quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

S O N E T O de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PON

Aquarela de Ângela Ponsi
SONETO PARA O ANO-NOVO


Há quanto tempo não escrevo um verso,

De amor ardente ou de filosofia...

Quem me dera, fazê-lo neste dia

De Ano-Novo no esplêndido Universo !


Vede a luz que dos céus tanto irradia

Raios difusos quando me disperso

Em pensamentos e me vejo imerso

No mar azul da linda fantasia !...


Quem sinto povoar-me a solidão,

nessas horas em que o sol vai se pôr ?!

- Posso dizer que é uma grande paixão !


E aquela que a causou não vou falar,

Talvez nem saiba compreender o ardor

De minh´ alma... Terá que adivinhar !



quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

CRÔNICA DE ANO-NOVO - IALMAR PIO - FOTO DO AUTOR NO ATELIER DO BONDE

ATELIER DO BONDE


PROMESSA DE ANO-NOVO

IALMAR PIO SCHNEIDER

Ao iniciar um novo ano voltam as promessas... que se as fazem sempre. Alguns prometem não mais fumar e outros que nem eu, invariavelmente, que vão emagrecer. Tenho adquirido os mais diversos livros neste sentido. Apenas para nomear alguns aqui: Só é Gordo Quem Quer, de João Uchôa Jr., Mantenha-se Saudável com o Dr. Minuzzi - obesidade - Programa de Emagrecimento Definitivo, de Antônio Carlos Minuzzi, Emagreça Comendo, Dr. Lair Ribeiro, e por último, um best-seller - (primeiro lugar na lista do The New York Times) - A Dieta de South Beach, de Arthur Agatston, M. D., e continuo obeso. Este ano, porém, faço um firme propósito de perder peso, não digo voltar aos meus 66 quilos, mas também não continuar com os meus 98 quilos, atualmente. Perguntar-se-ão: o que me faz explanar isto agora ? É um compromisso que me faço publicamente, diria eu, para conseguir meu intento há tanto tempo perseguido.
O que escreveu o Dr. Lair Ribeiro, já o vi gordo e depois magro, em programas de televisão, julguei de muito fundamento: “Se você pesa mais do que gostaria, está na hora de usar, corretamente, seu poder mental. Embora existam mais de 200 diferentes dietas no mercado, estudos americanos mostram que 95% das pessoas que “perdem peso” apenas através de dieta, num período de doze meses praticamente recuperam o peso perdido. Se você possui Estrutura Psicológica de gordo, não adianta torturar-se para emagrecer, porque o peso vai voltar. Algum dia você chegou a pensar que seu metabolismo pode ser modificado através de seu poder mental ?”(...) Na esteira desta informação vou procurar obter sucesso...
Sirvo-me de umas idéias que li e das quais compus o soneto abaixo, já faz alguns anos, e que é assim: Soneto da Libertação --- “Quero o caminho da libertação/ para seguir na vida mais confiante,/ se alimentava mórbida ilusão/ procurarei bani-la, doravante.// Preciso estar alerta a todo instante/ e suportar a humana condição,/ minha vigília deve ser constante/ neste mundo envolto em turbilhão...// Levo comigo a chama da esperança/ e apesar dos percalços da existência/ tenho fé, tenho amor, tenho confiança...// Não mais serei o náufrago perdido/ pelos mares da angústia e da impaciência,/ porque vencendo-me, terei vencido !” - Canoas - 29-01.85 - Consta de meu livro Poesias Esparsas Reunidas, pg. 133. Socorro-me deste pensamento para libertar-me da obesidade, ao menos com a força de vontade, ou melhor, boa vontade, digamos que deverei implementar para atingir meu objetivo, que de resto, não é mais do que para a minha saúde e bem-estar. Faço-o, repito, pra me impingir este compromisso comigo mesmo. Quantos já o fizeram ?
Mudando de assunto e como estamos em pleno verão e o mar se nos convida a visitá-lo, na minha condição de escrevinhador de versos desde sempre, me permito transcrever abaixo meu: Soneto ao Sol - “Nesta tarde sem chuva até parece/ que a claridade abraça nossa terra,/ o sol risonho aos poucos se descerra/ e alegremente brilha e resplandece...// Oh! Rei dos Astros, quanta luz encerra/ tua mensagem pura como a prece,/ minh’alma consternada te agradece/ a paz que trazes afastando a guerra !// Fugindo ao teu calor, buscando as águas,/ a Humanidade olvida suas mágoas/ e vai achar sossego à beira-mar...// Fazes crescer a planta com carinho/ que produz folha, flor e até o espinho;/ e as folhagens enfeitando o Lar.”- Canoas - 16 de fevereiro de 1984 - idem, idem cfe. acima. -pg. 86
Sobre o assunto principal destas linhas, não abdico de continuar meu empenho em consegui-lo,e desejar a todos um ano próspero e que as promessas que se fizerem sejam concretizadas.
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Poeta e cronista - E-mail: menestel@brturbo.com

