terça-feira, 23 de abril de 2013





DIA MUNDIAL DO LIVRO E DO DIREITO DO AUTOR - em homenagem a Cervantes e Shakespeare que faleceram em 23 de abril de 1616 - no mesmo dia.


CRÔNICA - IMAGEM da Internet





OS LIVROS E O DIA-A-DIA



IALMAR PIO SCHNEIDER



Tendo transcorrido na semana passada, o Dia do Livro, ou precisamente, no dia 23, o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, não obstante as festividades que aconteceram, ocorreu-me escrever algo a respeito do livro, este amigo mudo mas sábio que me acompanha desde que me conheço por gente. O pouco que sei nesta vida pacata que levo, além dos mestres que me ensinaram, estão os livros como fonte de conhecimentos onde procurei sempre a aprendizagem e o lazer, apesar da mortificante televisão cuja tentação não tenho resistido.

Todavia, por falar em livro, fatalmente, tenho que me referir ao pai de todos que é o dicionário, como tão bem se refere o Pablo Neruda em seu Oda al diccionário - “Lomo de buey, pesado/ cargador, sistemático/ livro espeso:/ de joven/ te ignoré, me vistió/ la suficiência/ y me creí repleto,/ y orondo como un/ melancólico sapo/ dictaminé: “Recibo/ las palabras/ directamente/ del Sinaí bramante./ Reduciré/ las formas a la alquimia. Soy mago”. / En gran mago callaba./ El Diccioario,/ viejo y pesado, com su chaquetón/ de pellejo gastado,/ se quedó silencioso/ sin mostrar sus probetas./ Pero un dia,/ después de haberlo usado/ y desusado,/ después/ de declararlo/ inútil y anacrônico camello,/ cuando por largos meses, sin protesta,/ me sirvió de sillón/ y de almohada,/ se rebeló y plantándose/ en mi puerta/ creció, movió sus hojas/ y sus nidos,/ movió la elevación de su follaje:/ árbol/ era,/ natural,/ generoso/ manzano, manzanar o manzanero,/ y las palabras/ brillaban en su copa inagotable,/ opacas o sonoras,/ fecundas en la fronda del lenguaje,/ cargadas de verdad y de sonido.// Aparto una sola de sus páginas:/ Caporal / Capuchón/ qué maravilla pronunciar estas sílabas com aire,/ y más abajo Cápsula/ hueca, esperando aceite o ambrocía/ y junto a ellas/ Captura Capucete Capuchina Capratio Captatorio/ palabras/ que se deslizan como suaves uvas/ o que a la luz estallan/ como gérmenes ciegos que esperaron/ en las bodegas del vocabulario/ y viven otra vez y dan la vida:/ una vez más el corazón las quema.// Diccionário, no eres/ tumba, sepulcro, féretro,/ túmulo, mausoleo,/ sino preservación,/ fuego escondido,/ plantación de rubíes,/ perpetuidad viviente/de la esencia,/ granero del idioma.// Y es hermoso recoger en tus filas la palabra de estirpe,/ la severa y olvidada sentencia,/ hija de España, endurecida como reja de arado,/ fija en su límite de anticuada herramienta,/ preservada con su hermosura exacta/ y su dureza de medalla./ O la otra palabra que allí vimos perdida entre renglones/ y que de pronto se hizo sabrosa y lisa en nuestra boca/ como una almendra/ o tierna como un higo.// Diccionario, una mano de tus mil manos, una de tus mil esmeraldas, una sola gota/ de tus vertientes virginales,/ un grano de tus magnánimos graneros/ en el momento justo a mis labios conduce,/ al hilo de mi pluma,/ a mi tintero./ De tu espesa y sonora profundidad de selva,/ dame, cuando lo necesite,/ un solo trino, el lujo de una abeja,/ un fragmento caído de tu antígua madera perfumada/ por una eternidade de jazmineros,/ una sílaba, un temblor, un sonido,/ una semilla: de tierra soy y con palabras canto.”

Também não posso deixar de referir-me ao leitor para o qual compus um soneto: Ao leitor - Quando escrevo me assalta um pensamento/ indeciso de não saber a quem/ possa atingir meu louco sentimento/ e duvidar assim não me faz bem...// Espero apenas que o meu sofrimento/ não vá prejudicar... ferir ninguém.../ Ponho aqui realidade e fingimento/ para a escolha daqueles que me lêem.// Segue junto comigo se te apraz/ conhecer solidão e fantasia,/ às vezes desespero, às vezes paz:/ meus “Sonetos e Cânticos Dispersos”,/ dizendo que no mundo da poesia/ cada qual é o poeta dos seus versos...

Pode parecer estranho que quase sempre me socorro da poesia para escrever o meu texto aqui, buscando divulgar os autores, os mais diversos. É uma maneira de despertar o interesse para a arte poética pois sempre vejo nela uma tábua de salvação à realidade cruel que presenciamos no dia-a-dia. Nunca é demais lembrar: “Um país se faz com homens e livros”. Monteiro Lobato (1882-1948). Então, façamos deles os nossos fiéis e constantes companheiros para enfrentar a vida.

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Poeta e cronista - E-mail rs080254@via-rs.net

Publicado em 30 de abril de 2003 - no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/

EM 22.04.2009


sexta-feira, 12 de abril de 2013





Aniversário de Capão da Canoa - RS - 12 de abril - Imagem da Internet




SONETO A CAPÃO DA CANOA - Porto Alegre – RS, 31 de agosto de 2011, às 9h39min.- - Bairro Tristeza.-



Ó Capão da Canoa, apenas mar

e o sol brilhando nas manhãs douradas...,

como punge no coração lembrar

quando fazia longas caminhadas !...



Se tudo já passou, estão guardadas

recordações que podem regressar,

pois enquanto viver, outras jornadas

é possível ainda realizar...



Esses dias já vão se aproximando

e permaneço aqui me preparando

para o momento que logo vier.



Amenizando minhas velhas mágoas,

irei sentir o carinho das águas,

porque elas são carícias de mulher !



IALMAR PIO SCHNEIDER



***



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quarta-feira, 3 de abril de 2013





Soneto de Ialmar Pio para José Albano - Imagem na Internet

SONETO A JOSÉ ALBANO - Em 5.2.2013 - Tristeza - Porto Alegre - RS - . -




´´As minhas Musas e eu´´, disse o poeta

romântico e genial José Albano,

quando lhe indagam sobre um desengano,

cofiando suas barbas de profeta.



Cultor da forma clássica e correta

nos sonetos e trovas soberano,

deixou-nos versos de um calor humano,

plenos também de inspiração de asceta.



Viveu no mundo, inquieto e peregrino,

e até foi à procura Del Toboso

em busca da formosa Dulcineia.



Se a encontrou não se sabe, seu destino

de aventureiro ingênuo e venturoso,

permanecerá vivo em sua ideia.



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