S U P R E M A D E S G R A Ç A
Despetalar as flores, na demência
do desespero horrendo dum delírio.
Nem ao menos poupar o branco lírio
e já não escutar a consciência.
Arrasar o jardim desta existênciana
fúria dum remorso sem martírio.
Perder a crença de encontrar o empíreo
e sufocar a luz co’a própria ciência.
Depois olhar p’ra trás e ver ainda
um jardim florido e uma luz infinda,
e não ter forças p’ra voltar atrás...
Mas ter somente uma opressão maldita,
e ao lado nem ao menos ter a dita
do perdão dos pecados e da paz...
IALMAR PIO SCHNEIDER
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