quinta-feira, 3 de junho de 2010

CORPUS CHRISTI - SONETO E POEMA

Igreja Matriz de Sertão - RS





O dia de Corpus Christi, que se realiza nesta data, faz-me lembrar de meu torrão natal quando na infância lá passava. Na véspera, levávamos serragem para as meninas fazerem os tapetes, inclusive com flores e folhas por onde iria passar a procissão. Bons tempos que não voltam mais. Eis o soneto que compus...

SONETO A SERTÃO
(Minha terra natal)

Oh! terra onde nasci, berço de minha infância,
que sempre levarei dentro do coração,
batendo com ardor, em serena constância,
lembrando os tempos bons que já bem longe vão !...

Teu nome a recordar saudades e distância,
flores silvestres e quem sabe solidão,
há de permanecer tal suave fragrância
cá dentro de minh’alma, oh! saudosa Sertão !

Se assim Deus o quiser, em teu solo bendito
reviverei um dia o passado aos pedaços,
como o filho que volta ao lar: cansado, aflito...

Porém que, em retornando ao seu torrão natal,
lugar onde ensaiou os seus primeiros passos,
consegue um elixir pra curar o seu mal...
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IALMAR PIO SCHNEIDER

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PÁG. 16 - O TIMONEIRO - CANOAS, 3.6.83
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Antes, já havia composto o seguinte poema, num momento de tristeza.

MINHA ALDEIA

Ialmar Pio Schneider

Eu lembro agora a minha pobre aldeia
e o pensamento para lá se vai...
Nas noites de verão a lua cheia
tinge de prata a tumba de meu pai.

Tal qual o filho pródigo que volta,
após tanta aventura pelo mundo,
dos amigos desfez-se toda escolta...
sentiu-se só e um triste vagamundo.

É péssima a descida quando a gente
quer retornar e não encontra alguém
que a mesma sorte e a mesma mágoa sente
porque no mar da angústia foi também.

PASSO FUNDO (RS) - 24.01.76

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