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

POEMA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi


POEMA DE AMOR EM FORMA DE SONETO


Ialmar Pio Schneider


Quero inventar palavras que nunca disse a outra mulher,

para falar do amor que despontou, enfim,

em nossa vida num momento qualquer

e veio transformar nossos destinos assim...


Quero inventar palavras que te agradem e sintas por mim

tudo o que teu desejo de sensação romântica puder,

enquanto eternamente tua paixão me quiser...

E que nosso bem-querer continue até o fim...


Quero inventar palavras de esperança e ternura

que nos permitam uma convivência tranquila

embora sabendo que nem tudo são apenas flores.


Mas, se mais tarde nos visitar um pouco de amargura

saibamos com discernimento e paciência distingui-la

e saber que também faz parte de todos os amores...


domingo, 27 de dezembro de 2009

CRÔNICA LITERÁRIA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi

PARTICIPAÇÃO E POESIA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Vivemos numa época conturbada, mas nem por isto é necessário mergulharmos na solidão e ignorar o que existe ao nosso redor. Sempre encontraremos alguém que possa nos compreender, com nossos defeitos e virtudes e nos aceitar. Segundo meu entender, não fomos criados para o ostracismo, nem jamais seremos auto-suficientes, pois “uma mão lava a outra, e as duas lavam o rosto”. Assim aprendi desde cedo.
Em certa fase da vida, quem sabe atravessando momentos existenciais difíceis, compus o seguinte soneto, que consta na pág. 133 do meu livro Poesias Esparsas Reunidas, abaixo referido, como segue: SONETO DA LIBERTAÇÃO - Quero o caminho da libertação / para seguir na vida mais confiante, / se alimentava mórbida ilusão / procurarei bani-la, doravante.// Preciso estar alerta a todo instante / e suportar a humana condição, / minha vigília deve ser constante / neste universo envolto em turbilhão...// Levo comigo a chama da esperança / e apesar dos percalços da existência / tenho fé, tenho amor, tenho confiança...// Não mais serei o náufrago perdido / pelos mares da angústia e da impaciência, / porque vencendo-me, terei vencido ! - Canoas - 29.01.85.
Lá se vão mais de quinze anos e quando o leio, ainda me parece tão atual, pois muito me ajudou a transpor certa fase que me deprimia, sensivelmente. Não posso ignorar que todos tenhamos a cruz para carregar e o calvário de cada um é a passagem terrena. Por isso que procuro dentro da filosofia, motivos que me levem à participação por intermédio da própria poesia, utilizando meu gênero preferido que é o soneto. Muitos deles (foram tantos), estão impregnados até de pessimismo, mas a mensagem que pretendi imprimir-lhes é de aceitação, sem o que não vejo paz de espírito. Também é certo que existam para todos nós, bons e maus momentos. A vida não passa de uma tragicomédia, plena de altos e baixos, que nos fazem rir e chorar, às vezes até conjuntamente.
Ao finalizar estas poucas e singelas linhas, quero agradecer do fundo do coração aos amigos e colegas que compareceram em minhas sessões de autógrafos na banca da Fundação Cultural de Canoas, na 16ª Feira do Livro de Canoas, nos dias 29 de junho (apesar da chuva ininterrupta) e 7 de julho passados, quando lancei meu livro de poemas Poesias Esparsas Reunidas, que abrange minha produção poética publicada na imprensa, bem como aos que adquiriram a obra ou me honrem com a leitura dos meus versos. Sem medo de cair em lugar-comum, não tenho palavras que demonstrem cabalmente minha gratidão. Devo dizer simplesmente: Muito obrigado, amigos ! Sejam todos felizes... É o desejo ardente do poeta que existe dentro de mim desde sempre.
Poeta e cronista
Publicado em 12 de julho de 2000 - no Diário de Canoas.
http://ial123.blog.terra.com.br/

