sábado, 31 de julho de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - IMAGEM DE PLATÃO DA INTERNET - WIKIPÉDIA - enciclopédia livre

Rio Nilo



Platão




FORMA DE GOVERNO NA ANTIGÜIDADE; ATENAS E PLATÃO...

IALMAR PIO SCHNEIDER

Ao que parece o homem surgiu na face da terra há cerca de 100.000 anos atrás, mas só se conhecem seus vestígios de civilização de uns 4.000 anos para cá. Realmente, os primeiros aglomerados humanos, segundo tudo indica, nasceram na Baixa-Mesopotâmia irrigada pelos Rios Tigre e Eufrates e no Egito irrigado pelo Rio Nilo. O primeiro código de que se teve notícia foi o de Hamurábi que data de 1.800 A.C., aproximadamente. No início, os homens eram nômades; todavia, aos poucos, foram se fixando à terra através da agricultura e domesticação dos animais. De fato, as terras que eram arenosas foram sendo irrigadas pelo Rio Nilo, que é uma dádiva de Deus para o Egito e possui até ½ m. de fertilidade.
Depois os homens foram se agrupando e surgia o chefe do bando com características superiores de liderança. Mais tarde, do chefe veio o rei que detinha todo poder, considerado como Deus ou até, digo, senão filho de Deus.
A primeira forma de governo foi a monarquia existente então no Egito, Babilônia, Impérios Babilônicos, Assírios, Caldeus, etc.
No Egito o soberano era o Faraó, (senhor de duas casas, uma no Mediterrâneo e outra na África Setentrional). Segundo se sabe através dos hieróglifos, escrita egípcia decifrada por Champollion, o faraó que uniu as dinastias foi Menés I. O faraó era considerado um Deus no Egipto, ou filho de Deus. Os egípcios tinham diversos deuses: O Rio Nilo, era deus; Osíres, era deus; o boi Ápis era deus; o gato era deus, etc.
Pelo visto, a forma de governo característica dos antigos impérios foi a monarquia.
Atenas, cidade grega nascida mais ou menos no século IX A.C., possuía uma organização política e social peculiar. Inicialmente foi monarquia, passando depois a aristocracia, à república e até tirania, conhecendo assim todas as formas de governo. Um dos primeiros legisladores foi Dracon, cujas leis eram muito severas, pois puniam as mínimas faltas com os máximos castigos.
Surgiu depois Solon que foi o verdadeiro legislador de Atenas, abrandando as leis em todos os sentidos, dando uma característica de igualdade ao povo ateniense. Péricles foi o mais notável dirigente ateniense e o século IV A.C. ficou conhecido como o século de Péricles. Nessa época floresceram as mais brilhantes culturas do mundo grego antigo: Sócrates, Platão, Aristóteles, Fídias, etc.
As classes sociais eram divididas em: eupátridas, indivíduos da nobreza, filhos de bom berço, a quem eram dadas prerrogativas de mando; vinham depois os metecos, que eram estrangeiros ou filhos de outras partes da Grécia; dedicavam-se ao artesanato, pequena indústria e comércio; depois vinham os escravos que trabalhavam para seus senhores e eram a maioria.
Assim floresceu Atenas, que tantos ensinamentos nos trouxe através dos mais variados conhecimentos humanos.
Tendo sido um dos dois mais importantes escritores políticos da Grécia clássica, juntamente com Aristóteles, foi o primeiro dentre os autores da antigüidade que admitia a existência de um Deus único, criador do universo e pai da humanidade, o filósofo Platão em seus escritos: “O Político”; “A República”; e “As Leis”; concebia o ideal da sociedade política da seguinte forma: O Governo deveria ser exercido pelos sábios, filósofos, descendentes da classe nobre.
Dividia os homens em “os de alma de ouro”: os bem dotados capazes de governar; “os de alma de bronze”: os destinados a serem guardiães, soldados; e “os de alma de ferro”: os trabalhadores, os lavradores, etc.
O Governo poderia ser até uma monarquia, contudo que fosse exercido por um sábio. A propriedade seria do Estado, bem como as pessoas desde a mais tenra idade para não se apegarem aos pais. Defendia uma espécie de comunismo. No entanto, o que pretendia era inconcebível; foi, por assim dizer, um sonhador.
__________________________________
Bacharel em Direito e cronista
Publicado em 25 de julho de 2001 - no Diário de Canoas.




sexta-feira, 30 de julho de 2010

SONETO de IALMAR PIO - ANIVERSÁRIO DO POETA MARIO QUINTANA em 30.7 - IMAGEM: foto da Internet



Homenagem ao poeta maior Mario Quintana, pela passagem do seu aniversário de nascimento, que ocorre hoje, dia 30 de julho.


***


SONETO II A MÁRIO QUINTANA - 6.6.2010


Velho Mário Quintana, quando o leio,

vem-me à memória os mágicos encantos

que deixava nos versos de permeio,

ao discorrer sobre o Baú de Espantos...


Os poemas que vivem grande anseio

de mitigarem os sentidos prantos,

daqueles que buscando o devaneio,

esquecem suas mágoas nestes cantos...


Também possuo a mala de segredos

em que guardo as saudades dos idílios

que tristemente foram sem enredos...


E sempre vão ficar nas fantasias,

embora emurchecidos e sem brilhos,

que extravaso cantando nas poesias...




terça-feira, 27 de julho de 2010

CRÔNICA DE IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET



DIREITOS DA CRIANÇA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Muito se tem falado sobre os direitos da criança, ultimamente. Também não é para menos, em vista dos acontecimentos trágicos que envolveram a FEBEM, tanto em Porto Alegre como em São Paulo. Até houve quem escreveu, defendendo que se o Governo destinasse as verbas vultosas que despende neste setor, aos religiosos em geral para educarem os jovens infratores ou não, é provável que se conseguissem resultados mais eficazes e duradouros. No entanto, tudo é polêmico e discutível, pois o problema requer uma solução correta e não paliativos sem consistência.
Outros opinam no sentido de que os adolescentes devam trabalhar mais cedo e não permanecerem pelas ruas, abandonados e expostos aos riscos inevitáveis de convívio marginal. Aqui verifica-se que a causa fundamental desse perigo é a desintegração da família e a falta de perspectivas de milhares de desempregados entregues à doença do alcoolismo e que transferem aos filhos seus desequilíbrios. Enquanto não houver uma educação de base, alicerçando a cultura dessas pessoas, continuará existindo um círculo vicioso qual um moto-contínuo funcionando indefinidamente. Há que se cortar a corrente; e o caminho para isto, acreditamos, é a educação e o trabalho adequados.
Ao procurarmos escrever sobre tema tão importante, sentimo-nos sob uma carga de responsabilidade das mais acentuadas. Se por um lado não é fácil discorrer a respeito do assunto, de outro, encontramos ânimo para fazê-lo, em vista de que fomos crianças e do que deveremos legar a nossos filhos.
Como principal direito da criança podemos colocar o da vida, sem o qual os outros não poderão existir. Sem dúvida, ao nascer, ela deverá ter todas as condições de sobrevivência a fim de que se desenvolva naturalmente.
Em seguida, passemos ao direito de alimentação sadia, incluindo agasalho e abrigo satisfatórios, para que não venha a carecer destes elementos, e, por falta deles, até a perecer na tenra idade como é o caso da mortalidade infantil que ocorre em certas regiões do mundo.
Depois, chegamos à recreação da primeira infância, acompanhada do carinho dos pais e familiares. Aí, então, a criança aprende a amar, o que é deveras salutar na formação do ser humano.
Por último, dentro dos limites destas notas, colocaremos o direito à educação. É necessário que a criança se prepare para enfrentar o mundo que a espera.
_______________________________
Poeta e cronista
Publicado em 15 de janeiro de 2000 - no Diário de Canoas.

