domingo, 25 de maio de 2014


Ialmar Pio caminhando na Tristeza

Do bric-à-brac
                 da Vida       CORREIO DO POVO em 5.3.1981

         nilo tapecoara
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                   P O E M E T O    I

                            Ialmar Pio Schneider

         Eu me faço presente nas horas mais críticas
         e escrevo meus poemas para um público menos ávido
         que pode notar meu embaraço quando quero
         poetizar simples.

         Eu me faço presente nas horas mais amargas
         e registro minhas angústias para que me deixem em paz
         no meu retiro insatisfeito a fim de que me possa
         desvencilhar dos liames traiçoeiros
         deste tormento indizível.

         Eu me faço presente nas horas mais saudosas
         quando ela é ainda uma lembrança que não se apaga
         do meu cérebro repleto de seus carinhos inolvidáveis
         de outrora.

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Jornal de NH
em 10.10.2010

em 10.10.2010
EM 11.01.2009
EM 17.08.2009
em 14.5.2011



sexta-feira, 23 de maio de 2014


Declamando num sarau da Casa do Poeta Rio-Grandense no centro de Porto Alegre - RS, na década de 1980

***

Do Bric-à-Brac da Vida
                                      NILO TAPECOARA
                                                                                   

                                   Soneto de um solitário

                                               Ialmar Pio Schneider

                            Por que a solidão me faz tremer
                            no escuro desta noite, sem ninguém?
                            Oh! quem sabe, eu nasci para sofrer
                            e tu que lês meus cânticos, também !...

                                      Minha mágoa não posso descrever;
                                      é uma vontade de possuir alguém
                                      e ao mesmo tempo a ela pertencer
                                     com toda força que minhalma tem.

                            Eu sei que a madrugada chegará
                            e o galo vai cantar; é o mensageiro
                            a prenunciar o dia que amanhece.

                                      Maior tristeza que a minha não há:
                                      mas se fores feliz, sem desespero,
                                      não guardes estes versos e me esquece.

                                               CORREIO DO POVO - 11.12.1981
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EM 25.10.2010


EM 18.04.2009
EM 13.8.09
em 6.10.2010
Jornal de NH
em 17.10.2010
em 22.5.2011





terça-feira, 20 de maio de 2014

Nascimento de Champagnat em 20.5.1789


 

