sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Crônica de Ialmar Pio - Falecimento de James Dean em 30.9.1955 - Imagem: foto na Internet

James Dean


UM AMOR INCOMPREENDIDO E FATAL


IALMAR PIO SCHNEIDER


Quem for da geração cuja adolescência deu-se na década de 1950 a 1960, deve se lembrar que houve um ator de cinema que faleceu jovem, aos 24 anos, de um acidente automobilístico. E que seu carro era um Porsche Spyder. Aconteceu em uma auto-estrada perto de Paso Robles, na Califórnia, em 30 de setembro de 1955, ao dirigir-se à uma corrida de carros-esporte. Durante sua breve existência atuara em apenas três filmes, mas de enorme sucesso pela sua performance, que foram: Vidas amargas, Juventude transviada e Assim caminha a humanidade, e, somente o primeiro havia sido lançado. Tratava-se de James Dean, ou melhor, James Byron Dean, que nasceu em Marion, Indiana, em 8 de fevereiro de 1931. Terminei de ler sua biografia por esses dias, escrita por Ronald Martinetti, tradução de Fernando Albagli e Benjamin Albagli Neto, Editora Nova Fronteira, 1996. Por sinal muito significativa e que mereceu de Martin Pitts, diretor de cinema, Hollywood, Califórnia, a seguinte frase lapidar: “James Dean acendeu uma fagulha para duas gerações de artistas americanos. Ronald Martinetti esclarece magistralmente por que Dean ainda vive.”


Dos três filmes de que o ator participou, o mais consentâneo com sua personalidade foi Juventude transviada, uma vez que representava uma fase que atravessava de revolta, como colocou Pauline Kael, “faz tudo errado porque se preocupa demais”. De fato, escreve o autor da biografia: “A lenda não é totalmente inexata; tantos dos maneirismos de Dean - a fala arrastada, suave e hesitante, o cigarro no canto da boca, a postura eternamente relaxada - estão presentes no filme, que é difícil determinar onde termina a sua personalidade e onde começa a interpretação”. E mais adiante, trechos de críticas austeras a respeito do filme: “(Embora tenha recebido um selo de código de produção, o filme foi posteriormente condenado em vários lugares por sua violência. Escrevendo no New York Times - 27 de outubro de 1955 -, Bosley Crowther descreveu o filme como “brutal (...) e excessivamente explicito”, e afirmou: “É um filme de deixar o cabelo em pé.” Em Memphis, Tennessee, o comitê de censura local proibiu o filme como sendo “nocivo ao bem-estar público” e na Inglaterra, onde Dean possuía inúmeros fãs, vários anos se passaram até que o filme pudesse ser exibido.)””


Dos inúmeros relacionamentos amorosos que teve, um foi o mais forte, e, não concretizado, pois não houve o casamento entre ambos, apesar da grande atração entre eles. Foi com a atriz italiana Pier Angeli que repentinamente noivou com o cantor Vic Damone, que havia conhecido na Alemanha, ao participar de um filme três anos antes. Para Dean foi uma perda de que nunca mais se recuperou. E assim o autor do livro descreve, a passagem da atriz e o seu tráfico fim: “Pier se casou na igreja católica romana de St. Timothy, em Westwood, a 24 de novembro. O casamento duraria apenas quatro anos. Depois disso, Pier diria que James Dean foi o grande amor de sua vida. Contam que, no dia do casamento, o ator, desesperado, sentou-se na motocicleta, do lado de fora da igreja, observando o que acontecia lá dentro. Talvez isso tenha sido um toque de exagero romântico; de qualquer forma, Dean não estava entre os seiscentos convidados que testemunharam a cerimônia no interior da igreja, a mesma igreja onde, dezessete anos depois, a missa pela morte de Pier, um possível suicídio, seria rezada”. Talvez, não totalmente explicitado, a união entre o ator e a atriz não se realizou por motivos de ordem religiosa, uma vez que ela era católica e ele protestante. Mas não se pode ter certeza disto. O fato é que James Dean faleceu tragicamente antes de ficar esclarecido este ponto. Tudo leva a crer, no entanto, que o sofrimento de ambos James e Pier, foi fatal para suas breves vidas. E assim encerra o autor do livro Ronald Matinetti: “Ao primeiro frio do outono no ar de Indiana, James Byron Dean foi enterrado ao lado de sua mãe, em um pequeno cemitério à margem de um campo de milho, um pedaço de terra sombreado por coníferas, que um dia havia sido um cemitério indígena”. Seus fãs o pranteiam pois tornou-se uma lenda...


