sábado, 30 de julho de 2011

Crônica de Ialmar Pio - Aniversário de 105 anos do poeta Mario Quintana, nascido em 30.7.1906 - Foto na Internet

Mario Quintana



MÁRIO QUINTANA, O POETA MAIOR

Ialmar Pio Schneider

          Hoje, 30 de julho, comemora-se o Aniversário de 105 anos de nascimento do poeta Mario Quintana,  30 de julho de 1906. Vem-me à memória que um dos primeiros poemas dele, de que tomei conhecimento, na minha adolescência, quando estudava o ginásio no Colégio Cristo Rei de Getúlio Vargas-RS, encontrado em uma revista cujo nome não me ocorre, mas que copiei em um caderno, na minha regular caligrafia cursiva daquela época, foi o seguinte: “NOTURNO – Não sei por que, sorri de repente/ E um gosto de estrela me veio na boca.../ Eu penso em ti, em Deus, nas voltas inumeráveis [que fazem os caminhos...// Em Deus, em ti, de novo.../ Tua ternura tão simples.../ Eu queria, não sei por que, sair descalço pela noite imensa.// E o vento da madrugada me encontraria morto [ junto de um arroio,/ Com os cabelos e a fronte mergulhados na água límpida.../ Mergulhados na água límpida, cantante e fresca de um arroio !” – Mário Quintana. Até hoje guardo o caderno onde retirei este poema Noturno e sei que outros poemas com o mesmo título foram escritos pelo poeta, mas este, repito, foi o primeiro de que tive conhecimento.


          Depois leria tantos outros versos e o que me encantaria foi o livro de sonetos “A rua dos cata-ventos”, que o poeta dedicou “A meus irmãos Milton e Marietta – Alegrete, Natal de 1938”, e que me inspiraria o SONETO A MÁRIO QUINTANA – Leio Mário Quintana e “A rua dos cata-ventos”/ me leva à infância de menino sonhador,/ quando inda não pensava em mágoas e tormentos/ que havia de sofrer ao procurar o amor...// Vejo os dias sem sol, frios e nevoentos,/ tal a “Londres longínqua” envolvida em palor./...”(tudo esquecer talvez !)”... os bons e maus momentos,/ as horas de alegria e também as de dor.// “A ruazinha” é tão calma e “sossegada”: agora/ minha imaginação ouve “canções de outrora”,/ e os “lindos pregões da madrugada”, me acordam...// Olho ao alto girar um cata-vento triste,/ parece ser assim o último que persiste/de todos que, os de minha infância, hoje recordam ! – 23-9-1983. Depois os anos foram passando e eu sempre lia os seus poemas em diversos livros, quase vinte, até o Baú de Espantos de 1986 e publicações em jornais no Caderno H. Hoje aí está a Casa de Cultura Mário Quintana, atestando que foi o poeta maior de nosso Estado e um dos mais importantes do País.


          Quando do seu falecimento em 5 de maio de 1994, compus os seguintes versos, reverenciando sua passagem por aqui – VERSOS “IN MEMORIAM” AO MÁRIO QUINTANA-*30-7-1906-+5-5-1994 – Evaporou-se a poesia,/ num momento de ansiedade,/ mas permanece a magia/ no templo da Eternidade...// A vida não foi vazia,/ cantando amor e saudade,/ e buscou na fantasia/ transformar a realidade !// E sempre viveu sozinho:/ o poeta passarinho !... – Canoas-RS, 7-5-1994.


Quis escrever estas palavras de escriba de província, para mais uma vez rememorar o magnânimo bardo gaúcho que partiu há dezessete anos, mas que continua vivo nas obras que deixou e na Casa de Cultura que leva seu nome. Que a chama de sua poesia inebriante brilhe sempre para nós, seus admiradores !






Poeta e cronista


Publicado em 14 de maio de 2003 – no Diário de Canoas.






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