HOMENAGEM A SÃO MARCELINO CHAMPAGNAT


IALMAR PIO SCHNEIDER


     No dia 6 de junho é a data de falecimento do fundador da Ordem Marista, Marcelino Champagnat. Devido à minha formação ginasial e parte colegial, ter sido nos colégios dos irmãos maristas – Cristo Rei de Getúlio Vargas e N. Sra. Conceição em Passo Fundo, no longínquo ano de 1959, naquela cidade, em que cursava a 4ª série ginasial, compus os versos a seguir, que intitulei – Homenagem a Champagnat – Champagnat vossa glória de expande/ Neste dia imortal para o mundo/ Pois vós fostes na terra tão grande/ Com espírito nobre e profundo.// O desejo que vos infundia/ Era abrir o brilhante porvir/ De levar para Deus por Maria/ E por ela ao Senhor se servir.// Vós abristes no mundo as escolas/ Para os pobres também estudar/ Para aqueles que pedem esmolas/ Aprender ao Senhor estimar.// Que prazer não sentíeis ao dar/ As instruções para aqueles meninos/ Que viviam neste mundo a chorar/ Seus atrozes e tristes destinos.// Vós fundastes a Ordem Marista/ Vós trouxestes ao Mundo o saber/ Vós deixastes na terra esta pista/ De viver pra cumprir o dever.// Lá do céu onde estais a gozar/ Os meus versos talvez inspirais/ E talvez vós estais a cantar/ Ao Senhor as canções triunfais.// Co’a coroa gloriosa dos santos/ O Senhor que coroe nossa fronte/ E que nasça de todos os prantos/ O saber que os céus nos aponte.// Oh! Maria, protetora dos vivos/ Oh! Maria, mãe de todos os santos/ Recolhei para vós os esquivos/ Que só vivem chorando seus prantos.// Champagnat, vossa mãe é Maria/ Nossa mãe também ela o é/ Nós queremos que todos os dias/ Nos guie pelo caminho da fé.// Champagnat, neste dia tão ditoso/ Desejamos lembrar vossa glória/ Oh! Beato no céu sois glorioso/ E queremos lembrar a memória.// Champagnat, nossos rogos olhai/ Champagnat, enviai-nos saber/ Champagnat, sois também nosso pai/ Ajudai-nos a cumprir o dever.
      Naquela oportunidade declamei estes versos ingênuos que havia feito em tempos de fé juvenil, para os colegas e professores, no salão nobre do Ginásio Cristo Rei em Getúlio Vargas. Retirei no site www.maristas.com.br, o seguinte trecho: “1840: No dia 6 de junho, Marcelino Champagnat morre no Eremitério. Desde 2 de janeiro de 1817, o Fundador tinha 421 Irmãos, professos ou noviços, dos quais 92 o tinham abandonado, 49 tinham morrido na Congregação. Quando morreu o Fundador havia, pois, 280 Irmãos; tinham-se fundado 53 escolas, das quais 5 foram fechadas, ficando 48; 180 Irmãos davam educação cristã a 7.000 alunos aproximadamente.” E mais o seguinte:  “Aprovação Final da Canonização
Aos amigos(as) da Família Marista:
O "L’Osservatore Romano" de 2-3 janeiro de 1999 informou que o Santo
Padre havia convocado, para o dia 9 de janeiro, às 11h30min, o Consistório Ordinário Público para o voto sobre as Causas de Canonização dos Beatos:
Marcelino José Bento Champagnat, sacerdote da Sociedade de Maria, fundador do Instituto dos Pequenos Irmãos de Maria (Irmãos Maristas);
Nesse mesmo dia foi oficialmente confirmada a data da Canonização: 18 de abril de 1999. O informativo "ÚLTIMAS NOTÍCIAS" transmitiu, diretamente de Roma, a notícia oficial e sublinhou que, "entre os convidados especiais para o Consistório cumpre destacar o irmão Benito Arbués, Superior Geral dos Irmãos Maristas; padre Joaquím Fernándes, Superior Geral dos Padres Maristas (ausente por causa de doença); irmão Gabriel Andreucci, postulador dos Irmãos Maristas, e o irmão José Contreras, membro da Equipe da Canonização. Com esse ato é colocado o ponto final em todos os tramites regulamentares. Resta somente a proclamação da santidade dos três Beatos, na Praça de São Pedro". Para a preparação da Canonização vale a convicção de Marcelino: "Se o Senhor não constrói a casa, em vão trabalham seus construtores".”
     Quero prestar esta modesta homenagem a um dos santos de minha devoção, cuja obra proporcionou a minha aprendizagem. Agradeço-lhe.
    Cronista colaborador
Publicado no Diário de Canoas.

EM 06.06.2009

EM 08.06.2010
em 20.5.2011
em 6.6.2011






segunda-feira, 19 de maio de 2014

Nascimento do poeta em 19 de maio - Imagem da Internet 



SONETO A MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO - In Memoriam - Morte em Paris em 26.4.1916 - . -

Dedicou-se a poetar sobremaneira;
deixa Coimbra e busca ser feliz
na França e na fantástica Paris,
tem a poesia como companheira...

Na vida breve, sua lida inteira
foi de poeta um céptico aprendiz;
e tanto persistiu e tanto quis
o ser, até na hora derradeira.

Cultuou o soneto, foi moderno,
e a Fernando Pessoa, seu amigo
e confidente, escreve cartas duras...

Outras vezes, porém, foi homem terno,
e sem explicação levou consigo
à tumba sepulcral, as desventuras...