http://www.jornalnh.com.br/site/interativo/minhas_cronicas,canal-5,ed-90,ct-452.htm
EM 27.07.2010

domingo, 25 de julho de 2010

TEXTO E IMAGEM DA WIKIPÉDIA - enciclopédia livre - SONETO DE IALMAR PIO


Em 18 de julho de 1824 chegou a Porto Alegre a primeira leva de 39 imigrantes alemães, depois de passarem pelo Rio de Janeiro, onde eram recebidos e distribuídos pelo Monsenhor Miranda. Foram então enviados para a desativada Real Feitoria do Linho Cânhamo, localizada à margem esquerda do Rio dos Sinos, onde chegaram em 25 de Julho de 1824.

SONETO de IALMAR PIO SCHNEIDER em HOMENAGEM AO DIA DO IMIGRANTE: 25 de julho.


Bem sei que ali chegaram os Schneider,

que vieram da Alemanha para amar

um magno Novo-Mundo a desvendar,

onde encontrassem a prosperidade...


Trouxeram seu amor e na saudade

ficou a Velha Pátria de Além-Mar

e todos construíram novo lar

aqui no solo da felicidade...


Tenhamos para sempre em nossa vida,

juntamente com os outros imigrantes,

a doce paz que invade os corações.


A todos a coragem na subida

que leva aos píncaros mais inebriantes,

e vencendo, cultuar as tradições !...





Fonte do texto de cima e da imagem: VIKIPÉDIA – a enciclopédia livre

Pintura retratando a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao Rio Grande do Sul, em 1824.

sábado, 24 de julho de 2010

CRÔNICA DE ANIVERSÁRIO DA CASA DO POETA RIO-GRANDENSE (24.7.1964) - FOTO DA INTERNET

Nelson Nilo da Lenita Fachinelli

O FUNDADOR DE CASAS DO POETA
In Memoriam a Nelson da Lenita Fachinelli

IALMAR PIO SCHNEIDER

Foi lá pelos idos de 1982 que conheci o poeta e literato, Nelson da Lenita Fachinelli, o vulgo “operário das letras”, que por muitos anos preside e carrega em seus ombros o encargo de manter viva e atuante a Casa do Poeta-Rio-Grandense, cuja fundação nos remete ao longínquo 24 de julho de 1964. Residia por aquela época, o nobre companheiro, no Bairro Cristal, na rua Dr. Campos Velho, a “faixa preta”, ainda tão citada hoje em dia. Lembro-me que fui de táxi e ele me disse depois que não precisava fazê-lo por este meio de transporte, porque passavam por ali lotações e ônibus. Em todo caso não havia me dado conta disto e agradeci-lhe a informação. Bem que eu poderia ter economizado uns cobres.
Naquele distante ano participei pela primeira vez de uma antologia organizada por ele, Trovadores do Rio Grande do Sul, de que participavam também outros nove consagrados poetas e que lançamos na Feira do Livro de Porto Alegre, em 13 de novembro de 1982. Foram dezesseis trovas, sendo a primeira: A trova é o verso que nasce/ de um coração sonhador;/ fica estampada na face/ de quem vive um grande amor !
E a última, ou seja a décima sexta, diz: O vento leva o meu verso,/ - afinal nada o detém -/ pelos confins do Universo/ e pra quem me queira bem.
O que me leva a prestar esta homenagem é o sonetista que ele também demonstrou ser, notadamente pelos dois sonetos a seguir: “UM ROSTO DE MULHER--Nelson Fachinelli/Hoje estive relendo comovido,/as cartas que você mandou-me outrora/quando ainda sentia-me iludido/por quimeras que o tempo jogou fora.//É mesmo assim a vida... o tempo ido/não há aquele ser que não o chora,/embora o coração, nele ferido/tenha sofrido mágoas, hora a hora.//Nosso romance que durou tão pouco,/mas quase fez de mim um triste louco/teve bem um desfecho inacabado.//Por isso, que prossigo procurando/achar nas que, por mim, vivem passando,/um rosto de mulher, do meu passado !”
E este outro, místico e em que lembra as reuniões do Cafezinho Poético, no Restaurante Dona Maria, na José Montauri, de tão saudosa memória: “QUANDO A MORTE CHEGAR...Nelson Fachinelli--/Quando a morte chegar em meu árduo caminho,/que venha sem alarde, sorrateiramente:/de olhos abertos vou aguardá-la, com carinho/como aquele que espera a amada, longamente...//Quando a morte surgir... hei de ir tão sozinho/tal como vim ao mundo - voluntariamente./Vou partir sem lamúria, bem devagarinho/como quem sabe que vai voltar novamente...//Quando eu me for... não quero, por favor, tristeza./Eu auguro uma longa ronda de beleza,/de quentes cafezinhos, poemas e canções.//Aos que eu feri, perdão, rogo por meus pecados,/aos que meu mal quiseram, estão perdoados,/pois só deve reinar Amor nos corações !”
Mas esta é uma minúscula faceta do dinâmico poeta e trovador que tem se esmerado na fundação de diversas Casas de Poetas no Estado, inclusive há pouco tempo em nossa cidade de Canoas, juntamente com a presidente Maria Santos Rigo, batalhadora incansável na divulgação da cultura. Uma de suas trovas do livro Cantigas de Amor e Paz, diz o seguinte: “Sou herdeiro de Esperança/ num mundo que não é meu:/ - a minha única herança/ é a vida que Deus me deu !” Ele assim se considera...
Sua figura característica, percorrendo as ruas a carregar uma pasta e uma sacola de livros e convites e avisos, lembra um Dom Quixote enfrentando os moinhos de vento, a passear seu ideal aventureiro. Dir-se-ia um Cavaleiro Andante.
_________________________________________________
Poeta e cronista - E-mail: menestrel@brturbo.com
Publicado no Diário de Canoas - RS, na época.



quinta-feira, 22 de julho de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET


M I N H A F L A U T A

Ialmar Pio Schneider

Meu pai me deu uma flauta pequenina
nascida de uma cana de taquara,
e andei tocando para uma menina
amorosas sonatas que inventara.

E desde aquelas horas, cristalina
trilou minh’alma numa voz preclara,
cheia de afeto pela mais divina
das criaturas por quem me apaixonara.

Um dia ela partiu , foi embora
sem nada me dizer, sem despedida...
Quando soube, chorei; era menino...

