplando uma fogueira ? Nunca presenciei tal cena, somente em filmes tenho a impressão... Faz muito tempo, inclusive.

São aquelas estórias de Robin Hood ou Tarzã (quem sabe !) que me atraíam sobremaneira no rústico cinema de aldeia em que nós assistíamos às fitas referidas, nos fins de semana. Apareciam as selvas com rios enormes e cipós gigantescos. Entretanto, em minha memória isso está quase apagado. A vida foi passando repleta de outras agruras que não aquelas de menino aventureiro e solitário. Nem fui um caçador contemplando uma fogueira, apesar de haver percorrido uma estrada no bosque, digamos, preferindo outras modalidades de caça. Apenas andei desfiando alguns versos que constituem a mochila que me acompanha, qual o soneto: “Consolação - ‘Os meus versos não servem mais pra nada; / quero jogá-los fora, pobres versos, / foram meus companheiros de jornada / nos momentos felizes ou adversos ! // Muitos escritos pela madrugada, / tristes soluços na paixão imersos / parecem uma história inacabada / com fragmentos avulsos e dispersos... // Entretanto, por que jogá-los fora ? / se nasceram do fundo de minh’alma / e já não servem pra mais nada, agora ? ! // São versos pobres, versos, enfim, tristes, / mas fazem que eu mantenha a minha calma / e me dizem que tu neles existes...’”

Pode que não seja um conto o que acabo de escrever. Entretanto, esforcei-me para que o fosse - bem sei - é um pedaço desta existência, quiçá de contista frustrado. Ou devo insistir e não abandonar o barco em que navego por águas ainda desconhecidas ? - (desculpem os clichês - foram inevitáveis). Espero não sofrer um naufrágio e ancorar em porto seguro...

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Cronista e poeta

Publicado em 07 de agosto de 2002 - no Diário de Canoas.


sábado, 20 de outubro de 2012

Crônica de Ialmar Pio Schneider - Imagem da Internet






SENSUALIDADE E SONHO DE AMOR...



Ialmar Pio Schneider



Teria eu meus 18 para 19 anos, quando li pela primeira vez o romance Gabriela Cravo e Canela, de Jorge Amado, e desde logo fiquei fascinado por aquela leitura fluente e plena de sensualidade que envolvia a “crônica de uma cidade do interior”, conforme consta da folha de rosto do livro. Naquela época residia em Cruz Alta-RS, onde iniciava minha carreira de bancário, bem como tentei continuar no curso científico, já que em Passo Fundo-RS, freqüentava o segundo ano do mesmo, mas não me foi possível conciliar os horários e então segui cursando o técnico em contabilidade que era à noite e me permitia fazê-lo sem percalços, por sinal com inúmeras coleguinhas de rara beleza que me faziam lembrar outro grande escritor, o nosso Érico Veríssimo, com seu primeiro romance Clarissa, com a ingenuidade da normalista que vê o mundo alvorecer e sua vida de adolescente. Estórias diferentes mas ambas magistrais, por que não dizer de mestres da literatura pátria ?! De fato, foram os dois escritores brasileiros que viviam de suas produções literárias em sua época, diferenciando-se de todos os demais que tinham que exercer outras funções para se manterem. São os dois exemplos que conheço, a não ser, atualmente, o Paulo Coelho, que descobriu um filão calcado no esoterismo e na magia (ele mesmo considerado um “mago”), que atinge uma gama de leitores ávidos de alquimia e lendas orientais que preenchem as páginas dos seus livros que atingem edições astronômicas. Nada contra, pois já disseram por aí “que é melhor ler Paulo Coelho do que não ler nada”, o que deixo a critério dos leitores que são soberanos em suas escolhas.

