Imagem: flores da primavera na Internet
O FILÓSOFO SPINOZA E A SUA
OBRA “ÉTICA”
Ialmar
Pio Schneider
Estamos entrando na primavera e a vida continua com seus altos e baixos. Aguarda-se, todavia, os
resultados das CPIs que se desenvolvem no Congresso Nacional, acreditando-se
que sejam satisfatórios. E por estar lendo atualmente o livro O Pensamento Vivo de Spinoza, extraí do
mesmo o seguinte texto, que reputo de irrefutável sabedoria: “O DOMÍNIO DAS
EMOÇÕES
Sofremos
enquanto somos uma parte da Natureza, que não se pode conceber por si mesma sem
as outras partes.
A força
pela qual o homem persevera na existência é limitada e sobrepuja infinitamente
pelo poder das causas exteriores.
O
homem, sempre necessariamente submetido às paixões, segue a ordem comum da Natureza
e a obedece, e a ela se adapta tanto quanto a natureza das coisas exige.
A força
de uma paixão ou de uma afeição pode sobrepujar as demais ações do homem, ou de
sua força, de tal modo que essa afeição permaneça agregada ao homem.
Uma
afeição só pode ser reduzida ou destruída por outra afeição contrária e mais
forte que a afeição reduzida.
O
conhecimento do bom e do mau não é outra coisa que a emoção da alegria ou da
tristeza, enquanto temos consciência.
O
conhecimento verdadeiro do bom e do mau não pode reduzir nenhuma emoção,
enquanto é verdadeiro, ou somente enquanto é considerado como uma emoção.
O
desejo que nasce do conhecimento verdadeiro do bom e do mau pode ser ampliado
ou reduzido por muitos outros desejos, nascidos das emoções que nos dominam.
Um desejo que nasce da alegria é mais
forte, em igualdade de condições, que um desejo que nasce da tristeza.”
Nota-se que o pensador faz uma análise do
homem frente à Natureza que é Deus, e traça comparações lógicas entre paixão e
afeição, bom e mau, alegria e tristeza. Cada sentimento destes representa um
estado de espírito do ser humano. Sabe-se que sua obra exerceu relevante
influência não só sobre os metafísicos que lhe sucederam, mas também aos poetas
Goethe, Wordsworth e Shelley.
Este filósofo cuja obra Ética, foi publicada pelo seu editor no
ano de sua morte, num tomo de suas obras póstumas, proibida de circular no ano
seguinte, era a principal. E mais do que tudo, atualmente, deve ser evocada,
pelo que se tem presenciado na política pátria. Ele nasceu em Amsterdam,
Holanda, descendente de uma família judaica emigrada de Portugal; chamava-se
Baruch Spinoza, tendo latinizado seu nome para Benedito, conheceu o estoicismo
e o cartesianismo, após haver estudado a tradição filosófica e teológica
judaica e a cabala. Seus pensamentos eram voltados para Deus, tendo também
conhecido a Escolástica, levando uma vida de meditação e desenvolvido um
sistema panteísta cuja influência sempre o atingiu e o envolveu.
Pela estação das flores que se avizinha,
quero inserir o soneto que compus na adolescência: Vida e Primavera –
Refloresce a primavera/ cheia de viço e frescor./ Eis! A ilusão da quimera/ de
um coração sonhador!// Nesta risonha galera/ seguimos no mar do amor,/ e por
tudo o sonho impera/ no seu reino de esplendor.// Quem me dera! Quem me dera/
que esta eterna primavera/ nunca mais tivesse fim.// Quem me dera! Quem me dera
!/ Nesta ilusão da quimera/ fosse sempre a vida assim...
Finalizo com este pensamento maravilhoso
de outro pensador: “O mais importante para o ser humano é viver uma vida
íntegra. – Existem pessoas que desgastam
a própria Vida no afã de ganhar dinheiro, não se importando quão infame se
torne o seu modo de viver. Tais pessoas conhecem o valor do dinheiro, mas
desconhecem o valor da própria Vida. – Do Livro Guia para uma Vida Feliz – Masaharu Taniguchi”.
Espero
ter contribuído, um mínimo que seja, para que a ética política seja instaurada
definitivamente em nosso majestoso País.
Cronista
colaborador
Publicado em 14 de setembro de 2005 – no
Diário de Canoas./RS
http://www.diariodecanoas.com.br/site/interativo/minhas_cronicas,canal-5,ed-90,ct-452.htm
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