domingo, 1 de agosto de 2010

TROVAS de IALMAR PIO - TELA de GLAUCIA SCHERER

Releitura de Glaucia Scherer - Os Menestréis


T R O V A S

Ialmar Pio Schneider
1
Cai a chuva benfazeja
e corre lavando o chão,
mas não tem o que deseja
meu aflito coração...
2
Procuro esquecer alguém
que não vejo há tantos dias;
é possível que também
não leia minhas poesias...
3
Permaneço olhando o mar
por muitas horas a fio
e volto, sem te enxergar,
ao meu retiro sombrio...
4
Um amor que outrora tive
foi platônico demais;
meu coração hoje vive
sem esquecê-lo jamais !
5
Faço trovas, simplesmente,
porque não posso esquecê-la
e ocupando minha mente,
é mais alta que uma estrela...
6
A estrada que agora sigo
é qual o rumo das águas,
que em busca do mar antigo
vão chorando suas mágoas...
7
Trago uma dor em meu peito
que me tortura e maltrata,
resto de um sonho desfeito
por uma mulher ingrata.
8
Nós somos dois sofredores,
cada qual em seu degredo,
de todos os meus amores
foi o teu de mais segredo...
9
Não te esqueças que esta vida
está cheia de surpresas,
e um adeus de despedida
também traduz incertezas.
10
Sou pedreiro da ilusão,
aos sonhos vou dando asas,
e na trova em construção,
eu me ponho a erguer as casas...
11
Cada trova que componho
um tijolo representa,
na construção do meu sonho
que a olhos vistos aumenta.
12
Foste a mais cruel lembrança
dos momentos que vivi,
pois a última esperança
com teu desprezo perdi.
13
A glória do trovador,
dia a dia se renova,
quando consegue compor
a mais benfazeja trova...

http://ial123.blog.terra.com.br/
em 20.05.2010

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