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Cronista colaborador


Publicado no Diário de Canoas em 2005.







Assisti ao filme Juventude Transviada no canal 91 da NET, em 26 de setembro de 2010 e lembrei-me desta crônica.






Jornal de Novo Hamburgo


em 28.9.2010






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em 27.9.2010



quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Crônica de Ialmar Pio - Falecimento de Machado de Assis - 29.9.1908 - Imagem: retrato na Interne



MULHERES NOS ROMANCES DE MACHADO DE ASSIS



IALMAR PIO SCHNEIDER


Quando permaneço, por instantes, analisando os trinta e um volumes da coleção dos livros do mestre do Cosme Velho, um sobressai entre os demais. É dele que me aventuro a discorrer, ou melhor, de onde retirei motivos para alguns versos de minha lavra. Acrescento que foram impressões de leitura que já me proporcionaram escrever algumas modestas poesias.

Há muito anos, li pela primeira vez, o romance Quincas Borba, de Machado de Assis, para o qual compus dois sonetos, sendo que um aproveitando o seu final, e que é assim: “Eia! lamenta dos dois recentes mortos,/ se lágrimas tiveres pra chorar,/ se só tiveres risos a lhes dar/ pois ri nem que sejam risos tortos.”// Só quem amou assim deveras, sabe/ que se pode morrer também de amar,/ e o afeto que às vezes não nos cabe/ é uma desgraça que nos vai matar.// “O Cruzeiro que a divinal Sofia/ não quis fitar, como Rubião pedia,/ está tão alto pra não discernir/ os risos e as lágrimas dos vivos”,/ que sofrem cá no mundo por motivos/ alheios ao seu modo de existir.

Este soneto foi extraído, em parte, do maravilhoso romance de Machado de Assis, Quincas Borba, no enlevo final da leitura.

E o outro, descrevendo o tema romântico do livro, intitulei de Amor Proibido - Pobre Rubião que quis o amor proibido,/ o louco afeto que não era seu,/ e sem desabafar num só gemido/ nos mares da loucura pereceu.// Sofia há de lembrar o seu pedido/ que sem saber por que não atendeu,/ e o distante cruzeiro enaltecido/ continuará brilhando lá no céu,// como chamando a cativante bela/ que calma se aproxime da janela/ e que venha fazer-lhe companhia.// E o vento desfolhando as lindas flores/ há de chorar incompreensões de amores/ por uma voz pungente de elegia...

Pudera haver tanta imagem em páginas de romance de quem sofreu por amor ? Basta ler o Prólogo da 3ª Edição, escrita pelo próprio Machado de Assis: “A segunda edição deste livro acabou mais depressa que a primeira. Aqui sai ele em terceira, sem outra alteração além da emenda de alguns erros tipográficos, tais e tão poucos que, ainda conservados, não encobririam o sentido.

Um amigo e confrade ilustre tem teimado comigo para que dê a este livro o seguimento de outro. - “Com as Memórias Póstumas de Brás Cubas, donde este proveio, fará você uma trilogia, e a Sofia de Quincas Borba ocupará exclusivamente a terceira parte.” Algum tempo cuidei que podia ser, mas relendo agora estas páginas concluo que não. A Sofia está aqui toda. Continuá-la seria repeti-la, e acaso repetir o mesmo seria pecado. Creio que foi assim que me tacharam este e alguns outros dos livros que vim compondo pelo tempo fora no silêncio da minha vida. Vozes houve, generosas e fortes, que então me defenderam; já lhes agradeci em particular; agora o faço cordial e publicamente.” 1899. M. de A.

O perspicaz crítico literário Franklin de Oliveira, assim se expressou a respeito do romance, falando de algumas mulheres que povoam as obras de Machado de Assis: “Também aquela imagem do negativismo machadiano encontra contestação em suas figuras femininas. O único ser generoso, em Quincas Borba, é uma mulher: Fernanda. E generosas são as suas mulheres, mesmo quando nos parecem emaranhadas numa oculta lascívia, como Capitu, Fidélia, Flora, Virgília e a Sofia, que passeia o seu mistério nas páginas deste romance.”

