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VICISSITUDES DE SIGMUNDO
FREUD
Ialmar Pio Schneider
O dia 6 de maio de l856, portanto, há 158 anos, é a data de nascimento
do médico austríaco, criador da Psicanálise,
a que chamam também de “ciência da alma”, Sigmundo Freud, na cidade de Freiberg, Morávia. Seus estudos a
respeito do comportamento humano vieram revolucionar a psicologia até então
existente. Nesta área pode-se dizer que é antes e depois de Freud. Iniciou sua
aprendizagem em Viena, no Spert-Gymnasium,
obtendo as melhores notas da classe. Admirava as personalidades de Aníbal e de
Napoleão, o que, conforme algumas opiniões, deu-lhe um temperamento forte ao
caráter. Escreveu, mais tarde, sobre a sua admiração infantil por Aníbal e
Roma, dizendo que ambos “simbolizavam a oposição entre a tenacidade do judaísmo
e a organização da Igreja Católica. Compreendi as conseqüências de pertencer a
uma raça alheia ao país, e fui forçado, diante do sentimento anti-semítico
reinante entre meus condiscípulos, a assumir posição resoluta, como a do caudilho
semita.”
Quando ingressou na Universidade de Viena, onde viria a se formar em
medicina em 1881, passou alguns vexames devido à sua condição de judeu pobre.
Entretanto, sobressaiu-se pelo seu talento excepcional. Conseguiu distinguir-se
em matéria de investigação fisiológica, com demonstrações notáveis, junto com
seu mestre Ernesto von Brücke.
Concluído o curso médico, tendo trabalhado algum tempo no Hospital Geral
de Viena, resolveu em 1885, empreender uma viagem a Paris a fim de estudar com Jean-Martin
Charcot, eminente professor e famoso por suas contribuições em matéria de
doenças nervosas, que realizava experiências através do emprego do hipnotismo,
demonstrando que as enfermidades corporais tinham origem no espírito da pessoa.
Regressou a Viena e expôs as teorias de Charcot à Sociedade Médica local, mas
foi recebido com chacota pela maioria dos médicos presentes. Um deles, porém,
admitiu sua explanação. Tratava-se do seu velho amigo José Breuer, que já havia
empregado com êxito a hipnose num tratamento de caso de histeria. Ambos, então,
Freud e Breuer, se envolveram durante 9 anos no mesmo objetivo. Durante este
período Freud realizou uma segunda viagem a Paris, para verificar “in loco”,
aplicações realizadas com sucesso por Hipólito Bernheim. Contudo, depois disso,
Freud abandonou o método hipnótico no tratamento das neuroses e resolveu seguir
seu próprio caminho. Havia publicado, conjuntamente com seu mestre e
colaborador Breuer, a obra “Estudos sobre a histeria”, no ano de 1895.
Dispensa a colaboração de Breuer,
naquele mesmo ano, e voltado para a concepção dos impulsos sexuais, publica um
estudo intitulado “Neurose da angústia”, em que lançou ao mundo incrédulo as
bases da doutrina da psinanálise, ou psicologia abissal, das “profundidades”.
Consta que a psicanálise foi recebida com hostilidade e repugnância, e o
próprio Freud com todo o desprezo. Mas ele não se deixou vencer pelo
preconceito e continuou a labutar em seus objetivos, apesar das vicissitudes, e
publicou incontinenti, as obras: “Interpretação dos sonhos” e a “Psicopatologia
da vida cotidiana”, em que estabeleceu os conflitos criados pela “alma” humana.
Estavam lançadas as bases da sua doutrina. Observe-se que em “Conceitos Básicos
da Psicanálise – Um diálogo”, Freud escreve: “Não se esqueça do que disse certa
vez o poeta-filósofo Schiller: “Enquanto
a filosofia sublime/ Rege, supremamente, o curso do tempo/ O Mundo, seguindo o
velho costume,/ Se move pela fome e pela paixão.” Fome e Paixão – são dois agentes poderosos ! Às
necessidades do nosso corpo que estimulam o espírito à ação, chamamos impulsos
instintivos.””
Finalizo o presente esboço modesto, com o simples intuito de atentar
para o que Freud explica, não obstante a expressão corrente de surpresa, por
vezes empregada: nem Freud explica.
Até outra oportunidade...
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Cronista colaborador
Publicado em 11 de maio de 2005 – no Diário
de Canoas. – RS
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