segunda-feira, 19 de julho de 2010

CRÔNICA - DATA DE NASCIMENTO DO ESCRITOR - 19.7 - IMAGEM DA INTERNET

A. J. Cronin
O SAUDOSO ROMANCISTA A . J. CRONIN E SUAS OBRAS SEMPRE ATUAIS

IALMAR PIO SCHNEIDER

Um dos escritores mais interessante que já tive a oportunidade de ler, foi sem dúvida, o célebre médico e romancista escocês A. J. Cronin (Archibald Joseph), que nasceu a 19 de julho de 1896, em Cardross, Dumbartoshire, Escócia, filho único de Patrick Cronin e Jessie Montgomerie. Faleceu no dia 6 de janeiro de 1981, na Suíça, para onde se transferira em 1955. O primeiro dos seus livros que li foi A Cidadela, e isto há muitos anos. Trata-se da história de um médico que provocou a manifestação do Parlamento Inglês no sentido de proibir a circulação do livro, uma vez que o romance foi considerado um “tremendo libelo contra a mercantilização da Medicina”. Diga-se que encerrava passagens autobiográficas do autor e foi a consagração definitiva de sua carreira literária.
Depois vieram os livros que fui lendo ao longo do tempo e foram As Chaves do Reino, Sob a Luz das Estrelas, Noites de Vigília, Pelos Caminhos de Minha Vida, Um Erro Judiciário, etc. Mas ele escreveu mais de 20 romances.
Terminei de ler por esses dias a sua primeira obra O Castelo do Homem sem Alma ( A Família Brodie), tradução de Rachel de Queiroz, que constitui um drama vivido em um lar que poderia ser feliz, porém, cuja imposição de um pai autoritário transformou em um inferno. Quando publicou este romance, escrito em apenas 3 meses em uma granja onde foi recuperar a saúde abalada por excesso de trabalho, obteve um grande êxito na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. Foi adaptado ao teatro e ao cinema.
“Sua obra já foi traduzida em quase todos os países, e no Brasil foi bem recebida pela crítica. O ensaísta e professor Genolino Amado, grande conhecedor de Literatura, especialmente da inglesa, a propósito de A Cidadela afirma: “... Um novo, intenso e singular novelista surgira na Inglaterra, trazendo na sua vocação criadora essa mescla de patético e de humour, de imaginação surpreendente e de observação direta da realidade cotidiana, tão marcada e típica nos escritores de sangue escocês.””
Outras opiniões de escritores brasileiros sobre a obra de Cronin: “É extraordinário que certa crítica, que tanto se comoveu com o superficial teosofismo de Charles Morgan em Fountain, persista em desconhecer o poeta e pensador destes dois romances admiráveis (As Chaves do Reino e Três Amores). Destes dois romances verdadeiramente singulares, pela sua força de vida e pelo seu significado de espírito na massa da produção intelectual hodierna, tão desprovida do senso da profundidade, como só o entendem os que sabem que Deus existe...” - Tasso da Silveira (in o Diário, B. Horizonte)
“O autor de As Chaves do Reino é o mesmo de A Cidadela, A . J. Cronin. E este seu novo romance não é menos interessante do que o outro. Nem podia ser: Cronin tem o gênio do romance. Quero dizer, o segredo de surpreender a vida nos seus momentos mais dramáticos de expressão. O segredo de condensar toda uma situação psicológica num gesto, numa atitude, numa palavra, às vezes num silêncio. De ir além da superfície sem mistério nenhum dos homens e das coisas como são ordinariamente vistas. E ir a essas profundidades sem torturas de análise, sem usar escafandro, sem ele mesmo fazer-se antes um personagem de aventura para o leitor.” - Olívio Montenegro ( in Diário de Pernambuco, Recife)
“Cronin é inegavelmente um grande romancista, Católico, nos seus livros passa o sopro suave da caridade cristã, que ressalta ao contraste da sua ausência. Quem não leu A Cidadela e Noites de Vigília, e não sentiu esse espírito de caridade? – Mas o escritor é um realista, no bom sentido. Faz seus romances sobre a vida. As Chaves do Reino é um grande livro.” – Padre Negromonte ( in O Diário, B. Horizonte)
O que me atrai neste autor é sua maneira magistral de organizar a trama de seus romances, e ainda toda a experiência adquirida no exercício da Medicina que imprime em suas páginas um sentido humanitário.

Cronista colaborador

Publicado em 25 de maio de 2005 – no Diário de Canoas.

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