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

CRÔNICA DE NATAL E ANO-NOVO


FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO

IALMAR PIO SCHNEIDER

Das comemorações cristãs, sem dúvida, o Natal é a mais expressiva para as crianças, em vista de que o Papai Noel sempre é lembrado e querido por elas. Como disse a escritora Lya Luft, ao ser indagada por uma criança se o Papai Noel existia, ela respondeu: - Para quem acredita, ele existe. De fato, pode-se abafar muitos sentimentos, mas a esperança que acalenta a imaginação infantil de receber um presente, nunca poderá morrer, por mais pobre que seja. Lembremos que Jesus Cristo nasceu numa manjedoura... Veio para nos pregar sua doutrina divina e insuperável de salvação e amor entre as pessoas, quando afirmou: - Amai-vos uns aos outros como eu vos amei... Era a solidariedade humana que nos deixava para que a praticássemos em nossas vidas com profundo amor e amizade.
Como o Natal sempre foi cantado pelos poetas de todos os tempos, aqui transcrevo o soneto em versos alexandrinos do excelso poeta parnasiano brasileiro Olavo Bilac, tão sugestivo para a data: “NATAL – No ermo agreste, da noite e do presepe, um hino/ De esperança pressaga enchia o céu, com o vento.../ As árvores: “Serás o sol e o orvalho !” E o armento: / “Terás a glória !” E o luar: “Vencerás o destino !”// E o pão: “Darás o pão da terra e o pão divino !”/ E a água: “Trarás alívio ao mártir e ao sedento !”/ E a palha: “Dobrarás a cerviz do opulento !”/ E o teto: “Elevarás do opróbrio o pequenino !”// E os reis: “Rei, no teu reino, entrarás entre palmas !”/ E os pastores: “Pastor, chamarás os eleitos !”/ E a estrela: “Brilharás, como Deus, sobre as almas !”// Muda e humilde, porém, Maria, como escrava,/ Tinha os olhos na terra em lágrimas desfeitos:/ Sendo pobre, temia; e, sendo mãe, chorava.” POESIAS – 28ª Edição – Livraria Francisco Alves – 1964 – Rio – pg. 313
Eis um relato poético de um dos maiores vates desta nação, que versejava maravilhosamente em diversas áreas do gênero, tanto romântico como patriótico, infantil ou religioso.
Outrossim, como se aproxima já o Ano-Novo, faz-se necessário lembrar que tenhamos esperança e convicção de que ele nos trará outros rumos mais propícios ao desenvolvimento do País. Que os governantes tenham consciência e discernimento necessários para que a estagnação econômica não se verifique, bem como a criação de novos empregos com carteira assinada sejam conseguidos, a Reforma Agrária realizada a contento, enfim, as metas governamentais implementadas. Vamos acreditar que as CPIs façam justiça e os responsáveis pela corrupção punidos exemplarmente, pois o povo trabalhador e honesto não merece ficar excluído e a ver navios quanto à saúde pública (cada vez mais podada em suas verbas). É de notar-se também que as estradas de rodagem de modo geral estão sucateadas e onde existia asfalto hoje é uma buraqueira inacreditável, destruindo os veículos e ocasionando prejuízos enormes aos usuários (caminhoneiros, ônibus e condutores de carros de passeio). Isto para ficar apenas nesses tópicos que ora me surgiram à memória.
Quisera, como em tempos de criança que não voltam mais, sair por aí desejando a todos, tal como Cecília Meireles se expressou: “Como estamos mudados! Em meio século, perdemos aquela ingenuidade dos votos dirigidos de janela a janela: “Boas Festas!”, “Feliz Ano Novo!”; das ceias tradicionais, talvez copiosas, porém modestas; das lembrancinhas oferecidas às crianças como um dom misterioso do céu; dos vestidos novos para os ofícios das igrejas e das visitas aos presépios; alegria das músicas e cânticos, deslumbramento dos olhos diante de uma Belém infantil, com patinhos nos lagos e lavadeiras nos rios... Ah! como éramos sensíveis, imaginativos! Como estávamos prontos a completar, com a nossa memória dos episódios evangélicos, a paisagem arbitrariamente inventada! Como achávamos naturais todas as coisas desencontradas naquele mundo fictício! Talvez prevíssemos que no nosso não o era menos, e igualmente e misteriosamente desencontradas as coisas que nele iríamos presenciar!”
Finalizando, quero desejar a todos um Feliz Natal e Próspero Ano-Novo de 2010, junto aos que lhe são caros. Até mais...

