terça-feira, 27 de julho de 2010

CRÔNICA DE IALMAR PIO - IMAGEM DA INTERNET



DIREITOS DA CRIANÇA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Muito se tem falado sobre os direitos da criança, ultimamente. Também não é para menos, em vista dos acontecimentos trágicos que envolveram a FEBEM, tanto em Porto Alegre como em São Paulo. Até houve quem escreveu, defendendo que se o Governo destinasse as verbas vultosas que despende neste setor, aos religiosos em geral para educarem os jovens infratores ou não, é provável que se conseguissem resultados mais eficazes e duradouros. No entanto, tudo é polêmico e discutível, pois o problema requer uma solução correta e não paliativos sem consistência.
Outros opinam no sentido de que os adolescentes devam trabalhar mais cedo e não permanecerem pelas ruas, abandonados e expostos aos riscos inevitáveis de convívio marginal. Aqui verifica-se que a causa fundamental desse perigo é a desintegração da família e a falta de perspectivas de milhares de desempregados entregues à doença do alcoolismo e que transferem aos filhos seus desequilíbrios. Enquanto não houver uma educação de base, alicerçando a cultura dessas pessoas, continuará existindo um círculo vicioso qual um moto-contínuo funcionando indefinidamente. Há que se cortar a corrente; e o caminho para isto, acreditamos, é a educação e o trabalho adequados.
Ao procurarmos escrever sobre tema tão importante, sentimo-nos sob uma carga de responsabilidade das mais acentuadas. Se por um lado não é fácil discorrer a respeito do assunto, de outro, encontramos ânimo para fazê-lo, em vista de que fomos crianças e do que deveremos legar a nossos filhos.
Como principal direito da criança podemos colocar o da vida, sem o qual os outros não poderão existir. Sem dúvida, ao nascer, ela deverá ter todas as condições de sobrevivência a fim de que se desenvolva naturalmente.
Em seguida, passemos ao direito de alimentação sadia, incluindo agasalho e abrigo satisfatórios, para que não venha a carecer destes elementos, e, por falta deles, até a perecer na tenra idade como é o caso da mortalidade infantil que ocorre em certas regiões do mundo.
Depois, chegamos à recreação da primeira infância, acompanhada do carinho dos pais e familiares. Aí, então, a criança aprende a amar, o que é deveras salutar na formação do ser humano.
Por último, dentro dos limites destas notas, colocaremos o direito à educação. É necessário que a criança se prepare para enfrentar o mundo que a espera.
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Poeta e cronista
Publicado em 15 de janeiro de 2000 - no Diário de Canoas.

http://www.jornalnh.com.br/site/interativo/minhas_cronicas,canal-5,ed-90,ct-452.htm
EM 27.07.2010

Um comentário:

  1. Parabéns. Excelente texto com idéias pautadas na objetividade sem os atalhos costumeiros para um problema tão sério.na verdade, concordo, plenamente, quando cita educação como solução, visto que educação de base é extamente o que nos falta e todos nós temos consciente da importância e da falta desta, na vida doas nossas crianças e dos nossos jovens. Nenhuma casa pode se manter de pé, se não houver alicerce sólido que a sustente.
    Mais uma vez, parabéns e um grande abraço.

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