Voltando ao meu assunto inicial, naquele ano de 1961, em Cruz Alta-RS, após ler o Gabriela, do velho Jorge (recentemente desencarnado), aventurei-me a escrever uma página inicial do que seria um romance que pretendia ver continuado. Entretanto, na contingência da vida, após mais algumas páginas inconseqüentes, abandonei-o e sobrou-me a que transcrevo abaixo, para simples ilustração de minha verve naquela fase da existência. Assim foi e a saudade não me deixa esquecê-la (também estive apaixonado por uma noiva por lá, mas esse já é outro caso). Vamos ao texto romântico:

Maria Clara debruçou-se no peitoril da janela e pensativa sondou ao longe o céu azul bordado de nuvens branquicentas. Quantos belos pensamentos de amor e saudade não povoavam sua mente fresca de mocidade! Deliciava-se, nesse momento, lembrando seu noivo distante, um rapagão forte e ousado que fora seu primeiro e único amor, sua paixão dos dezoito anos, ao florescer em si as primeiras rosas de mulher, donzela requintada e bela. Morena cativante e meiga, seus olhos negros e langues sonhavam na placidez da tarde tropical e iam projetar-se ao longe, divagando perdidos como duas estrelas negras, juntas e cintilantes em plena claridade do dia. Nem sabia ela que logo abaixo da janela do seu quarto, perdido entre a folhagem verde das árvores do quintal de seu lar, um rapaz alto e loiro, fascinado pela sua beleza, lá estava escondido para admirá-la e amá-la doidamente no silêncio da distância e da mudez. Chamava-se Bruno. O sangue ardia-lhe nas veias ao recordar a formosura da mulher amada da qual nunca ousara aproximar-se, mas pela qual sentia uma verdadeira idolatria.

E enquanto a moça cismava assim, o tempo foi voltando atrás e ela achou-se menina de oito anos, quando sua família morava numa pequena vila do interior. Sentia as faces queimadas pelo sol lindo e sorridente da primavera e não pôde reprimir um leve sorriso e um fraco suspiro de ansiedade. Era então na época em que os bosques floridos esperam o outono para frutificar e acalentar nos galhos os frutos coloridos e gostosos como tributo à natureza. Antônio Carlos, seu amiguinho de infância, ambos ela e ele, de mãos dadas, cativos pelo frescor dos silvedos, ouvindo o concerto das aves, sentindo o zéfiro suave a acariciar-lhes o rosto, como dois heróis corriam mato adentro, colhendo uma flor aqui, descobrindo um ninho acolá. E à noite dormiam felizes, esquecidos das mil peripécias e aventuras do dia. Assim desabrochara Maria Clara entre flores, frutos e passarinhos... Assim surgira a flor dos bosques com todo o frescor da brisa, com todo o calor do sol primaveril !

Convenhamos que não é o “bicho”, contudo quero aqui transcrever o que o velho mestre Machado de Assis, escreveu em seu romance Helena, quando assim se expressa: “Advertência - Esta nova edição de Helena sai com várias emendas de linguagem e outras, que não alteram a feição do livro. Ele é o mesmo da data em que o compus e imprimi, diverso do que o tempo me foi depois, correspondendo assim ao capítulo da história do meu espírito, naquele ano de 1876.

Não me culpeis pelo que lhe achardes romanesco. Dos que então fiz, este me era particularmente prezado. Agora mesmo, que há tanto me fui a outras e diferentes páginas, ouço um eco remoto ao reler estas, eco de mocidade e fé ingênua. É claro que, em nenhum caso, lhes tiraria a feição passada; cada obra pertence ao seu tempo. M. de A.”.

Eis aí uma poesia em prosa, que não me contive em deixar de transcrever, visto vir calar no fundo de minha alma de incorrigível poeta sonhador !

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Poeta e cronista

Publicado em 28 de novembro de 2001 - no Diário de Canoas.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Soneto - Dia do Médico - 18 de outubro - Imagem da Internet





SONETO - DIA DO MÉDICO - 18 de outubro - . -




Quando enfrentamos tristes, maus momentos,

e sofremos as dores corporais

que nos afligem, causam-nos tormentos,

são eles que aliviam nossos ais...



Não esqueçamos agradecimentos

aos nobres médicos especiais,

que mitigam os nossos sofrimentos

com todo o valor dos seus ideais...



Eis que de médico, poeta e louco,

nós, pobres viventes, temos um pouco;

assim diz o ditado popular...



