SANTO ANTÔNIO DE
PÁDUA, MEDIADOR DE GRAÇAS
IALMAR PIO SCHNEIDER
Pela comemoração de
Santo Antônio, no dia 13 do corrente, ocorreu-me lembrar que fui batizado em
uma capela da qual o santo era o padroeiro. Vem daí uma grande devoção que
sempre lhe dediquei ao longo dos anos, sendo que lá na distante adolescência,
numa inspiração juvenil de fé e esperança, compus os seguintes versos, em forma
de soneto em redondilha maior: Santo
Antônio sois o santo/ Que eu venero com amor.../ Me cobri com vosso manto,/ Oh!
Meu meigo protetor !// Se hoje cai o meu pranto,/ Por eu ser um pecador,/
Inspirai meu pobre canto,/ Com delícias do Senhor.// Sejais vós o meu fanal,/
Para a minha salvação./ Me livrai de todo o mal.// Me dai o vosso perdão/ Oh!
Meu santo celestial/ Sois a minha devoção...
Acrescento que muitas
metas que projetei tiveram sucesso pelos pedidos que lhe fiz. Sou-lhe muito
grato por isto. Tenho em mãos um livro intitulado Antônio de Pádua – Um santo também para você, de Giovanni M.
Colasanti - franciscano conventual, cujo prefácio encerra
assim: “Mino Milani escreve: “Giuseppe
Ungaretti, jovem poeta, durante a primeira guerra mundial era soldado nas
trincheiras da linha de frente. Suspenso entre a vida e a morte, estava imerso
em tristeza, dúvidas, sofrimentos, e não sabia a quem recorrer. Mas um
companheiro, camponês, estava sempre sereno, confiante. Certo Dia, Ungaretti
descobriu o motivo daquela confiança e, então, escreveu numa poesia: Aquele
camponês/ carregava uma medalha/ de Santo Antônio e prosseguia tranquilo.
Alguém pode ter ou não a medalha de Santo Antônio; no pescoço mas se possui no
íntimo do coração a consciência de que santo Antônio olha lá de cima
protegendo-o, então sim ! Como aquele soldado camponês prosseguirá seguro.” Eis
porque santo Antônio é, ou poderá ser, um santo também para você. – Frei
Giovanni M. Colasanti – franciscano conventual – Pádua, 4 de outubro de 1984.””
Estou a reler e que descreve a vida deste
servo do Senhor com muita sabedoria. Já de início da leitura encontro a
seguinte oração: “A Difícil Escolha de um Caminho – Não ! Não quero ser militar/ como alguns de meus amigos,/ e menos
ainda/ pretendo viver protegendo e aumentando/ o patrimônio de meu pai !/ Mas
quero lutar por um ideal maior,/ que preencha plenamente/ meu coração e minha
mente: quero ser monge ! Quem, há séculos falava assim com um amigo, num
dia qualquer de final de setembro, era um jovem chamado Fernando de Bulhões,
nascido em Lisboa, Portugal, entre 1191 e 1195.” – pg. 7 do livro acima citado.
Quando
ingressou na ordem dos franciscanos vindo dos agostinianos, foi que, digamos,
atravessando uma crise de identidade, adotou o nome de frei Antônio, como
ficaria sendo chamado pelo resto dos seus dias aqui na Terra. Muito culto, foi
insuperável pregador da palavra de Deus, tendo percorrido diversas cidades da
Europa e fixando-se, finalmente, em Pádua, na Itália, de onde originou-se o nome pelo qual ficou conhecido
e venerado. Estava sempre ao lado dos pobres e falava-lhes, observando lições
da natureza, como é o caso de – “Imitando os grous (aves pernaltas que voam em
bando). Dizia-lhes: “tomem os grous como exemplo. Durante longas migrações de
um lugar para outro, um deles coloca-se à frente do bando para cortar os ares
e, assim, tornar menos fatigante o voo dos demais. Quando um deles se cansa, outro
toma seu lugar. Durante o voo, para manter o bando unido e animar-se
mutuamente, fazem grande alarido batendo os longos bicos. E se algum não
consegue resistir ao longo voo? Os companheiros que lhe estão próximos
juntam-se mais, ombro a ombro, e voando bem perto uns dos outros o sustentam
até que consiga recobrar as forças. Quando estão em terra, não são menos
solidários e prestativos. Durante a noite, quando o bando inteiro dorme, um
(sobre dez) vigia em rodízio para dar o alarme, se houver perigo à vista” – pg.
89 do citado livro.
Tem-se aí um exemplo de
solidariedade e amor que as pessoas deveriam seguir para o bem de todos. Muitas
outras passagens relatava em suas pregações, exortando aos ouvintes para se
amarem uns aos outros assim como Cristo os amou. Abençoava os jovens e os
doentes com uma pequena cruz, olhando para o céu e rezando: “O Senhor os
proteja e livre de todo mal”. Obrigado e até mais...
Cronista e poeta - colaborador
Publicado em 22 de junho
de 2005 – no Diário de Canoas.