segunda-feira, 21 de março de 2011

CRÔNICA de IALMAR PIO - IMAGEM da INTERNET















Outono

Ialmar Pio Schneider

Sempre me atraiu esta estação do ano em que as folhas caem e os poetas cantam e até compus-lhe um poemeto: No outunoNoites semi-frias/ e virá o inverno depois/ e as noites ficarão mais frias/ e o vento entoará canções...// Estamos no Outono.// No silêncio das madrugadas/ alguém escreve poesias,/ mas as outras madrugadas,/ as que hão de vir, sejam,/ talvez/ mais vazias. (Canoas, 21-5-82). Mas lendo uma antologia Presença da Literatura Brasileira - Modernismo, de Antonio Candido e José Adroaldo Castello, 9ª edição - DIFEL, encontrei à pg. 59, um poema de um dos príncipes de nossos poetas, que muito me agradou e não resisti à tentação de transcrevê-lo abaixo: "Outono - Guilherme de Almeida - O ar é ágil e passa com uma elegância fina/ entre as folhas das laranjeiras./ Além para o pomar cheiroso a tua cortina:/ vê como a luz que vem das trepadeiras/ é verde e leve e as folhas como estão firmes nos galhos !// E no entanto é Outono./ Estende os teus lábios para este ar puro:/ hás de sentir na tua boca um beijo doce/ como se o ar fosse uma abelha e os teus lábios fossem/ dois gomos de um fruto maduro."


É preciso explicar ? tão linda metáfora ? ! Daqui onde estou, vejo a paineira cujas flores caíram há poucos dias, mas as folhas verde-escuras ainda persistem. É o eterno ciclo da natureza que transcorre.






Um comentário:

  1. Maravilhoso seu blog Parabens pela sensibilidade dos poemas adorei...obrigada por essa oportunidade de ler e sentir pelas palavras a beleza dos sentimentos ...

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