segunda-feira, 22 de setembro de 2014


Imagem: flores da primavera na Internet 


O FILÓSOFO SPINOZA E A SUA OBRA “ÉTICA”

Ialmar Pio Schneider

     Estamos entrando na  primavera e a vida continua com seus altos e baixos. Aguarda-se, todavia, os resultados das CPIs que se desenvolvem no Congresso Nacional, acreditando-se que sejam satisfatórios. E por estar lendo atualmente o livro O Pensamento Vivo de Spinoza, extraí do mesmo o seguinte texto, que reputo de irrefutável sabedoria: “O DOMÍNIO DAS EMOÇÕES
     Sofremos enquanto somos uma parte da Natureza, que não se pode conceber por si mesma sem as outras partes.
     A força pela qual o homem persevera na existência é limitada e sobrepuja infinitamente pelo poder das causas exteriores.
     O homem, sempre necessariamente submetido às paixões, segue a ordem comum da Natureza e a obedece, e a ela se adapta tanto quanto a natureza das coisas exige.
     A força de uma paixão ou de uma afeição pode sobrepujar as demais ações do homem, ou de sua força, de tal modo que essa afeição permaneça agregada ao homem.
     Uma afeição só pode ser reduzida ou destruída por outra afeição contrária e mais forte que a afeição reduzida.
     O conhecimento do bom e do mau não é outra coisa que a emoção da alegria ou da tristeza, enquanto temos consciência.
     O conhecimento verdadeiro do bom e do mau não pode reduzir nenhuma emoção, enquanto é verdadeiro, ou somente enquanto é considerado como uma emoção.
     O desejo que nasce do conhecimento verdadeiro do bom e do mau pode ser ampliado ou reduzido por muitos outros desejos, nascidos das emoções que nos dominam.
     Um desejo que nasce da alegria é mais forte, em igualdade de condições, que um desejo que nasce da tristeza.”
     Nota-se que o pensador faz uma análise do homem frente à Natureza que é Deus, e traça comparações lógicas entre paixão e afeição, bom e mau, alegria e tristeza. Cada sentimento destes representa um estado de espírito do ser humano. Sabe-se que sua obra exerceu relevante influência não só sobre os metafísicos que lhe sucederam, mas também aos poetas Goethe, Wordsworth e Shelley. 
     Este filósofo cuja obra Ética, foi publicada pelo seu editor no ano de sua morte, num tomo de suas obras póstumas, proibida de circular no ano seguinte, era a principal. E mais do que tudo, atualmente, deve ser evocada, pelo que se tem presenciado na política pátria. Ele nasceu em Amsterdam, Holanda, descendente de uma família judaica emigrada de Portugal; chamava-se Baruch Spinoza, tendo latinizado seu nome para Benedito, conheceu o estoicismo e o cartesianismo, após haver estudado a tradição filosófica e teológica judaica e a cabala. Seus pensamentos eram voltados para Deus, tendo também conhecido a Escolástica, levando uma vida de meditação e desenvolvido um sistema panteísta cuja influência sempre o atingiu e o envolveu.
     Pela estação das flores que se avizinha, quero inserir o soneto que compus na adolescência: Vida e Primavera – Refloresce a primavera/ cheia de viço e frescor./ Eis! A ilusão da quimera/ de um coração sonhador!// Nesta risonha galera/ seguimos no mar do amor,/ e por tudo o sonho impera/ no seu reino de esplendor.// Quem me dera! Quem me dera/ que esta eterna primavera/ nunca mais tivesse fim.// Quem me dera! Quem me dera !/ Nesta ilusão da quimera/ fosse sempre a vida assim...
     Finalizo com este pensamento maravilhoso de outro pensador: “O mais importante para o ser humano é viver uma vida íntegra. – Existem pessoas que desgastam a própria Vida no afã de ganhar dinheiro, não se importando quão infame se torne o seu modo de viver. Tais pessoas conhecem o valor do dinheiro, mas desconhecem o valor da própria Vida. – Do Livro Guia para uma Vida Feliz – Masaharu Taniguchi”.
     Espero ter contribuído, um mínimo que seja, para que a ética política seja instaurada definitivamente em nosso majestoso País.

   Cronista colaborador
   Publicado em 14 de setembro de 2005 – no Diário de Canoas./RS


http://www.diariodecanoas.com.br/site/interativo/minhas_cronicas,canal-5,ed-90,ct-452.htm
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