Nenhum outro escritor brasileiro perscrutou tanto a alma feminina quanto Machado de Assis, fazendo com que as personagens fossem atraentes e misteriosas. A leitura dos seus livros sempre vale a pena, considerando o estilo elegante e a escrita escorreita. E por isto mesmo é sempre atual e exigível para os vestibulares. Leiam-no !

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Poeta e cronista - E-mail: menestrel@brturbo.com

Publicado em 12 de maio de 2004 - no Diário de Canoas.

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EM 16.05.2010

Soneto de Ialmar Pio - Nascimento de Miguel de Cervantes Saavedra - Imagem: retrato na Internet

Miguel de Cervantes

SONETO QUIXOTESCO IV - em 10.6.2010 - Porto Alegre - RS -



Naquela tarde volta Dom Quixote

de um dos combates contra os moinhos

de vento e vem andando a largo trote,

em seu Rocinante, nos caminhos...



Sancho Pança o acompanha, o bom velhote,

não pertencia ao grupo dos mesquinhos,

vêm devagar sem que ninguém os note,

ouvindo gorjear os passarinhos...



O Cavaleiro Andante está cansado,

em vão tem combatido, tem lutado,

defendendo com fibra sua ideia...



Em que pensava assim andando a esmo?

Um sonho guarda dentro de si mesmo:

conquistar e viver com Dulcineia !



IALMAR PIO SCHNEIDER
 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Crônica de Ialmar Pio - Falecimento de Sigmund Freud em 23.9.1939 - Imagem: foto na Internet

Sigmund Freud




VICISSITUDES DE SIGMUNDO FREUD
Ialmar Pio Schneider


O dia 6 de maio de l856, portanto, há 154 anos, é a data de nascimento do médico austríaco, criador da Psicanálise, a que chamam também de “ciência da alma”, Sigmundo Freud, na cidade de Freiberg, Morávia. Seus estudos a respeito do comportamento humano vieram revolucionar a psicologia até então existente. Nesta área pode-se dizer que é antes e depois de Freud. Iniciou sua aprendizagem em Viena, no Spert-Gymnasium, obtendo as melhores notas da classe. Admirava as personalidades de Aníbal e de Napoleão, o que, conforme algumas opiniões, deu-lhe um temperamento forte ao caráter. Escreveu, mais tarde, sobre a sua admiração infantil por Aníbal e Roma, dizendo que ambos “simbolizavam a oposição entre a tenacidade do judaísmo e a organização da Igreja Católica. Compreendi as conseqüências de pertencer a uma raça alheia ao país, e fui forçado, diante do sentimento anti-semítico reinante entre meus condiscípulos, a assumir posição resoluta, como a do caudilho semita.”


Quando ingressou na Universidade de Viena, onde viria a se formar em medicina em 1881, passou alguns vexames devido à sua condição de judeu pobre. Entretanto, sobressaiu-se pelo seu talento excepcional. Conseguiu distinguir-se em matéria de investigação fisiológica, com demonstrações notáveis, junto com seu mestre Ernesto von Brücke.


Concluído o curso médico, tendo trabalhado algum tempo no Hospital Geral de Viena, resolveu em 1885, empreender uma viagem a Paris a fim de estudar com Jean-Martin Charcot, eminente professor e famoso por suas contribuições em matéria de doenças nervosas, que realizava experiências através do emprego do hipnotismo, demonstrando que as enfermidades corporais tinham origem no espírito da pessoa. Regressou a Viena e expôs as teorias de Charcot à Sociedade Médica local, mas foi recebido com chacota pela maioria dos médicos presentes. Um deles, porém, admitiu sua explanação. Tratava-se do seu velho amigo José Breuer, que já havia empregado com êxito a hipnose num tratamento de caso de histeria. Ambos, então, Freud e Breuer, se envolveram durante 9 anos no mesmo objetivo. Durante este período Freud realizou uma segunda viagem a Paris, para verificar “in loco”, aplicações realizadas com sucesso por Hipólito Bernheim. Contudo, depois disso, Freud abandonou o método hipnótico no tratamento das neuroses e resolveu seguir seu próprio caminho. Havia publicado, conjuntamente com seu mestre e colaborador Breuer, a obra “Estudos sobre a histeria”, no ano de 1895.