IALMAR PIO SCHNEIDER


em 26.4.2011
em 19.5.2011




sexta-feira, 16 de maio de 2014

Imagem da Internet 



SONETO A RONALD DE CARVALHO – In Memoriam – Nascimento do poeta
em 16.5.1893

Ialmar Pio Schneider

Foi Ronald de Carvalho esse poeta
que soube traduzir no pensamento,
forma antiga e moderna, nobre esteta
da natureza e do conhecimento...

Deixou-nos versos, prosas e correta
descrição da literatura, o intento
que perseguiu sempre a sua meta
de perfeita harmonia e convencimento...

Merece todos os encômios justos,
para a glória dos magnos autores
que nasceram em nossa pátria amada...

As crônicas e seus cantos augustos
hão de ficar como as lindas flores
da poesia em sua obra consagrada...

POrto Alegre, 15 de fevereiro de 2011

- Ronald de Carvalho faleceu em 15 de fevereiro de 1935, vítima de grave colisão de automóveis, em 19 de janeiro.

Composto em 15.2.2011 – Nova Trento – Tristeza – Porto Alegre – RS
em 15.2.2011
em 16.5.2011





domingo, 11 de maio de 2014

DIA DAS MÃES - 11 de maio de 2014
Tela de Glaucia Scherer - N. Sra. de Schoenestatt - 




                            SONETO PARA A M Ã E

                                               Ialmar Pio Schneider

                   Mãe!... Palavra sublime, amor inexprimível,
                   que a gente pronuncia em ritmo de oração...
                   É tão cálido o afeto e quase que impossível
                   externá-lo, pois vive em nosso coração !

                   Se alguma coisa existe, além do que é infalível,
                   e seja só no mundo e morra em solidão;
                   creia-me, não verá jamais tão acessível,
                   de quem nos deu a vida, aceitar a afeição !...

                   Ela é generosa e sem maldade alguma...
                   Seus filhos são a maior riqueza que possui,
                   seu aconchego tem toda a maciez da pluma...

                   Porém, nunca haverá poeta, cujo verso
                   descreva o amor de mãe, pois tudo se dilui
                   ao saber que ela é a dona do Universo!

         Publicado no jornal “PANORAMA PRADENSE”  de Antônio Prado (RS)
         em maio de 1978 - n. 45
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EM 21.05.2009
Em 08.05.2010
em 13.5.2011