E nesta data significativa,

rendamos a homenagem expressiva

aos doutores que nos podem curar !



IALMAR PIO SCHNEIDER



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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Conto de Ialmar Pio - Aquarela de Ângela Ponsi






ACONTECEU NA 1ª BIENAL



Ialmar Pio Schneider



Quando da realização do evento da 1ª BIENAL que ocorreu em Porto Alegre - RS, de 2 de outubro a 30 de novembro de 1997, compareceram pessoas de muitas cidades do estado, do país e do exterior, a fim de apreciar as obras de artes plásticas expostas em vários locais da capital gaúcha. Foram muitos os dias de intensa atividade artística, em que até um ônibus especial ficava à disposição dos interessados, em frente ao Mercado Público, de onde partia transportando-os aos diversos lugares da exposição. Nessa ocasião alguns flertes floresceram e houve romances que frutificaram. É o caso da história abaixo e de outras tantas que não foram registradas, como de fato geralmente sói acontecer nesses momentos em que se misturam a realidade com a fantasia.

Despertara-lhe a curiosidade de saber quem era aquela mulher que avistara em certa tarde na Exposição da Bienal. Aparentava beirar os trinta anos e era morena clara. Tinha um corpo bem feito, torneado, e caminhava com certa esbelteza, olhando os quadros, admirando-os. Parecia andar solta dentro de um vestido de seda que a abrigava, deixando-a, assim, muito atraente. Olhava-a, de vez em quando, disfarçadamente, e ela parecia, mais ou menos, corresponder-lhe com discrição. E o flerte prosseguia inconseqüente, até que Menandro, criando coragem, aproximou-se dela, vencendo a timidez , e disse-lhe:

- Interessantes estes quadros... Estás apreciando?

- É... realmente, são muito sugestivos - respondeu-lhe Lívia.

- És daqui mesmo de Porto Alegre?

- Não, sou de Caxias do Sul. E tu?

- Eu sou de Passo Fundo e estou passeando por aqui. Vim ontem. Mas, vamos tomar alguma coisa no barzinho?

- Pois não; podemos ir.

Saíram e foram caminhando, a conversar, pela rua Sete de Setembro e entraram na lanchonete em frente à Praça Montevidéu, no largo da Prefeitura Municipal. Pediram refrigerantes e foram bebendo-os, enquanto escutavam a música ambiental.

- O que vais fazer hoje à noite?

- Não sei ainda... mas talvez volte a Caxias.

- Se eu te convidar, aceitas?

- Depende para o que seja.

- Vamos assistir ao filme “Navalha na Carne”, com a Vera Fischer. Está passando ali no cinema Vitória.

Ela concordou e após lancharem dirigiram-se ao cinema. Tinham muito que conversar ainda, pois ambos não se conheciam e vieram de cidades diferentes. Menandro pensava que tudo se encaminhava bem e Lívia da mesma forma. É bem provável que nascera aí um amor à primeira vista para preencher o vazio da existência de duas pessoas solitárias que se encontraram casualmente.

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Poeta e contista

Publicado em 03 de agosto de 1999 - no Diário de Canoas.

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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Feriado Nacional, Dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. - Imagem da Internet






Dia de Nossa Senhora de Aparecida - 12 de outubro



RAINHA DO CÉU - em agosto de 1959 - Sertão - RS



Nossa Senhora, baixai vosso olhar

Pra mim que sou um pobre pecador,

Enchei o meu caminho de fulgor,

Levai-me sempre pelo bom andar...



Mãe do Céu, deposito em vosso altar

Consagrado todo meu pobre amor,

Enchei-o para sempre de esplendor

Para que nunca cesse de brilhar.



E quando a chama desta minha vida

Aos poucos, devagar, for se apagando,

Vinde com vossa vela, mãe querida,



Me levar por estes ares voando

Para aquela bela mansão florida

Onde os anjos estão sempre cantando...