Dispensa a colaboração de Breuer, naquele mesmo ano, e voltado para a concepção dos impulsos sexuais, publica um estudo intitulado “Neurose da angústia”, em que lançou ao mundo incrédulo as bases da doutrina da psinanálise, ou psicologia abissal, das “profundidades”. Consta que a psicanálise foi recebida com hostilidade e repugnância, e o próprio Freud com todo o desprezo. Mas ele não se deixou vencer pelo preconceito e continuou a labutar em seus objetivos, apesar das vicissitudes, e publicou incontinenti, as obras: “Interpretação dos sonhos” e a “Psicopatologia da vida cotidiana”, em que estabeleceu os conflitos criados pela “alma” humana. Estavam lançadas as bases da sua doutrina. Observe-se que em “Conceitos Básicos da Psicanálise – Um diálogo”, Freud escreve: “Não se esqueça do que disse certa vez o poeta-filósofo Schiller: “Enquanto a filosofia sublime/ Rege, supremamente, o curso do tempo/ O Mundo, seguindo o velho costume,/ Se move pela fome e pela paixão.” Fome e Paixão – são dois agentes poderosos ! Às necessidades do nosso corpo que estimulam o espírito à ação, chamamos impulsos instintivos.””


Finalizo o presente esboço modesto, com o simples intuito de atentar para o que Freud explica, não obstante a expressão corrente de surpresa, por vezes empregada: nem Freud explica.


Até outra oportunidade...


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Cronista colaborador


Publicado em 11 de maio de 2005 – no Diário de Canoas. – RS






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em 27.8.2010 – Dia de Psicólogo


Jornal de NHamburgo – em 27.8.2010






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EM 05.07.08


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EM 06.05.2009


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em 6.5.2011

Soneto de Ialmar Pio - Falecimento de Padre Pio em 23.9.1968 - Imagem: foto na Internet

A sua festa litúrgica é celebrada dia 23 de setembro.




 




SONETO a PADRE PIO – Nascimento do santo em 25.5.1887- In Memoriam – em 25.5.2011


Ialmar Pio Schneider




Pio de Pietrelcina, Padre Pio,


talvez meu nome venha desse Santo;


mas não tenho certeza, no entretanto,


sei que ele a Deus aqui muito serviu...






Uma prece: Rogai por nós, levanto...


no dia em que nasceu e as luzes viu


da Mãe Nossa Senhora que seguiu;


e a Jesus Cristo, seu Divino Encanto !






Hoje, na data do seu nascimento,


que cure nossas almas do tormento


de assistir neste mundo a tantas dores






dos que padecem duras injustiças...


Que ele esteja presente em todas missas


celebradas com glórias e louvores !...






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em 25.5.2011






Porto Alegre – RS, 25.5.2011






às 13h24h.






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em 25.5.2011




Soneto de Ialmar Pio - Falecimento de Pablo Neruda em 23.9.1973 - Imagem: foto na Internete

Pablo Neruda


SONETO A PABLO NERUDA -






Li seus Poemas e a Canção Desesperada,


há quantos anos, quando enfrentei a paixão


que invadiu minh´alma e não fiz quase nada,


porque não contrariei a voz do coração...






E fui andando... andando e a vida abandonada,


às vezes me deixou na dor da solidão,


pensando na mulher que fora minha amada


e que só me causou uma desilusão...






Quem pôde cantar, ainda sendo moço,


em plena juventude os cânticos de amor


que senti produzir o maior alvoroço






no peito varonil onde o sonho não muda?!


O Poeta Genial, de saudades e dor


produzindo poesia... O irmão Pablo Neruda !






IALMAR PIO SCHNEIDER






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Em 12.7.2011

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dia da Árvore - 21 de setembro - Soneto de Ialmar Pio - Imagem: árvore na Internet

Pé de bugre


Aroeira


SONETO DE LEMBRANÇA ANTIGA







Bom dia ! pé de bugre e aroeira!


Cumprimento essas árvores nativas,


qual se fossem a ausente companheira,


de minha infância das imagens vivas...






Aquela que deixou-me, de maneira


tão bruscamente, em horas aflitivas,


hoje, surge-me à mente toda inteira,


para trazer-me flores sempre-vivas...






