sábado, 7 de julho de 2012

Crônica de Ialmar Pio - Imagem da Internet






SÉRGIO JOCKYMANN: Romancista




Ialmar Pio Schneider



Sempre apreciei as crônicas do Sérgio Jockymann, que considero um dos melhores, senão o melhor de nossos cronistas. Não o conhecia como romancista, o que agora estou tendo a oportunidade de fazê-lo, ao ler o seu romance Clô Dias & Noites. Pelo que tenho observado, trata-se da história de Clotilde Dias Ramão, cujo, por assim dizer, alter ego, embora impropriamente por mim aqui empregado, seria Clô, que nascera já com dezenove anos, e que detinha diversos apelidos, conforme a situação onde se encontrasse: no útero de sua mãe, dando chutes, Tildezinha ou Tilde; das colegas do Colégio Sevigné, Tilda; das amigas de verão em Torres, mais tarde, Tite. “Clotilde só se tornou inteiramente Clotilde por um breve instante, quando seu marido, Pedro Ramão, anunciou para a criadagem da estância: - Esta aqui é minha mulher, dona Clotilde Dias Ramão.” Mas, mesmo assim, não ficaria livre de outros, tais como Titinha e Clotirde.

O livro está composto de capítulos pequenos e numerados com algarismos arábicos, sendo que no momento em que escrevo esta, estou na altura do 8. Julgo muito interessante a feitura neste sistema, pois nos dias atuais de tantas atribulações quotidianas, com a mídia televisiva, bem como revistas, as mais variadas, ainda o rádio e os jornais, invadindo nossos lares a todo o momento de todas as partes do mundo, o tempo de que dispomos para a literatura romântica fica muito reduzido, não nos proporcionando excursionarmos em capítulos intermináveis, muitas vezes enfadonhos e rebuscados, tornando-se até incompreensíveis. Pretendo viajar ao longo das 468 páginas do livro, dividido em 149 capítulos, saboreando, dia a dia, o estilo simples e jocoso do autor, cujo enredo me desperta certa curiosidade por conhecê-lo agora romancista.

Tenho lido diariamente suas crônicas no DC e as considero da melhor qualidade, tanto no sentido da abordagem dos temas, como pela inteligência com que discorre no assunto. Algumas pessoas de minhas relações com quem tenho falado ultimamente a respeito de colunistas de jornais e/ou cronistas, são unânimes em confirmar a opinião que ora externo, o que não deixa a menor dúvida sobre estas palavras.

Enquanto existirem escritores do jaez do Sérgio Jockymann, acredito que poderemos apreciar a leitura diária de crônicas e invariavelmente de romances, pois tenho certeza de que jamais nos decepcionaremos. “Vamos em frente que atrás vem gente”, dizem por aí; mas é necessário que meditemos antes de enfrentar este mundo de Deus, onde só vencem os afoitos, e os apressados, quase sempre, naufragam e morrem na praia. Resta-me, enfim, proclamar: Viva a Literatura e... o Humanismo !



DC (16-10-1998)



http://ial123.blog.terra.com.br/

em 17.2.2011



 

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