IALMAR PIO SCHNEIDER



segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Crônica de Ialmar Pio Schneider - Imagem: Aquarela de Ângela Ponsi






SOBRE O “ PROJETO ARLEQUIM”



IALMAR PIO SCHNEIDER



Há alguns meses, estando em Capão da Canoa, tive a oportunidade de adquirir um livro de aventuras intitulado O CAPITÃO FRACASSO, de Théophile Gautier, tradução e adaptação de Myriam Campello, do original “Le Capitaine Fracasse”, cuja leitura muito me agradou, já em Porto Alegre, nos meados do mês de abril. Procurei depois saber da biografia do autor e encontrei-a na Enciclopédia Brasileira Mérito, e o mesmo ter sido poeta e escritor francês, nascido em Tarbes, em 31-8-1811; e falecido em Neuilly, em 23-12-1872. Consta haver estudado, desde a tenra idade, a Literatura Francesa dos séculos XVI e XVII, de que publicou inúmeros ensaios literários, muito apreciados na época. Embora tenha pertencido à Escola Romântica, devido à sua poesia de Esmaltes e Camafeus (1856), sempre revista até à sua morte, pode ser considerado um irrefutável precursor do Parnasianismo. A sua obra literária foi extensa, abrangendo ensaios, romances, poemas, crônicas de viagens, etc., que, reunida, certamente, atingiria mais de trezentos volumes, só de esparsas.

Entretanto, o que me leva a escrever estas considerações, é o fato de haver assistido ao filme A Viagem do Capitão Tornado (Il Viaggio Di Capitan Fracassa) - Direção: Ettore Scola - País: Itália, 1990 - Duração: 130 min. - Com: Massimo Troisi e Ornella Muti, dentro do programa Imagens da commedia dell’arte: o teatro e o cinema contemporâneos, na segunda temporada de eventos do Projeto Arlequim, no dia 30 de julho de 2002, na sala leste do Santander Cultural, rua Sete de Setembro, 1028 - P.Alegre.

Conforme as imagens e as cenas iam se sucedendo na tela, ocorria-me lembrar das passagens do romance e despertavam meu interesse as personagens histriônicas e as beldades femininas que fizeram parte do elenco. E quanto reclamavam de fome ! Não é por menos que o texto inicia com o capítulo O Castelo da Miséria e termina com O Castelo da Felicidade, tendo neste período intermediário sofrido diversas privações e acontecimentos inesperados... Bem se pode aquilatar as peripécias que enfrentava a troupe na viagem que estava fazendo para Paris. Foram mais de duas horas de entretenimento agradável em que a comicidade da peça - quase teatral, ou até teatral - despertava o riso nos espectadores. Tanto é que, no final, alguém, uma senhorita, disse: - De tanto ouvir reclamar de fome, vou ter que comer alguma coisa.

No segundo dia, ou seja, em 31 de julho, assisti ao filme Cyrano (Cyrano de Bergerac) - País: França, 1989 - Duração: 135 min. - Direção: Jean-Paul Poppeneou - Com: Gerard Depardieu e Anne Brochet. Trata-se da biografia do literato francês Saviniano Cirano de Bergerac, nascido em Paris, em 6-3-1620 e falecido em setembro de 1655, na mesma cidade. Apesar de uma curta existência de 35 anos, envolveu-se em alguns duelos, deixou uma obra relativamente extensa e bizarra; assim o Mestre-Escola Folgazão (1654), em que ridicularizava seu antigo professor João Grangier; e outras tragicomédias, além de poesias.

Por último, em 1º de agosto, foi apresentado o filme Arlequim, Servidor de Dois Patrões (Arlecchino, servitore di due padroni) - Direção: Giorgio Strehler - País: Itália, 1970 - Duração: 120 min. - Com: elenco do Piccolo Teatro di Milano. É uma peça do comediógrafo, considerado o fundador do moderno teatro italiano Carlos Goldoni; nascido em Veneza em 15-2-1707 e falecido em Paris, em 6-2-1793. Levou uma vida cheia de altos e baixos, e sendo privado, pela Revolução Francesa, de uma modesta pensão que percebia, terminou seus dias na miséria.