Cronista colaborador

PUBLICADO NO DIÁRIO DE CANOAS.- VIRTUAL EM 21.12.2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

S O N E T O de IALMAR PIO



SONETO DE NATAL


Ele era lindo envolto nos paninhos

Do seu bercinho plácido e divino,

Rodeado da chusma dos anjinhos

Que entoavam do céu um lindo hino.


Ele veio dar luz para os caminhos

Que seguiam no mundo um mau destino

E veio dar amor aos pobrezinhos

E esperança do céu com seu ensino.


Uma lágrima bela e cristalina

Rolou amarga à face de Maria

Que já previa a dolorosa sina


que o Filho desta terra levaria.

Já previa lá em cima na colina

Quando o Cordeiro os braços estendia.






******************************************************************FELIZ NATAL e PRÓSPERO ANO NOVO.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

C R Ô N I C A de IALMAR PIO - IMAGEM de GLAUCIA SCHERER

Tela de Glaucia Scherer

OS DESPREOCUPADOS SÃO MAIS FELIZES

Ialmar Pio Schneider

Por que acontece isto? Pela maneira com que encaram o dia-a-dia, levando tudo de roldão. Pouco se lhes dá se estão certos ou errados; “e a vida continua”, costumam dizer. Deste modo vão rompendo barreiras e conseguindo audiências inexplicáveis.
Eles não se preocupam com o que os outros possam pensar. São incapazes de exercer a autocrítica e continuam em suas atividades, principalmente intelectuais ou de comunicação, sem se dar conta do ridículo. Consideram-se os donos da verdade e não só isto, mas também emitem suas opiniões sem conhecimento de causa como se dominassem o assunto com sapiência. Quem os ouve ou vê, tanto no rádio como na televisão, tem que engolir suas falsas afirmativas, sem podê-las contestar de imediato e que passam como se fossem verdadeiras, atingindo em cheio os ingênuos.
Não é difícil notar a mediocridade do seu pensamento quando abordam certos temas de que se julgam a cavaleiro.
Todavia, é melhor que seja assim do que ficarmos tolhidos de manifestar nossas opiniões, como já aconteceu não faz muito tempo, de triste memória e que deixou resquícios de opressão. Para que haja uma mudança no entendimento do povo só existe um caminho: educação e cultura, estudo e trabalho.
Ao que parece, atualmente, estamos livres da censura, ou melhor, usufruímos da liberdade de expressão que por mais de 20 anos não tivemos. Diz-se que por este motivo há carência de líderes políticos e a nossa democracia é incipiente. Não há dúvida que deveremos exercitar por um longo tempo o direito de cidadania para aperfeiçoá-la cada vez mais.
Enquanto isto, adotemos o célebre princípio do grande mestre Voltaire: “Não concordo com nenhuma palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo.” Grande lição da liberdade contra a prepotência !
Por que do título? Impressão do escriba, admitindo que neste mundo vencem os afoitos, embora parvos, pois arrebatam os espaços que se lhes apresentam e, displicentemente, vão enfrentando a situação na maior indiferença. Até parece que a sorte os acompanha, qual suas próprias sombras, e demonstram viver mergulhados na fantasia, mas venturosos. São aqueles que não se importam com o que os outros pensam a seu respeito e desta forma tudo é fácil, tudo é exeqüível. Conseguem manter-se durante anos a fio em seus postos, apesar das incongruências que praticam, por assim dizer, inadvertidamente.
Quando alguém os contesta em suas opiniões, consideram-se vencedores com o aval do público humilde que os aceita e simplesmente respondem: “Quem não tem competência não se estabelece !” E não deixam de ter razão.

JC (18-11-1998)
DC (17-03-1999)


quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

POEMA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi


SE EU TE DISSESSE...


Se eu te dissesse que sinto a angústia de saber que existes

e não consigo te alcançar porque me pareces uma estrela distante...