Busquei não recordá-la e foi em vão


meu intento sincero e imorredouro,


querendo sepultar essa ilusão...






Depois fiquei sabendo que partiu,


sem saber que pra mim era um tesouro


e nem que me deixava este vazio...






IALMAR PIO SCHNEIDER
 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

DIA DO GAÚCHO - DESFILE FARROUPILHA - PORTO ALEGRE - RS - 20 de setembro de 2011 - Imagem: Desfile na Internet

Imagem do Desfile na Internet


DIA DO GAÚCHO - DESFILE FARROUPILHA - PORTO ALEGRE - RS - 20 de setembro de 2011 - . -






Nobre Desfile Farroupilha


vejo pela televisão,


porque o gaúcho segue a trilha


de cultuar a Tradição !






Eu vou recordando a tropilha


das lendas do nosso rincão,


em que mais cintilante brilha


a estrela da libertação.






Este evento não é bairrismo,


mas, sim, um culto à liberdade,


forte raiz de telurismo...






A conotação da equidade


no movimento de atavismo,


deve culminar na amizade !






IALMAR PIO SCHNEIDER




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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Crônica da Semana Farroupilha - Imagem: Acampamento na Internet

Acampamento Farroupilha



SEMANA FARROUPILHA


IALMAR PIO SCHNEIDER


     Foi na madrugada de 20 de setembro de 1835, portanto, há cento e sessenta e três anos passados, que os rebeldes farroupilhas adentraram a cidade de Porto Alegre, quando atravessando a ponte da Azenha, ocuparam os pontos estratégicos, fazendo com que o governo de Fernandes Braga, não resistisse e embarcasse na escuna Rio-grandense, rumo a Rio Grande, deixando a proclamação: “Às armas, cidadãos! Às armas, que a pátria se acha em perigo!”. Depois disto seriam dez anos de lutas para que fosse implantada a República Rio-Grandense, com que sonhavam os paladinos patrícios de antanho.


     No livro OS VARÕES ASSINALADOS - O Romance da Guerra dos Farrapos, de Tabajara Ruas, mergulhamos num clima de atavismo que nos envolve quais participantes da grande epopéia farroupilha escrita em prosa, mas como um longo poema, já sugerido pelo próprio título. Lembra-me Camões na primeira estrofe do seu imortal OS LUSÍADAS, “As armas, & os barões assinalados,”. Fico refletindo qual seria a situação da pátria se houvesse persistido a ruptura e concretizada a República Rio-grandense naquela época...


     Ao ensejo do transcurso da Semana Farroupilha, quando a maioria dos gaúchos pilchados rememoram os feitos dos nossos ancestrais farrapos, fui buscar no fundo do meu baú um soneto que escrevi pelos idos de 1960, no seguinte teor: FARROUPILHA//Levantou-se o gaúcho sobranceiro/no alto da coxilha verdejante !/Carregava uma carga no semblante/dum tristor que seria o derradeiro...//A glória de lutar e ser galante:/- o sonho que conduz o aventureiro./A honra de ser livre e ser gigante:/- o lema que conduz o pegureiro.//

     Este lema e este sonho se fundiram/e assim surgiu o nobre farroupilha/que lutou com ousada galhardia//porque a honra e a justiça escapuliram/da canhada e do topo da coxilha,/do pago em que ele viu a luz do dia !...

 
     Felizmente, após tantos embates e peripécias, veio a paz honrosa, urdida pelo insigne patriota Duque de Caxias. Era tempo de recomeçar a construir, pois muitas obras tinham que ser feitas, e algumas haviam sido paralisadas por quase dez anos de guerra. A província contava também com a contribuição valiosa dos imigrantes alemães que se estabeleceram às margens do Rio dos Sinos, notadamente em São Leopoldo. Mais tarde vieram os italianos que subiram a serra e foram fundar núcleos coloniais, sendo o mais importante o da atual Caxias do Sul.


     Hoje todos nós, os sul-rio-grandenses, iluminados pelos faróis da liberdade, irmanados pelos mesmos ideais republicanos, durante esta semana, prestamos justa homenagem aos nossos heróicos ancestrais, pois foi deles que herdamos as mais caras tradições do telurismo gaúcho.






