quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Poema gauchesco de Ialmar Pio Schneider - Imagem: pinhão na Internet




PINHÃO



Ialmar Pio Schneider






Fruto do pago crioulo


Que a peonada saboreia,


Junto ao fogo que clareia


O hospitaleiro galpão,


Enquanto que o chimarrão


Complementa a xucra ceia !






Eu te bendigo, alimento


Que a Divina Providência


Nos legou por excelência,


Pois não existe na estância


Alguém que negue a sustância


Que nasce da tua essência.






Nas noites frias de inverno,


Quando procuro o aconchego


E sentado num pelego,


Vou curtindo a solidão,


No meu peito redomão


Só sinto paz e sossego.






Fruto selvagem do pago


Que se debulha da pinha,


Em toda ignorância minha


Desconheço outro igual,


Que a gente come com sal


Com as prendas, na cozinha.





E mesmo assado na chapa


De um fogão ou sobre a brasa,


És um grito que extravasa


Aquilo que o guasca sente,


Ao se encontrar de repente


Solito e longe de casa.






Peço ao Patrão lá de riba,


No verso que vai ao léu,


Sem fazer muito escarcéu,


Que embora tenha comida,


Quando for pra outra vida


Não falte pinhão no Céu.






25-5-1978

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