Resta-me agradecer e elogiar programas desta natureza que acontecem, gratuitamente, em horário bem razoável, às 19 h., em nossa Capital. Parabéns aos organizadores !

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Cronista e poeta

Publicado em 21 de agosto de 2002 - no Diário de Canoas.



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em 23.10.2011

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em 2.12.2011


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Nascimento de Allan Kardec em 3.10.1804 - Imagem da Internet


Allan Kardec


DIA DO ESPÍRITA – 18 de abril - em Porto Alegre - RS - 18.4.2011 - . -




Sempre fomos espíritos da Luz

para aclarar as noites mais escuras;

e a doutrina que sempre nos conduz,

é a melhor de todas as venturas...



Somos, também, adeptos de Jesus,

porque ensinou nas sacras escrituras,

o amor, a caridade que reduz

a diferença para co´as criaturas...



“O Livro dos Espíritos” que Allan

Kardec compilou com tanto esmero,

despertou-nos o brilho da esperança



daquilo que seremos amanhã...

e por ser um caminho pioneiro,

vai ficar como bem-aventurança!



IALMAR PIO SCHNEIDER



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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Dia do idoso (lei n° 11.433 de 28 de dezembro de 2006) - Imagem da Internet






O IDOSO APAIXONADO



Ialmar Pio Schneider



Quem se dispõe a passar algumas horas sentado num banco da praça da Alfândega em frente aos cines Guarany e Imperial, de repente pode assistir a um instantâneo, no mínimo burlesco, qual se descreve abaixo. Faz parte das cenas urbanas que não deixam de ser até certo ponto apreciadas, não obstante, às vezes jocosas e risíveis. Isto não aconteceu ao nosso herói, mas ele as presenciou em diversas oportunidades, conservando-se, no entanto, timidamente, na solidão recôndita, apenas curtindo o sentimento de foro íntimo que o acompanha qual a própria sombra.

Contudo, agora sentira na carne o que representava uma paixão tardia, ainda mais alimentada por certos conselhos ou insinuações de colegas que o faziam para instigar-lhe o interesse por alguém mais jovem. Ainda não queria se considerar coroa, apesar de já estar na terceira idade. Sempre ouvira dizer que vale o espírito mais que a matéria.

Sua vontade era esquecer aquela moçoila que vira num certo dia, atravessando a rua em frente à praça, seguindo rumo ao shopping da Rua da Praia. No auge dos seus sessenta anos, Rodrigues achava ridículo apaixonar-se por alguém de vinte, que poderia ser-lhe neta; e sentado num banco, junto com outros companheiros aposentados, ficava imaginando no que lhe dissera o Torres, num entardecer de outubro: - “Cavalo velho, pasto novo !” De fato, a idade chegara, quase sem que se desse conta, mas ele nunca deixou de apreciar a estética feminina, e aquela moça parecia uma estátua de Fídias, uma Amazona. Sentia-se, entretanto, retraído, pois já presenciara, ali mesmo, certos velhos que mexiam com as meninas serem escorraçados com as seguintes expressões: “Vai conhecer o teu lugar, coroa !” “Te fraga, velho caduco !” “Não te conhece ?” - e outras mais.

Entretanto, desta vez, não iria desistir. Estudava uma maneira de aproximar-se do fruto do seu bem-querer, ainda, que para tanto, fosse necessário sacrifício e dedicação. Nesta quadra da vida, a pessoa se torna mais afável quanto ao estímulo do amor, embora haja quem diga que o velho seja ranzinza. Isto depende de cada sujeito. Todos têm o seu temperamento e Rodrigues é um romântico-melancólico. Chega em seu quarto de pensão e liga o rádio. Casualmente, na Rádio Liberdade, escuta o Sérgio Reis cantando - “panela velha é que faz comida boa” de Moraesinho e fica satisfeito. Existe alguém que o compreende.

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Poeta e contista

Publicado em 05 de julho de 1999 – no Diário de Canoas.