Que os versos que componho se tornam cada vez mais tristes

e não posso te atingir como quisera e tenho que seguir adiante...


Se eu te dissesse que mesmo assim és a musa que me inspira

nos momentos de aflição, nas horas mais difíceis da vida...

Compreenderias talvez os soluços que magoada murmura a lira

do poeta que sou, maluco por tua presença inatingida ?!...


Se eu te dissesse também que representas o antes e o depois

de tudo que caminhei nas páginas de minha história...

que eu desejava, mesmo almejava, que fosse de nós dois

este feliz caminho, esta venturosa trajetória...


Se eu te dissesse que os dias custam a passar quando não estás

falando comigo e permaneço ouvindo tuas palavras ardentes...

Que em lugar nenhum consigo ficar, por assim dizer, em paz

e faço parte do rol nada agradável dos descontentes...


Sentirias a saudade que chega sem avisar, na hora

em que talvez estejas a fazer solitária, a tua prece

de amor por quem sentes bater o coração agora

pulsando ingovernável e bravio ?!... Se eu te dissesse...


Ialmar Pio Schneider


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

C R Ô N I C A IN MEMORIAM

Olavo Bilac

Ludwig Van Beethoven


BILAC (O Príncipe dos Poetas) e BEETHOVEN (O Gênio Musical do Mundo), ambos de 16 de dezembro...

IALMAR PIO SCHNEIDER

Na Escola da Poesia Parnasiana Brasileira, destaca-se Olavo Braz Martins dos Guimarães Bilac (nome completo que forma um perfeito verso alexandrino que ele tanto empregou em suas poesias), como um dos mais populares, até hoje lido e recitado pelos pares enamorados. Em sua História da Literatura Brasileira, Sílvio Romero, assim se refere: “Se Teófilo Dias é o mais ardente, Raimundo Correia o mais sereno, Alberto de Oliveira o mais artista destes poetas, Olavo Bilac é o mais espontâneo, o mais natural de todos eles. Os versos lhe saem correntios, deslizam-lhe doces, maviosos, como se fossem falas decoradas e repetidas sem o mínimo esforço. Em suas composições avultam dois gêneros principais: idealizações históricas, feitas com invejável maestria, e efusões amorosas como não há melhores em línguas românticas”.
Escrevo estas linhas, lembrando que seu aniversário de nascimento ocorre em 16 de dezembro. Há alguns anos dediquei-lhe um soneto para celebrar-lhe a passagem por aqui, magnânimo bardo brasileiro que despertou tantas paixões. Consta do meu livro Poesias Esparsas Reunidas: SONETO A OLAVO BILAC---------In memoriam------Jamais se extingue o mágico talento/ que ao verso devotava o gênio culto/ e lendo teus poemas eu exulto/ ao ver tamanho amor e tanto alento.// Ourives da poesia, nunca o insulto/ de abandonar a forma ou o sofrimento/ de sentir relegada ao esquecimento/ tua Profissão de Fé, sublime culto !// Enquanto nossa Língua tão sonora./ tiver o gosto amargo da saudade,/ no peito de quem ama ou de quem chora/ não morrerá a música do verso,/ a quem deste um sabor de eternidade/ na infinita amplidão deste Universo !
Enquanto vou lendo suas poesias, escuto as sinfonias do gênio musical insuperável Ludwig Van Beethoven, cuja data de nascimento também ocorreu em 16 de dezembro. De posse de sua carta testamento escrita em Heiligenstadt, no dia 6 de outubro de 1802, traduzida pelo maior escritor gaúcho, quiçá brasileiro, Érico Veríssimo e declamada pelo grande ator Paulo Autran, restrinjo-me a transcrever apenas o seu Post scriptum no dia 10 de outubro de 1802: “Assim me despeço de ti, com tristeza. Sim a doce esperança que até agora me tem acompanhado, abandona-me de todo. Como as folhas de outono que murcham – ela secou para mim. Vou-me embora como vim: a coragem que me susteve tantas vezes nos dias de verão desapareceu. Oh! Providência, faze-me conhecer ainda uma vez um puro dia de alegria! Há tanto tempo que a ressonância profunda do verdadeiro contentamento me é estranha! Quando, ó divindade, poderei eu ainda senti-la no templo da natureza e dos homens? Nunca? Não! Oh! Isso seria cruel demais!”
A vida do compositor insuperável de todos os tempos, a quem se referiu Mozart, em Viena, em 1787, ouvindo-o improvisar exclamou: Eis um rapaz de quem muito se falará em todo o mundo. - tinha ele dezessete anos, foi muito atribulada e na maturidade foi atingido pela surdez que o prostrou cruelmente. Pode-se dizer que viveu para a música, os seus 56 anos, tendo falecido vítima de um resfriado e de hidropisia. Sua obra-prima foi a IX Sinfonia ou Coral, à qual tive a oportunidade de assistir pela OSPA, tempos atrás. É magnífica !
Quis prestar esta modesta homenagem ao poeta e ao músico, que nasceram num mesmo dia e que me deliciaram com suas obras numa tarde quente de fim de primavera e inicio de verão. Que suas almas encontrem a paz e a luz onde estiverem, pois ambos fizeram neste planeta muito de emoção aos corações sensíveis! Valeu a pena sua existência e Deus os tenha em sua glória ! Até outra oportunidade...