terça-feira, 6 de maio de 2014

Imagem da Internet 


VICISSITUDES DE SIGMUNDO FREUD


Ialmar Pio Schneider


     O dia 6 de maio de l856, portanto, há 158 anos, é a data de nascimento do médico austríaco, criador da Psicanálise,  a que chamam também de “ciência da alma”, Sigmundo Freud, na cidade de Freiberg, Morávia. Seus estudos a respeito do comportamento humano vieram revolucionar a psicologia até então existente. Nesta área pode-se dizer que é antes e depois de Freud. Iniciou sua aprendizagem em Viena, no Spert-Gymnasium, obtendo as melhores notas da classe. Admirava as personalidades de Aníbal e de Napoleão, o que, conforme algumas opiniões, deu-lhe um temperamento forte ao caráter. Escreveu, mais tarde, sobre a sua admiração infantil por Aníbal e Roma, dizendo que ambos “simbolizavam a oposição entre a tenacidade do judaísmo e a organização da Igreja Católica. Compreendi as conseqüências de pertencer a uma raça alheia ao país, e fui forçado, diante do sentimento anti-semítico reinante entre meus condiscípulos, a assumir posição resoluta, como a do caudilho semita.”
     Quando ingressou na Universidade de Viena, onde viria a se formar em medicina em 1881, passou alguns vexames devido à sua condição de judeu pobre. Entretanto, sobressaiu-se pelo seu talento excepcional. Conseguiu distinguir-se em matéria de investigação fisiológica, com demonstrações notáveis, junto com seu mestre Ernesto von Brücke.
     Concluído o curso médico, tendo trabalhado algum tempo no Hospital Geral de Viena, resolveu em 1885, empreender uma viagem a Paris a fim de estudar com Jean-Martin Charcot, eminente professor e famoso por suas contribuições em matéria de doenças nervosas, que realizava experiências através do emprego do hipnotismo, demonstrando que as enfermidades corporais tinham origem no espírito da pessoa. Regressou a Viena e expôs as teorias de Charcot à Sociedade Médica local, mas foi recebido com chacota pela maioria dos médicos presentes. Um deles, porém, admitiu sua explanação. Tratava-se do seu velho amigo José Breuer, que já havia empregado com êxito a hipnose num tratamento de caso de histeria. Ambos, então, Freud e Breuer, se envolveram durante 9 anos no mesmo objetivo. Durante este período Freud realizou uma segunda viagem a Paris, para verificar “in loco”, aplicações realizadas com sucesso por Hipólito Bernheim. Contudo, depois disso, Freud abandonou o método hipnótico no tratamento das neuroses e resolveu seguir seu próprio caminho. Havia publicado, conjuntamente com seu mestre e colaborador Breuer, a obra “Estudos sobre a histeria”, no ano de 1895.
     Dispensa a colaboração de  Breuer, naquele mesmo ano, e voltado para a concepção dos impulsos sexuais, publica um estudo intitulado “Neurose da angústia”, em que lançou ao mundo incrédulo as bases da doutrina da psinanálise, ou psicologia abissal, das “profundidades”. Consta que a psicanálise foi recebida com hostilidade e repugnância, e o próprio Freud com todo o desprezo. Mas ele não se deixou vencer pelo preconceito e continuou a labutar em seus objetivos, apesar das vicissitudes, e publicou incontinenti, as obras: “Interpretação dos sonhos” e a “Psicopatologia da vida cotidiana”, em que estabeleceu os conflitos criados pela “alma” humana. Estavam lançadas as bases da sua doutrina. Observe-se que em “Conceitos Básicos da Psicanálise – Um diálogo”, Freud escreve: “Não se esqueça do que disse certa vez o poeta-filósofo Schiller: “Enquanto a filosofia sublime/ Rege, supremamente, o curso do tempo/ O Mundo, seguindo o velho costume,/ Se move pela fome e pela paixão.”  Fome e Paixão – são dois agentes poderosos ! Às necessidades do nosso corpo que estimulam o espírito à ação, chamamos impulsos instintivos.”” 
     Finalizo o presente esboço modesto, com o simples intuito de atentar para o que Freud explica, não obstante a expressão corrente de surpresa, por vezes empregada: nem Freud explica.
     Até outra oportunidade...
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   Cronista colaborador
   Publicado em 11 de maio de 2005 – no Diário de Canoas. – RS