Hoje a saudade vem e desarvora
meus anseios de amor por toda a vida,
e penso nela... Qual o seu destino?!...

SOLEDADE (RS) - 30.05.65


Publicado no jornal “O PALADINO” Soledade (RS).

quarta-feira, 21 de julho de 2010

CRÔNICA - FALECIMENTO DO PADRE JOÃO BATISTA REUS - IMAGEM DA INTERNET



Ocorre-me que hoje é o dia do falecimento do Padre João Batista Reus ,(Pottenstein, Baviera, 10 de julho de 1868São Leopoldo, 21 de julho de 1947) que foi um religioso teuto-brasileiro) e algumas vezes, quando residia em Canoas, visitávamos seu túmulo em São Leopoldo e assistíamos à missa. Também comprávamos lembrancinhas e terços para colocar no espelhinho do carro.
Muitas pessoas sempre vão ao Santuário para pagar promessas e orar. Deve ser lembrado pelas muitas graças que são alcançadas. É uma simples lembrança que presto à sua alma e invocando a sua bênção a todos nós, seus devotos.


http://ial123.blog.terra.com.br/
em 10.07.2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

#comment-form

#comment-form

SONETO DE IALMAR PIO - AQUARELA DE ÂNGELA PONSI - Dia Internacional da Amizade

Aquarela A Bailarina de Ângela Ponsi

SONETO - em 23.05.2010 - Tristeza - Porto Alegre - RS


Não precisas me amar como te amo,

basta que seja cândida amizade

nosso conhecimento, a flor no ramo

que cultivamos fulge em nossa herdade !


Enfrentemos, assim, a realidade

neste fervor que em alta voz proclamo,

sabendo, embora, que a felicidade,

se não tive-a, também não a reclamo.


Se foi uma das minhas esperanças,

tua presença nesta caminhada,

só quero amar como amam as crianças...


Assim vai ser melhor ao meu tormento,

quando este devaneio der em nada

e dissipar-se ao sussurrar do vento...





segunda-feira, 19 de julho de 2010

CRÔNICA - DATA DE NASCIMENTO DO ESCRITOR - 19.7 - IMAGEM DA INTERNET

A. J. Cronin

O SAUDOSO ROMANCISTA A . J. CRONIN E SUAS OBRAS SEMPRE ATUAIS

IALMAR PIO SCHNEIDER

Um dos escritores mais interessante que já tive a oportunidade de ler, foi sem dúvida, o célebre médico e romancista escocês A. J. Cronin (Archibald Joseph), que nasceu a 19 de julho de 1896, em Cardross, Dumbartoshire, Escócia, filho único de Patrick Cronin e Jessie Montgomerie. Faleceu no dia 6 de janeiro de 1981, na Suíça, para onde se transferira em 1955. O primeiro dos seus livros que li foi A Cidadela, e isto há muitos anos. Trata-se da história de um médico que provocou a manifestação do Parlamento Inglês no sentido de proibir a circulação do livro, uma vez que o romance foi considerado um “tremendo libelo contra a mercantilização da Medicina”. Diga-se que encerrava passagens autobiográficas do autor e foi a consagração definitiva de sua carreira literária.
Depois vieram os livros que fui lendo ao longo do tempo e foram As Chaves do Reino, Sob a Luz das Estrelas, Noites de Vigília, Pelos Caminhos de Minha Vida, Um Erro Judiciário, etc. Mas ele escreveu mais de 20 romances.
Terminei de ler por esses dias a sua primeira obra O Castelo do Homem sem Alma ( A Família Brodie), tradução de Rachel de Queiroz, que constitui um drama vivido em um lar que poderia ser feliz, porém, cuja imposição de um pai autoritário transformou em um inferno. Quando publicou este romance, escrito em apenas 3 meses em uma granja onde foi recuperar a saúde abalada por excesso de trabalho, obteve um grande êxito na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Foi adaptado ao teatro e ao cinema.
“Sua obra já foi traduzida em quase todos os países, e no Brasil foi bem recebida pela crítica. O ensaísta e professor Genolino Amado, grande conhecedor de Literatura, especialmente da inglesa, a propósito de A Cidadela afirma: “... Um novo, intenso e singular novelista surgira na Inglaterra, trazendo na sua vocação criadora essa mescla de patético e de humour, de imaginação surpreendente e de observação direta da realidade cotidiana, tão marcada e típica nos escritores de sangue escocês.””
Outras opiniões de escritores brasileiros sobre a obra de Cronin: “É extraordinário que certa crítica, que tanto se comoveu com o superficial teosofismo de Charles Morgan em Fountain, persista em desconhecer o poeta e pensador destes dois romances admiráveis (As Chaves do Reino e Três Amores). Destes dois romances verdadeiramente singulares, pela sua força de vida e pelo seu significado de espírito na massa da produção intelectual hodierna, tão desprovida do senso da profundidade, como só o entendem os que sabem que Deus existe...” - Tasso da Silveira (in o Diário, B. Horizonte)
“O autor de As Chaves do Reino é o mesmo de A Cidadela, A . J. Cronin. E este seu novo romance não é menos interessante do que o outro. Nem podia ser: Cronin tem o gênio do romance. Quero dizer, o segredo de surpreender a vida nos seus momentos mais dramáticos de expressão. O segredo de condensar toda uma situação psicológica num gesto, numa atitude, numa palavra, às vezes num silêncio. De ir além da superfície sem mistério nenhum dos homens e das coisas como são ordinariamente vistas. E ir a essas profundidades sem torturas de análise, sem usar escafandro, sem ele mesmo fazer-se antes um personagem de aventura para o leitor.” - Olívio Montenegro ( in Diário de Pernambuco, Recife)
“Cronin é inegavelmente um grande romancista, Católico, nos seus livros passa o sopro suave da caridade cristã, que ressalta ao contraste da sua ausência. Quem não leu A Cidadela e Noites de Vigília, e não sentiu esse espírito de caridade? – Mas o escritor é um realista, no bom sentido. Faz seus romances sobre a vida. As Chaves do Reino é um grande livro.” – Padre Negromonte ( in O Diário, B. Horizonte)
O que me atrai neste autor é sua maneira magistral de organizar a trama de seus romances, e ainda toda a experiência adquirida no exercício da Medicina que imprime em suas páginas um sentido humanitário.