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EM 08.04.08

em 15.6.2011


domingo, 30 de setembro de 2012

Falecimento trágico do ator James Dean em 30.9.1955 - Imagens: fotos de James Dean e Pier Angeli


James Dean



Pier Angeli




UM AMOR INCOMPREENDIDO E FATAL



Ialmar Pio Schneider



Quem for da geração cuja adolescência deu-se na década de 1950 a 1960, deve se lembrar que houve um ator de cinema que faleceu jovem, aos 24 anos, de um acidente automobilístico. E que seu carro era um Porsche Spyder. Aconteceu em uma auto-estrada perto de Paso Robles, na Califórnia, em 30 de setembro de 1955, ao dirigir-se à uma corrida de carros-esporte. Durante sua breve existência atuara em apenas três filmes, mas de enorme sucesso pela sua performance, que foram: Vidas amargas, Juventude transviada e Assim caminha a humanidade, e, somente o primeiro havia sido lançado. Tratava-se de James Dean, ou melhor, James Byron Dean, que nasceu em Marion, Indiana, em 8 de fevereiro de 1931. Terminei de ler sua biografia por esses dias, escrita por Ronald Martinetti, tradução de Fernando Albagli e Benjamin Albagli Neto, Editora Nova Fronteira, 1996. Por sinal muito significativa e que mereceu de Martin Pitts, diretor de cinema, Hollywood, Califórnia, a seguinte frase lapidar: “James Dean acendeu uma fagulha para duas gerações de artistas americanos. Ronald Martinetti esclarece magistralmente por que Dean ainda vive.”

Dos três filmes de que o ator participou, o mais consentâneo com sua personalidade foi Juventude transviada, uma vez que representava uma fase que atravessava de revolta, como colocou Pauline Kael, “faz tudo errado porque se preocupa demais”. De fato, escreve o autor da biografia: “A lenda não é totalmente inexata; tantos dos maneirismos de Dean – a fala arrastada, suave e hesitante, o cigarro no canto da boca, a postura eternamente relaxada – estão presentes no filme, que é difícil determinar onde termina a sua personalidade e onde começa a interpretação”. E mais adiante, trechos de críticas austeras a respeito do filme: “(Embora tenha recebido um selo de código de produção, o filme foi posteriormente condenado em vários lugares por sua violência. Escrevendo no New York Times – 27 de outubro de 1955 -, Bosley Crowther descreveu o filme como “brutal (...) e excessivamente explícito”, e afirmou: “É um filme de deixar o cabelo em pé.” Em Memphis, Tennessee, o comitê de censura local proibiu o filme como sendo “nocivo ao bem-estar público” e na Inglaterra, onde Dean possuía inúmeros fãs, vários anos se passaram até que o filme pudesse ser exibido.)””

Dos inúmeros relacionamentos amorosos que teve, um foi o mais forte, e, não concretizado, pois não houve o casamento entre ambos, apesar da grande atração entre eles. Foi com a atriz italiana Pier Angeli que repentinamente noivou com o cantor Vic Damone, que havia conhecido na Alemanha, ao participar de um filme três anos antes. Para Dean foi uma perda de que nunca mais se recuperou. E assim o autor do livro descreve, a passagem da atriz e seu trágico fim: “Pier se casou na igreja católica romana de St. Timothy, em Westwood, a 24 de novembro. O casamento duraria apenas quatro anos. Depois disso, Pier diria que James Dean foi o grande amor de sua vida. Contam que, no dia do casamento, o ator, desesperado, sentou-se na motocicleta, do lado de fora da igreja, observando o que acontecia lá dentro. Talvez isso tenha sido um toque de exagero romântico; de qualquer forma, Dean não estava entre os seiscentos convidados que testemunharam a cerimônia no interior da igreja, a mesma igreja onde, dezessete anos depois, a missa pela morte de Pier, um possível suicídio, seria rezada”. Talvez, não totalmente explicitado, a união entre o ator e a atriz não se realizou por motivos de ordem religiosa, uma vez que ela era católica e ele protestante. Mas não se pode ter certeza disto. O fato é que James Dean faleceu tragicamente antes de ficar esclarecido este ponto. Tudo leva a crer, no entanto, que o sofrimento de ambos James e Pier, foi fatal para suas breves vidas. E assim encerra o autor do livro Ronald Martinetti: “Ao primeiro frio do outono no ar de Indiana, James Byron Dean foi enterrado ao lado de sua mãe, em um pequeno cemitério à margem de um campo de milho, um pedaço de terra sombreado por coníferas, que um dia havia sido um cemitério indígena”. Seus fãs o pranteiam pois tornou-se uma lenda...



