quarta-feira, 26 de março de 2014

ANIVERSÁRIO DE 242 ANOS DE PORTO ALEGRE - RS - Vista parcial da Tristeza 



CRÔNICA PARA PORTO ALEGRE

IALMAR PIO SCHNEIDER

     Pelo transcurso dos 242 anos do aniversário da Capital Gaúcha, ocorre-me escrever algo sobre o evento de 26 de março de 1772. Mas por não me aprofundar no assunto, inicialmente, quero dizer que Porto Alegre não se descreve, se vive. Foram tantos os historiadores, poetas, literatos, enfim, que perscrutaram sobre sua história, que desnecessário se faz repetir aqui. Todavia, como disse o poeta, Casimiro de Abreu, em seus inspirados versos de Minha Terra: “Todos cantam sua terra,/ Também vou cantar a minha,/ Nas débeis cordas da lira/ Hei de fazê-la rainha;/ - Hei de dar-lhe a realeza/ Nesse trono de beleza/ Em que a mão da natureza/ Esmerou-se em quanto tinha.”.(...) 
     Diga-se, de passagem, que a cidade fundada às margens do lago ou rio Guaíba (ainda está em discussão a correta denominação), sobressai como uma das mais lindas do Universo, e o seu pôr-do-sol, dizem é o mais fantástico do Mundo. Assim também senti quando compus-lhe o seguinte soneto: Ao pôr-do-sol... Pedes-me que eu defina brevemente/ o que seja emoção e fantasia,/ quando nos encontramos de repente/ num happy hour ao final do dia.// Mas eu que vivo longe, indiferente,/ trazendo no meu peito a rebeldia/ de alguém que acreditava, hoje descrente,/ não consigo dizer-te o que seria...// Apenas fico cada vez mais triste/ e já me vês então transfigurado/ olhando o sol que afunda no Guaíba.// Poesia enfim é tudo quanto existe/ nessas horas em que sonho acordado/ e sinto que a saudade me derriba...
     Com estes versos quero prestar uma modesta homenagem à cidade aniversariante que acolhe a todos os que aqui aportam, tanto rio-grandenses, quanto de outros Estados, como é o caso  de um dos grandes escritores, como o foi, o ínclito literato Guilhermino Cesar, que era mineiro e de tantos outros com que poderia preencher páginas e páginas. Isto é a prova provada de que é uma metrópole cosmopolita sem preconceitos.
     Contudo, o ponto máximo de amor à cidade de Porto Alegre, está no poema de nosso poeta maior, a meu ver, Príncipe dos poetas, Mário Quintana, cuja obra celebrou-a como ninguém: “O mapa – Olho o mapa da cidade/ Como quem examinasse/ A anatomia de um corpo...// (É nem que fosse o meu corpo !)// Sinto uma dor infinita/ Das ruas de Porto Alegre/ Onde jamais passarei...// Há tanta esquina esquisita,/ Tanta nuança nas paredes,/ Há tanta moça bonita/ Nas ruas que não andei/ (E há uma rua encantada/ Que nem em sonhos sonhei...)// Quando eu for, um dia desses,/ Poeira ou folha levada/ No vento da madrugada,/ Serei um pouco do nada/ Invisível, delicioso// Que faz com que o teu ar/ Pareça mais um olhar,/ Suave mistério amoroso,/ Cidade de meu andar/ (Deste já tão longo andar !)/ E talvez do meu repouso...”
     Nem é preciso dizer que vindo do Alegrete, o poeta aqui se integrou e viveu ao longo de sua existência, sempre escrevendo poemas sobre esta cidade acolhedora que ele adotou de coração. Seus maravilhosos sonetos falam da Rua dos cata-ventos, hoje uma travessa na Casa de Cultura que leva seu nome e que é um centro turístico de nossa capital.
     Escusa-me não haver citado tantos outros autores: poetas, cronistas, romancistas, ensaístas, filósofos, e principalmente, o amigo Nelson Fachinelli, poeta de sua bem-amada cidade, pois aqui nasceu e viveu, bem como o insuperável poeta-músico, Lupicínio Rodrigues, cujas composições conquistaram a todos que as ouvem até hoje. Faltou muita gente, mas paciência, pois serão sempre lembrados por mim. Até mais.

    Poeta e cronista – E-mail: menestrel.lobo@terra.com.br




quarta-feira, 19 de março de 2014

No hotel Villa Blanca em Soledade - RS, onde fui ao casamento de Márcio e Letícia em 
15.3.2014 - foto de 16.3.2014



Ialmar Pio Schneider



sexta-feira, 14 de março de 2014


Imagem da Internet

DIA NACIONAL DA POESIA - 14 de março - Imagem da Internet


Castro Alves
SONETO A CASTRO ALVES
(Por ocasião da data de nascimento do poeta)
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Ialmar Pio Schneider
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     Lírico das “Espumas Flutuantes”,
                                      tribuno de “Os Escravos”; defensor
                                      da liberdade, em ímpetos gigantes
                                      alçaste as asas qual feroz condor !...

                                      Na “Cachoeira de Paulo Afonso”, estuantes
                                      as águas rolam: “brado atroador”...
                                      Também de Eugênia Câmara, inconstantes
                                      ouviste as juras de violento amor...

                                      A tua voz há de ficar clamando
                                      por justiça no mundo e lealdade,
                                      num tom impávido ou suspiro brando...

                                      Passam os anos mas é sempre novo
                                      o teu legado p’ra posteridade,
                                      clamando: “A praça ! A praça é do povo !...”

                                      (Canoas, 14-março-1984)

                            CANOAS, 23.3.84 - O TIMONEIRO - PÁG. 15

quarta-feira, 12 de março de 2014



Declamando em um sarau da Casa do Poeta Riograndense no centro de Porto Alegre - RS, na década de 1980 a 90.


domingo, 9 de março de 2014






Almoço de confraternização da UBT de Porto Alegre - na Churrascaria Garcias em Porto Alegre, no Praia de Belas, onde recebi a carteira da UBT - União Brasileira de Trovadores em 8 de março de 2014.





sexta-feira, 7 de março de 2014


Aquarela de Ângela Ponsi 

POEMA publicado hoje, dia 7 de março de 2014, na ZERO HORA, Almanaque Gaúcho, à pág. 46

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Mensagem
ao poeta

Vai em frente
segue a estrada
sem muito esperar da glória
vida simples
devotada...
Se alguém ouvir tua estória
nostálgica e merencória
canta sempre
até por nada !...

Faze como o passarinho
que saúda a natureza
enquanto busca um raminho
com afã e singeleza
pra construir o seu ninho:
- maior prova de beleza !

Sejam teus versos cantigas
que a gente escuta na rua
pobres canções
mas amigas
como as estrelas e a lua
pois a terra será tua
longe de dor e fadigas...

Não temas crítica austera
e nem te afastes do tema
sempre alcança quem espera
prosseguir seja teu lema
e verás a primavera
coroar-te com seu diadema !

IALMAR PIO SCHNEIDER


***

Aquarela de Ângela Ponsi