Cronista colaborador

Publicado em 25 de maio de 2005 – no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/

CRÔNICA - DATA DE NASCIMENTO DO ESCRITOR - 19.7 - IMAGEM DA INTERNET

A. J. Cronin
O SAUDOSO ROMANCISTA A . J. CRONIN E SUAS OBRAS SEMPRE ATUAIS

IALMAR PIO SCHNEIDER

Um dos escritores mais interessante que já tive a oportunidade de ler, foi sem dúvida, o célebre médico e romancista escocês A. J. Cronin (Archibald Joseph), que nasceu a 19 de julho de 1896, em Cardross, Dumbartoshire, Escócia, filho único de Patrick Cronin e Jessie Montgomerie. Faleceu no dia 6 de janeiro de 1981, na Suíça, para onde se transferira em 1955. O primeiro dos seus livros que li foi A Cidadela, e isto há muitos anos. Trata-se da história de um médico que provocou a manifestação do Parlamento Inglês no sentido de proibir a circulação do livro, uma vez que o romance foi considerado um “tremendo libelo contra a mercantilização da Medicina”. Diga-se que encerrava passagens autobiográficas do autor e foi a consagração definitiva de sua carreira literária.
Depois vieram os livros que fui lendo ao longo do tempo e foram As Chaves do Reino, Sob a Luz das Estrelas, Noites de Vigília, Pelos Caminhos de Minha Vida, Um Erro Judiciário, etc. Mas ele escreveu mais de 20 romances.
Terminei de ler por esses dias a sua primeira obra O Castelo do Homem sem Alma ( A Família Brodie), tradução de Rachel de Queiroz, que constitui um drama vivido em um lar que poderia ser feliz, porém, cuja imposição de um pai autoritário transformou em um inferno. Quando publicou este romance, escrito em apenas 3 meses em uma granja onde foi recuperar a saúde abalada por excesso de trabalho, obteve um grande êxito na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Foi adaptado ao teatro e ao cinema.
“Sua obra já foi traduzida em quase todos os países, e no Brasil foi bem recebida pela crítica. O ensaísta e professor Genolino Amado, grande conhecedor de Literatura, especialmente da inglesa, a propósito de A Cidadela afirma: “... Um novo, intenso e singular novelista surgira na Inglaterra, trazendo na sua vocação criadora essa mescla de patético e de humour, de imaginação surpreendente e de observação direta da realidade cotidiana, tão marcada e típica nos escritores de sangue escocês.””
Outras opiniões de escritores brasileiros sobre a obra de Cronin: “É extraordinário que certa crítica, que tanto se comoveu com o superficial teosofismo de Charles Morgan em Fountain, persista em desconhecer o poeta e pensador destes dois romances admiráveis (As Chaves do Reino e Três Amores). Destes dois romances verdadeiramente singulares, pela sua força de vida e pelo seu significado de espírito na massa da produção intelectual hodierna, tão desprovida do senso da profundidade, como só o entendem os que sabem que Deus existe...” - Tasso da Silveira (in o Diário, B. Horizonte)
“O autor de As Chaves do Reino é o mesmo de A Cidadela, A . J. Cronin. E este seu novo romance não é menos interessante do que o outro. Nem podia ser: Cronin tem o gênio do romance. Quero dizer, o segredo de surpreender a vida nos seus momentos mais dramáticos de expressão. O segredo de condensar toda uma situação psicológica num gesto, numa atitude, numa palavra, às vezes num silêncio. De ir além da superfície sem mistério nenhum dos homens e das coisas como são ordinariamente vistas. E ir a essas profundidades sem torturas de análise, sem usar escafandro, sem ele mesmo fazer-se antes um personagem de aventura para o leitor.” - Olívio Montenegro ( in Diário de Pernambuco, Recife)
“Cronin é inegavelmente um grande romancista, Católico, nos seus livros passa o sopro suave da caridade cristã, que ressalta ao contraste da sua ausência. Quem não leu A Cidadela e Noites de Vigília, e não sentiu esse espírito de caridade? – Mas o escritor é um realista, no bom sentido. Faz seus romances sobre a vida. As Chaves do Reino é um grande livro.” – Padre Negromonte ( in O Diário, B. Horizonte)
O que me atrai neste autor é sua maneira magistral de organizar a trama de seus romances, e ainda toda a experiência adquirida no exercício da Medicina que imprime em suas páginas um sentido humanitário.

Cronista colaborador

Publicado em 25 de maio de 2005 – no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/



sábado, 17 de julho de 2010

DIA DO TROVADOR em 18 de JULHO - TROVAS de IALMAR PIO - AQUARELA de ÂNGELA PONSI - TELA releitura de GLAUCIA SCHERER - IMAGENS DA INTERNET

TROVAS PARA O DIA DO TROVADOR - 18 DE JULHO

Aquarela de Ângela Ponsi


J. G. de Araújo Jorge

Luiz Otávio
TROVA VENCEDORA de Ialmar Pio Schneider -Tema: FLORAIS - concurso interno da UBT - Porto Alegre - RS


Luiz Otávio e J. G.,

dois trovadores legais,

criaram para você

os nossos Jogos Florais !


***********************


Tela Releitura de Glaucia Scherer



Trovador - Poeta da Língua de oc que cultuava a poesia lírica nos séculos XI a XIV; ... 18 de julho, dia do nascimento de Luiz Otávio, como DIA DO TROVADOR. ...www.borkenhagen.net/efemerides/trovador.htm -


"A Trova tomou-me inteiro,
tão amada e repetida,
que agora traça o roteiro
das horas da minha vida!..."

Luiz Otávio
UBT Rio de Janeiro-RJ
1967-1969


*************************

Trovas de Ialmar Pio Schneider:

De manhã cedo levanto
E ao Senhor dos Céus imploro,
Que me ajude quando canto
E me console se choro...

1
Seresteiro e trovador
ambos têm equivalência:
porque os dois fazem do amor
o motivo da existência.
2
O poeta é um visionário,
mas quanta verdade encerra;
mesmo sendo um solitário
ele abrange toda a Terra...
3
Na cadência de uma trova
vou embalar meu desejo.
Minha vida se renova
quando te abraço e te beijo.
4
As trovas que a gente escreve,
mesmo que sejam banais,
é um pouco da vida breve
que não volta nunca mais...
5
Andei por longos caminhos
e me assaltou a saudade,
que longe dos teus carinhos
não tenho felicidade.
6
Tem trovas que a gente diz,
tem outras que a gente lê,
e pra mim a mais feliz
é a que fala de você...





************************

Imagens da Internet










sexta-feira, 16 de julho de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - Imagem da Internet