Cronista colaborador

Publicado em 04 de janeiro de 2006 – no Diário de Canoas – RS.



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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Conto de Ialmar Pio - Imagem da Internet




O DILEMA




Ialmar Pio Schneider



Aguardava, ansiosamente, que alguma novidade pudesse acontecer. Não tinha certeza de que tudo estivesse perdido. Nesta dúvida se assentava o pensamento de Cândido, abandonado pela mulher, após doze longos anos de convivência, que lhe deixou marcas indeléveis para o resto da vida.

Contanto que houvesse progredido financeiramente, sua ingenuidade o fizera acreditar que era aceito, mas agora sentia que não tinha vencido no amor. De fato, Sayonara o traía com Ernesto, quando ele ia exercer seu cargo de guarda-livros em uma firma de beneficiamento de madeiras.

Nas longas tardes de verão, enquanto ele se esfalfava no escritório, ela se encontrava com o amante às margens do rio dos Sinos, onde outrora, quando ainda não era tão poluído, existia um local que denominavam “a prainha”. Lá permaneciam algum tempo, conversando com certo disfarce e depois saíam no carro de Ernesto rumo da casa de Marlene que alugava quartos para encontros amorosos.

Era um dos rendez-vous da cidade, tido como dos mais sigilosos, então existentes. Chegavam e pediam um quarto por duas horas, o que já era de praxe. A empregada da casa lhes entregava a chave e eles seguiam por um corredor até dar a uma porta, nos fundos, onde havia uma cama de casal, um roupeiro, uma cadeira, uma bacia para higiene pessoal e uma jarra com água. O banheiro, naquela época, ficava no corredor e era coletivo. Não existiam os modernos motéis de hoje em dia. Então, após se desnudarem, deitavam e faziam amor: ele impacientemente e ela fogosa, sem qualquer pejo, uma vez que sentia haver trocado o Cândido por Ernesto há algum tempo.

De repente, Ernesto rompe o silêncio e diz:

- Sayô, meu bem, quando poderemos estar juntos, sem nos preocupar com os outros ? Já estou ficando aborrecido de ter que estar fingindo, disfarçando nosso amor. Que me dizes ?

- Ora, Néstinho, tem paciência... Estou bolando uma maneira de deixar o Cândido, mas me falta, talvez, coragem. Sei que não vai demorar, pois não agüento mais viver assim.

Depois desse dia, Sayonara parece ter avivado em seu espírito o desejo de abandonar o marido que não a fizera feliz. Chegava em casa à tardinha e se parava diante do espelho a pensar: “Estou envelhecendo e presa a este casamento sem graça... Até quando?!” Procurava uma ocasião para dar o fora. Não achava nada fácil fazê-lo.

Entretanto, passado algum tempo apresentou-se-lhe a oportunidade. Cândido tivera que viajar a serviço da empresa para São Paulo, a fim de fazer um curso rápido de contabilidade e adquirir, ao mesmo tempo, algumas máquinas para o escritório.

Sayonara aproveitou. Encheu duas malas e uma sacola de roupas e sapatos e se dirigiu para a rodoviária em Porto Alegre onde tomou um ônibus para Pelotas. Antes disso, porém, combinou com Ernesto que a esperasse na rodoviária daquela cidade. Assim foi feito. À noitinha ela chegou lá na Princesa do Sul e se encontrou com ele que aguardava-a, impacientemente. Não sabia o que poderia acontecer, mas, enfim, estariam agora juntos. Desfrutariam a Praia do Laranjal às margens da Lagoa dos Patos, tão famosa em todo o estado do Rio Grande do Sul, quase como se fosse uma praia de mar.