Poeta e cronista – E-mail:
menestrel@brturbo.com
Publicado em 30 de março de 2005 – no Diário de Canoas.




terça-feira, 15 de dezembro de 2009

CRÔNICA LITERÁRIA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI

Aquarela de Ângela Ponsi


UMA PEQUENA OBRA-PRIMA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Por esses dias, sem querer querendo, ao vasculhar certos livros depositados em prateleira de uma estante da minha desorganizada biblioteca, enxerguei um opúsculo que me chamou a atenção e despertou-me certa nostalgia de uma época distante já envolta na névoa do passado. Lembrei-me da ocasião em que li pela primeira vez o romance poético Iracema, de José de Alencar, lá pela década dos anos 50, quando cursava o antigo curso ginasial. Aquelas páginas que me embeveceram a juventude outrora e me suscitaram, conjuntamente com outras obras, o espírito para a poesia, estavam a merecer uma releitura, pois além do mais, recordar é viver. E neste intuito abri o livro e comecei a ler o início do sentimental poema em prosa do nosso romancista, considerado o maior expoente nacional no gênero indianista, cuja culminância se deu com o Guarani. Mas fiquemos com o citado Iracema, cujos versos assim principiam: “Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba; Verdes mares, que brilhais como líquida esmeralda aos raios do Sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas de coqueiros; Serenai, verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas”.
Percorro algumas linhas e surge o leitmotiv da história: “Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito perfumado”. Daí por diante sinto uma aura de poesia impregnando as páginas que se seguem, cantando o amor que une duas almas que se encontraram em meio às ínvias matas tropicais da exuberante natureza americana. E o estrangeiro Martim, o filho de guerreiro, é aceito por Araquém, o pai de Iracema, em cuja cabana fica hospedado. Tudo acontece de acordo com os ritos nativos da nação indígena, magistralmente engendrado pelo autor.
Escrevo estas breves considerações a respeito desta pequena obra-prima da literatura brasileira por devotar-lhe uma particular simpatia pelo que representa de romanesco e poético. O final melancólico ainda deixa uma certa impressão de amargura e saudade nas seguintes palavras:
“A jandaia cantava ainda no olho do coqueiro; mas não repetia já o mavioso nome de Iracema. Tudo passa sobre a terra”.
__________________________
Poeta e cronista
Publicado em 29 de novembro de 2000 - no Diário de Canoas.

domingo, 13 de dezembro de 2009

MENSAGENS POÉTICAS

Aquarela de Ângela Ponsi

Mensagens Poéticas
(Por Macedo, o Interino)

<<<>>> 13.12


Por que conviver assim,

se não nos queremos mais?!

Hoje um abismo sem fim

mata os nossos ideais.