Serenata


O SAUDOSISTA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Ninguém está livre de sentir saudades, principalmente quando se lembra de um passado mais ameno, e não perigoso como o presente, cheio de apreensões para não ser assaltado a qualquer hora do dia ou da noite.
Andava-se pelas ruas, às vezes até alta madrugada, apreciando a lua e as estrelas, participando de serenatas com tranqüilidade. Diversas famílias sentavam-se em frente de suas casas a fim de “aproveitar a fresca da noite”. As crianças corriam, brincando de se pegar ou de se esconder, mas isto até mais ou menos às 21 horas e então se recolhiam. Os boêmios, esses sim, saíam mais tarde e continuavam sua ronda.
Não havia naquela época, tantas grades cercando as residências, nem cachorros ferozes pelos pátios, mas apenas cães mansos que serviam de companhia. A vida era, por assim dizer, muito mais romântica e menos atribulada do que hoje em dia.
Os rios não eram ainda poluídos e tomava-se banho às suas margens, adentrando-se em suas águas até onde desse pé. Evitavam-se os lugares mais profundos, nos chamados poços traiçoeiros, mesmo sabendo-se nadar. Eram as praias de água doce de minha infância, quando também saía a pescar lambaris, mas não com alfinetes, nunca o consegui por não ter o fisgo e sim com anzoizinhos próprios que conseguia no armazém de meu pai, lá na saudosa e distante vila natal.
Não quero aqui tratar do saudosismo do poeta português Teixeira de Pascoais, “no artigo Renascença, publicado em 1912 na revista do Porto, A Águia, órgão da associação A Renascença Portuguesa. O poeta definia a saudade como a velha lembrança gerando o novo desejo, considerando tal concepção essencial para uma Renascença portuguesa que fizesse das glórias do passado o elemento vitalizante da conduta a ser seguida pelas novas gerações. Raul Proença e Antônio Sérgio, que faziam parte da Renascença Portuguesa, discordaram de que Teixeira de Pascoais apresentasse o saudosismo não como concepção individual sua, mas como doutrina, de todo o grupo, sendo, por esse motivo, considerados sócios dissidentes da agremiação” - “ENCICLOPÉDIA BRASILEIRA MÉRITO - VOLUME 18, pág. 41”, embora eu mesmo tenha composto um soneto, como segue: “SAUDOSISTA” - “Tu me acusas de eu ser um saudosista / a viver relembrando amores idos / como queres que assim deles desista / se foram, afinal, apetecidos? // E viverão comigo enquanto exista / saudade dos momentos bem vividos, / representando sonhos de conquista / oh! como poderão ser esquecidos?! // É meu dever querer-te sempre mais, / mas os direitos devem ser iguais / para que nunca Amor haja conflito. // A acusação que sai da tua boca / só te transtorna, tu pareces louca ! / Aquilo que houve outrora está prescrito...” “Canoas, 20.11.1982”, - que consta de meu livro “POESIAS ESPARSAS REUNIDAS”, a ser lançado oportuna e brevemente na banca dos autores canoenses da Fundação Cultural de Canoas, na Feira do Livro.
As minhas lembranças reportam-se a um tempo em que “a gente era feliz e não sabia”, não pretendendo formar escola, nem tampouco esgotar o assunto. Cada qual vive a sua vida e a sua época !...
______________________________
Poeta e cronista
Publicado em 24 de junho de 2000 - no Diário de Canoas.
http://ial123.blog.terra.com.br/

quinta-feira, 15 de julho de 2010

SONETO - Homenagem póstuma - falecimento do poeta - imagem da Internet



SONETO A ALPHONSUS DE GUIMARAENS – poeta simbolista

Ialmar Pio Schneider

Por alguns anos li os versos graves
do vate simbolista de Mariana,
que louvando Nossa Senhora e as aves,
legou-nos uma obra soberana...

E tanta mística o seu estro emana
em cânticos simbólicos, suaves,
como se orassem pela turba humana,
clamando a Deus a luz para os entraves...

Mirando a lua nova que ora cai
além do rio-lago, quando vai
descendo em meio a longa escuridão;

“o sino chora em lúgubres responsos”,
clamando “Pobre Alphonsus ! Pobre Alphonsus !”,
em ritmo de simbólica oração !...

Porto Alegre, RS, Tristeza – em frente ao Rio-lago Guaíba,
após o pôr-do-sol e a lua descendo.
às 21h10min. de 14.07.2010


***

Alphonsus de Guimaraens ficou conhecido como o místico

de Mariana - MG, devido ao caráter dos seus versos.

1921 - 15 de julho: morre subitamente em Mariana - MG,

na casa 11 da Rua Direita, onde morava. A 24 completaria

51 anos de idade.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Dia da Liberdade de Pensamento (14 de Julho)



LIBERDADE DE PENSAMENTO


IALMAR PIO SCHNEIDER


Constitui-se em assunto relevante e, ao mesmo tempo, há necessidade de atentar-se para o bom senso a fim de não lançar-se um travesseiro de penas do alto de uma torre e que depois torna-se impossível reuni-las todas de volta. Sem desejar influir no pensamento dos outros e também declinar nomes, tenho assistido a algumas declarações que depois não se comprovam, o que deixa uma vítima à mercê da execração popular. Há poucos dias ouvi um parlamentar queixando-se de que como poderia agora fazer para limpar seu nome, tendo sido atingido por injunções caluniosas. Mas nem por isto, deve-se fazer ouvidos moucos ao que existe de podre pairando pelo ar, ou: "Há algo de podre no país da Dinamarca." Something is rotten in the state of Denmark. - Shakespeare (1564-1616), Hamlet, Ato I. - Palavras de Marcelo. - cfe. Dicionário Universal de Citações de Paulo Rónai - pg. 171. - Ed. Círculo do Livro. Já escrevia o nosso grande Rui Barbosa (1849-1923), Orações do Apóstolo: "A democracia... não existe entre nós senão nominalmente, porque as forças populares, pela incapacidade relativa em que as coloca a ausência de sistema de educação nacional, estão de fato mais ou menos excluídas do governo." idem, idem - pg. 244. Quero crer, no entanto, que não seja hoje assim, não obstante a situação atual, em vista de o governo vir da classe operária sempre tão explorada monetariamente.


***************

Imagem da queda da Bastilha na Revolução Francesa em 14.7.1789


terça-feira, 13 de julho de 2010

POEMA de IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET


S E R E N A T A

Ialmar Pio Schneider

Flauta, violino, bandolim unidos
dentro da noite soltam seus gemidos
no ardor sonoro de uma serenata;
e a lua lá no céu já se desata,
em claridade lânguida e tristonha,
alvinitente como uma cegonha...

Oh! tudo envolto em música e ternura...
A terra nos parece até mais pura
em tais momentos de sublime encanto.
Foge a tristeza, não existe pranto;
apenas nasce uma esperança vaga
e a nossa vida num amor naufraga.

A serenata branda continua:
- Flauta, Violino, Bandolim e Lua...

Pág. 11 - O TIMONEIRO - CANOAS(RS),18.2.83

http://ial123.blog.terra.com.br/
EM 20.05.2009
http://ialmar.pio.schneider.zip.net/
EM 12.06.2009

segunda-feira, 12 de julho de 2010

CRÔNICA e SONETO PARA PABLO NERUDA - homenagem póstuma - nascimento 12.7.1904

Pablo Neruda - foto da Internet


CRÔNICA E SONETO A PABLO NERUDA

Ialmar Pio Schneider

Ao transcorrer a data de aniversário do nascimento de um dos maiores poetas, senão o maior, da América do Sul, fiz-lhe o soneto abaixo, que ora transcrevo. Começou ainda jovem a compor seus poemas de um lirismo a toda prova e ao longo dos anos se dedicou também à política, visando os menos favorecidos como foi a história da sua vida. Lembro-me de uma passagem em que ele fala que o piano de sua infância foi o barulho que as goteiras faziam ao cair nas vasilhas que sua mãe colocava para receber a água que caía dentro de casa. Diz ele que aquelas notas o acompanharam, caindo sobre o seu coração e sobre a sua poesia.
Em 21 de outubro é escolhido ganhador do "Prêmio Nobel de Literatura", viajando a Estocolmo para recebê-lo das mãos do monarca sueco, em 1971.
E no 2º terceto do seu soneto XXIX, conclui: “Eres del pobre Sur, de donde viene mi alma: / en su cielo tu madre sigue lavando ropa/ con mi madre. Por eso te escogí, compañera”.