Finalmente Cândido voltou, após uma semana, e chegando em casa, qual não foi a sua surpresa, quando não encontrou a mulher. Apenas sobre a cama do casal havia um bilhete que dizia o seguinte:

“Cândido, espero que compreendas minha atitude e me desculpes. De uns tempos para cá senti que o nosso casamento foi um fracasso. Não poderia mais continuar tapando o sol com a peneira, pois além de te iludir, eu me iludia a mim mesma. Amo outro e tenho certeza de que também sou amada por ele. Não queiras saber onde eu me encontro. Assim será melhor. Adeus!”

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Poeta e contista

Publicado em 03 de março de 1999 - no Diário de Canoas.

   

sábado, 22 de setembro de 2012

Primavera - 22 de setembro - crônica de Ialmar Pio - Imagem da Internet


Primaveras -


A PRIMAVERA...




IALMAR PIO SCHNEIDER



Dentre as estações do ano, principalmente aqui no sul, onde são mais definidas, é a que traz amenidades, prenunciando o próximo verão de sol ou de chuva, mas também de águas salgadas e areia, aos que se dirigem às praias, tão convidativas nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março. Nesse período, os que têm condições de fazê-lo, vão ao litoral, nem que seja por quinze dias, a fim de refazer-se um pouco da estafa adquirida no dia-a-dia.

Outrossim, representa também a quadra da vida, quando se está na adolescência, tão decantada pelos poetas, tais como Casimiro de Abreu e Pe. Antônio Tomás que nos deixou o soneto inesquecível: “CONTRASTES” - “Quando partimos, no verdor dos anos, / da vida pela estrada florescente, / as esperanças vão conosco à frente / e vão ficando atrás os desenganos. //

Rindo e cantando, céleres e ufanos, / vamos marchando descuidosamente... / Eis que chega a velhice de repente, / desfazendo ilusões, matando enganos. // Então nós enxergamos claramente / como a existência é rápida e falaz, / e vemos que sucede exatamente // o contrário dos tempos de rapaz: / - os desenganos vão conosco à frente, / e as esperanças vão ficando atrás.”

Isto me leva a meditar num passado recente, porque a vida é efêmera, e não faz muito navegava nessa fase, percorrida sem grandes lances aventureiros. Conservo ainda enraizados aqueles devaneios que me assaltavam o pensamento na juventude pacata e laboriosa. Sempre lutando por dias melhores, desde a infância, consegui algum progresso relativo, o que me leva a acreditar no estudo e no trabalho.

E muitas vezes me surpreendo ao deparar com acontecimentos já presenciados outrora, que pareciam sepultados na tumba do tempo, mas que surgem avivados qual uma brasa encoberta pelas cinzas. São as reminiscências que nos fazem, enfim, reviver alguns momentos mais representativos ao longo de nossa caminhada pelo mundo. Aos treze anos de idade, quando praticava datilografia, cujo ensino me era ministrado por uma freira, numa sala da escola em que concluía o curso primário, há mais de quarenta anos, havia um piano no qual algumas meninas aprendiam a tocar. De uma delas recordo bem; as outras me parecem névoas que se dissiparam. Embora minha paixão pela música, meu dever era a datilografia e não o piano. Hoje só me resta dizer: “Parece que foi ontem !” São os desígnios da existência...

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Poeta e cronista

Publicado em 29 de setembro de 1999 - no Diário de Canoas.



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Dia do Gaúcho - 20 de setembro - Desfile Farroupilha - Imagem da Internet





DIA DO GAÚCHO - DESFILE FARROUPILHA - PORTO ALEGRE - RS - 20 de setembro de 2012 - . -




Nobre Desfile Farroupilha

vejo pela televisão,

porque o gaúcho segue a trilha

de cultuar a Tradição !



Eu vou recordando a tropilha

das lendas do nosso rincão,

em que mais cintilante brilha

a estrela da libertação.



Este evento não é bairrismo,

mas, sim, um culto à liberdade,

forte raiz de telurismo...



A conotação da equidade

no movimento de atavismo,

deve culminar na amizade !



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