segunda-feira, 5 de maio de 2014


Segurando a faixa no centro de boné é o saudoso Nelson Fachinelli



O FUNDADOR DE CASAS DO POETA*

IALMAR PIO SCHNEIDER

     Foi lá pelos idos de 1982 que conheci o poeta e literato, Nelson da Lenita Fachinelli, o vulgo “operário das letras”, que por muitos anos preside e carrega em seus ombros o encargo de manter viva e atuante a Casa do Poeta-Rio-Grandense, cuja fundação nos remete ao longínquo 24 de julho de 1964. Residia por aquela época, o nobre companheiro, no Bairro Cristal, na rua Dr. Campos Velho, a “faixa preta”, ainda tão citada hoje em dia. Lembro-me que fui de táxi e ele me disse depois que não precisava fazê-lo por este meio de transporte, porque passavam por ali lotações e ônibus. Em todo caso não havia me dado conta disto e agradeci-lhe a informação. Bem que eu poderia ter economizado uns cobres.
     Naquele distante ano participei pela primeira vez de uma antologia organizada por ele, Trovadores do Rio Grande do Sul, de que participavam também outros nove consagrados poetas e que lançamos na Feira do Livro de Porto Alegre, em 13 de novembro de 1982. Foram dezesseis trovas, sendo a primeira: A trova é o verso que nasce/ de um coração sonhador;/ fica estampada na face/ de quem vive um grande amor !
     E a última, ou seja a décima sexta, diz: O vento leva o meu verso,/ - afinal nada o detém -/ pelos confins do Universo/ e pra quem me queira bem. 
     O que me leva a prestar esta homenagem é o sonetista que ele também demonstrou ser, notadamente pelos dois sonetos a seguir: “UM ROSTO DE MULHER--Nelson Fachinelli/Hoje estive relendo comovido,/as cartas que você mandou-me outrora/quando ainda sentia-me iludido/por quimeras que o tempo jogou fora.//É mesmo assim a vida... o tempo ido/não há aquele ser que não o chora,/embora o coração, nele ferido/tenha sofrido mágoas, hora a hora.//Nosso romance que durou tão pouco,/mas quase fez de mim um triste louco/teve bem um desfecho inacabado.//Por isso, que prossigo procurando/achar nas que, por mim, vivem passando,/um rosto de mulher, do meu passado !”
      E este outro, místico e em que lembra as reuniões do Cafezinho Poético, no Restaurante Dona Maria, na José Montauri, de tão saudosa memória: “QUANDO A MORTE CHEGAR...Nelson Fachinelli--/Quando a morte chegar em meu árduo caminho,/que venha sem alarde, sorrateiramente:/de olhos abertos vou aguardá-la, com carinho/como aquele que espera a amada, longamente...//Quando a morte surgir... hei de ir tão sozinho/tal como vim ao mundo - voluntariamente./Vou partir sem lamúria, bem devagarinho/como quem sabe que vai voltar novamente...//Quando eu me for... não quero, por favor, tristeza./Eu auguro uma longa ronda de beleza,/de quentes cafezinhos, poemas e canções.//Aos que eu feri, perdão, rogo por meus pecados,/aos que meu mal quiseram, estão perdoados,/pois só deve reinar Amor nos corações !”
     Mas esta é uma minúscula faceta do dinâmico poeta e trovador que tem se esmerado  na fundação de diversas Casas de Poetas no Estado, inclusive há pouco tempo em nossa cidade de Canoas, juntamente com a presidente Maria Santos Rigo, batalhadora incansável na divulgação da cultura. Ele mesmo assim se define: “Tu dizes que eu sou da farra.../ puro engano, minha amiga:/ - eu canto como a cigarra:/ trabalho como a formiga !”
     Sua figura característica, percorrendo as ruas a carregar uma pasta e uma sacola de livros e convites e avisos, lembra um Dom Quixote enfrentando os moinhos de vento, a passear seu ideal aventureiro. Dir-se-ia um cavaleiro andante. 
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    Poeta e cronista - E-mail: menestrel@brturbo.com
Publicado no Diário de Canoas – RS.

  • Faleceu em 26 de abril de 2006



Falecimento do poeta Mario Quintana em 5.5.1994 - há 20 anos - Imagem do poeta da Internet



SONETO A MÁRIO QUINTANA
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Ialmar Pio Schneider
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                            Leio Mário Quintana e “A Rua dos Cata-ventos”
                            me leva à infância de menino sonhador,
                            quando inda não pensava em mágoas e tormentos
                            que havia de sofrer ao procurar o amor...

                            Vejo os dias sem sol, frios e nevoentos,
                            tal a “Londres longínqua” envolvida em palor.
                            ... “(tudo esquecer talvez !)”... os bons e maus momentos,
                            as horas de alegria e também as de dor.

                            “A ruazinha” é tão calma e “sossegada”; agora
                            minha imaginação ouve “canções de outrora”,
                            e os “lindos pregões da madrugada”, me acordam...