Eis o soneto:

SONETO PARA PABLO NERUDA – homenagem póstuma

Ialmar Pio

Li seus Poemas e a Canção Desesperada,
há quantos anos, quando enfrentei a paixão
que invadiu minh´alma e não fiz quase nada,
porque não contrariei a voz do coração...

E fui andando... andando e a vida abandonada,
às vezes me deixou na dor da solidão,
pensando na mulher que fora minha amada
e que só meu causou uma desilusão...

Quem pôde cantar tanto, ainda sendo moço,
em plena juventude, os cânticos de amor
que senti produzir o maior alvoroço

no peito varonil onde o sonho não muda?!
O Poeta Genial, de saudades e dor,
produzindo poesia... O irmão Pablo Neruda !

Porto Alegre, RS, Tristeza
em 12/07/2010 – às 9h43min. –

domingo, 11 de julho de 2010

CRÔNICA LITERÁRIA - POR OCASIÃO DA DATA DE NASCIMENTO DE LUIS DE GÓNGORA

Luis de Góngora retratado por Diego Velázquez.



O GONGORISMO E EU

IALMAR PIO SCHNEIDER

Qualquer assunto dá uma crônica. Mas é necessário desenvolver o tema com certo desembaraço. Tenho lido alguns textos em diversos periódicos cuja compreensão dos mesmos se me torna difícil, quase impossível, tão cifrados se apresentam. São verdadeiros desabafos subjetivos. Nem vou dizer que eu também não o faça. Procuro, todavia, ser o mais direto e objetivo que possa. Pode-se dizer que se trata de uma escrita gongórica, ou seja, rebuscada, afetada. Vem do “Gongorismo” que foi uma Escola Literária do século XVII, fundada pelo poeta espanhol Luiz de Gôngora, caracterizada pelo estilo enredado, pelo abuso da metáfora, da antítese e do trocadilho”, conforme página 390 do Dicionário da Língua Portuguesa, organizado e revisado pelos professores Francisco Fernandes, Celso Pedro Luft, F. Marques Guimarães – 30ª ed. – São Paulo – Globo, 1993.
Certa noite, lá pelos idos de 1982, - lembro com alguma nostalgia – compus um soneto a que chamei “Consolação – Os meus versos não servem mais pra nada;/ quero jogá-los fora, pobres versos,/ foram meus companheiros de jornada/ nos momentos felizes ou adversos !// Muitos escritos pela madrugada,/ tristes soluços na paixão imersos/ parecem uma história inacabada/ com fragmentos avulsos e dispersos...// Entretanto, por que jogá-los fora? / se nasceram do fundo de minh’alma/ e já não servem pra mais nada agora?!// São versos pobres, versos, enfim, tristes,/ mas fazem que eu mantenha a minha calma/ e me dizem que tu neles existes...”
Esta poesia consta do meu livro Poesias Esparsas Reunidas e a considero como sendo bem compreensível. Já neste outro poema: “Modelo – Não rompo o verbo/ para não ferir a palavra/ Quem simplifica reparte/ Se fujo do contratempo/ me deparo com o muro de pedras/ Sigo um caminho de curvas/ sem retorno/ Altos e baixos encontro e transponho/ Não adjetivo para não colorir o verso/ Procuro poetar sem subterfúgios/ assim me concretizo.” – quis expressar-me de maneira mais figurativa. Penso que todas as formas são válidas, basta que o leitor se identifique, como já escreveu nosso escritor, um dos maiores romancistas, Dyonelio Machado: “Os poetas são os intérpretes das emoções humanas, - suas e alheias...”
Às vezes me acontece de estar lendo um texto cujo assunto não me leva a lugar nenhum, mas sempre o subconsciente retém alguns resquícios de idéias que poderão aflorar mais adiante. Dir-se-ia que ficam armazenados.
Recordo-me de um acontecimento bizarro que houve por ocasião de uma exposição de pinturas em Paris. Entre os quadros havia uma tela esquisita, apresentando uns riscos em círculo. Os críticos procuravam analisar a obra inusitada e um dizia que parecia ser um ciclone, outro uma chuva fina e até alguém que pensou em ser uma paisagem lunar. Assim todos foram dando suas opiniões mas ninguém atinava ao certo o que representava aquilo. Mais tarde ficou-se sabendo que se tratava do seguinte: o artista pintor havia mergulhado a rabo de um cavalo na tinta e incitado o animal que espalhou-a sobre a tela. Eis um momento da arte moderna.
Também na poesia quantas vezes me deparo com temas que comportam diversas interpretações, como diria o Conselheiro Acácio, personagem de Eça de Queiroz. Por fim, espero que o leitor me compreenda, apesar de tudo... Até a próxima crônica...
E-mail: menestrel.lobo@terra.com.br

Poeta e cronista
Publicado no Diário de Canoas.

http://ial123.blog.terra.com.br/
em 17.06.2010

sexta-feira, 9 de julho de 2010

CRÔNICA de IALMAR PIO - Imagem da Internet


O INVERNO CHEGOU...

