quarta-feira, 8 de setembro de 2010

DIA INTERNACIONAL DO JORNALISTA - 8 de setembro - IMAGEM da INTERNET - Reprodução

Voltaire






OS DESPREOCUPADOS SÃO MAIS FELIZES

Ialmar Pio Schneider

Por que acontece isto? Pela maneira com que encaram o dia-a-dia, levando tudo de roldão. Pouco se lhes dá se estão certos ou errados; “e a vida continua”, costumam dizer. Deste modo vão rompendo barreiras e conseguindo audiências inexplicáveis.
Eles não se preocupam com o que os outros possam pensar. São incapazes de exercer a autocrítica e continuam em suas atividades, principalmente intelectuais ou de comunicação, sem se dar conta do ridículo. Consideram-se os donos da verdade e não só isto, mas também emitem suas opiniões sem conhecimento de causa como se dominassem o assunto com sapiência. Quem os ouve ou vê, tanto no rádio como na televisão, tem que engolir suas falsas afirmativas, sem podê-las contestar de imediato e que passam como se fossem verdadeiras, atingindo em cheio os ingênuos.
Não é difícil notar a mediocridade do seu pensamento quando abordam certos temas de que se julgam a cavaleiro.
Todavia, é melhor que seja assim do que ficarmos tolhidos de manifestar nossas opiniões, como já aconteceu não faz muito tempo, de triste memória e que deixou resquícios de opressão. Para que haja uma mudança no entendimento do povo só existe um caminho: educação e cultura, estudo e trabalho.
Ao que parece, atualmente, estamos livres da censura, ou melhor, usufruímos da liberdade de expressão que por mais de 20 anos não tivemos. Diz-se que por este motivo há carência de líderes políticos e a nossa democracia é incipiente. Não há dúvida que deveremos exercitar por um longo tempo o direito de cidadania para aperfeiçoá-la cada vez mais.
Enquanto isto, adotemos o célebre princípio do grande mestre Voltaire: “Não concordo com nenhuma palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo.” Grande lição da liberdade contra a prepotência !
Por que do título? Impressão do escriba, admitindo que neste mundo vencem os afoitos, embora parvos, pois arrebatam os espaços que se lhes apresentam e, displicentemente, vão enfrentando a situação na maior indiferença. Até parece que a sorte os acompanha, qual suas próprias sombras, e demonstram viver mergulhados na fantasia, mas venturosos. São aqueles que não se importam com o que os outros pensam a seu respeito e desta forma tudo é fácil, tudo é exeqüível. Conseguem manter-se durante anos a fio em seus postos, apesar das incongruências que praticam, por assim dizer, inadvertidamente.
Quando alguém os contesta em suas opiniões, consideram-se vencedores com o aval do público humilde que os aceita e simplesmente respondem: “Quem não tem competência não se estabelece !” E não deixam de ter razão.

JC (18-11-1998)
DC (17-03-1999)

Nenhum comentário:

Postar um comentário