sexta-feira, 10 de setembro de 2010

CRÔNICA DE IALMAR PIO - DE 8.6.2000 - IMAGEM DA INTERNET - Reprodução

Churchill








A RESPEITO DA DEMOCRACIA

IALMAR PIO SCHNEIDER

Já disse Churchill (1874-1965), Discurso na Câmara dos Comuns, 11-IX-1947: “Ninguém p
retende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos.” - Dicionário Universal de Citações - Paulo Rónai - pg. 244.
De fato, analisando-se pelo campo das idéias, é possível que esta afirmação esteja certa, uma vez que pelo exercício do voto livre e universal, as urnas decidem quem serão os governantes que o povo deseja, não obstante algumas considerações. Tem-se visto que “na prática a teoria é outra”, tão repetido ultimamente. Enquanto houver o peso do poder econômico, não se consegue dar credibilidade absoluta à frase do ínclito estadista inglês, pois não há maior força do que o dinheiro, ainda mais em uma população carente de tudo: emprego, saúde, segurança, educação... etc.; quando é premiada com um salário mínimo ínfimo que deverá servir para, conforme a Constituição da República Federativa do Brasil - 1988: “Artigo 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família, com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;”. Nem é preciso dizer que isto é uma missão impossível, mas nunca é demais lembrar aos que governam o país e como se fala vulgarmente “serrando de cima”, se mostram inflexíveis perante às necessidades dos menos favorecidos.
Se é verdadeiro que “só a democracia defende e respeita os direitos do cidadão”, não é menos verdade que para se atingir um estágio de cidadania, há que se ter um mínimo de condições financeiras para viver com dignidade. Não é um nem outro que tem se manifestado com saudade do regime de força. São contestados de que naquela época não lhes era dada a liberdade de fazê-lo. Pois bem, respondem alguns: que adianta democracia de barriga vazia. Há os que falam que existia corrupção, apenas que não era divulgada, como atualmente se o faz. Não resolve nada, rebatem os cépticos, pois presenciamos a maior impunidade quanto aos poderosos, cada vez mais ricos. Temos muito que amadurecer ainda.
Resta-nos, enfim, acreditar que chegaremos, em liberdade, a uma etapa de justiça social que nos venha proporcionar o bem-estar comum. Conclui-se, com Terêncio (190?-150 a.C.), A Moça de Andros, I.. “Nada de mais.” Ne quid nimis. - idem acima.
Saibamos escolher nossos dirigentes !
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Escritor
Publicado em 08 de junho de 2000 - no Diário de Canoas.

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