terça-feira, 25 de agosto de 2009

DIA DO SOLDADO - 25 DE AGOSTO

Duque de Caxias - Luís Alves de Lima e Silva



Por ser hoje, dia 25 de agosto, o Dia do Soldado, e dado às proximidades da Semana Farroupilha, publico o texto abaixo, pertinente ao assunto.



DUQUE DE CAXIAS – O PACIFICADOR

Ialmar Pio Schneider

Em vista às comemorações da Semana Farroupilha, venho de ler um livro que me suscitou o interesse de escrever estas linhas. Trata-se de As Duas Paixões de Caxias, de Brígido Tinoco. O autor já no prefácio adverte que “ninguém procure, neste livro, a história completa do guerreiro e cidadão. Mas os fatos capitais de sua existência, aqui estão, palpitantes, em nossas páginas.” No capítulo VII – “A Revolução Farroupilha, suas causas. Resumo dos acontecimentos até 1842. A República do Piratini e Bento Gonçalves. Libertação dos escravos. Garibaldi e a República Juliana. Solicitado pelos rebeldes o auxílio estrangeiro. Vitória de Caxias. Final honroso. Conde, Marechal de Campo efetivo e Senador. A Política...”, encontramos o relato que nos interessa sobre o assunto em pauta. Tendo sido vitorioso no Maranhão, em São Paulo e Minas, Caxias é nomeado chefe do exército em operações e presidente do Rio Grande do Sul. Quando embarcou para exercer suas funções aqui, D. Pedro II, então aos dezessete anos de idade, dissera-lhe que terminasse a guerra riograndense tais como as outras. Respondeu-lhe: - “Pode V. Majestade estar certo que nisso empenharei meus últimos esforços”. Sua chegada a Porto Alegre no ano de 1842, em novembro, foi serena, segundo está escrito, e depois de sucinto discurso, concluía: ...”a Divina Providência, que de mim tem feito instrumento de paz para a terra em que nasci, fará que eu possa satisfazer os ardentes desejos do magnânimo monarca e do Brasil todo. Rio-grandenses ! Segui-me, ajudai-me, e a paz coroará os nossos esforços !” Procurou se inteirar da situação de necessidade em que se encontrava o povo e discretamente foi tomando as medidas possíveis para amenizar o estado de coisas, beligerante. Sempre que sentia solidão, em meio aos trabalhos estratégicos que estudava, dia e noite, pegava da pena e escrevia à sua amada Anica: “Meu bem”... E como o havia feito da carta de Vargem Grande, no Maranhão, três anos passados: ...”tal é o cuidado que me dás e o amor que te tenho que, cheio de trabalhos, não me esqueço de ti. Dá um beijo nos meus anjinhos e saudades a todos de casa. Sou só teu, Luiz”. Após dois anos e pouco de lutas e negociações, conclui a paz com a proclamação de Ponche Verde, pelo bravo general David Canabarro, datada de 28 de fevereiro de 1845, cujo teor consta no citado livro às pgs. 89 e 90. “No dia imediato, vibrando de contentamento, Caxias publica o seu manifesto: “Rio-Grandenses ! É sem dúvida, para mim de inexplicável prazer o ter de anunciar-vos, que a guerra civil, que por mais de 9 anos devastou esta bela província, está terminada. Os irmãos, contra quem combatemos, estão hoje congratulados conosco e já obedecem ao legítimo governo do Império do Brasil”.” Diálogo entre Caxias e Canabarro, amistosamente: Caxias: - “De que se ri, general ? – Canabarro: - É porque agora que estou vendo a razão porque eu nunca o pude apanhar de jeito. É que v. excia. Sabe todas quantas sei e sabe outras que estou aprendendo”. Consta que ao término da revolução, o vigário de Bagé, perguntou-lhe a que horas ele determinava o Te Deum, respondeu-lhe que “desejava ouvir uma missa fúnebre, com os companheiros, em honra aos desaparecidos na guerra, porquanto eram todos irmãos.” Meu intento ao lembrar este homem íntegro, foi o de demonstrar que se hoje estamos unificados na grande Nação que somos, muito devemos a este magnânimo pacificador. E as duas paixões de Caxias quais foram? Está escrito na pg. 43 do livro de Brígido Tinoco: “A esposa e a pátria eram as suas duas paixões. Atenderia, por amor, à primeira e continuaria amando a segunda.” Reverenciemos seu nome com todo respeito ! Cronista e poeta – E-mail: menestrel@brturbo.com PUBLICADO EM 15 de setembro de 2004 – no Diário de Canoas. – RS.

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