                            Olho ao alto girar um cata-vento triste,
                            parece ser assim o último que persiste
                            de todos que, os de minha infância, hoje recordam !
                           
                            - 23.9.83

                   PÁG. 18 - O TIMONEIRO - CANOAS, 25.5.84
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domingo, 4 de maio de 2014



A OBRA DE PAULO SETÚBAL

IALMAR PIO SCHNEIDER

         Escritor elegante, poeta de a Alma Cabocla (poesias), romancista histórico de O Príncipe de Nassau, e A Marquesa de Santos (considerada sua obra-prima, com tradução em vários idiomas), além de outros, num total de 13 livros, e as suas memórias de o Confiteor (sua autobiografia, que foi publicada postumamente), Paulo Setúbal, foi um autor que conheci nos idos de 1957, quando cursava o ginásio. Logo me atraíram suas poesias, de cunho ultra-romântico, em que falava de sua terra natal Tatuí, interior do Estado de São Paulo, amores diversos da juventude (moita de rosas, floco de espuma, sertanejas e poesia inédita), imprimindo a seguinte dedicatória no seu livro de versos: “A ti, minha mãe, que és a melhor das mães, estes despretensiosos versos da nossa terra e da nossa gente.”  Depois enveredou para a prosa, tendo produzido romances, contos históricos, memórias, crônicas, episódios históricos e ensaios, que o levaram à Academia Brasileira de Letras em 1934, com apenas 41 anos de idade, pois nascera em 1893. Na ocasião pronunciou sincero discurso que arrematava com as seguintes palavras de agradecimento: - “Mas deixai também, meus senhores, que nesta linda hora risonha, em que as emoções mais íntimas se atropelam dentro de mim, deixai que, mal acabe de vos agradecer, eu me ausente precipitado destas galas. Sim, deixai que o meu coração voe para longe daqui, fuja para a minha estremecida cidade de São Paulo, e lá, comovido e respeitoso, penetre por um momento, muito de manso, numa casa modesta de bairro sem luxo. Nessa casa, a estas horas, nesta mesma noite, está uma velha toda branca, oitenta anos, corcovada, com o seu rosário de contas já gastas, a rezar diante da Virgem pelo filho acadêmico. Pelo filho que ela, a viúva corajosa, ramo desajudado, mas altaneiro, de família opulenta, criou, educou, fez homem - Deus sabe com que sacrifícios e com que ingentes heroísmos obscuros !  Deixai pois, senhores acadêmicos, que o meu coração voe para a casa modesta de bairro sem luxo, entre no quarto do oratório, ajoelhe-se diante da velha branquinha, beije-lhe as mãos, e, na brilhante noite engalanada deste triunfo, diga-lhe por entre lágrimas: - Minha mãe, Deus lhe pague !” Três anos após, entretanto, faleceria, em 1937, interrompendo uma trajetória literária promissora e recebeu do P. Leonel Franca S. J., o exórdio: PAULO SETÚBAL ! “Na plenitude dos anos, o anjo da morte bateu-lhe à porta para acompanhá-lo ao descanso eterno dos justos. Os admiradores da sua obra literária lamentam, inconsoláveis, o desaparecimento prematuro do artista da palavra. No firmamento das letras foi o seu brilho fugaz como o de um meteoro. Os que, nos últimos tempos, lhe conheceram de perto as ascensões espirituais choram a perda irreparável de um apóstolo cujas irradiações benéficas poderiam amanhã estender-se em ondas de incomensurável amplitude.”
         Apesar da glória que atingiu em tão pouco tempo, para mim será sempre o poeta de versos simples quais os que se seguem: “SÓ TU - Dos lábios que me beijaram,/ Dos braços que me abraçaram,/ Já não me lembro, nem sei.../ São tantas as que me amaram !/ São tantas as que eu amei !// Mas tu - que rude contraste ! - / Tu, que jamais de beijaste,/ Tu, que jamais abracei,/ Só tu, nest’alma, ficaste,/ De todas as que eu amei...”
         E destes outros que decorei, em certo tempo de minha vida, na adolescência, e sempre me pediam que declamasse, em festinhas que freqüentava, onde correu um boato que eu havia me apaixonado por uma noiva, ou melhor, seria apaixonado por alguém que agora seria noiva. Devo dizer que não passa de lenda, embora não seja tão famoso assim. Lá vai: “SÊ FELIZ ! -  És noiva... Em breve há de raiar o dia,/ Festivo, azul, vibrante de alegria,/ Que te sorri num céu de rosicler./ Irás à igreja. E, num altar formoso,/ Branca de anseio, trêmula de gozo,/ Verás florir teu sonho de mulher !// Oh!  Nessa noite, o baile terminado,/ Ao te despires para o teu noivado,/ Sonhando os sonhos que a paixão te diz,/ Tu hás de ouvir, na alcova silenciosa,/ O tom queixoso duma voz queixosa,/ Que te dirá baixinho: Sê feliz !// E, pálida de susto, ao escutá-la,/ Hás de reconhecer a minha fala,/ Ouvindo a minha voz naquela voz !/ E hás de sentir, como jamais sentiste,/ O fel que vai naquele verso triste,/ A dor que punge aquela frase atroz...
         Só para complementar, esses dias, passei por um dos “becos dos livros”, e adquiri a obra completa de Paulo Setúbal, edição Saraiva, de 1954, em perfeito estado de conservação, para não dizer novos. Acredito que nem tenham sido abertos e folheados. São treze volumes que pretendo ler aos poucos, como quem curte uma saudade de um tempo bom de outrora. Contava com menos de dezoito invernos e talvez era feliz sem saber. A vida é assim mesmo...
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   Cronista e poeta
   Publicado em 26 de junho de 2002 - no Diário de Canoas.