(Ialmar Pio Schneider / RS)

<<<>>>
Eu peço a Deus todo dia
que lá dentro, bem no fundo,
desperte paz e harmonia
nos governantes do mundo.
(Ivaniso Galhardo / RN)

<<>>
2007 > Bandeirantes > PR
Tema > Encanto > Vencedora
Diante do encanto desfeitopor promessas não cumpridas,eu sempre encontro outro jeitode entrelaçar nossas vidas.(Olga Agulhon / PR)

<<>>
Às vezes ele renega
o seu próprio sofrimento.
Todo palhaço carrega
um fardo de sentimento...
(Ademar Macedo / RN)

<..E Suas Trovas Ficaram >
As estrelas refulgentes,que Deus espalhou ao léu,parecem loiras sementesna seara azul do céu!Joubert de Araújo Silva /RJ)

<<<>>>
Eu já fui paparicado,
tive meus dias de glória,
ao rever a minha história,
a dor me deixa alquebrado.
Mas, aí ouço um chamado,
numa voz doce de prece
que diz assim: - Vem e esquece!...
Sou o Amor e estou contigo,
então, ergo- me e prossigo...
Pois o amor rejuvenesce..
(Macedo, Francisco Neves / RN)
<<<>>>
Deixe-me Sonhar

Viver triste e sonhar tendo alegrias
é sorrir ocultando a dor medonha!
Não sonhar é rasgar as fantasias,
que o espírito deseja quando sonha!

Quero sonhos de amor todos os dias,
mesmo a vida real sendo enfadonha;
quando o sonho desfaz as nostalgias,
nos encanta... Sonhar não faz vergonha!

Se às fúrias do tempo eu não dou jeito,
quero ao menos a graça do direito
de sonhar e fingir que sou feliz!

Quero, aflito, pintar quadros risonhos,
ser o filho adotivo dos meus sonhos
já que a morte madrasta não me quis!
(Diniz Vitorino / PB

sábado, 12 de dezembro de 2009

POEMA de IALMAR PIO - TELA de GLAUCIA SCHERER

TELA de Glaucia Scherer

M O D E L O

IALMAR PIO SCHNEIDER

Não rompo o verbo
para não ferir a palavra
Quem simplifica reparte
Se fujo do contratempo
me deparo com o muro de pedras
Sigo um caminho de curvas
sem retorno
Altos e baixos encontro e transponho
Não adjetivo para não colorir o verso
Procuro poetar sem subterfúgios
assim me concretizo.

Publicado em O TIMONEIRO - Pág. 11 de 19.11.82 - CANOAS (RS)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SONETO de IALMAR PIO


V Í T I M A

IALMAR PIO SCHNEIDER

Nestas horas serenas e patéticas
eu canto um rio de amor em profusão;
e faço dos meus sonhos comunhão
das ondas rubro-verdes e poéticas...

As minhas esperanças são proféticas
e existe nelas uma solidão,
por quem bate em delírio o coração
` se desfazendo em pulsações atléticas.

Oh! cantar tristemente noite e dia
sem demonstrar nos olhos a alegria
dos que estão satisfeitos com a vida,

é a tristeza suprema que atraiçoa,
é o copo envenenado de água boa
que nos mata sem vermos a ferida !

Publicado em O TIMONEIRO - Pág. 13 - de 22.10.82 - CANOAS (RS)______________________________________________________________________

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SONETO de IALMAR PIO

Cristo Redentor - RIO
S O N E T O M Í S T I C O

Ialmar Pio Schneider

Estou sentindo um sopro realmente...
É a hora em que refrescas minha fronte
e sou Tua flor, erguida em alto monte,
a quem deste um aroma permanente.

O dia em que eu tombar murcho no chão
recolhe para Ti todo o perfume
para que eterno queime no Teu lume
incensando Tua plácida mansão.

Não o deixes perder-se em treva densa,
mas faze que ele sempre a Ti pertença
co’a glória de servir-Te e que somente

um dia - não sei quando - em Teu louvor,
retorne finalmente à mesma flor
p’ra que unidos os guardes eternamente.

Publicado em O TIMONEIRO - Pág. 12 de 3.9.82 - CANOAS (RS)



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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

POEMA de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI

Aquarela Verão de Ângela Ponsi

É PRECISO MEDITAR LONGAMENTE...

Ialmar Pio Schneider

É duro estar aqui pensando
que o dia de amanhã poderá
ser fatal.
As nuvens passeando pelo céu
vêm contar histórias longínquas
e uma esperança urgente
descreve a emoção
de se estar parado
a contemplar a paisagem.
É preciso meditar longamente
a fim de seguir o caminho que mais convém.
Tu poderias ser a meta a atingir.
Mas, onde andarás ?

Publicado em O TIMONEIRO - Pág. 12 de 10.8.82 - CANOAS (RS)


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