sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016






Na praça da Matriz em Capão da Canoa  - RS, no presépio em 6.1.16 Dia de Reis, após assistir à missa.







Soneto de minha autoria publicado no jornal Zero Hora de Porto Alegre - RS 


Trem retirado na Internet


***

Poema Noturno – Ano 1962

Ialmar Pio Schneider

É fatalmente noite
E eu não ouso cantar
(não sei por que).
Estou em silêncio,
Chorando baixinho.

Não sou mais aquele
Que outrora cantava
E as trevas da noite
Contente rasgava.

Não sou mais aquele
Que aquele se foi
Sozinho em silêncio
Na noite fatal
- que Deus me perdoe –
Do sonho especial...

É fatalmente noite
E eu não ouso cantar
(não sei por que)
Na janela
Da donzela
Em serenata.

Eu não rachei a flauta
Mas o peito está rachado
Rachou-se todo todinho
Estou chorando baixinho
Estou chorando em silêncio.

Falta-me a essência da vida
Que evaporou-se no ar
Esta chaga dolorida
Já não me deixa cantar.

O trem passa interpretando poemas
Num longo queixume desconsolado
Pela voz do apito gemebundo
Que acorda sonhos
Num desabafo profundo
Que acorda sonhos
Que faz sonhar

Estou chorando baixinho
Estou chorando em silêncio
É fatalmente noite de insônia.

Sertão – RS – 1962

EM 10.11.2008
EM 05.07.2009
DIÁRIO DE CANOAS – em 5.07.09