Jornal de Novo Hamburgo


em 16.9.2010






Poeta e cronista


Publicado em 16 de setembro de 1998 - no Diário de Canoas.


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em 17.9.2010

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Soneto de Ialmar Pio - Imagem: retrato do poeta na Internet

Danta Alighieri


SONETO A DANTE ALIGHIERI – Data de falecimento do poeta em 13.9.1321 – In Memoriam –


Ialmar Pio Schneider






Diz-se que teve apenas três paixões:


a política, a poesia e Beatriz...


Assim viveu invernos e verões,


cantando seu amor p´ra ser feliz !






“A Divina Comédia” e as canções


que fez à sua amada tudo diz;


foram suas sublimes obsessões


desde os seus devaneios juvenis...






Há tempos li sua obra genial:


Inferno, Purgatório e Paraíso;


e senti quanto é monumental...






“Deixai aqui todas as esperanças,


ó vós que entrais.” Se não se perde o juízo,


o percurso é de trevas e esquivanças...






Porto Alegre – RS, 29.5.2011


às 2h42min. – Tristeza



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em 29.5.2011

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Dia da Seresta - 12 de setembro - Imagem na Internet


S E R E N A T A

Ialmar Pio Schneider




Flauta, violino, bandolim unidos


dentro da noite soltam seus gemidos


no ardor sonoro de uma serenata;


e a lua lá no céu já se desata,


em claridade lânguida e tristonha,


alvinitente como uma cegonha...






Oh! tudo envolto em música e ternura...


A terra nos parece até mais pura


em tais momentos de sublime encanto.


Foge a tristeza, não existe pranto;


apenas nasce uma esperança vaga


e a nossa vida num amor naufraga.






A serenata branda continua:


- Flauta, Violino, Bandolim e Lua...






Pág. 11 - O TIMONEIRO - CANOAS(RS),18.2.83




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EM 20.05.2009

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EM 13.07.2010

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em 14.6.2011

domingo, 11 de setembro de 2011

Foto do Sitio Santa Helena - Soledade - RS - da cunhada Glaura


poesia


SONETO ENEASSILÁBICO

Ialmar Pio Schneider

Sol, bendito Sol que me alumias
quando permaneço solitário,
e sinto que transcorrem meus dias
como as contas bentas de um rosário...

Ouvindo o gorjeio de um canário,
vou lembrando velhas fantasias,
com as quais fui formando um hinário,
a minha bagagem de poesias.

E quando meu espírito for
pairando leve em outras esferas,
não esquecerei jamais do amor

que vivo cantando neste mundo,
nos invernos e nas primaveras,
com ânimo total e profundo !

Soledade - RS, 10-9-2011

12h.


***

SONETO ENEASSÍLABO

Ialmar Pio Schneider

Apesar de só, me contenho
para não turvar o dia claro;
pois, há muito tempo meu empenho,
é conseguir na luz, amparo.

Sei o quanto ser feliz é raro
e por isto humildemente venho
pedir a Deus o clarão de um faro,
que me conduza a um bom desempenho.

Amei e fui amado e por isso
acredito no amor, no feitiço
que representa esta Divindade...

Vou morrer um dia, não sei quando,
mas, minh´alma vai viver sonhando,
que só no sonho há felicidade !

Soledade - RS, 10-9-2011

às 11h37min.

Foto

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Dia da Independência do Brasil - 7 de setembro - Soneto de Ialmar Pio - Imagem: retrato de D. Pedro I na Internet

D. Pedro I





SETE DE SETEMBRO

Ialmar Pio Schneider


Dia sete de setembro, dia de glória,


Dia em que o Brasil festeja radiante,


Que o sol é mais risonho e mais brilhante


E a nossa vida é menos merencória !






Dia de ouro para nossa bela história,


Pois neste dia que já vai distante,


Dom Pedro ergueu um grito trepidante,


Um grito de grandeza e de vitória...






Um brado ressoou pelo infinito,


Desde o extremo sul ao extremo norte,


Rasgando as nuvens este enorme grito






Retumbou num alarme grande e forte


Que transformou-se num ditoso mito


Da frase da “Independência ou Morte”.