IALMAR PIO SCHNEIDER

Com a chegada do inverno o frio vem bater à nossa porta. Sentimos já os dias mais curtos e as noites mais longas. E todos os anos acontece a mesma coisa, não obstante o rigor de alguns. Este me parece que veio para valer. Tive que apelar para as roupas adequadas, geralmente de lã, assim como cobertores. Para permanecer até altas horas assistindo aos programas de televisão de melhor conteúdo que vão ao ar nesse horário, só é possível com estufa ou ar condicionado, de que tenho me valido. Não vou me queixar disto, pois nasci no Planalto Médio, onde a geada branqueava as coxilhas da minha infância e às vezes nevava e penso que não me acostumaria a viver num clima que sempre fosse o mesmo, tal como o Nordeste. Noto pelos turistas que aportam na região da Serra, esperando o espetáculo da neve, mas que mesmo que não aconteça, sentem-se recompensados pelo clima diferente e a paisagem que apreciam.
Por outro lado, não posso deixar de sentir por aqueles que carecem de roupas quentes e abrigos, pois sendo pobres têm que enfrentar estas dificuldades que os envolvem. Há que se preocupar com as campanhas do agasalho de todos os anos, sem, todavia, não lembrar que “não adianta dar o peixe e sim ensinar a pescar”. A mesma coisa acontece com as enchentes. Digamos que é uma questão de estrutura estatal e educação do povo que vive nas zonas ribeirinhas. Enquanto não existir condições para todos saírem da situação precária em que se encontram, é perda de tempo insistir para que abandonem esses locais inundáveis, pois é como fazer um furo na água. Paira no ar que algo está sendo feito a respeito do assunto. Se todos contribuírem é possível que a situação seja amenizada senão sanada de vez, o que seria uma solução definitiva. Aguardemos.
E por falar nisto, nunca é demais recordar que estamos em ano de eleições, que já se aproximam, e deveremos votar naqueles que demonstrem capacidade para realizar as mudanças necessárias. Se cada um fizer a sua parte é possível que haja mais justiça social.
Escrevendo esta crônica, vem-me à memória, o poema do incomparável Jorge de Lima, Inverno, que sendo nordestino assim o cantou em Novos Poemas: “INVERNO - Zefa, chegou o inverno ! / Formigas de asas e tanajuras ! / Chegou o inverno ! / Lama e mais lama, / chuva e mais chuva, Zefa ! / Vai nascer tudo, Zefa ! / Vai haver verde, / verde do bom, / verde nos galhos, / verde na terra, / verde em ti, Zefa, / que eu quero bem ! / Formigas de asas e tanajuras ! / O rio cheio, / barrigas cheias, / mulheres cheias, Zefa ! / Águas nas locas, /pitus gostosos, /carás, cabojes, / e chuva e mais chuva ! / Vai nascer tudo: / milho, feijão, / até de novo / teu coração, Zefa ! / Formigas de asas e tanajuras ! / Chegou o inverno ! / Chuva e mais chuva ! / Vai casar tudo, / moça e viúva ! / Chegou o inverno ! / Covas bem fundas / pra enterrar cana; / cana caiana e flor de Cuba ! // Terra tão mole / que as enxadas / nela se afundam / com olho e tudo ! / Leite e mais leite / pra requeijões ! / Cargas de imbu ! / Em junho o milho, / milho e canjica / pra São João ! / E tudo isto, Zefa... / E mais gostoso / que isso tudo: / noites de frio, / lá fora o escuro, / lá fora a chuva, / trovão, corisco, / terras caídas, / corgos gemendo, / os caburés gemendo, / os caburés piando, Zefa ! / Os cururus cantando, Zefa ! / Dentro da nossa / casa de palha: / carne de sol / chia nas brasas, / farinha d’água, / café, cigarro, / cachaça, Zefa... / ... rede gemendo... // Tempo gostoso ! / Vai nascer tudo ! / Lá fora chuva, / chuva e mais chuva, / trovão, corisco, / terras caídas / e vento e chuva, / chuva e mais chuva ! / Mas tudo isso, Zefa, / vamos dizer, / só com os poderes / de Jesus Cristo !”
Nota-se a euforia do poeta, cantando o fim da seca e a estação das chuvas a trazer uma certa fartura à sua terra nordestina tão castigada a longo tempo pela estiagem. Por fim o agradecimento...
_______________________________________
Poeta e cronista
Publicado em 10 de julho de 2002 - no Diário de Canoas.
http://ial123.blog.terra.com.br/
EM 25.06.2009

quinta-feira, 8 de julho de 2010

SONETO - data de falecimento em 8.7.1999 - Imagem - Internet



SONETO PARA JAYME CAETANO BRAUN (In Memoriam)


Jayme Caetano Braun quando tu cantas,

eu me quedo silente a te escutar;

em teus poemas de belezas tantas,

encontro o Rio Grande a me falar.


Não posso compreender quem não encantas

no teu nobre e gauchesco linguajar;

sobre as coxilhas quando te levantas

eu vejo um farroupilha em teu lugar.


Primoroso cantor, valente e forte,

sem temor de lutar, de altivo porte

tal qual o lutador galo de rinha


que morre de tortura e não se entrega

e agüenta firme a ríspida refrega,

pois morre sem deixar dobrar a espinha.




quarta-feira, 7 de julho de 2010

CRÔNICA POR OCASIÃO DO FALECIMENTO DE CAZUZA - em 7.7.1990 - IMAGEM DA INTERNET


A VIDA E A ARTE DE CAZUZA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Finalmente, depois que baixou um pouco a poeira, fui assistir ao filme Cazuza – O tempo não para - de Sandra Werneck e Walter Carvalho, no Cine Santander Cultural, conforme a programação Encontro do Público com o Cinema Brasileiro – Ano 2. Digo isto por se tratar de uma película que despertou polêmica junto ao público, e até recebi algumas críticas acerbas de internautas, sendo que uma assim escrevendo, enviou-me uma mensagem de um relato de um pai preocupado: “oi... pessoal, me perdoe quem gosta de Cazuza, mas eu concordo com esse e-mail... estou repassando... leia até o fim... eu acho um absurdo exaltar um cara que levou uma vida leviana e desregrada, com uma mãe submissa às loucuras do filho... e tantas foram essas loucuras que ele hoje está como???????... vivo que não é, e chama isso de exemplo, mostrar pros nossos jovens como levar uma vida idiota e encontrar de prêmio a morte?..... o Brasil tem que parar de criar esses falsos ídolos... exemplo de pessoa pra mim, é o cara que trabalha o mês inteiro pra ganhar um salário de fome e manter uma família... honestamente, claro.... Lírios... Não deixe de ler...”
E aí vem o relato do pai anônimo, extenso por sinal, que se diz preocupado com o que poderá dizer à sua filha adolescente, a fim de convencê-la de que não deve seguir esse exemplo de final tão trágico. De fato, suas alegações são contundentes, externando sua inconformidade com nosso cinema nacional, que em vez de divulgar as realizações de “pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada”. Também alude à falta de autoridade, e condescendência dos pais em não coibirem tanta libertinagem a que se entregou o jovem artista.
Quanto ao filme não vou defendê-lo, nem condená-lo, pois me parece, s.m.j., que a sua história nos mostra uma faca de dois gumes. Se por um lado é um mau exemplo, o que não deixa de ser, também indica um caminho a não seguir, pois, fatalmente, levará ao infortúnio e à morte. Assistindo ao programa do Amaury Jr., na Rede TV, ao entrevistar a cantora Bebel Gilberto, filha de João Gilberto e Miucha – esta irmã de Chico Buarque – ele perguntou-lhe se havia assistido ao filme sobre o Cazuza, ao que ela respondeu que apesar de ter sido contemporânea de Cazuza, a admirar suas letras e músicas, não gostava de ver filmes sobre a vida de artistas. Talvez despistando, pois o assunto foi encerrado sem mais delongas e passou-se para outras coisas de sua carreira.
Tempos atrás, lendo o livro Vinícius de Moraes – o Poeta da Paixão – uma biografia, escrito por José Castello, às pgs. 228 e 229, deparei-me com esta passagem que ainda não esqueci, apesar de me aventurar por outras inúmeras páginas: ...(...) “Numa dessas noites, relata a visita que recebera, naquela manhã, de dois meninos pequenos, alunos do Colégio Santo Inácio, que foram “entrevistá-lo” para um trabalho de escola. Vinícius não é muito paciente com crianças, mas eram filhos de amigos. Aceita a visita. Os dois meninos se chamam Agenor De Miranda Araujo Neto – que viria a ser, muito mais tarde, o roqueiro Cazuza – e Pedro Bial – futuro repórter de prestígio na TV Globo. Tratam-no com solenidade e com candura. O poeta se encanta com o que costuma evitar. Passa a repensar, a partir dali, seus preconceitos contra as crianças – que, de resto, jamais conseguirá superar. João Araújo, o pai de Cazuza, virá a ser produtor do músico Vinícius de Moraes e se sentirá, até o fim, impressionado com sua generosidade, que tem uma contracapa perversa: a incapacidade de dizer “não”.”
Pelo exposto, pode-se constatar que os dois colegas meninos seguiram caminhos diversos, apesar de estarem juntos na entrevista de alunos ao poeta-compositor. Mais uma vez a vida nos demonstra que tudo será diferente quando tem de ser o destino de cada um. Permito-me citar o título do texto do pai anônimo preocupado que aludi acima: “Cada um tem o seu conceito do que é certo ou errado e que tipo de educação quer dar a seus filhos!”. Portanto, de quem é a culpa ?!

