segunda-feira, 13 de junho de 2016



SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA, MEDIADOR DE GRAÇAS


IALMAR PIO SCHNEIDER


     Pela comemoração de Santo Antônio, no dia 13 do corrente, ocorreu-me lembrar que fui batizado em uma capela da qual o santo era o padroeiro. Vem daí uma grande devoção que sempre lhe dediquei ao longo dos anos, sendo que lá na distante adolescência, numa inspiração juvenil de fé e esperança, compus os seguintes versos, em forma de soneto em redondilha maior: Santo Antônio sois o santo/ Que eu venero com amor.../ Me cobri com vosso manto,/ Oh! Meu meigo protetor !// Se hoje cai o meu pranto,/ Por eu ser um pecador,/ Inspirai meu pobre canto,/ Com delícias do Senhor.// Sejais vós o meu fanal,/ Para a minha salvação./ Me livrai de todo o mal.// Me dai o vosso perdão/ Oh! Meu santo celestial/ Sois a minha devoção...
     Acrescento que muitas metas que projetei tiveram sucesso pelos pedidos que lhe fiz. Sou-lhe muito grato por isto. Tenho em mãos um livro intitulado Antônio de Pádua – Um santo também para você, de Giovanni M. Colasanti  -  franciscano conventual, cujo prefácio encerra assim: “Mino Milani escreve: “Giuseppe Ungaretti, jovem poeta, durante a primeira guerra mundial era soldado nas trincheiras da linha de frente. Suspenso entre a vida e a morte, estava imerso em tristeza, dúvidas, sofrimentos, e não sabia a quem recorrer. Mas um companheiro, camponês, estava sempre sereno, confiante. Certo Dia, Ungaretti descobriu o motivo daquela confiança e, então, escreveu numa poesia: Aquele camponês/ carregava uma medalha/ de Santo Antônio e prosseguia tranquilo. Alguém pode ter ou não a medalha de Santo Antônio; no pescoço mas se possui no íntimo do coração a consciência de que santo Antônio olha lá de cima protegendo-o, então sim ! Como aquele soldado camponês prosseguirá seguro.” Eis porque santo Antônio é, ou poderá ser, um santo também para você. – Frei Giovanni M. Colasanti – franciscano conventual – Pádua, 4 de outubro de 1984.””   Estou a reler e que descreve a vida deste servo do Senhor com muita sabedoria. Já de início da leitura encontro a seguinte oração: “A Difícil Escolha de um Caminho – Não ! Não quero ser militar/ como alguns de meus amigos,/ e menos ainda/ pretendo viver protegendo e aumentando/ o patrimônio de meu pai !/ Mas quero lutar por um ideal maior,/ que preencha plenamente/ meu coração e minha mente: quero ser monge ! Quem, há séculos falava assim com um amigo, num dia qualquer de final de setembro, era um jovem chamado Fernando de Bulhões, nascido em Lisboa, Portugal, entre 1191 e 1195.” – pg. 7 do livro acima citado.
     Quando ingressou na ordem dos franciscanos vindo dos agostinianos, foi que, digamos, atravessando uma crise de identidade, adotou o nome de frei Antônio, como ficaria sendo chamado pelo resto dos seus dias aqui na Terra. Muito culto, foi insuperável pregador da palavra de Deus, tendo percorrido diversas cidades da Europa e fixando-se, finalmente, em Pádua, na Itália, de onde  originou-se o nome pelo qual ficou conhecido e venerado. Estava sempre ao lado dos pobres e falava-lhes, observando lições da natureza, como é o caso de – “Imitando os grous (aves pernaltas que voam em bando). Dizia-lhes: “tomem os grous como exemplo. Durante longas migrações de um lugar para outro, um deles coloca-se à frente do bando para cortar os ares e, assim, tornar menos fatigante o voo dos demais. Quando um deles se cansa, outro toma seu lugar. Durante o voo, para manter o bando unido e animar-se mutuamente, fazem grande alarido batendo os longos bicos. E se algum não consegue resistir ao longo voo? Os companheiros que lhe estão próximos juntam-se mais, ombro a ombro, e voando bem perto uns dos outros o sustentam até que consiga recobrar as forças. Quando estão em terra, não são menos solidários e prestativos. Durante a noite, quando o bando inteiro dorme, um (sobre dez) vigia em rodízio para dar o alarme, se houver perigo à vista” – pg. 89 do citado livro.
     Tem-se aí um exemplo de solidariedade e amor que as pessoas deveriam seguir para o bem de todos. Muitas outras passagens relatava em suas pregações, exortando aos ouvintes para se amarem uns aos outros assim como Cristo os amou. Abençoava os jovens e os doentes com uma pequena cruz, olhando para o céu e rezando: “O Senhor os proteja e livre de todo mal”. Obrigado e até mais...

     Cronista e poeta - colaborador

   Publicado em 22 de junho de 2005 – no Diário de Canoas.



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