EM 26.04.2010
em 4.5.2011




sexta-feira, 2 de maio de 2014



Meu 1º livoro de poesias individual.



Eu mesmo


                                               C Â N T I C O   III

                                                           Ialmar Pio Schneider

                        Levantarei meu canto qual um brinde
                        que deverá chegar aos teus ouvidos,
                        porém antes que o sentimento finde
                        viverás em meus versos preferidos...

                        E quando os outros lerem nossa história
                        escrita nestas páginas sentidas,
                        continuarás vivendo na memória
                        daqueles que juntaram suas vidas...

                        Mas já não nos veremos, pois ausente
                        de meus olhos, por fim esquecerás
                        esse caso de amor inconseqüente
                        que meu roubou toda a alegria e a paz.

                                               CANOAS (RS) - 28.06.87


EM 26.05.2009
em 15.8.2010





quinta-feira, 1 de maio de 2014

Imagem da Internet


DIA DO TRABALHO em 1.5.1958 – aos 15 anos   

Ialmar Pio Schneider                                                                                                              
                   Sendo o primeiro dia, do mês de maio,
                   De nobre festa, no Brasil inteiro,
                   Eu nestes versos, peço a Deus, primeiro
                   Que nos dê luz em todos os trabalhos...

                            E laborando cada um, em sua lida,
                            Sem flacidez, havemos de vencer.
                            Na vida temos o feliz dever,
                            De aprender suportar a própria vida.

                   Devemos trabalhar para aumentar,
                   E não pra aniquilar nossa nação.
                   Para todos o sol dá seu clarão,

                            E brilha, no infinito o céu sem par,
                            Dando-nos o viver, com seus clarões,
                            Clareando com sua luz nossas razões.


em 1.5.2011



Imagem da Internet


TROVA PREMIADA NOS IV JOGOS FLORAIS DE CAXIAS DO SUL - RS - MENÇÃO ESPECIAL 

Quantas serestas, meu Deus,
eu já fiz, na mocidade;
revivei, amores meus,
quero morrer de saudade!
IALMAR PIO SCHNEIDER

Porto Alegre RS