Poeta e cronista – E-mail:
menestrel@brturbo.com

http://ial123.blog.terra.com.br/

EM 24.11.2007


terça-feira, 6 de julho de 2010

SONETO A CASTRO ALVES - Dia do seu falecimento - 6/7 - Imagem da Internet

Castro Alves - Imagem da Internet


SONETO A CASTRO ALVES
(Por ocasião da data falecimento em 6/7)
__________________________
Ialmar Pio Schneider
__________________________

Lírico das “Espumas Flutuantes”,
tribuno de “Os Escravos”; defensor
da liberdade, em ímpetos gigantes
alçaste as asas qual feroz condor !...

Na “Cachoeira de Paulo Afonso”, estuantes
as águas rolam: “brado atroador”...
Também de Eugênia Câmara, inconstantes
ouviste as juras de violento amor...

A tua voz há de ficar clamando
por justiça no mundo e lealdade,
num tom impávido ou suspiro brando...

Passam os anos mas é sempre novo
o teu legado p’ra posteridade,
clamando: “A praça ! A praça é do povo !...”

(Canoas, 14-março-1984)

CANOAS, 23.3.84 - O TIMONEIRO - PÁG. 15
_______________________________________________________________________



segunda-feira, 5 de julho de 2010

SONETO de IALMAR PIO para LUCI BARBIJAN - Imagem da Internet




GLOSANDO IALMAR PIO SCHNEIDER

Mote:
Ando à procura de alguém
Que me encha de carinho;
Como estou não me convém:
Não quero viver sozinho.

Ando à procura de alguém
Para o que der e vier.
Que me chame de meu bem
E que goste de mulher.

Tem que ser muito especial,
Que me encha de carinho.
Que nunca me leve a mal
Se eu fizer algum beicinho.

Também tem que ser alegre;
E que não tenha outro alguém;
Sua bolsa a minha integre;
Como estou não me convém.

Na cama, sempre me esquente
E me embale bem juntinho.
Pois descobri, de repente:
Não quero viver sozinho.

Publicado na coletânea Rio Grande Trovador – ano 2009 – pg. 58 da UBT - Porto Alegre - RS


SONETO PARA LUCI BARBIJAN – gentil trovadora

Ialmar Pio Schneider

Abro a página e leio comovido
A glosa à minha trova “ando à procura
De alguém” e deste brinde recebido
Minh´alma se extasia na ventura...

Porque em tantos momentos que hei vivido,
São esses que oferecem paz e a cura,
De se viver, talvez, incompreendido,
Atrás do amor em mágica aventura...

À Luci Barbijan quero ofertar
Este simples soneto, de amizade,
Para que possa sempre se lembrar

Do trovador que morre de saudade,
Procurando um amor que é raridade,
Mas que nunca desiste de encontrar !...

Porto Alegre, RS, Tristeza, 29.05.2010


N.B. Agradeço a gentileza da trovadora amiga Luci Barbijan por ter me dedicado esta glosa e lhe retribuo com o soneto.


sexta-feira, 2 de julho de 2010

SONETO de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET



SONETO PARA ENO THEDORO WANKE

- falecido em 28.05.2001


Penso no trovador e sonetista,

Eno Theodoro Wanke, lá no Além,

escrevendo seus clecs e também

suas poesias, célebre ativista...


Um dia o conheci, recordo bem,

foi num almoço e a nobre classe artista,

modesta embora, mas sempre benquista,

homenageava, com certeza, alguém...


Fez-se um concurso relâmpago, então,

e entre diversos concorrentes, lembro,

Hugo Ramírez e eu classificamos


as nossas trovas, plenas de emoção;

se não me engano, pois, era setembro,

mês em que as aves cantam junto aos ramos...




quinta-feira, 1 de julho de 2010

CRÔNICA LITERÁRIA de IALMAR PIO - FOTO DO AUTOR

O autor autografando na Feira do Livro de Porto Alegre - RS


REINÍCIO

Ialmar Pio Schneider

De quando em vez se punha a pensar nas grandes obras que os mestres da Literatura Universal haviam criado e sentia-se, por assim dizer, diminuído, perante aqueles monumentos excelsos do pensamento, inteligência, arte e engenho humanos; isto porque sabia que jamais atingiria os píncaros daquela glória inaudita. De fato, ao se dar conta, os anos tinham passado e Otávio não havia produzido quase nada, apesar de que, outrora, quisera ser um notável escritor. Entretanto, desde cedo tivera que enfrentar o mercado de trabalho para viver, e ao conseguir certa posição na sociedade, quase que esquecera seu propósito, mas agora uma semente surgia no fundo do seu cérebro e ele, aposentado, procurava fazê-la germinar sem maiores pretensões, a não ser a de cumprir, enfim, o seu destino. Estava ciente de que possuía o livre-arbítrio, não obstante soubesse de suas limitações. Todavia, não iria seguir aquele caminho de Marcel Proust em “À Procura do Tempo Perdido”, mesmo porque já o havia ultrapassado em idade, e não demonstrava toda aquela excentricidade. Considerava-se um homem comum.
Apesar de não haver seguido a carreira literária, sempre obtivera boas notas e elogios dos professores, em suas redações, quando cursara o ginásio e o científico dos Irmãos Maristas. Lembra-se de que certa vez, ao escrever uma dissertação, empregou a palavra “majestosa” com “g”, e ao receber a nota de 9,5, foi alertado com a seguinte expressão: “Cuidado ! Erro que parece fio de cabelo em sopa gostosa”.
Hoje, ao lembrar essa advertência, Otávio procura reiniciar sua jornada rumo à prosa de ficção, sentindo como que um impulso alentador a fim de enfrentar esta tarefa para o resto de seus dias. Sabe, entretanto, que o caminho é árduo e inúmeras dificuldades se apresentarão à sua frente, considerando que a vida são degraus a galgar em etapas. O ofício a que se propõe requer a paciência de um Jó e a pertinácia de um Moisés, resguardadas as proporções. Ainda ontem ouviu um velho poeta dizer: “Escrever difícil é fácil, mas escrever simples é difícil.”
Talvez, quem sabe, amanhã possa acrescentar algo ao acervo cultural e repetir com Thomas Carlyle: “Nenhum grande Homem vive em vão. A história da Humanidade não é mais do que a biografia dos grandes Homens.”
Assim pensa Otávio em seu recanto, reorganizando suas memórias, reunindo seus antigos rascunhos e recolhendo o que sobrou da voracidade do tempo.
____________________________
Poeta e contista

Publicado em 17 de julho de 1998 - no Diário de Canoas.