***






Em setembro de 1959 – Sertão – RS

Jornal de Novo Hamburgo

em 7.9.2010

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em 7.9.2010

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Soneto de Ialmar Pio - Patriarca da Independência do Brasil - Imagem: retrato na Internet

José Bonifácio de Andrada e Silva


JOSÉ BONIFÁCIO – Nascimento em 13.6.1763 - Morte 6.4.1838 – Em 6.4.2011 – Porto Alegre - RS


Ialmar Pio Schneider


Foi o Patriarca da Independência,


homem sábio e romântico poeta,


cujos versos “Teu Nome”, com paciência,


cantaram sua musa predileta...






Nobre cultor de escrita tão correta,


trilhou pelos caminhos da ciência,


e logrou atingir a sua meta


ao longo de fantástica existência...






Mas também teve sua frustração,


quando o nome da musa se apagou


nos troncos e nas praias e na estrela...






“Murchou nas flores”; e na solidão


por horas infelizes mergulhou,


e talvez nunca mais pôde revê-la...






Porto Alegre – RS, Tristeza – em 6.4.2011


às 12h30min. –



http://www.sonetos.com.br/meulivro.php?a=44&x=6&y=3

em 6.4.2011

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em 6.4.2011

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em 13.6.2011

domingo, 4 de setembro de 2011

Soneto de Ialmar Pio - Data de falecimento do compositor Robert Schumann em 4.9.1886 - Imagem: retrato na Internet


Robert Schumann


SONETO A ROBERT SCHUMANN – In Memoriam – Data de nascimento do compositor em 8.6.1810 - . – escrito em 8.6.2011 - . -







Para escrever sobre o compositor


Robert Schumann, escuto as sinfonias


que ele compôs com vívido esplendor,


preenchendo assim os seus amargos dias...






E quanto o perturbou a imensa dor


ao mergulhar nos mares de agonias,


sem deixar de sofrer no seu labor


de produzir as suas fantasias...






A “Sinfonia nº 1”, que era


a evocação taful: (“A Primavera”),


vem a ser sua obra-prima e jovial






que nos encanta para meditar...


Mas, depois ele não pôde evitar,


o desespero que lhe foi fatal...






IALMAR PIO SCHNEIDER
 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Soneto hendecassílabo de Ialmar Pio - Imagem: rosas poéticas na Internet


Rosas poéticas


SONETO HENDECASSÍLABO - em 2-9-2011 - às 10h15min. -





Às vezes sinto vontade de viver


os velhos tempos que não voltam jamais


e nesse sentimento parece haver


a saudade dos cândidos madrigais.






Versos simples, juvenis, tristes demais,


quando lia nos poetas o prazer


de lançarem ao mundo sentidos ais


que os faziam lamentar e padecer...






Por esta estrada em que segui caminhando,


encontrei algumas rosas com espinhos


que me feriram, mas me deram amor...






Se por muitos momentos passei sonhando


e tive desgostos e também carinhos,


eu fui apenas um escrevinhador...




IALMAR PIO SCHNEIDER

http://www.sonetos.com.br/sonetos.php?n=19266

Poema de Ialmar Pio - Imagem: quadro noite na Internet




NOTURNO







Ialmar Pio Schneider






A noite é longa e muito mais se estenderá...


Tem paciência,


Diz-me a consciência.


Mas um soluço me corta o fôlego.


Espero o sol como a criança


Fica na esperança


De receber um presente


Do Papai-Noel.






Oh! Como vai distante


O sonho não realizado,


A incerteza do amanhã.






A noite é longa e muito mais se estenderá...


Sinto a solidão,


Não há perdão.


Oh! Poema caótico,


Confuso poema,


Vive o momento de ansiedade sem alivio,


É teu destino turvo continuar.






A noite é longa e muito mais se estenderá...


Obstinadamente recebo emanações de luz


Na escuridão.


Quero ser alguém liberto das catástrofes,


Vencer o “Medo à Liberdade”.


Enfrentar meu castigo,


Fugir do perigo.






A noite é longa e muito mais se estenderá...


Lamentar o que?


Eu preciso de você


Nestas horas incoerentes


Que se arrastam devagar.


Aqui junto de mim,


Aguardando amanhecer o dia,


Cheio de alegria


Para uma vida nova;


Enfim, rejuvenescer


E ser capaz de ser audaz, e ser jovial.






A noite é longa e muito mais se estenderá...






Antônio Prado – RS, 27-01-1978